Caracterização de duplicação no HIV-1 ajuda a compreender melhor
Uma duplicação em um domínio do HIV-1, o tipo mais encontrado, com uma protease mutante pode contribuir para a capacidade replicativa do vírus e também para a resistência aos inibidores da protease. Essa é a hipótese do estudo conduzido por Angélica Nascimento Martins, mestranda do Departamento de Genética da UFRJ, e apresentado ontem durante o Seminário Avançado sobre Patogênese em HIV/AIDS, que está sendo realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz.“A presença dessa duplicação pode ser relevante na resposta do paciente aos inibidores de protease, já que é sempre analisado o perfil de mutação apenas dos genes alvos da terapia”, afirmou Angélica.Atualmente, os medicamentos para Aids são divididos em duas classes: os inibidores da transcriptase reversa e os inibidores da protease. Estes últimos agem bloqueando a protease viral, uma outra proteína exclusiva do HIV, fundamental para sua reprodução.Durante entrevista à Agência Notisa, a pesquisadora explicou que a idéia do trabalho surgiu quando, em estudo anterior desenvolvido pelo laboratório de virologia animal, do Departamento de Genética do Instituto de Biologia da UFRJ, identificou-se através da genotipagm do Gag que algumas crianças em falha terapêutica, que haviam sido contaminadas por transmissão vertical (da mãe para o filho), apresentavam essa duplicação desse domínio. “Então ficou a pergunta sobre o papel dessa duplicação nesse vírus, já que esse domínio é essencial para o brotamento viral”, disse.Para atingir esse objetivo, Angélica explica que está gerando três tipos de vírus: recombinantes, contendo apenas essas duplicações; contendo essas duplicações com a respectiva protease mutante; e o vírus só com a protease, sem as duplicações.Segundo ela, o trabalho, cujo título é “Characterization of Human Immunodeficiency Virus type 1 (HIV-1) Carrying Duplications in the Late Domain P(T/S)APP of p6Gag” deve ser concluído até março do ano que vem.Conforme explica a assessoria de imprensa do Instituto Oswaldo Cruz, o evento, além das palestras, é uma oportunidade para que “jovens estudantes de pós-graduação de instituições de todo o país, apresentem seus projetos de pesquisa e discutam os resultados com especialistas da área”. O seminário é ministrado pelos pesquisadores David Watkins, do Departamento de Patologia e Medicina Laboratorial da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA), e Mario Stevenson, diretor do Centro para Pesquisa em AIDS da Escola de Medicina de Massachusetts (EUA).
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