domingo, 23 de outubro de 2011

Diplomatas de Carreira defendem as suas Mordomias‏

Vice-Consulado de Frankfurt Vítima de Interesses duma Classe
Porque fecham Vice-Consulados e não Consulados
António Justo
Um consulado faz o mesmo trabalho que um vice-consulado. O chefe dum consulado é um diplomata de carreira, mais para representar do que para trabalhar. E isto com a agravante que, no consulado ele ainda sobrecarrega os outros funcionários com trabalho seu e ocupa um escritório. Um Vice-cônsul faz o trabalho dos dois mas mais modicamente e mais próximo do povo.
As despesas com um Cônsul português na Alemanha chegariam para manter um vice-consulado. Pelo que consta, um cônsul além do seu ordenado tem direito a um subsídio mensal de renda de casa entre 3.000 e 4.000 euros, e um subsídio de representação de 7.000 euros mensais. Um consulado tem o seu cônsul, um vice-cônsul e outros empregados. Se o Governo nomeasse, em vez dum cônsul de carreira, apenas um vice-cônsul residente no país do Posto consular, poderia empregar o subsídio de residência que gastaria com o cônsul no aluguer das instalações para um vice-consulado e os sete mil euros de representação poderiam ser aplicados produtivamente. A redução de dois consulados para vice-consulados, na Alemanha, disponibilizaria dinheiros suficientes para se manter os vice-consulados de Frankfurt e de Osnabrück . Um cônsul custa ao erário público pelo menos 15 mil euros por mês.
Diplomatas de Carreira defendem as suas Mordomias
O Governo encontra grande oposição ao seu plano de reestruturação e poupança nas embaixadas e consulados de carreira. Aí poderia o Estado poupar fortunas mas não parece ter poder contra a classe dos diplomatas. Estes querem manter a maior parte de postos de carreira preferindo acabar com os vice-consulados, porque nestes não são precisos diplomatas de carreira. Será que Paulo Portas não tem poder para emagrecer este gordo couto, ou será que o poder corrompe? Uma nação economicamente ajoelhada torna-se ridícula nas regalias que dá às suas mordomias de representação sem obter nada em contrapartida. Naturalmente que as embaixadas se prestam param se tornarem reservados de ilustres dos partidos.
De facto, o encerramento dum vice-consulado encontra o apoio do corpo diplomático porque o vice-consulado faz o mesmo trabalho dum consulado não precisando, para o efeito,  pessoal diplomático. Este opõe-se, por isso, à passagem de Consulados a vice-consulados. Sabe-se porém que, duma maneira geral, Vice-consulados servem melhor o público do que os consulados.
O MNE ao seguir à pressão dos diplomatas não toma a sério as medidas de poupança.
O Estado deveria fazer contas. A falta de assistência aos portugueses desmotiva o envio de receitas para Portugal, fomenta a naturalização alemã bem como a ida de pessoas idosas para Portugal. Tudo problemas complicados. É preciso emagrecer a máquina e aproveitar a reforma para salvar as instituições que funcionam bem. A crise é uma grande oportunidade para finalmente se tomar a sério o Estado e o povo. Se se poupam na reforma os senhores do olimpo, a credibilidade de Portugal, para resolver a crise, torna-se nula. Senhor ministro Paulo Portas, aproveite a oportunidade para ficar na história como um estadista valente. Heróis só são possíveis em tempos de crise, há que não deixar passar a oportunidade. É preciso arrumar com as teias de aranha que ainda restam no corpo diplomático. Diplomacia é boa se não for construída à custa de privilégios que afastam do povo e obstruam o melhor servir!
Como constatamos a vida é luta e muitos dos que lutam alcançam um lugar ao sol na sociedade. Os diplomatas defendem afincadamente os seus privilégios porque sabem disso. E o povo, ingenuamente, queixa-se em vez de se levantar e protestar com eficácia. Democracia corre o risco de se tornar num álibi para justificar o domínio dos que sempre dominaram e viveram demasiado bem à custa dos Estados e dos Povos!
António da Cunha Duarte Justo
Conselheiro Consultivo do Vice-Consulado de Frankfurt

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Somos governados pelo homem do lixo


Se nos dermos ao trabalho de ler o curriculum profissional de Pedro Passos Coelho, constatamos, para além da vida política, estar lá alguma experiência empresarial com cargos sucessivos de director, administrador e presidente, fundamentalmente em empresas de tratamento de resíduos.
Tratamento de resíduos é um nome modernaço, embrulhado com a fita garrida da defesa do ambiente, para identificar a prosaica recolha de lixo. Ou seja, o primeiro-ministro é um homem do lixo.
Poderíamos dizer, depois do anúncio do saque ao contribuinte que o próprio fez na televisão para explicar o próximo Orçamento do Estado, que só quem está habituado a fazer um trabalho sujo estaria disposto àquele difícil papel.
É possível pensar que aquele homem sente a redenção da mesma missão visionária do presidente da Câmara de Paris que, no final do século XIX, enfrentou multidões a exigirem manter o direito de deitar no meio da rua o lixo que faziam em casa, em vez de se sujeitarem a um sistema de recolha.
Uma terceira hipótese é a de o País ter acumulado tanta porcaria que só um especialista em lixo será capaz de proceder, com eficácia, à limpeza.
Olhemos, porém, os factos. Passos Coelho deitou para o lixo a promessa de que não cortaria subsídios de Natal e 13.º mês. Deitou para o lixo a garantia de que não haveria aumento de impostos. Deitou para o lixo a insensata redução da taxa social única. Deitou para o lixo (ou, pelo menos, pôs na reciclagem) os cortes nas gorduras do Estado que beneficiam os poderosos (empresas de capitais públicos de gestão e utilidade suspeita, fundações com objectivos ridículos, autoridades que fingem que regulam, organismos e observatórios inócuos, etc., etc.). A caminho do lixo, aposto, está também a prometida redução de assessores dos ministérios em 20%. Tudo o que foi sufragado favoravelmente pelo eleitorado há apenas quatro meses está, já, no lixo.
Diz este gestor de resíduos que encontrou mais porcaria debaixo do tapete, uns três mil milhões de euros em despesas, o que justifica programar a ida de mais meio milhão de pessoas para o desemprego, a ruína de milhares de empresas e a humilhação dos funcionários públicos. Vão para o lixo.
Diz ainda que não há alternativa... Há e nada tem de revolucionária. Basta perceber o que se está a passar na Europa e aquilo que até Cavaco Silva, insuspeito de demagogia nesta matéria, tenta explicar há meses. Mas, é verdade, esse não é trabalho de tratamento de resíduos, é trabalho político complexo. Isso, o nosso homem do lixo parece não saber ou querer fazer.

Pedro Tadeu

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Que pena?‏

Para que nunca mais se possa dizer que só temos o que merecemos
OUVI-LOS, JULGÁ-LOS E PUNI-LOS

Primeiro facto:
Banqueiros e governos deram cabo da economia.

Segundo facto:
Banqueiros e governos apresentam a conta às famílias.

Terceiro facto:
Banqueiros e governos não explicam quatro coisas fundamentais:

1 O que provocou a «crise»? (que políticas económicas e financeiras);

2 – Quem provocou a «crise»? (nomes dos responsáveis políticos e dos banqueiros);

3 – Que medidas serão tomadas para que a «crise» não se repita?

4 – Como serão punidos os responsáveis pela «crise»?

Apenas posso contribuir com algumas sugestões:

Responsáveis:

- TODOS os governantes desde o primeiro governo constitucional;
- TODOS os Presidentes da República daí para cá;
- TODOS os deputados que protegeram e apoiaram os governos em causa.

Punição:

- Qualquer uma, desde que nunca mais ouvíssemos falar deles, e desde que ficassem impedidos de voltar a praticar os crimes cometidos.

