terça-feira, 30 de setembro de 2008

Ontem falhou o Comunismo – Hoje começa a falhar o Capitalismo

Estamos a assistir ao colapso do Capitalismo! Precisamente no país do liberalismo económico mais radical. Os accionistas vampiros das finanças serviram-se do sistema financeiro até ao máximo na sombra de gerentes usurários dos grandes bancos e duma política também ela sedenta de dinheiro.

Tal como o sistema económico comunista falhou há 20 anos, falha agora a ordem económica actual. As ideologias revelam-se precárias. Que se aproveita delas são sobretudo as nomenclaturas dirigentes. O povo é quem paga a fava! Políticos e banqueiros procurarão manter o rebanho calmo no redil. Seria pior ainda se as ovelhas escoicinhassem ao serem tosquiadas, na opinião de políticos e de banqueiros. Estes esperam da política que esta encha os bancos falidos com o dinheiro dos contribuintes para que os que vivem do dinheiro irreal especulativo não vejam diminuir o dinheiro e continuem a operar no seu Olimpo.

“Toda a nossa economia está em perigo”, confessa o presidente americano. Para que os bancos não dêem bancarrota os estados têm de os apoiar com somas astronómicas. A USA começa dando o exemplo disponibilizando 700. 000.000.000 Dólares. É discutível mas se o não fizer mais cara ficará a crise para nós. Mesmo assim as consequências serão desastrosas, por muitos anos. Haverá um decréscimo da produtividade e dos investimentos. O desemprego aumentará. O contribuinte e os fornecedores do capital real ao banco terão de pagar a factura das especulações feitas pelos jogadores das notas falsas da bolsa (economias irreais).

Seremos informados a conta-gotas sobre as perdas reais dos bancos. Seria catastrófico se o povo se apercebesse do problema e perdesse a confiança nos bancos!... Então até os bancos mais saudáveis faliriam. Eles trazem mais dinheiro emprestado do que o dinheiro que possuem. Antigamente tinham o correspondente das notas em ouro. No tempo duma democracia mal gerida basta a confiança e o povo como fiador.

O Doutor Heiner Geißler, antigo ministro do Governo federal alemão e antigo secretário-geral do partido “União Democrática Cristã” (CDU) apregoa a criação duma nova ordem económica mundial, e uma economia internacional de mercado ecológico-social. Para não ser sempre o contribuinte a acarretar com as despesas, defende a criação de um imposto sobre as transacções na Bolsa. Este imposto poderia financiar um Marshall-Plan global.

Precisa-se duma competição regulada, dum sistema mitigado humano. Segundo Geißler o volume de mercado financeiro mundial é de 140 bilhões de dólares enquanto que o produto nacional mundial bruto é apenas de 50 bilhões de euros. Isto significa que há 90 bilhões a mais (falsos) que são usados apenas para fins especulativos e a que falta uma base económica real. A dominância incontrolada dos bancos tornou-se um perigo para os Estados. A privatização dos lucros e a socialização dos prejuízos torna o capitalismo liberal ainda mais desumano.

Há 20 anos deu-se o colapso do sistema económico dos estados comunistas. Pensava-se que o Capitalismo tinha vencido apostando-se no mercado financeiro desregulado. Os resultados estão à vista. A “dolorosa” teremos nós que a pagar!

A aposta dos políticos num mercado que tudo regularia, vê-se agora perdida. Se a política não intervir reduz-se a acólita da ideologia económica. Para evitar males maiores o Estado fica para já como fiador e o contribuinte paga a conta.

A confiança é boa mas o controlo sempre parece ser melhor.


www.portugalnoticias.com

António da Cunha Duarte Justo

O Capitalismo Domesticado!...

Como sabem a maioria dos leitores deste espaço, nós não temos por hábito jamais copiar qualquer texto, sem mencionar ou citar os respectivos autores pois que,... qualquer um pode escrever torto, mas... tem sempre o direito de ter registrada a sua autoridade!
E é justamente nesta tarefa de escrever a torto e a direito que nos foram enviadas algumas mensagens deveras interessantes, quando não muito úteis!... e por demais oportunas!

Ficámos muito sensibilizados pelas preocupações manifestadas aqui de público por alguns "escribas" sobre o capitalismo doméstico que temos no "recto ângulo" da santa terrinha, e por isso, nós " a re solbemos" também acrescentar aqui umas informações que esperamos que sejam mais ou menos, uma base de ensino do que realmente é o Capitalismo no mundo de hoje.

