quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Com pagamentos massivos ou não, o Luís já ganhou


Na passada segunda-feira foi notícia que quatro pessoas pagaram em massa as quotas a centenas de militantes do PSD, porque as directas vêm aí, dia 28, e só vota quem tiver o embolso em dia. Caiu o Carmo e a Trindade. Aquilo surgiu como algo nunca visto? Se sim, não há dúvida, “há muita fraca memória” como diz Jorge Coelho.

Seja para uma concelhia, distrital ou para a liderança nacional de um partido, quando é que isto não acontece? Alguém me sabe dizer? Porque é que os partidos não acabam de vez com as quotas? É que, ao contrário do que parece, só tinham a ganhar. Se não, vejamos:

Primeiro, os simpatizantes não pensavam duas vezes para se filiarem. Logo, haviam mais militantes. Segundo, na hora de votar evitavam o problema dos caloteiros, que em média são 90%. E em terceiro lugar, está provado que há sempre dinheiro para pagar quotas em massa. Ou seja, quando é preciso, o fiambre acaba por aparecer.

Por isso mais valia implementar uma espécie de «dízimo». Assim como assim, no final das contas, e a contar com os 10% de militantes realmente dedicados, o dinheiro nos cofres andaria pela mesma bitola, sem que uns certos abastados tivessem de desembolsar uns determinados dinheiros, “via Multibanco”, “à mesma hora”.

Esta é uma solução – modéstia à parte - extraordinariamente GENIAL, eu sei, só que também sei que se assim fosse diminuiria consideravelmente a margem de trafulha entre candidatos, o que acabava por retirar a graça toda à coisa. Política sem trafulha é como um jardim sem flores. Por isso, esqueça-se tudo até aqui. Adiante.

Ainda segundo a mesma notícia estariam então aptos a votar nas directas de sexta-feira, 60 mil militantes no continente, dois mil na Madeira, e uns incríveis 80 nos Açores. Mas somando todos não serão sensivelmente 62080 os militantes a votar, porque nos Açores parece que o PSD já leva em conta a minha ideia extraordinariamente GENIAL. Ou seja, nos Açores parece que há alguns 8000 militantes, ninguém paga, mas podem votar. Porquê? Só o PSD o saberá. E assim, se as eleições não forem adiadas, cerca de 70 mil, mais os emigrantes, vão escolher um Luís M para liderar o partido, mas não fossem as quotas e podiam ser 150 mil ou lá o que é, o que se traduzia acima do dobro dos votos rumo à vitória de Luís M, ou de Luís M.

Quem vai ganhar esta disputa no PSD, não sei. Mas uma coisa é certa, dê por onde der, o próximo presidente do PSD chama-se Luís, o seu mandatário no Algarve chama-se José, e todos são homens com M no nome, ganhe Luís Marques de José Macário ou Luís Menezes de José Mendes.

João Vargues
22:36 terça-feira, 25 setembro 2007

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