NOTA As medidas anunciadas pelo governo, a nível de OGE, destinam-se a garantir que podemos continuar a pedir dinheiro emprestado para irmos vivendo. Não há uma medida destinada a que produzamos a riqueza suficiente para nos vermos livres dos credores. Para sermos livres e independentes. Por muito menos, um tal Miguel de Vasconcelos foi atirado da janela à rua.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Contra o corte cego da consoante muda

Aos 37 anos, sou um daqueles velhinhos que teimam em escrever "pharmácia" porque no tempo deles era assim. Eu tentei não ser reaccionário. Não tentei com muita força, mas tentei. Continuei a escrever como sempre, mas os revisores da VISÃO tinham depois o trabalho de corrigir o texto de acordo com a nova ortografia

Estou a ficar velho, mas a culpa não é minha. O corpo cria poucos cabelos brancos, ainda menos rugas e quase nenhuma pança, e a mente consegue manter-se imatura sem esforço nenhum. Estou a ficar velho por causa do acordo ortográfico. Aos 37 anos, sou um daqueles velhinhos que teimam em escrever "pharmácia" porque no tempo deles era assim. Bem sei que é cedo demais para estas teimosias, mas resisti até onde pude. Eu tentei não ser reaccionário. Não tentei com muita força, mas tentei. Continuei a escrever como sempre, mas os revisores da Visão tinham depois o trabalho de corrigir o texto de acordo com a nova ortografia. Vou pedir-lhes que deixem de o fazer. Eu sou do tempo em que se escrevia "recepção". Não adianta fingir que sou do tempo em que se escreve "receção" para nos aproximarmos dos brasileiros - que, curiosamente, vão continuar a escrever "recepção". 
O leitor quer saber porque é que este acordo ortográfico é absurdo, do ponto de vista linguístico? Então leia um linguista, que já vários se pronunciaram sobre isso. Comigo não conta para erudição, como sabe. Eu li os linguistas, mas quem me convenceu a ser contra o acordo foi a minha avó - que só tinha a terceira classe. "Ui, vem aí digressão biográfica", pensa o leitor. "E mete avós pouco instruídas, que acabam sempre por ser as mais sábias", continua, já um tanto impertinentemente. Tenha calma, não é uma enfadonha história de sabedoria anciã. É uma enfadonha história de amor ancião. Nos anos decisivos da minha vida, passei muito tempo em casa da minha avó, que não era, digamos, uma pessoa exuberantemente afectuosa. Não era dada a beijos e abraços. Sucede que, talvez por isso, eu também não sou uma pessoa exuberantemente afectuosa. Também não sou dado a beijos e abraços. Quando quero explicar a uma pessoa que gosto dela, tenho de recorrer a outros estratagemas. A minha avó cozinhava. Ou esperava por mim à janela. Eu digo coisas. Deu-me para isto. Faço tudo o que é importante com palavras, porque não sei fazer doutra maneira. Acho que foi isso que me atraiu na actividade de fazer rir as pessoas: trata-se de provocar uma convulsão física nos outros - mas sem lhes tocar. O Marquês de Sade gabava-se de produzir este e aquele efeito nas senhoras. Sim, mas a tocar também eu. Gostava de ver o sr. Sade fazer com que alguém se contorcesse sem contacto físico. 
Dito isto, eu estou preparado para que as palavras se alterem, para que a língua mude. Em português, temos a palavra "feitiço". Os franceses, que não podem ver nada, levaram-na e transformaram-na na palavra "fetiche" (quem mo disse foi o professor Rodrigues Lapa). Nós voltámos a ir buscá-la, e agora usamos feitiço para umas coisas e fetiche para outras. Portanto, a língua mudou e mudou-nos. Ter fetiches é diferente (e mais compensador) do que ter feitiços. Mas a ordem certa é esta: a língua muda, e depois muda-nos. Não somos nós que mudamos a língua na esperança de que ela nos mude da maneira que queremos. Se o objectivo é aproximarmo-nos dos brasileiros, aproximemo-nos dos brasileiros. Logo se verá se a língua resolve aproximar-se também. 
Claro que isto são rabugices de leigo. As rabugices de linguista têm mais valor, evidentemente. Mas o leitor também rabujaria se um acordo internacional o obrigasse a abraçar de outra forma, ou a beijar de modo diferente. "Recepção" escreve-se com "p" atrás do "ç". É assim porque o "p" provoca uma convulsão no "e" - sem lhe tocar. E eu tenho alguma afeição por quem consegue fazer isso. 

*Ricardo Aráujo Pereira escreve de acordo com a antiga ortografia

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Silva das Vacas

Algumas das reminiscências da minha escola primária têm a ver com vacas. Porque a D.ª Albertina, a professora, uma mulher escalavrada e seca, mais mirrada que uva-passa, tinha um inexplicável fascínio por vacas. Primavera e vacas. De forma que, ora mandava fazer redacções sobre a primavera, ora se fixava na temática da vaca. A vaca era, assim, um assunto predilecto e de desenvolvimento obrigatório, o que, pela sua recorrência, se tornava insuportavelmente repetitivo. Um dia, o Zeca da Maria “gorda”, farto de escrever que a vaca era um mamífero vertebrado, quadrúpede ruminante e muito amigo do homem a quem ajudava no trabalho e a quem fornecia leite e carne, blá, blá, blá, decidiu, num verdadeiro impulso de rebelião criativa, explicar a coisa de outra forma. E, se bem me lembro ainda, escreveu mais ou menos isto:
“A vaca, tal como alguns homens, tem quatro patas, duas à frente, duas atrás, duas à direita e duas à esquerda. A vaca é um animal cercado de pêlos por todos os lados, ao contrário da península que só não é cercada por um. O rabo da vaca não lhe serve para extrair o leite, mas para enxotar as moscas e espalhar a bosta. Na cabeça, a vaca tem dois cornos pequenos e lá dentro tem mioleira, que o meu pai diz que faz muito bem à inteligência e, por não comer mioleira, é que o padre é burro como um tamanco. Diz o meu pai e eu concordo, porque, na doutrina, me obriga a saber umas merdas de que não percebo nada como as bem-aventuranças. A vaca dá leite por fora e carne por dentro, embora agora as vacas já não façam tanta falta, porque foi descoberto o leite em pó. A vaca é um animal triste todo o ano, excepto no dia em que vai ao boi, disse-me o pai do Valdemar “pauzinho”, que é dono do boi onde vão todas as vacas da freguesia. Um dia perguntei ao meu pai o que era isso da vaca ir ao boi e levei logo um estalo no focinho. O meu pai também diz que a mulher do regedor é uma vaca e eu também não entendi. Mas, escarmentado, já nem lhe perguntei se ela também ia ao boi.”
Foi assim. Escusado será dizer que a D.ª Albertina, pouco dada a brincadeiras criativas, afinfou no pobre do Zeca um enxerto de porrada a sério. Mas acabou definitivamente com a vaca como tema de redacção.
Recordei-me desta história da D.ª Albertina e da vaca do Zeca da Maria “gorda”, ao ler que Cavaco Silva, presidente da República desta vacaria indígena, em visita oficial ao Açores, saiu-se a certa altura com esta pérola vacum: “Ontem eu reparava no sorriso das vacas, estavam satisfeitíssimas olhando o pasto que começava a ficar verdejante”! Este homem, que se deixou rodear, no governo, pelo que viria a ser a maior corja de gatunos que Portugal politicamente produziu; este homem, inculto e ignorante, cuja cabeça é comparada metaforicamente ao sexo dos anjos; este político manhoso que sentiu necessidade de afirmar publicamente que tem de nascer duas vezes quem seja mais honesto que ele; este “cagarola” que foi humilhado por João Jardim e ficou calado; este homem que, desgraçadamente, foi eleito presidente da República de Portugal, no momento em que a miséria e a fome grassam pelo país, em que o desemprego se torna incontrolável, em que os pobres são miseravelmente espoliados a cada dia que passa, este homem, dizia, não tem mais nada para nos mostrar senão o fascínio pelo “sorriso das vacas”, satisfeitíssimas olhando o pasto que começava a ficar verdejante”! Satisfeitíssimas, as vacas?! Logo agora, em tempos de inseminação artificial, em que as desgraçadas já nem sequer dispõem da felicidade de “ir ao boi”, ao menos uma vez cada ano!
Noticiava há dias o Expresso que, há mais ou menos um ano e aquando de uma visita a uma exploração agrícola no âmbito do Roteiro da Juventude, Cavaco se confessou “surpreendidíssimo por ver que as vacas, umas atrás das outras, se encostavam ao robô e se sentiam deliciadas enquanto ele, durante seis ou sete minutos, realizava a ordenha”! Como se fosse possível alguma vaca poder sentir-se deliciada ao passar seis ou sete minutos com um robô a espremer-lhe as tetas!!
Não sei se o fascínio de Cavaco por vacas terá ou não uma explicação freudiana. É possível. Porque este homem deve julgar-se o capataz de uma imensa vacaria, metáfora de um país chamado Portugal, onde há meia-dúzia de “vacas sagradas”, essas sim com direito a atendimento personalizado pelo “boi”, enquanto as outras são inexoravelmente “ordenhadas”! Sugadas sem piedade, até que das tetas não escorra mais nada e delas não reste senão peles penduradas, mirradas e sem proveito.
A este “Américo Tomás do século XXI” chamou um dia João Jardim, o “sr. Silva”. Depreciativamente, conforme entendimento generalizado. Creio que não. Porque este homem deveria ser simplesmente “o Silva”. O Silva das vacas. Presidente da República de Portugal. Desgraçadamente.