Aqui vão alguns exemplos e antecipadamente agradecemos a quem nos enviou tal colaboração.

CAPITALISMO IDEAL : Você tem duas vacas. Vende uma e compra um touro. Eles se multiplicam, e a economia cresce.
- Você vende o rebanho e aposenta-se... rico!

CAPITALISMO AMERICANO: Você tem duas vacas. Vende uma e força a outra a produzir
leite de quatro vacas.
- Fica surpreso quando ela morre.

CAPITALISMO FRANCÊS: Você tem duas vacas.
- Entra em greve porque quer três...

CAPITALISMO CANADENSE: Você tem duas vacas. Usa o modelo do capitalismo americano. As vacas morrem.
- Você acusa o protecionismo brasileiro e adota medidas protecionistas para ter as três vacas do capitalismo Francês.

CAPITALISMO JAPONÊS: Você tem duas vacas, né?... Redesenha-as para que tenham
um décimo do tamanho de uma vaca normal e produzam 20 vezes mais leite.
- Depois cria desenhos de vacas chamados "Vaquimon" e os vende para o mundo inteiro.

CAPITALISMO ITALIANO: Você tem duas vacas.
- Uma delas é sua mãe, a outra é sua sogra, maledetto!!!

CAPITALISMO BRITÂNICO: Você tem duas vacas.
- As duas são loucas.

CAPITALISMO HOLANDÊS: Você tem duas vacas.
- Elas vivem juntas, não gostam de touros e tudo bem.

CAPITALISMO ALEMÃO: Você tem duas vacas. Elas produzem leite pontual e regularmente, segundo padrões de quantidade, horário estudado, elaborado e previamente estabelecido, de forma precisa e lucrativa.
- Mas o que você queria mesmo era criar porcos.

CAPITALISMO RUSSO: Você tem duas vacas. Conta-as e vê que tem cinco. Conta de novo e vê que tem 42. Conta de novo e vê que tem 12 vacas.
- Você pára de contar e abre outra garrafa de vodca.

CAPITALISMO SUÍÇO: Você tem 500 vacas, mas nenhuma é sua.
- Você cobra para guardar a vaca dos outros.

CAPITALISMO ESPANHOL: - Você tem muito orgulho de ter duas vacas.

CAPITALISMO PORTUGUÊS: - Você tem duas vacas... E reclama porque seu rebanho não cresce...

CAPITALISMO CHINÊS: Você tem duas vacas e 300 pessoas tirando leite delas.
- Você se gaba muito de ter pleno emprego e uma alta produtividade. E prende o ativista que divulgou os números.

CAPITALISMO HINDU: Você tem duas vacas... Ai, de quem tocar nelas.

CAPITALISMO ARGENTINO: Você tem duas vacas. Você se esforça para ensinar as vacas a mugirem em inglês...As vacas morrem.
- Você entrega a carne delas para o churrasco de fim de ano ao FMI.

CAPITALISMO BRASILEIRO: Você tem duas vacas. Uma delas é roubada. O governo cria a CCPV - Contribuição Compulsória pela Posse de Vaca. Um fiscal vem e lhe autua, porque embora você tenha recolhido corretamente a CCPV, o valor era pelo número de vacas presumidas e não pelo de vacas reais. A Receita Federal, por meio de dados também presumidos do seu consumo de leite, queijo, sapatos de couro, botões, presume que você tenha 200 vacas e, para se livrar da encrenca, você dá a vaca restante para o fiscal deixar por isso mesmo...

CAPITALISMO PRÓPRIO: Temos andado a pensar em comprar uma vaca,... mas ainda vamos investigar qual é o "brejo" onde ela vai se refugiar, quando eu formos todos comunistas.

