O candidato à liderança do PSD Luís Filipe Menezes defendeu esta sexta-feira que se o partido quiser ganhar as eleições legislativas de 2009 tem de ser «diferente» daquilo que é hoje, escreve a Lusa.
Para isso, o PSD não pode ser um partido que «persegue os seus autarcas, que se autoflagela perdendo grandes câmaras [alusão à recente derrota eleitoral em Lisboa] e que só joga no "plateau" parlamentar, deixando a rua aos outros partido da oposição».
O candidato à presidência social-democratas nas eleições directas marcadas para 28 de Setembro falava na Agrival - Feira Agrícola do Vale de Sousa, em Penafiel. A sua visita ocorreu dois dias depois de Marques Mendes ali ter estado.
«Não é um PSD que se preocupa com o dia do cão, com o dia do gato, em vez de se preocupar com o dia dos portugueses que sofrem, que vêem as escolas a fechar e têm problemas de acesso à saúde» que pode derrotar o PS, sublinhou.
Tem de ser «um PSD diferente desse, normal, dos militantes, das bases e dos cidadãos, um PSD que tem todas as condições para, em 209, liderar o país», referiu ainda, sem nunca nomear Marques Mendes, que esta semana, em Matosinhos, o acusou de «ter por hábito fazer oposição ao partido».
Menezes afirmou ainda que o PSD «perde sistematicamente todos os debates políticos no Parlamento» e revela «incapacidade para colocar em cima da mesa políticas alternativas às do PS».
Acrescentou que «os portugueses sabem que se o PSD seguir este caminho não ganha em 2009», lembrando que cabe aos militantes escolher entre si e Marques Mendes.
«Vamos ver se os militantes querem compreender o que os portugueses não querem», acrescentou.
Menezes diz que «os portugueses têm duas opções»: «Compreender e mudar ou continuar pelo mesmo caminho e perder em 2009. Há liberdade de querer ganhar e há liberdade para querer perder».
Governo «radical, de direita e muito conservador»
O candidato a líder social-democrata tem vindo a manter contactos com organizações representativas de diversos sectores da sociedade que, em sua opinião, «representam grupos de portugueses descontentes».
A soma desses «descontentes», na sua óptica, corresponde «certamente a uma maioria importante de cidadãos que podem corporizar uma alternativa ganhadora em relação ao Partido Socialista». O que faz falta «é falar com eles, que alguém combata por eles contra este Governo, que não fala com ninguém».
Esse é o «caminho» que o PSD tem de seguir para ganhar as eleições gerais de 2009, sublinhou, procurando assim distanciar-se do actual partido, chefiado por Marques Mendes.
Menezes referiu-se, por outro lado, ao Governo de José Sócrates como sendo «radical, de direita e muito conservador», porque «só pensa nos que têm mais possibilidades, mais recursos, nos portugueses que já vivem melhor e no litoral, esquecendo o interior».
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