Luís Manuel Cunha in Jornal de Barcelos de 05 de Outubro de 2011.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Os europeus correm velozmente contra o muro


 
http://1.bp.blogspot.com/-3fLXWNjMaEE/TWH9oo0GTiI/AAAAAAAAKPM/NPPuA6Utqzs/s1600/Kuing+Yamang%252C+professor+de+economia.jpgOpinião de um professor chinês de economia, sobre a Europa - o Prof. Kuing Yamang, que viveu em França.

1. A sociedade europeia está em vias de se auto-destruir. O seu modelo social é muito exigente em meios financeiros. Mas , ao mesmo tempo, os europeus não querem trabalhar. Só três coisas lhes interessam: lazer/entretenimento, ecologia e futebol na TV! Vivem, portanto, bem acima dos seus meios, porque é preciso pagar estes sonhos de miúdos...

2. Os seus industriais deslocalizam-se porque não estão disponíveis para suportar o custo de trabalho na Europa, os seus impostos e taxas para financiar a sua assistência generalizada.

3. Portanto endividam-se, vivem a crédito. Mas os seus filhos não poderão pagar 'a conta'.

4. Os europeus destruíram, assim, a sua qualidade de vida empobrecendo. Votam orçamentos sempre deficitários. Estão asfixiados pela dívida e não poderão honrá-la.

5. Mas, para além de se endividar, têm outro vício: os seus governos 'sangram' os contribuintes. A Europa detém o recorde mundial da pressão fiscal. É um verdadeiro 'inferno fiscal' para aqueles que criam riqueza.

6. Não compreenderam que não se produz riqueza dividindo e partilhando mas sim trabalhando. Porque quanto mais se reparte esta riqueza limitada menos há para cada um. Aqueles que produzem e criam empregos são punidos por impostos e taxas e aqueles que não trabalham são encorajados por ajudas. É uma inversão de valores.

7. Portanto o seu sistema é perverso e vai implodir por esgotamento e sufocação. A deslocalização da sua capacidade produtiva provoca o abaixamento do seu nível de vida e o aumento do... da China!


8. Dentro de uma ou duas gerações, 'nós' (chineses) iremos ultrapassá-los. Eles tornar-se-ão os nossos pobres. Dar-lhes-emos sacos de arroz...

9. Existe um outro cancro na Europa: existem funcionários a mais, um emprego em cada cinco. Estes funcionários são sedentos de dinheiro público, são de uma grande ineficácia, querem trabalhar o menos possível e apesar das inúmeras vantagens e direitos sociais, estão muitas vezes em greve. Mas os decisores acham que vale mais um funcionário ineficaz do que um
desempregado...

10. (Os europeus) vão direitos a um muro e a alta velocidade...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Pobres dos nossos ricos...‏

A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos. 
 
Mas ricos sem riqueza.

Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.

Rico é quem possui meios de produção.

Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.

Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro, ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.

A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos "ricos".

Aquilo que têm, não detêm. 

Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros. 

É produto de roubo e de negociatas.

Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram. 

Vivem na obsessão de poderem ser roubados. 

Necessitavam de forças policiais à altura.

Mas forças policiais à altura acabariam por lançá-los a eles próprios na cadeia. 

Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade.

Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem ...
 
MIA COUTO
(escritor moçambicano)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS!!‏

Os preços dos combustíveis no planeta ...
Eles tomam-nos por idiotas! E,  NÓS SOMOS OS IDIOTAS

Bélgica - diesel ? 1,222!
França
- diesel ? 1,294!
Azerbaijão - Diesel 0,31 euros
Egipto - Diesel 0,14 Euros
Etiópia - Super 0,24 EUR
Bahamas - Diesel 0,25 EUR
SERÁ QUE ESTES TAMBÉM TÊM POÇOS DE PETRÓLEO?
Bolívia - Super 0,25 EUR
Brasil - Diesel 0,54 EUR
China - Normal 0,45 EUR...........e depois os chineses é que têm culpa do excesso de consumo!!!!! ou nós é que também andamos a pagar para estes?
Equador - Normal 0,24 EUR
Gana - Normal 0,09 EUR!!!!!!!
Gronelândia - Super 0,50 Euros
Guiana - Normal 0,67 EUR
Hong Kong - Diesel 0,84 Euros
Índia - Diesel 0,62 EUR
Indonésia - Diesel 0,32 EUR
Iraque - Super 0,60 EUR
Cazaquistão - Diesel 0,44 EUR
Qatar - Super 0,15 Euros
Kuwait - Super 0,18 Euros
Cuba - Normal 0,62 EUR
SERÁ QUE ESTES TAMBÉM TÊM POÇOS DE PETRÓLEO?
Líbia - Diesel 0,08 Euros!!!!!!!
Malásia - Super 0,55 Euros
México - Diesel 0,41 EUR
Moldávia - Normal 0,25 EUR SERÁ QUE ESTES TAMBÉM TÊM POÇOS DE PETRÓLEO?
Omã - Super mais 0,20 euros
Perú - Diesel 0,22 EUR
.   SERÁ QUE ESTES TAMBÉM TÊM POÇOS DE PETRÓLEO?
Filipinas - Diesel 0,69 EUR
Russia - Super 0,64 Euros
Arábia Saudita - Diesel EUR 0,07 !!!!!!
África do Sul - Diesel 0,66 EUR
SERÁ QUE ESTES TAMBÉM TÊM POÇOS DE PETRÓLEO?
Suazilândia - Super 0,10 ! Euros!!!!! SERÁ QUE ESTES TAMBÉM TÊM POÇOS DE PETRÓLEO?
Síria - Diesel 0,10 Euros!!!!!
Trinidad - Super 0,33 EUR
SERÁ QUE ESTES TAMBÉM TÊM POÇOS DE PETRÓLEO?
Tailândia - Super 0,65 EUR
Tunísia - Diesel0,49 EUR
EUA - Diesel 0,61 Euros
Venezuela - Diesel 0,07 EUR!!!!!
Emiratos Árabes Unidos - Diesel 0,18 Euros
Vietname - Diesel 0,55 EUR
Ucrânia - Diesel 0,51 EUR
Portugal - Diesel ? 1,405!

 
É inacreditável, não é?

Os países da União Europeia, e os seus Ministros das Finanças, realmente tomam as pessoas por idiotas ...  + IVA TIPP + PIT + ISF + IVA + imposto de consumo sobre a extorsão de diversos e variados

domingo, 11 de setembro de 2011

Marques Mendes critica inacção do Governo na redução da despesa.É preciso extinguir.

Marques Mendes, ex-líder do PSD, tal como já tinha feito durante o Governo de Sócrates, apresentou uma extensa lista com propostas de extinções e fusões de entidades públicas.