Abraço a todos,


- Silvino Potêncio - Emigrante Transmontano - Ex Residente em Angola

Ex Combatente - Retornado² ... Luz & Tano

O Home de Caravelas - Mirandela - Portugal

http://osgambuzinos.blog.com www.portugalclub.org

Sociedades Avançadas

Graças a Deus que o KAOS acordou para Sarah Palin. Sarah Palin tem tudo o que eu adoro numa mulher, embora só a tenha visto uma vez, mas aquele ar iluminado de vidente disse-me logo, "esta tipa vai-se sentar na Casa Branca já para o ano..."
Enganei-me, era na Casa Negra, e lá irá, aliás, vamos todos com ela.
Gostei muito do Vídeo do Exorcismo, e acho que era uma coisa que nós, Portugueses, um dos povos mais avançados da Europa, devíamos aplicar a cada um dos Políticos, antes de os deixar ir às urnas. Adorava ver o Paulo Pedroso e o Ferro Rodrigues serem exorcismados, o Paulo Portas a fugir defronte do Crucifixo, o Louçã a deixar sair a freira que tem lá dentro, a Odete Santos a despejar íncubos e súcubos, e a Ferreira Leite, sim, sobretudo essa, a pesar cada demónio antes de o deixar sair do corpo, com medo de que estivesse a defraudar o Fisco. Quanto ao Constâncio, eram uns simples sapatos de betão, e, a seguir, as bordas frias do Poço de Boliqueime.
Foi então Frei Bartolomeu das Dores, e o Morgado Afonso de Vasconcellos, pela parte secular, acompanhado do Capelão-Mor de Lamego, D. Antão de Pevidém e Araújo, mais dois frades recém-tonsurados, e uma mulher que era sabido provocar milagres, em curas de abortos, e que havia muita fama em todos os lugares das Beiras e Badajoz. Trouxe-se a endemoninhada já imobilizada em tiras de serapilheira benzidas com água trazida das fontes santas de Vimeiro, e um pouco de água-benta da Sé do Porto, e deitou-se em um banco, como cama, a ré. Estavam ainda presentes as custódias da Capela da Senhora dos Navegantes e um fragmento do Santo Lanho, guardado, na Igreja Grande dos Frades Jerónimos, e conhecido por obrar múltiplos milagres na Capital.
Virou-se então Frei Bartolomeu para Maria de Lurdes, e lhe disse "Em nome do Senhor Santo Pai, Patris omnipotentis, te conjuro, Lurdes Rodrigues, a que confesses por tua própria boca estar possuída por todas as formas do Demo, e que de ti saiam os nomes todos dele, mais aqueles com que disfarçado nos queiras, em ti, enganar!..."
E havendo a mulher ficado calada, se avançou D. Antão, e a pronunciou, mais alto, em Latim: "Exorcizo te, omnis spiritus immunde, in nomine Dei!!!"
E nesse mesmo momento, a mulher chamada Maria, que havia estado numa calma como que morta, começou a agitar-se e o seu corpo a serpentear, embora, como nos autos depois ficou registado, só sua cabeça permanecesse imóvel.
E disseram então, em coro, os dois Padres Exorcistas: "Exorcizo te, omnis spiritus immunde, in nomine Directonis Regionalis Educatione Septentrionalis!!!..."
E foi então que se viram coisas nunca vistas, porque a cabeça se lhe revirou toda para trás, e espumejando, soltava impropérios e outras palavras de que não houvémos registo, enquanto seus membros de cima e de baixo tentavam soltar-se de suas prisões, e então avançaram os frades novos, para que beijasse a Santa Cruz, ao que ela se recusou dez vezes, batendo com a cabeça para trás e soltando pela boca umas babas pestilentas.
"Em nome do Pai Santo, Nosso Criador, nós te exconjuramos, para que libertes pelo nome de cada um, todos os Demónios que se alojaram na tua Matriz!...", e tendo-a todos agarrado naquele corpo que se revolvia como o de uma Besta, Frei Bartolomeu a segurou pela nuca, e forçou-lhe os lábios a beijar o Santo Lenho, enquanto dizia, em voz alta, "Exorcizo te, in nomine Portatibilis Magallanis!!!".
Houve então um sopro pela cela, e aquele corpo, como se ainda mais fosse possível, se retorceu, e as coxas se abriram, como as de uma mulher prenha, que ali fosse prestes parturir, e uma coisa revoltante se lhe soltou do vaso, rastejando pela cama, e pelo chão, com o maior terror das gentes presentes, e se foi encolher num canto, soltando bafos, e roncos como os de sapos em plenilúnio, e Frei Antão levantou a a voz, e disse, "qual o teu nome, IMUNDO!!!... Per eumdem Christum Dominum nostrum, qui venturus est judicare vivos et mortuos, et saeculum per ignem?..."
E a Coisa imunda se revolvia no canto, soltando cheiros pestilentos e grandes gargalhadas, e de cada vez que se movia, era como se a luz desaparecesse, e as suas casquinadas eram uma afronta a toda a Criação.
"Responde, Mulher!!!...", dizia Frei Bartolomeu, e, pela vez dele, aproximava o Santo Lanho, Dom Antão, da Coisa Repugnante, escondida em seu canto: e ambos os demos, a coisa possuída e a enteléquia possuidora, soltavam grunhidos e risadas de mulher perdida, e soltou-se-lhe então uma voz, que era mais de animal do que de cousa humana:
"EGO SUM VALTER LEMINUS!!!..."
E todos caíram de joelhos, em profundas orações, enquanto Frei Bartolomeu beijava a Santíssima Cruz, e lhe dizia pausadamente, como manda o Rito Antigo, "Exorcizo te, Valter Leminus, et omnis spiritus immunde, in nomine Dei", e soltando uma luz de trovoada, a criatura infame ali mesmo se dissolveu, no canto em que se escondera, e os frades novos rezaram o serviço de acção de graças à Virgem de Macao pelo regresso daquele temor ao Limbo do Mal e das faltas injustificadas, enquanto Dom Antão se virava para a mulher possuída, e lançando-lhe sobre a pele respingos de água benta, toda a gente pode ver que, em cada ponto que a água lhe tocava a pele, ficavam manchas verdes, como nas maleitas dos sapos, e outros animais repugnantes do maior desagrado de Deus.
