terça-feira, 18 de setembro de 2007
Carolina diz não saber quem agrediu Bexiga
A ex-companheira do presidente do FC Porto Carolina Salgado disse agora às autoridades não saber quem bateu no ex-vereador da Câmara de Gondomar Ricardo Bexiga, que deu início ao processo «Apito Dourado», noticia o jornal Público.
De acordo com o jornal, Carolina Salgado terá dito às autoridades que investigam os processos conexos ao «Apito Dourado» não saber quem bateu em Ricardo Bexiga, contrariando assim informações que revelou no livro «Eu, Carolina».
A ex-companheira de Pinto da Costa, escreve o Público, terá apenas revelado um terceiro autor moral do crime: Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, que terá sido encarregado de contratar dois operacionais que bateram no vereador da oposição na autarquia de Gondomar.
Segundo o Público, as declarações de Carolina Salgado contrariam o que a própria escreveu no seu livro recentemente publicado onde apesar de não revelar quem eram os autores da agressão deixa subentendido que sabe de quem se tratava, porque havia sido ela a «contratar os seus serviços».
Fernando Madureira e Pinto da Costa (outro dos alegados autores morais do crime) negaram qualquer participação, tendo o primeiro assegurado ter dado ordens ao seu advogado para avançar com uma queixa-crime por denúncia caluniosa.
O inquérito sobre a agressão a Ricardo Bexiga estava pendente do Departamento de Investigação e Acção Penal do Porto na altura em que Carolina Salgado revelou aqueles pormenores, mas este departamento nunca foi informado do que esta havia dito à Polícia Judiciária.
As declarações só foram conhecidas no momento em que o processo transitou para as mãos da equipa liderada pela Procuradora-Geral adjunta Maria José Morgado, Contactada pelo Público, Maria José Morgado recusou prestar esclarecimentos sobre o interrogatório a Carolina Salgado.
Apito Dourado: Pinto de Sousa desmente Carolina
O ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, Pinto de Sousa, também desmentiu Carolina Salgado sobre eventuais encontros com o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, e o ex-presidente da Liga Valentim Loureiro, refere a Lusa.
Valentim Loureiro desmentiu quinta-feira, em entrevista à SIC, as denúncias da antiga companheira de Pinto da Costa. Em declarações publicadas na edição do «JN», Pinto de Sousa também nega ter alguma vez almoçado em simultâneo com os dois dirigentes.
«O major (Valentim Loureiro) nunca esteve presente, tenho a certeza absoluta. Tenho também a certeza absoluta de que nunca estive presente no Degrau Chá», restaurante que Carolina Salgado terá indicado como local dos encontros entre os três responsáveis, num depoimento no âmbito da investigação do processo Apito Dourado.
A versão de Pinto de Sousa coincide, assim, com o agora presidente da Assembleia Geral da Liga, que na quinta-feira também assegurou que nunca almoçou ou jantou simultaneamente com Pinto de Sousa e Pinto da Costa.
«Na última meia dúzia de anos, eu, Pinto da Costa e Pinto de Sousa nunca almoçámos ou jantámos os três. Tenho a certeza absoluta do que estou a afirmar», frisou Valentim Loureiro, nas primeiras declarações públicas desde a publicação do livro da ex-companheira do presidente do FC Porto, Carolina Salgado.
Nas declarações que prestou, Valentim Loureiro desmentiu também um alegado encontro que Carolina Salgado refere no seu livro ter presenciado no Estádio do Bessa, durante o qual o ex-presidente da LPFP se teria queixado a Pinto de Sousa de uma arbitragem num jogo do Gondomar.
Valentim Loureiro garantiu que Pinto de Sousa não assistiu a «nenhum jogo entre o Boavista e o FC Porto nos últimos anos». O antigo líder do Conselho de Arbitragem prefere pegar por uma alegada incongruência no depoimento de Carolina Salgado.
«Para ela estar no Estádio do Bessa só pode ter sido a 27 de Outubro de 2003, dia do Boavista-FCPorto, uma vez que o Jorge Nuno (Pinto da Costa) não ia lá noutras ocasiões. Mas o jogo do Gondomar fora no dia anterior com o Freamunde e tinha ganho por 2-1. E na semana anterior ganhou 3-0 ao Lousada», explicou Pinto de Sousa.
Sobre as conversas telefónicas com Pinto da Costa sobre árbitros e arbitragens, Pinto de Sousa garantiu que era prática corrente receber queixas «para desabafar» de todos os dirigentes.
«Todos os dirigentes me ligaram a queixar-se dos árbitros. Não era só Jorge Nuno Pinto da Costa. Também clubes como o Benfica e Sporting. Eram todos para desabafar», esclareceu ao diário o antigo dirigente, acusado de 26 crimes de corrupção passiva para acto ilícito.
Major nega «almoços ou jantares» com ex-mulher de Pinto da Costa
Valentim Loureiro garantiu esta quinta-feira que nos últimos seis anos nunca almoçou, lanchou ou jantou com a ex-companheira de Pinto da Costa, Carolina Salgado.
«É mentira que na última meia dúzia de anos, que a senhora viveu com Pinto da Costa, eu alguma vez tenha almoçado, lanchado, ou jantado com a senhora», afirmou categórico o autarca de Gondomar, em declarações à «SIC».
Valentim respondeu, desta forma, às declarações de Carolina Salgado feitas ao juiz de instrução de Gondomar, no processo «Apito Dourado».
Tal como o PortugalDiário revelou na quarta-feira, a ex-companheira de Pinto da Costa referiu, no dia 18 de Dezembro, em Gondomar, que presenciou vários «encontros» entre Pinto da Costa, Valentim Loureiro e o ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, Pinto de Sousa, no restaurante «Degrau Chá», propriedade de Valentim Loureiro.
Tais encontros aconteciam, segundo Carolina, «mais ou menos de 15 em 15 dias ou quando algum jogo, quer para o Porto quer para o Gondomar, não corria de feição».
Carolina Salgado referiu ainda que esses encontros ocorriam no restaurante porque os visados sabiam que os seus telefones estavam sob escuta e assim «podiam falar mais tranquilamente».
Valentim responde com uma pergunta: «Então se soubéssemos que estávamos sob escuta, (partindo do princípio que esses encontros eram anteriores à minha detenção, em Abril de 2004) então íamos ter algumas conversas que deram origem à investigação?».
O major negou ainda uma suposta conversa com o Pinto de Sousa, na Sala VIP do estádio do Bessa, no Porto, para reclamar de um árbitro que, segundo Carolina, não teria beneficiado ou ajudado o Gondomar a ganhar o jogo.
Sobre as referências feitas no livro «Eu, Carolina», a respeito de uma alegada intervenção do ex-presidente da Liga no sentido de evitar uma punição a José Mourinho por rasgar uma camisola ao jogador Rui Jorge do Sporting, Valentim argumenta: «O livro diz que eu teria uma dívida de gratidão para com o senhor Pinto da Costa por me ter apoiado na candidatura à Liga, quando é sabido que Pinto da Costa promoveu outro candidato (José Guilherme Aguiar) que acabou por não avançar».
«Se tudo no livro for tão verdadeiro como isto...», atirou o visado, repetindo a ideia de que «Eu, Carolina» é o produto de «uma desavença entre umm casal».
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