Marques Mendes, ex-presidente do PSD, afirmou nesta quinta-feira à noite que “é preciso concretizar” a redução da despesa, nomeadamente através de fortes cortes no aparelho do Estado, salientando que anunciar a intenção não é suficiente. Se o Executivo não concretizar esta iniciativa, “perde o capital de esperança que acumulou”, vaticinou.
No seu comentário habitual no programa Política Mesmo, na TVI 24, Mendes, tal como já tinha feito durante o Governo de José Sócrates, apresentou uma lista com propostas de extinções e fusões de empresas públicas, institutos públicos, direcções-gerais e órgãos consultivos. Uma lista ainda mais extensa do que a anterior.
“O Governo diz que a consolidação orçamental vai fazer-se: dois terços pelo lado da redução da despesa e um terço pelo lado do aumento da receita. Ainda bem. Só que não chega anunciar. É preciso concretizar”, sublinhou.
Para o antigo líder dos sociais-democratas, é preciso, “sobretudo, concretizar o emagrecimento da máquina do Estado. O monstro do Estado não pode continuar descontrolado e a sugar tantos recursos e impostos”, disse.
Mendes, que já na semana passada, no mesmo programa televisivo, tinha tecido fortes críticas à política fiscal do Governo, com destaque para o aumento de impostos, afirmou que a lista que revelou é um contributo de sugestões que dá ao Governo para os cortes a realizar na máquina do Estado, com as respectivas vantagens: “Haverá menos despesa; o fim destes serviços faz o Estado poupar e muito; haverá menos clientelismo; estas decisões levarão ao fim de dezenas e dezenas de cargos dirigentes e menos burocracia, e o cidadão sairá a ganhar com menos estruturas burocráticas.”
O ex-presidente do PSD, que citou alguns exemplos dos cortes, extinções e fusões, deixou um alerta ao Governo de Pedro Passos Coelho. Lembrou que se os cidadãos virem o Estado a dar também o exemplo de emagrecimento das suas estruturas, “confiam nas medidas tomadas e até aceitam bem os sacrifícios que há a fazer.”
“Se ao contrário, os cidadãos só vêm mais impostos e reduções apenas nas despesas sociais, sem que haja cortes a sério na máquina do Estado e na burocracia estatal, então começam a desconfiar e o Governo vai perdendo o capital de esperança que acumulou”, concluiu.
Marques Mendes apenas referiu alguns exemplos de extinções e fusões de organismos públicos na sua intervenção na TVI, mas a lista, a que o PÚBLICO teve acesso, é longa. São mais de 60 as operações propostas pelo ex-presidente do PSD. A lista na íntegra, tal como Marques Mendes a elaborou, é a seguinte:
Ministério da Economia e do Emprego
1. Fusão da Transtejo, SA com a SOFLUSA,SA.
a) As 2 empresas fazem o mesmo, como já recordou o Tribunal de Contas.
b) EXTINGUIR uma delas, por fusão com a outra.
2. Extinção da NAER- Novo Aeroporto, SA.
a) As suas funções podem perfeitamente passar para a ANA, EP (Empresa de Aeroportos e Navegação Aérea).
b) EXTINGUIR.
3. Extinção do SIEV – Sistema de Identificação Electrónica de Veículos, SA.
a) As suas competências integradas no IMTT (antiga Direcção Geral de Viação).
b) EXTINGUIR.
4. Extinção da EDAB – Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja, SA.
a) Já não faz qualquer sentido (aeroporto concluído).
b) EXTINGUIR.
5. Extinção da Fundação das Comunicações Móveis.
a) Tratou do Computador Magalhães e AR até já propôs a sua extinção.
b) EXTINGUIR.
6. Extinção do Gabinete do Metro Sul do Tejo, IP.
a) Não faz sentido, hoje.
b) EXTINGUIR.
7. Extinção do INIR – Instituto Nacional de Infraestruturas Rodoviárias, IP.
a) Competências já hoje partilhadas com as Estradas de Portugal, EP e o IMTT (antiga Direcção Geral de Viação).
b) EXTINGUIR.
8. Extinção do GISAF – Gabinete Investigação e Segurança de Acidentes Ferroviários.
a) Tem funções de investigação que também estão na CP e na REFER.
b) EXTINGUIR.
9. Extinção das Direcções Regionais de Economia (5), integrando as sua competências nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR’s) – 5.
a) Competências duplicadas.
b) EXTINGUIR 5 estruturas.
10. Extinção de mais 2 Organismos Consultivos:
• O Conselho Nacional da Formação Profissional.
• O Conselho Nacional da Higiene e Segurança no Trabalho.
a) Competências duplicadas com várias Direcções Gerais.
b) EXTINGUIR os 2.
11. Observatório do Emprego.
a) Competências podem ser integradas no Centro de Relações Laborais.
b) EXTINGUIR.
12. Comissão de Planeamento de Emergência do Transporte Aéreo.
a) Competências podem ser assumidas pelo Instituto Nacional de Aviação Civil.
b) EXTINGUIR.
13. Comissão de Planeamento de Emergência do Transporte Marítimo.
a) Competências podem ser assumidas pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos.
b) EXTINGUIR.
14. Comissão de Planeamento de Emergência do Transportes Terrestres.
a) Competências podem ser assumidas pelo Instituto Portuário da Mobilidade e dos Transportes Terrestres.
b) EXTINGUIR.
Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território
1. Extinção da GESTALQUEVA, SA.
a) Trata do Fomento do Turismo na Zona do Grande Lago. Sem sentido.
b) EXTINGUIR.
2. Extinção da FRENTEJO, SA
a) Competências na gestão da rede ribeirinha, que podem passar para outras entidades (Municípios)
b) EXTINGUIR
3. Extinção da Empresa do Arco Ribeirinho, Sul, SA.
a) As suas competências podem passar para os Municípios de Almada, Seixal e Barreiro.
b) EXTINGUIR.
4. Extinção:
• Agência Portuguesa do Ambiente;
• ICN – Instituto Conservação da Natureza;
• INAG – Instituto Nacional da Água;
• Conselho Nacional da Água.
a) Têm todos competências muito semelhantes e, nalguns casos, sobrepostas.
b) EXTINGUIR os 4 e criar, em alternativa, um único – a Agência Portuguesa do Ambiente (exemplo Britânico).
5. Extinção das ARH – Administração Recursos Hídricos (5).
a) As suas competências podem e devem ser integradas nas CCDR – Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional.
b) EXTINGUIR.
6. Extinção do Gabinete do Planeamento do Ministério da Agricultura.
a) Concebe projectos e gere o PRODER, funções também no IFAP.
b) EXTINGUIR.
7. Extinção do Gabinete Coordenador do Programa Finisterra.
a) As suas competências podem ser integradas no Instituto da Água.
b) EXTINGUIR.
Ministério da Solidariedade e da Segurança Social
1. Extinção de 5 Organismos consultivos:
• O Conselho Nacional de Segurança Social.
• O Conselho Nacional do Rendimento Social de Inserção.
• O Conselho Nacional para a Reabilitação.
• O Conselho Consultivo das Famílias.
• A Comissão de Protecção de Políticas da Família.
a) Competências duplicadas com várias Direcções Gerais.
b) EXTINGUIR os 5 Organismos.
2. Extinção de 2 Institutos:
• Instituto de Informática
• Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu.
a) Competências que podem ser integradas no Gabinete de Estratégia e Planeamento
b) EXTINGUIR os 2.
3. Extinção de 2 Institutos:
• Instituto da Segurança Social
• Instituto Nacional para a Reabilitação
a) Competências que podem ser integradas na Direcção-Geral da Segurança Social.
b) EXTINGUIR os 2 Institutos.
Ministério da Educação e Ciência
1. Extinção da Empresa Parque Escolar, EP.
a) Construção de Escolas deve ser contratualizada com autarquias e executadas por estas. É, além do mais, muito mais económico (esta empresa constrói escolas, hoje, a preços muito superiores aos praticados pelas autarquias).
b) EXTINGUIR.
2. Extinção do GAVE – Gabinete de Avaliação Educacional.
a) Competências duplicadas com Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.
b) EXTINGUIR.
3. Extinção do MISI – Gabinete Coordenador do Sistema Informático do ME.
a) Competências duplicadas com o GEP – Gabinete de Estratégia e Planeamento.
b) EXTINGUIR.
c)
4. Extinção do Gabinete de Gestão Financeira do Ministério da Educação.
a) Competências que podem passar para a Secretaria Geral do Ministério da Educação.
b) EXTINGUIR.
Comissão para a Organização dos Recursos Educativos
a) Competências podem ser integradas no Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação.
b) EXTINGUIR
5. Observatório das Políticas Locais da Educação.
a) Competências podem ser integradas no Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação.
b) EXTINGUIR.
Ministério da Saúde
1. Extinção de uma Empresa – a SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE.
a) As suas competências podem ser integradas na ACSS – Administração Central do Sistema de Saúde.
b) EXTINGUIR.
2. Extinção do Instituto da Droga e da Toxicodependência.
a) Competências devem ser integradas a Direcção-Geral de Saúde e organismos desconcentrados.
b) EXTINGUIR.
3. Extinção de mais 1 organismo consultivo – o Conselho Nacional de Saúde.
a) Competências que devem estar na Direcção-Geral de Saúde.
b) EXTINGUIR.
4. Estrutura de Missão Parcerias Saúde.
a) Não faz sentido.
b) EXTINGUIR.
Ministério da Justiça
1. Fundir a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais e a Direcção-Geral da Reinserção Social.
a) Competências afins e sobrepostas. Podem ser fundidas – poupa-se 1 organismo.
b) EXTINGUIR – Menos 1 serviço.
2. Fundir o Instituto de Gestão Financeira e de Infraestruturas da Justiça, IP e o Instituto das Tecnologias de Informação na Justiça, IP.
a) Competências afins e sobrepostas. Podem ser fundidos – poupa-se 1 organismo.
b) EXTINGUIR – Menos 1 Instituto.
3. Extinguir o Gabinete de Resolução Alternativa de Litígios.
a) Competências podem ser integradas na Direcção-Geral de Administração da Justiça.
b) EXTINGUIR.
Ministério da Administração Interna
1. Extinção da EMA – Empresa de Meios Aéreos, SA.
a) As suas competências podem ser integradas no Serviço Nacional de Protecção Civil.
b) EXTINGUIR.
2. Extinção da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
a) Competências podem ser integradas no IMTT.
b) EXTINGUIR.3. Missão para o SIRESP – UN-SIRESP.
a) Não faz sentido.
b) EXTINGUIR.
Ministério das Finanças
1. Extinção da Empresa GERAP – Empresa de Gestão Partilhada de Recursos da Administração Pública, EPE.
a) As suas competências podem ser integradas na Direcção-Geral da Administração e Emprego Público.
b) EXTINGUIR.
2. Extinção da Empresa ANCP – Agencia Nacional de Compras Públicas, EPE.
a) As suas competências podem ser integradas na Direcção-Geral da Administração e Emprego Público.
b) EXTINGUIR.
Assembleia da República
Comissão Nacional de Eleições:
a) Estrutura permanente encarregue de fiscalizar os actos eleitorais;
b) A seguir ao 25 de Abril podia justificar-se;
c) Agora não faz sentido ser uma Comissão Permanente;
d) ABSURDO – Funciona em Permanência (365 dias por ano) mas só tem competências quando há eleições (nos 30 dias antes das eleições);
e) Pode ser extinta e as suas competências integradas no STAPE (Secretariado Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral, no MAI); ou quando muito, Ser uma Comissão Eventual (a funcionar só nos períodos eleitorais).
Texto de Luciano Alves -Publico