"Exorcizo te, omnis spiritus immunde, in nomine Dei, libera nos nomine, in nomine Patris omnipotentis, et in nomine Jesu Christi Filii ejus, Domini et Judicis nostri, et in virtute Spiritus Sancti, ut descendas ab hoc plasmate Dei Maria de Lurdes Rodrigues", e ao Morgado de Vasconcellos lhe foi feito sinal de que lhe chegasse aos lábios um pouco da água santa da Sé do Porto, para que fizesse com ela que outra vez com tal água tivesse contacto, mas, ao tocar o santificado pingo, naquela boca imunda, a língua se lhe revirou para dentro, começando a soltar sons guturais, e o corpo tremia, em riscos de rasgar os abençoados panos que a seguravam, para que se fez sinal aos frades novos, para que lhe prendessem mãos e pés com grilhetas de calabouço, mas nem assim ela se repousava, e, quando o segundo pingo de água benta do Porto a alcançou, de novo a matriz se lançou em espasmos de mulher que ia dar à luz, e, no meio das maiores trevas se soltaram dois aleijões, que ficaram, no meio de líquidos pestilentos, a simular coisas que todos os presentes concordaram serem actos contra a Natureza.
E disse então Frei Bartolomeu, "Exorcizo te, omnis spiritus immunde, in nomine Dei!!!...", e ambas as criaturas simularam coitos e proferiram palavras imundas, ferindo, nos seus termos, a Santa Mãe do Senhor e a divindade do Senhor Santo Cristo. "... ad templum sanctum suum vocare dignatus est, ut fiat templum Dei vivi, et Spiritus Sanctus habitet in eo", e ao invocar do Santíssimo Espírito, se virou a parteira para ambos, e lhes perguntou: "Sois filhos da Besta, mas eu também sou parteira dos homens, e em nome dos santos sacerdotes que aqui vedes, vos ordeno que digais os nomes da Serpente que habita em vós!!!..."
E o cheiro era muito mau, como aquando do tempo da Peste de El-Rei João, mas quando a mulher sábia lhes lançou uns sais que só eram de sua sapiência e segredo, ambos se quedaram mudos e impávidos.
Disse então Dom Antão: "Fides, quid tibi præstat?"
E como eles se quedavam mudos, todos rezavam: "Caput mortum, imperet tibi dominus per vivum et devotum serpentem! Cherub, imperet tibi dominus per Adam Jotchavah! Aquila errans, imperet tibi dominus per alas tauri. Serpens, imperet tibi dominus tetragramaton per Angelum et leonem. Michael, Gabriel, Rafael, Anael, fluat udor per spiritum Elohim. Maneat terra per Adam Jotchavah. Fiat firmamentum per iahuvehu-Sabaoth. Fiat judicium per ignem in virtute Michael."
E voltou a perguntar-lhes os nomes, e eles se revolviam, de cada vez que o nome dos Arcanjos Miguel e Gabriel e Rafael eram pronunciados, e só com Anael e Elohim se agitaram, espumejando, e, quando lhes aproximaram as cruzes das peles peçonhentas, soltaram, à vez, com voz de almas agonizantes:
"EGO SUM MARIANUM GAGGUM!!!...", e o outro, "DAVID JUSTINUM SUM!!!...", e naquele mesmo instante se tornaram num bafo de campa recente, e não mais foram vistos.
Virou-se então Frei Antão para os homens e a mulher presentes, e lhes perguntou, "creis o Demo afastado deste corpo?...", mas todas as gargalhadas e palavras infames que o corpo exorcismado libertava mais vinham contrariar a ideia de que Satã já o tivesse abandonado. E esgotados todos os meios para que os íncubos e súcubos libertassem aquele pobre despojo carnal, despiu Frei Bartolomeu suas vestes de sacerdote, e de tronco nu, crucifico ao pescoço, molhou o dedo em sua própria boca, e se aproximou da pestilenta, preparando-se para lhe desenhar, com salivas, o Sinal da Cruz, na testa exangue, e lhe dizendo: "Accipe signum Crucis tam in fronte..."
Houve então um horrível trovão, e com a língua toda lançada para fora, e os olhos revirados para trás, a mostrar o branco, que fazia o maior horror dos presentes, o corpo de Maria de Lurdes Rodrigues se cobriu de negros, como os da Peste, e soltando um fedor de todas as podridões da Terra, uma COISA se lhe soltou da boca, tornada numa fossa de cadáver, e se escondeu debaixo da cama, sem que os homens de Deus a pudessem ver. E foi então que a mulher de partos se dotou de um vasculho e espantou a coisa repugnante de debaixo do leito, enquanto ambos os frades menores rezavam "CRUX SACRA SIT MIHI LUX NON DRACO SIT MIHI DUX VADE RETRO SATANA NUMQUAM SUADE MIHI VANA SUNT MALA QUAE LIBAS IPSE VENENA B I B A S", e a coisa se veio, rastejante, e com as mãos todas suadas, teve um ataque como o de uma serpe, agarrada à janela de uma marquise, com seus lábios primeiros se retraindo, como a cloaca de uma galinha antes de poer ovo, e logo se abrindo num O, e voltando a fechar-se, num U virado para baixo e, antes de que dissesse seu nome, quer Dom Antão, quer Frei Bartolomeu reconheceram Pazuzu, na forma do íncubo ANÍBAL, que há muito atormentava as mulheres castas de Boliqueime, e era tema de muitas lendas de assombro de Lúcifer, pelas terras aldeãs da raia.
E ao ser pronunciado seu nome, cobardemente desapareceu da cela, para trás deixando a exorcismada morta, e quem dela se abeirasse, ao ver uns olhos fechados tão calmos e uma pele branca numa face tão serena, só pensaria na infortunada Desdémona, do grande bardo Shakespeare, da longínqua Albion, qual pequena Maddie, enfim levada em serenidade para seu repouso final, nos próprios braços de quem a progenitara.


