quarta-feira, 19 de setembro de 2007

UM BELO PASSEIO AO BARREIRO


Um belo passeio ao Barreiro

O Sporting já está nos quartos-de-final da Taça de Portugal. Os comandados de Paulo Bento limitaram a passear a sua classe diante de uma equipa limitada que viu as suas ambições sofrerem uma forte machadada aos 39 segundos, quando Liedson soube corresponder a uma boa jogada de entendimento entre João Moutinho e Ronny.

Se dúvidas houvesse relativamente ao vencedor da eliminatória, Custódio tratou de as dissipar aos 12 minutos. O capitão leonino aplicou um remate seco, sobre a meia-lua, após assistência de Moutinho, o tal que tanto lhe faz defrontar o Inter de Milão ou o Pinhalnovense pois a sua atitude não sofre oscilações.

Três defesas
Com o jogo decidido precocemente, Paulo Bento decidiu inovar. Adiantou Ronny, deslocou Miguel Veloso ligeiramente para a esquerda e começou a jogar com apenas três defesas. Em boa hora o fez pois se o Pinhalnovense, muito afectado animicamente pelo início do encontro, raramente tinha assustado Tiago, depois dessa modificação limitou-se a jogar o que o adversário deixava. O 5.º classificado da Série D da II Divisão desejava fazer uma gracinha, mas as contrariedades eram muitas. A começar pelo nome do opositor.

Se nos lembrarmos que a direcção do clube da Margem Sum ainda preteriu o seu sintético para poder fazer uma receita maior do que a prevista inicialmente, está tudo dito. Porém, no nosso entender, o grande revés do Pinhalnovense esteve na seriedade com que os futebolistas do Sporting abordaram o jogo.

Com o adversário "morto" psicologicamente, o Sporting resolveu acelerar, de quando em vez, para dilatar o marcador.

Foi isso que aconteceu aos 28 e 39 minutos. Sempre pelos centrais. Primeiro Miguel Veloso desceu pela esquerda, antes de oferecer o tento a Bueno – o uruguaio quase que retirava a bola do percurso do golo. Depois Polga. O brasileiro caminhou tranquilamente pela zona central, rematou para defesa de Carlos Miguel, a bola ganhou altura e Liedson, num movimento fantástico tipo pontapé de moinho, fez um dos golos mais bonitos desde que está ao serviço do Sporting.

Ao intervalo, Paulo Bento entendeu, e bem, que era hora de fazer descansar Liedson. Assim o fez, com Carlos Martins a lucrar com a opção do seu treinador – antes já o apagado e lesionado Pereirinha havia sido substituído por Romagnoli.

Na etapa complementar, o Pinhalnovense deu um ar da sua graça. Ayuk e André tiveram boas possibilidades, mas, estamos em crer, que tal só aconteceu porque o jogo estava definido. Quem não quis ficar atrás foi Djaló, que após boa assistência de Bueno, rematou sem hipóteses para Carlos Miguel. O uruguaio, fortemente moralizado pelos quatro golos ao Nacional, fixou a contagem, com um pormenor de classe sobre o guardião do Pinhalnovense.

Há cinco anos que o Sporting não chega ao Jamor (a última vez foi em 2001/02, vitória frente ao Leixões com golo de Mário Jardel).

Paulo Bento tinha definido como objectivo para este jogo ficar a 180 minutos da final da Taça. Prova superada num passeio ao Barreiro, a um estádio que noutros tempos viu nascer grandes talentos do futebol nacional.

Bruno Pires

Estádio Alfredo da Silva, no Barreiro
Assistência: 20 mil espectadores
Pinhalnovense: Carlos Miguel; Pedro Martins, Anki e Miguel Bruno; Rui Miguel (Ayuk, 37), Andrade, Amaro Filipe e Jorge Peixoto (Ricardo Cunha, 66); Cau; João Peixoto (Calção, 80) e André
Treinador: Rui Nascimento
Sporting: Tiago; Caneira (Miguel Garcia, 63), Polga, Miguel Veloso e Ronny; Custódio; Pereirinha (Romagnoli, 42), Djaló e João Moutinho; Liedson (Carlos Martins, 46) e Bueno
Treinador: Paulo Bento
Golos: 0-1, Liedson (39s); 2-0, Custódio (12); 3-0, Bueno (28); 0-4, Liedson (39); 0-5, Djaló (77); 0-6, Bueno (85)
Árbitro: Paulo Paraty (Porto)
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Pereirinha (23), Miguel Bruno (34), Amaro Filipe (59), Ayuk (73), Romagnoli (80)

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