A interrogação de Carl Sagan

Pitágoras triunfou. Os números são a realidade. Por isso se começou a falar deste 11 de Setembro com semanas de antecedência. Por isso se sente a pressão para dizer (ainda mais) qualquer coisa neste ano. Porque é o décimo. Como se isso o fizesse qualitativamente diferente do nono e do décimo primeiro. Como se só pudéssemos voltar ao assunto, ou ser tão profundos, exaltados e definitivos, no vigésimo aniversário. Eis a decisiva importância sentimental do zero, um nada que é tudo.
O que mais me surpreendeu nesse dia foram as piadas que apareceram horas depois. Horas depois. De pessoas com quem me dava com menor ou maior proximidade. Só porque o alvo tinha sido a América, as vítimas os americanos. Significava que havia uma outra forma de terror muito mais insidiosa, a ausência de empatia naqueles com quem partilhamos o espaço e o tempo.
O que o 11 de Setembro representa transcende a alegada questão política. A sua mensagem é verdadeiramente apocalíptica. Diz-nos que haverá sempre alguém que fará tudo o que puder, recorrendo a complexas capacidades cognitivas e força de vontade, para destruir a Humanidade. Caso tenha os meios para isso, ser-lhe-á igual destruir um autocarro, comboios, arranha-céus ou a Terra inteira. Aliás, para este tipo de martírio psicótico, quão maior a destruição, maior a felicidade.
Quando Carl Sagan se questionava a respeito da possibilidade de existir vida inteligente noutros planetas, punha como hipótese que as civilizações galácticas pudessem autodestruir-se após chegaram a um certo ponto de desenvolvimento tecnológico. Temos essa capacidade por via das armas nucleares e das restantes tecnologias destrutivas que sempre nascem do avanço científico. Dada a pulsão irracional que transportamos, que até leva potenciais vítimas do terror a defender os terroristas, talvez esta experiência da civilização num discreto planeta nas bordas da galáxia seja um mero ensaio que correu mal. Num outro planeta, dos triliões que existem, certamente as coisas correrão melhor. No universo, o que não falta são locais para a Criação ir tentando até acertar. E, dizem ainda outros, o que não falta são universos. Infinitos.

In: Aspirina B

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

RTP...o outro lado da historia‏

1º Sabia que todos os países da Europa comunitária e inclusive os Estados Unidos tem serviços públicos de televisão, e que o modelo misto de mercado que existe em Portugal é a regra e não a exeção?

2º - Sabia que o serviço público de televisão prestado pela RTP é não só um dos mais baratos da Europa, é também um dos mais baratos do mundo? Custa cerca de 15 centimos por dia, não por pessoa, mas por contador de luz.

3º Sabia que por esses 15 centimos são emitidos diariamente 8 canais de televisão com programação diferenciada (RTP1, RTP2, RTPN, RTP Memória, RTP África, RTP Internacional, RTP Madeira, RTP Açores) 5 antenas de rádio (Antena 1, Antena 2, Antena 3, RDP África e RDP Internacional), com uma audiência potencial de cerca de 150 milhões de pessoas?

4º Sabia que a RTP possui o maior e melhor arquivo audiovisual do país e um dos melhores do seu género em todo o mundo?

5º Sabia que os trabalhadores da RTP são dos mais produtivos do sector televisivo europeu, recebendo menos salário liquido do que os seus congéneres no privado e que auferindo em média 50% do que os seus colegas europeus?

6º - Sabia que os trabalhadores da RTP não têm aumentos salariais reais desde 2003, sendo os trabalhadores do sector estado os que mais percentual de poder de compra perderam numa década?

7º Sabia que a publicidade da RTP não entra para os seus cofres mas está sim indexada ao pagamento de um empréstimo bancário a um sindicato bancário alemão e holandês, que assumiram o passivo?

8 – Sabia que essa dívida ronda os 600 milhões de euros a um spread baixíssimo, e que este sindicato deseja renegociar o empréstimo à anos?

9 – Sabia que no caso da RTP ficar sem publicidade o accionista Estado teria que assumir o pagamento da dívida, mais juros por inteiro e de imediato?

10 – Sabe quem pagará a dádiva de um canal à Ongoing pelo governo de Passos Coelho? Você e vai custar-lhe 600 milhões de euros."