Arrebenta

Islão - Um Desafio às Democracias

INTEGRAÇÃO BILATERAL – UM EMPREENDIMENTO IRREALISTA?

Nos anos da reconstrução da Europa, depois da Guerra, as indústrias nacionais europeias absorviam grandes contingentes de trabalhadores, necessitando por isso de recorrer também à mão-de-obra estrangeira. A política recorre, então, à angariação indiferenciada de trabalhadores. Contava apenas com trabalhadores mas vieram pessoas.

No princípio a sociedade maioritária divertia-se com o folclore e com o exotismo dos imigrantes e refugiados. Na sua escassez individual eram dignos da simpatia da sociedade acolhedora. Os representantes do Estado e da Economia sentiam-se benfeitores de uns e de outros. O povo operário das nações industriais sentia-se bem porque abaixo dele ainda havia outros, o proletariado estrangeiro. Hoje, época em que as indústrias é que emigram, e a política europeia se orienta para a criação duma camada social alargada carenciada em todas as nações, os conflitos sociais aumentam. A concorrência nos lugares de trabalho é já tão desumana que obriga não só a camada dos carenciados a uma luta desesperada pelo posto de trabalho disponível, como torna também instável a camada social média que constituía o suporte da sociedade pré-global. O sistema económico não aferido às necessidades humanas da pessoa vai dando hipótese a alguns e provocando o devaste dos biótopos naturais e humanos.