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Chanfalhos

Não posso deixar de lembrar aqui uma entre muitas das experiências por mim vivida quando jovem dos 20/23 anos. Passa-se o caso em finais da década de 60.
Vivia então em Benfica e utilizava com frequência o comboio da linha de Sintra para me dirigir à faculdade. O comboio frequentemente chegava atrasado ao Rossio. Certo dia gerou-se um imenso burburinho quando algumas pessoas se dirigiram ao Chefe da Estação que por ali foi encontrado à mão, pedindo que lhes passasse um documento justificativo do atraso para poderem apresentar nos empregos. Resposta do sujeito: Esses documentos só são passados pela Estação de Santa Apolónia!
Perante o aberrante da situação as pessoas exasperadas pelos constantes atrasos entraram a manifestar-se um tanto agressivamente mas apenas no que ao tom de voz se referia.
Interveio a polícia que imediatamente deitou a mão a um jovem que mais activamente se manifestava e que se pôs a jeito. Acontece que na minha inocência juvenil (alguns lhe chamarão parvoíce) eu, que me encontrava perto do jovem a que o policia deitara a mão não me contive e aproximei-me de um segundo polícia que entretanto chegara, dizendo-lhe querer ser testemunha do jovem a quem fora dada voz de prisão. Passou-se então o que nunca mais na minha vida esquecerei.
Estavam dezenas e dezenas de pessoas rodeando-me a mim e ao polícia a quem me dirigira. Este lançou-me as mãos ao pescoço, voltou o casse-tête ao contrário, levantou-o no ar ameaçadoramente e só não o abateu sobre a minha cabeça... porque terá tido um último lampejo de consciência!
E agora chego ao ponto a que queria chegar! É que, ao mesmo tempo que vi levantar-se sobre a minha cabeça o chanfalho agressivo do polícia, vi fugirem em todas as direcções as muitas e muitas pessoas que estavam à minha volta. Fiquei só à mercê do polícia e... lá fui para a esquadra... “prestar contas à justiça!” Digam lá se os portugueses não são uns valentões... mas apenas quando podem!!!

In: Aspirina B

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Siga o baile


Tenho notado que, para algumas pessoas que eu conheço, aquilo que era péssimo no tempo de Sócrates, agora passou a ser bom. Ou tolerável. E nem estou a falar das políticas, porque aí já não espero outra coisa. Sempre que se trate de tirar ao pobre para dar ao rico – ou, na melhor das hipóteses, de tirar ao pobre para não tirar ao rico – «socialistas» e «social-democratas» estão sempre de acordo, como se vê. A política, em Portugal, é mesmo assim: os actos não são avaliados por aquilo que são, mas por quem os pratica. Faz-me lembrar aquela piada, que fala do pai que está no baile a tomar conta da filha e, no meio da dança, ela grita: ai, paizinho, que me apalparam o rabo! E ele berra: Alto e pára o baile. Quem foi o f.d.p. que apalpou o rabo à minha filha? E diz um primo da moça: fui eu, meu tio. E volta a gritar o pai: então que siga o baile, que o moço é da família!

Das políticas, portanto, não falarei hoje. Vou antes falar dos comilões moralistas. Há dias, soube-se que a presidente da Assembleia da República atribuiu a Mota Amaral, na qualidade de ex-presidente do Parlamento, um gabinete, uma secretária, um BMW 320 e um motorista.

Denunciei isto, dizendo que não há nada como ser ex, desde que não seja ex-trabalhador, isto é: reformado. Salvo, é claro, se for reformado da administração da Caixa Geral de Depósitos, com 18 mil euros mensais, ao fim de 18 meses de grande labor, como o subtil Mira Amaral, que manda os outros apertar o cinto. E outros reformados do mesmo género.
Assim é que é. A aristocracia política deste país, seja ela cor-de-rosa ou laranja, cuida dos seus. É bonito, é comovente. Tá bem, a gente paga. Já estamos habituados, não é? Um amigo meu, que se não é da área do PSD, parece, respondeu-me que seria grave se a mordomia tivesse sido recusada a outros ex-presidentes do Parlamento, que não vê na coisa um aumento de despesismo e que não sabe se a medida foi aprovada por todos os partidos. Isto é: um homem que se dispôs, voluntariamente, a ser deputado, e que chega a presidente do Parlamento, quando acaba as suas funções precisa de carro, motorista, gabinete e secretária, para quê? Cumprida a sua missão, volta para a sua vidinha, e já vai bem aviado com a sua bela reforma e outras alcavalas. Ou não? E a coisa é boa, ou má, consoante tenha sido aprovada por um, por alguns ou por todos? Para mim, é sempre má. Mordomia, cheira-me sempre mal. E afirmar que estas mordomias não têm custos? Só se é agora, por via de algum milagre à espera de confirmação pontifícia.

Entretanto, ficámos a saber que há pessoas que são autênticos génios. Pelas suas capacidades e competências, e pela sua aptidão para dilatar o tempo. Repare-se no super-homem António Nogueira Leite, que vai ser vice-presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos e ganhar mais de 20 mil euros por mês.

Este senhor, que foi conselheiro de Pedro Passos Coelho (quem diria?), vai assumir funções executivas, ocupando o lugar de número dois do próximo presidente executivo do banco público, já é:

Administrador executivo da SEC, administrador executivo da José de Mello Saúde, administrador executivo da EFACEC Capital, administrador executivo da Comitur Imobiliária, administrador (não executivo) da Reditus, administrador (não executivo) da Brisa, administrador (não executivo) da EDP Renováveis, administrador (não executivo) da Quimigal, presidente do Conselho Geral da OPEX, membro do Conselho Nacional da CMVM, vice-presidente do Conselho Consultivo do Banif Investment Bank, membro do Conselho Consultivo da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações e vogal da Direcção do IPRI. É membro do Conselho Nacional do PSD desde 2010.
Gente desta é que o país precisa. Capaz de desempenhar tantos cargos, sendo que só um deles lhe ocupará mais de oito horas diárias. Para além disto, este senhor é um dos que vai rotineiramente à televisão explicar aos portugueses a necessidade de sacrifícios e de redução de salários.

Mas há mais: O ex-vice presidente do PSD José Pedro Aguiar-Branco é outro dos "campeões" dos cargos nas cotadas nacionais. O advogado é presidente da mesa da Semapa (que não divulga o salário do advogado), da Portucel e da Impresa, entre vários outros cargos. Por duas AG em 2009, Aguiar-Branco recebeu 8.080 euros, ou seja, 4.040 por reunião. E, claro, também vai frequentemente à televisão explicar aos portugueses a necessidade de sacrifícios e de redução de salários. E agora é Ministro da Defesa.
Mas para muita gente que eu conheço, denúncias destas só eram excelentes quando era o bando cor-de-rosa o alvejado. Para eles, o que é censurável é o Zé, que ganha o salário mínimo, meter baixa para ir desenrascar umas massas extras num biscate. Ou um reformado de quase setenta anos, ser obrigado, devido à erosão da sua reforma, a procurar trabalho. Isso, é imoral.

Quantos aos Miras, aos Nogueiras Leites e aos Aguiares-Brancos, esses, meus amigos, claro que não precisam de meter baixa.

Haja vergonha, tá?





(João Carlos Pereira)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

As mentiras de Pedro Passos Coelho

1. A mais crassa de todas. Livro favorito: “A Metafísica dos Costumes” de Hegel quando toda a gente sabe que a “A Fundamentação Metafísica dos Costumes” foi escrita por Immanuel Kant. Nem no nome completo do livro, Passos conseguiu acertar.
Era na altura este o candidato que o PSD pretendia lançar contra José Sócrates. Será que Passos algum dia virá desmentir esta como veio tentar desmentir a declaração do “desvio colossal”.