Hoje os políticos de então reconhecem o falhanço da política de imigração. Uma população de cultura árabe consciente e activa mete medo a uma sociedade acomodada. A vitalidade daqueles talvez seja a maior razão dum medo inconsciente desta. Com os imigrantes vieram também as estruturas culturais das suas nações e religiões. Antes que os recém-chegados se individualizassem e tivessem tempo de se distanciarem das suas culturas de originem e de se adaptarem criticamente à nova, as estruturas religiosas e políticas de origem instalaram-se servindo-se da sua necessidade, mantendo-os prisioneiros das antigas amarras, em nome do serviço e do perigo dos outros. Entre assimilação e gueto é roubada ao emigrante / imigrante a capacidade de descobrir uma terceira via, o seu caminho. Este, vítima de estruturas injustas que o obrigaram a abandonar a sua pátria, continua a ser areia nas engrenagens das estruturas.

Pouco a pouco vão levantando a sua voz dissidente. Essa voz porém é a do grupo, não a sua. Assim, assistimos a grupos contra grupos, à custa da despersonalização de uns e de outros, contra a construção duma realidade maior: o mundo, o universo.

Os crentes da democracia e da Constituição receiam ter de retroceder dos direitos adquiridos e terem de aceitar hábitos já ultrapassados há centenas de anos na Europa. Agarram-se então a um punhado de direitos, à Democracia e à Constituição, como se estes fossem imutáveis e inegociáveis. No seu catecismo pensam resolver tudo com a separação entre Estado e Religião como se o Estado fosse eunuco e a religião não fosse prostituta. Assim se vai vivendo da disputa das ideologias; com o tempo, porém, o povo é quem mais ordena! Ele é a valia que permanece embora adiando sempre a sua personalização, o seu estado adulto.

Nos países de imigração o abdómen social já rumoreja. O tema da integração polariza os grupos; esquerda e direita esquartejam a realidade para, da refrega, poderem receber alguns créditos. Assim se perpetua a luta de grupos estabelecidos à custa e à margem do povo. Por enquanto ainda não se ganham eleições agitando o povo contra os estrangeiros; a manifestação é ainda em surdina e envergonhada, mas a continuar assim lá chegaremos. A História ensina-nos que o que conta são as superstruturas e não a pessoa individual. Não resta grande coisa para o desenvolvimento da pessoa.

É verdade que a integração é diálogo (melhor seria triálogo) e não pode ser uma auto-estrada de sentido único. De “fora” vêm pessoas com as suas tradições, o tradicional refúgio da precariedade. Se lhe tiram a religião com que é que ficam? No sentido contrário não há trânsito nem parques de estacionamento para guetos compensatórios.

Resignadas, as forças políticas dos países de acolhimento afirmam-se na contradição, à custa dos imigrados e da própria cultura; à custa dos imigrados e dos cidadãos. Por enquanto a esquerda ainda ganha com os votos dos estrangeiros. Mais tarde virá a hora da direita, dado esta corresponder mais à mundivisão daqueles e se preocupar por uma ordem dos costumes menos permissiva.

Políticos já começam a exigir que os imigrados aprendam a língua do país; até agora não se tinham dado conta dos guetos e de muitas crianças que não falavam a língua da escola. Apesar disso muitos defensores dos direitos humanos não estão de acordo com tal obrigação. Seria como que querer obrigar a raça cigana, de hábitos mercantis a ter de se dedicar à agricultura.

Para muitos só se avistam problemas a todo o alcance do olhar. De facto, a estrutura social ordenada maioritária estava habituada a oprimir o próprio povo por tradição e hábito; agora as minorias em nome da sua liberdade religiosa e cultural vêm questionar toda a legitimação do poder estrutural. A sociedade passa a ter dois problemas: o dos novos que chegam e o dos autóctones dormentes que passam a ser acordados por aqueles. Quem não tem nada a perder só é tolo se não arrisca, solidarizando-se!

Os estados europeus, que apostam tudo na estrutura, não estão preparados para dialogar com os grupos do Islão que, baseados mais numa organização de tradição tribal, não conhecem uma organização cúpula, uma representação única, escapando assim ao controlo central e à centralização administrativa. Para os organizadores do ensino da religião islâmica nas escolas, esta situação torna-se complicadíssima atendendo ás diferentes proveniências e legitimações.

Alguns cidadãos resignam-se aceitando que a cultura maioritária terá de oferecer descontos aos muçulmanos? Será que estes terão de viver sempre como hóspedes até que alcancem a maioria e possam determinar eles o regimento? Também há muçulmanos renitentes que não aceitam as aulas de ginástica de meninos e meninas em comum, famílias que obrigam o porte do lenço às filhas, que as obrigam ao casamento arranjado, sendo tabu maioritário o casamento com autóctones, salvo se estes se converterem.

A religião e a cultura tornam-se em impedimento do encontro de uns e de outros a nível humano. Na prática do quotidiano, os grupos islâmicos escapam à forma de Estado tradicional europeu. Para complicar mais, estes ordenam-se em organizações jurídicas laicas. Estas organizações são porém associações religiosas atendendo a que o islão não conhece a divisão da pessoa em religiosa e laica. Quem vai à associação é religioso. Não conhecem o estado secular, só conhecem o Estado muçulmano. Na antropologia das tribos do deserto não há lugar para filosofias personalistas. O indivíduo só se safa no grupo, antes tribal agora religioso. Desconhecem a forma anfíbia do homo occidentalis. Assim colidem diferentes antropologias sem ninguém que os ajude a perceber que o problema não é humano mas de superstruturas entre elas.

Um outro obstáculo com que deparam é o laicismo – um específico dos países de tradição cristã, um resultado de diferenciação de superstruturas. Cria-se também uma outra dificuldade para aqueles muçulmanos liberais ou ateus nas relações de estado, sociedade e religião, pois, muitas vezes, são englobados no mesmo grupo e representados por dirigentes religiosos com quem não concordam.

Fiéis muçulmanos que vêm de países onde a poligamia é possível não encontram legitimação numa cultura monogâmica. Sentem-se discriminados perante uma lei que se diz liberal permitindo o casamento de homossexuais mas proibindo a sua poligamia. Também o sistema de assistência e providência social não está preparado para dar resposta às práticas poligâmicas nem ao casamento islâmico. Recorde-se um facto publicado em jornais franceses: um homem poligâmico passa pelas diferentes casas sociais onde vivem as suas mulheres. Será que vai receber o óvulo? Não será que também o nosso sistema social beneficia economicamente o homem, reduzindo a mulher à carência económica e psíquica?

Os políticos podem alegar que a Lei Fundamental do Estado europeu se baseia na tradição monogâmica judaico-cristã. Apesar disso, não dá aqui uma discriminação da sociedade poligâmica? Eles também são povo e a Constituição deve ser o resultado da vontade do povo. Ou será que se terá de ligar a Constituição ao território perdendo ela assim o seu carácter orgânico? Será que é legítima a declaração da vigência dos direitos humanos individuais, quando indivíduos apelam para a prevalência de direitos culturais sobre os individuais? Esta é a hora da dança dos representantes dos direitos culturais. Quem define competências e em nome de quem? Para um muçulmano crente a sua Constituição é o Corão e o Hadid; mais que o país, o que conta é a sua civilização.

O conflito de obediências entre Islão e Constituição permanece constante. Muitos encontram assim nichos em relação ao casamento. Na sua cultura encontram-se pessoas já casadas valendo na sociedade civil europeia como solteiras. (Casados ricos pelo islão, pelo facto de o não serem civilmente na sociedade de acolhimento, continuam com direito a apoios sociais etc. enquanto que os autóctones que vêem regulados juridicamente os seus costumes perdem automaticamente esse direito embora vivam em situação igual). Nesta confusão toda certos simplicistas laicistas gritam, acabe-se com a religião. A questão não se resolve pela negativa porque seria pior a emenda que o soneto e à margem da realidade humana.

O argumento de que os muçulmanos da Turquia têm aqui mais direitos que na Turquia e de que o Turquia é um estado que conhece a separação de religião e estado, desde Atatürk, não minimiza o problema dos muçulmanos que vêm doutros estados. O radicalismo muçulmano turco tem mais hipótese de se afirmar na sociedade liberal do que na Turquia. A sociedade civil é lá garantida por uma oligarquia militar que impede que a Turquia se torne num estado islâmico sem separação orgânica de estado e religião.