2. “O passe social dos transportes para que todos possam andar de transportes públicos”

“O passe de Coelho” – um passe para trás é certo (sublinhado meu)

Passos Coelho quer um passe social só para pobres. Como os que nos têm governado, não fez as contas certas. Ao subsidiar o transporte coletivo o Estado poupa dinheiro. À sociedade, à economia e a si próprio.” ín Expresso, 8 de Fevereiro de 2011.
No fim de Julho, após reunião de Conselho de Ministros, o governo de Coligação decide aumentar em média 15% o preço dos transportes públicos. Passos Coelho faz-se refém do Memorando de Entendimento assinado pela troika (ver aqui).
O Ministro das Finanças Álvaro Santos Pereira, sim, aquele bacalhau que o PSD foi buscar ao Canadá para o Movimento Mais Sociedade, lança as tarifas sociais. Quais tarifas sociais? Ver aqui. Estão contempladas nos transportes Públicos? Em quais? Nos que sofreram aumento?
Fonte: i online.

3. “O BPN”

Ver aqui, a 10 de Dezembro do ano transacto.
Pedro Passos Coelho pedia ao executivo Sócrates, em particular ao Ministro Teixeira dos Santos, informação clara e concisa sobre o estado do BPN e os custos que as decisões do estado em relação ao banco iriam custar aos cofres públicos.
“Em dever de lealdade, transparência e rigor, era importante que, depois de terem falhado as operações que o governo tinha destinado para o BPN ainda este ano, nomeadamente a sua reprivatização, houvesse uma informação clara e concisa ao país quanto à intenção que tem para futuro e sobretudo ao custo que essa intervenção representa nos dias de hoje” - defendeu perante os jornalistas.
fonte: Jornal de Notícias
A 30 de Julho de 2011, 7 meses e 20 dias depois, já como primeiro ministro deu autorização ao seu ministro das Finanças para vender o BPN à pior proposta possível, feita por um banco cuja cara principal é um gestor que já foi ministro de um Governo Constitucional do PSD (Mira Amaral) e ainda por cima para além dos 2360 milhões de euros que custou aos contribuíntes portugueses, a proposta vencedora ainda contempla que o estado tenha que pagar indeminizações aos funcionários que o BIC irá reduzir no banco, acartar com as custas de metade da totalidade do crédito mal parado e acartar com os custos do fecho de dependências e agências do banco.
Uma intervenção brilhante.
Juntando a isto, o facto de Pedro Passos Coelho e do seu ministro das finanças ainda não terem disponibilizado publicamente as ofertas dos outros interessados à compra do banco. Revela uma clareza e uma transparência formidável, estando praticamente esmiuçadas pela Comunicação Social as melhores ofertas tanto de Montepio como dos investidores que fizeram proposta para comprar o banco.
Mais uma mentira, portanto.
4. “Passos Coelho e os impostos”
A 21 de Março: “devem descer, porque Portugal tem uma carga tributária e fiscal excessiva.” – era candidato, precisava obviamente deste trunfo para se fazer ao povo.
Expresso
A 24 de Março: “devem subir para o Estado obter receitas extraordinárias”  – em Bruxelas.
No mesmo dia à TVI: “Não posso prometer que não aumente os impostos”

A 5 de Maio: “não irão aumentar. Isso é uma invenção do PS” – era candidato, estava na recta final da caça ao voto.

Jornal de Notícias
O Governo toma posse e o que é que acontece? Imposto extraordinário sob 50% do subsídio de Natal dos que auferem rendimentos superiores ao salário mínimo.
Estamos perante um conjunto de mentiras cujo pior facto de realmente o serem, é a bipolaridade das declarações de Passos Coelho. Essa bipolaridade política que só os candidatos em vésperas de eleições conseguem manobrar: dizer sim e não conforme lhes convém, dançar ao som da música que lhes tocam e atirar as culpas para o principal adversário na contenda.
5. “O mercado de trabalho. Flexibilizar ou não flexibilizar. Criar emprego ou aumentar o estigma do desemprego”
“As políticas de emprego mais profundas, para combater o desemprego” – disse a 10 de Dezembro. Já liderava o PSD e já se sabia que seria candidato.
JN
“Aposta na criação de emprego para voltar a trazer a esperança às novas gerações” – a 11 de Maio, em plena campanha eleitoral.
Fonte: ‘PSD´
No Governo, aprova em conselho de ministros e faz uso da sua maioria parlamentar para aprovar a redução das indeminizações pagas por cada ano de trabalho aos novos contratos laborais de 30 para 20 dias.
Mais uma mentira, portanto.
Depois de todas estas declarações e da sua análise ao nível das primeiras intervenções feitas pelo Governo liderado por Passos Coelho, apenas posso concluir que o nosso primeiro-ministro é um mentiroso. Um mentiroso compulsivo de um calíbre e artimanhas comparáveis às do seu antecessor. Artimanhas das quais Passos Coelho tanto reclamava quando estava na oposição.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Acusações de traição agitam cúpulas da distrital do PSD de Santarem

O tesoureiro da comissão política distrital de Santarém do PSD, António Campos, encontra-se demissionário e deverá formalizar em breve a sua renúncia ao cargo. Em causa estão divergências políticas com o presidente dessa estrutura partidária, Vasco Cunha, que se tornaram insanáveis ao ponto de terem minado a confiança política e o relacionamento pessoal entre ambos.
Durante uma entrevista a O MIRANTE realizada na passada semana e publicada nesta edição, Vasco Cunha referiu a dado passo que perdeu a confiança política em António Campos, adiantando que não admite “traições” entre o seu núcleo duro. Vasco Cunha reconhece que as divergências “tiveram maior expressão na composição da lista de deputados, mas é um processo que já vinha de trás, que se iniciou com a ideia do congresso distrital”.
António Campos responde na mesma moeda, dizendo que foi Vasco Cunha quem atraiçoou o partido ao alterar a metodologia de escolha dos candidatos a deputados que vigorava há 30 anos. E refere que decidiu sair por não se rever no projecto nem na liderança da actual distrital.
O militante de Santarém diz mesmo que “a bem do partido” Vasco Cunha devia demitir-se e promover eleições, até para acertar o calendário eleitoral da distrital com o novo ciclo político saído das legislativas de Junho. 

O Mirante

Nota: Pelo que se pode constatar as coisas lá para as bandas de santarem não andam muito calmas, e nem Relvas consegue colocar agua na fervura. tenho cá para mim que a Distrital vai mudar de mãos a curto prazo...

terça-feira, 26 de julho de 2011

EU JÁ VIVI O VOSSO FUTURO - Declarações do escritor e dissidente soviético, Vladimir Bukovsky, sobre o Tratado de Lisboa

"É surpreendente que, após ter enterrado um monstro, a URSS, se tenha construído outro semelhante: a União Europeia (UE).
O que é, exactamente a União Europeia? Talvez fiquemos a sabê-lo examinando a sua versão soviética.
A URSS era governada por quinze pessoas não eleitas que se cooptavam mutuamente e não tinham que responder perante ninguém. A UE é governada por duas dúzias de pessoas que se reúnem à porta fechada e, também não têm que responder perante ninguém, sendo politicamente impunes.
Poderá dizer-se que a UE tem um Parlamento. A URSS também tinha uma espécie de Parlamento, o Soviete Supremo. Nós, (na URSS) aprovámos, sem discussão, as decisões do Politburo, como na prática acontece no Parlamento Europeu, em que o uso da palavra concedido a cada grupo está limitado, frequentemente, a um minuto por cada interveniente.
Na UE há centenas de milhares de eurocratas com vencimentos muito elevados, com prémios e privilégios enormes e, com imunidade judicial vitalícia, sendo apenas transferidos de um posto para outro, façam bem ou façam mal. Não é a URSS escarrada?
A URSS foi criada sob coacção, muitas vezes pela via da ocupação militar. No caso da Europa está a criar-se uma UE, não sob a força das armas, mas pelo constrangimento e pelo terror económicos.
Para poder continuar a existir, a URSS expandiu-se de forma crescente. Desde que deixou de crescer, começou a desabar. Suspeito que venha a acontecer o mesmo com a UE. Proclamou-se que o objectivo da URSS era criar uma nova entidade histórica: o Povo Soviético. Era necessário esquecer as nacionalidades, as tradições e os costumes. O mesmo acontece com a UE parece. A UE não quer que sejais ingleses ou franceses, pretende dar-vos uma nova identidade: ser «europeus», reprimindo os vosso sentimentos nacionais e, forçar-vos a viver numa comunidade multinacional. Setenta e três anos deste sistema na URSS acabaram em mais conflitos étnicos, como não aconteceu em nenhuma outra parte do mundo.
Um dos objectivos «grandiosos» da URSS era destruir os estados-nação. É exactamente isso que vemos na Europa, hoje. Bruxelas tem a intenção de fagocitar os estados-nação para que deixem de existir.
O sistema soviético era corrupto de alto a baixo. Acontece a mesma coisa na UE. Os procedimentos antidemocráticos que víamos na URSS florescem na UE. Os que se lhe opõem ou os denunciam são amordaçados ou punidos. Nada mudou. Na URSS tínhamos o «goulag». Creio que ele também existe na UE. Um goulag intelectual, designado por «politicamente correcto». Experimentai dizer o que pensais sobre questões como a raça e a sexualidade. Se as vossas opiniões não forem «boas», «politicamente correctas», sereis ostracizados. É o começo do «goulag». É o princípio da perda da vossa liberdade. Na URSS pensava-se que só um estado federal evitaria a guerra. Dizem-nos exactamente a mesma coisa na UE. Em resumo, é a mesma ideologia em ambos os sistemas. A UE é o velho modelo soviético vestido à moda ocidental. Mas, como a URSS, a UE traz consigo os germes da sua própria destruição. Desgraçadamente, quando ela desabar, porque irá desabar, deixará atrás de si um imenso descalabro e enormes problemas económicos e étnicos. O antigo sistema soviético era irreformável. Do mesmo modo, a UE também o é. (…)
Eu já vivi o vosso «futuro»…"

http://www.youtube.com/watch?v=Akwhyd9ozy0

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Blogs mantidos em portais são mais lidos que jornais impressos

Izabela Vasconcelos, do Comunique-se, publicou reportagem sobre a audiência de blogs nos portais de jornais impressos.
Você sabe a abrangência de um blog? Com 73 milhões de internautas no Brasil, em alguns casos, ela pode ser maior que a dos jornais impressos. É o caso dos blogs de Juca Kfouri (UOL), Patrícia Kogut, Fernando Moreira, Ricardo Noblat (O Globo), Ruth de Aquino (Época) e Marcelo Tas (Terra). A maioria deles supera a circulação dos dez maiores jornais brasileiros, que variam entre 295 e 125 mil exemplares diários, de acordo com dados da Associação Nacional de Jornais (ANJ).
Em Maringá e Londrina o portal de “O Diário” também tem alguns campeões de audiência, como é o caso do Blog  do Edson Lima, que vem batendo recordes de acessos e leitura.
A sessão de blogs de O Diário tem milhares de acessos, todos os dias e o portal cresce em acessos, no projeto editoria do jornal impresso que utiliza cada vez mais a internet.
O mais lido no Paraná - No Paraná, O Diário é o terceiro jornal impresso em tiragem e é o mais lido. Ele está em primeiro lugar no índice de leitura entre as publicações do segmento. Em cada grupo de mil habiantes, O Diário alcança 33 leitores, superando a Folha de Londrina, Gazeta do Povo, Tribuna do Paraná e O Estado do Paraná.
O levantamento foi feito com base em informações do Instituto de Verificação de Circulação (IVC) – organismo reponsável por auditar a tiragem de todos os grandes jornais do País – e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O cruzamento entre a média da circulação paga de cada jornal e a população das cidades-sede de cada um coloca O Diário como o mais lido do Estado.
O índice ainda é baixo, quando comparado a publicações internacionais. Mas na esfera nacional, posiciona O Diário em 22º lugar, à frente de jornais de tradição, como O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e o Correio Braziliense.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

10 Razões Para Portugal Abandonar o Euro

1)   A moeda única foi a principal responsável pelo endividamento actual. Permitiu durante mais de 10 anos o acesso por parte dos nossos políticos a crédito barato produzido pelo Banco Central Europeu e suportado pela crença dos investidores de que nenhum país iria abandonar o euro, tal como estava previsto nos tratados europeus.  Sem o euro, nunca os investidores teriam emprestado tanto dinheiro a Portugal a tão baixos juros.

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2)   Ficar no euro sem limites constitucionais ao endividamento significa a perpetuação do processo que caracterizou o “período euro” em Portugal: o crédito contraído pelo Estado é usado para financiar a falta de produtividade, aumentando os sectores não produtivos do “Estado Social” e evitando as reformas liberalizantes. Como nenhum Estado soberano europeu se quer auto-limitar, depois de um default assistido pela UE, regressaríamos (a seu tempo) ao business as usual.
3)   As supostas reformas liberais que se esperavam não vão acontecer nas actuais circunstâncias ou irão acontecer de forma ténue e com consequências práticas irrisórias.  Isto é uma realidade não apenas porque os nossos políticos esperam as “resoluções europeias” para poderem continuar a viver das transferências directas ou indirectas (eurobonds e monetização da dívida) vindas do centro da Europa, mas principalmente porque, com o crescimento económico de estagnação trazido pelo euro nos últimos 10 anos,  não existe um sector privado dinâmico para absorver todos os que hoje vivem dependentes do Estado.
4)   O crescimento económico necessário para pagar a nossa dívida pública não é possível de atingir dentro do euro. Os cortes na despesa pública para atingir esse crescimento teriam de ser de tal ordem que nenhum governo estaria disposto a enfrentar uma horda de grupos de interesse e de cidadãos dependentes do Estado (que rondam os 50%) para atingir esse efeito, mesmo que tal seja desejável. O Estado português nunca terminou um ano com superavit em democracia pós-1974, não seria agora que o faria. O default é certo.
5)   A desvalorização do escudo em relação ao euro é real e a transição terá um impacto doloroso nos portugueses. Porém, ficar no euro não é uma solução melhor. A opção em cima da mesa é entre ficar no euro sem crescimento económico e com uma inflação (em teoria) menor e entre ficar no escudo com maior inflação mas com a possibilidade de crescer economicamente devido à desvalorização da moeda e à respectiva vantagem competitiva que se ganha. A escolha não é entre mais ou menos inflação, mas entre o melhor rácio inflação/crescimento económico. A opção da saída do euro é a única que viabiliza a possibilidade desse crescimento e de uma transferências dos que “vivem do Estado” para o sector privado.
6)   Ao reaver a sua autonomia monetária, e sabendo-se que este problema é um problema mais amplo que diz respeito ao papel moeda (fiat money), propostas para introduzir o ouro ou prata como moeda paralela ao escudo poderiam ser levadas para o parlamento português à semelhança do que está a acontecer na Suíça. Estas alterações, apesar de difícil implementação, são mais fáceis de lançar localmente do que num monstro burocrático como a UE.
7)   Mesmo no paradigma do papel moeda e dos bancos centrais como “impressoras monetárias”, a competição entre estes últimos  por uma moeda credível é a melhor forma de travar a desvalorização de moeda ilimitada. Esta competição desaparece no caso do monopolista monetário que é o Banco Central Europeu.
8)   A permanência no euro continua a alimentar o desejo federalista de transformar os almejados Estado Unidos da Europa num sonho socialista a uma escala europeia onde se transfere fundos dos países produtivos para os improdutivos (eurobonds, dívida europeia, transferências estruturais, monetização da dívida, subsidiação da produção de sectores chave, resgates de países, etc).
9)   A saída do euro frustraria o plano latente dos federalistas de usar esta crise económica para centralizar o poder em Bruxelas e retirar a independência soberana aos Estados nação sem a permissão dos cidadãos, aproveitando o facto de estes estarem dobrados perante as dívidas públicas.
10)   Como acredito que o poder deve estar o mais próximo possível do indivíduo, considero que, salvaguardando os acordos de livre comércio, negociar a saída da moeda única de forma coordenada é a melhor forma de impedir que Portugal se transforme num novo Utah ou Michigan.

PM PDT