A questão da democracia e do Estado de Direito está em correlação com o estado de desenvolvimento da consciência individual do cidadão. Para já o cidadão é coisa rara, o que há mais são ovelhas arrebanhadas. Ainda se aposta ‘inocentemente’ na tradição da anti-discriminação embora a discriminação continue não só em relação aos indivíduos indefesos como às minorias desorganizadas. Quando os grupos muçulmanos se tornarem mais conscientes e exigirem os seus direitos então o Estado terá que ceder. É a hora dos grupos que não a da pessoa.

A democracia recebe a sua legitimação da vontade do povo organizado. A democracia, no seu mais íntimo é auto-destrutiva vivendo das periferias da sociedade e da sua inconsciência. Um dia que estas acordem a democracia terá de dizer adeus! A não ser que se desenvolva uma outra consciência humana, que não a actual alimentada das sobras do que falta à minoria.

Como podem forças políticas exigir humanismo aos próprios cidadãos se não salvaguardam os seus interesses compensando apenas o défice de credibilidade com a defesa das minorias estrangeiras? Enquanto dominar a filosofia dos grupos uns contra os outros não resta hipótese ao recém-chegado senão organizar-se e fechar-se em grupos.

Pressuposto para uns e outros no sentido de garantir um futuro pacífico em harmonia seria que uns e outros reduzissem as armaduras culturais a um mínimo, e ousassem individualmente ser pessoa sem aquelas tradicionais ‘canadianas’ que os torna súbditos. O fato cultural que cada um traz vestido para poder passar o Inverno sazonal existencial torna-se então numa couraça que nos agrilhoa à própria cultura impedindo-nos de ver mais longe e de nos descobrirmos a nós como pessoas. Não fomos iniciados na construção duma identidade participada como preveria uma antropologia pressuposta na Trindade (identidade pessoal mas comum). Para isso seria necessária a implementação dum modo de ser e de estar que visse a cultura e a instituição como transitórias e o ser humano como permanente. Então as entidades desaguariam umas nas outras, no desenvolvimento do Homem novo que se encontra a definhar debaixo das ruínas da própria existência e da própria cultura. Então tornar-se-iam supérfluos os critérios fixos de identificação homem/mulher, nacionalidade, raça, cultura ou religião. A construção duma identidade comum no trabalho pelo bem comum deixaria de emperrar na arrogância desumana das instituições que em nome da defesa humana degrada o Homem.

Padrões culturais deveriam servir apenas como os braços duma mãe que se estendem para o filho a fim deste aprender a andar e depois se desenvolver e assim a poder abandonar e tornar-se ele próprio.

As culturas têm muito de comum, que aprenderam umas das outras, num processo de desenvolvimento difícil e moroso. Importa descobrir a sua razão de ser para as submeter à humanidade.

Somos cidadãos do universo, não podemos continuar fechados no casulo da nossa nacionalidade, da nossa cultura, da nossa religião. Sofremos de aziúme a mais da nação, da economia, da religião, da ideologia e do partido. As diversas estruturas para serem congruentes deveriam procurar realizar o cidadão do universo em vez de apostarem tanto na desconfiança, na estratégia do medo e do perigo para o instrumentalizarem em seu serviço.

Entretanto, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos terá muito que fazer, não só na defesa do direito à poligamia e de outros costumes muçulmanos como em relação à discriminação dos cidadãos pelo Estado. Até lá vai-se vivendo do não desenvolvimento da consciência civil e da sua desorganização.

Vamo-nos acalentando na esperança do melhor e vivendo das migalhas de direito caídas das mesas dos seus detentores.


António da Cunha Duarte Justo www.portugalnoticias.com

M U D A R DE P O V O

(Sócrates até podia ter prometido 72 virgens a cada macho lusitano; o povo, rendido e grato, estava disposto a imolar-se por ele. De um artigo de jpcoutinho@servidor.com)

Durante a minha recente e longa permanência em Portugal, muito li, mais ouvi e ainda mais reflecti. Mas o artigo que mais me impressionou - sendo embora o mais curto - foi o acima citado, especialmente quando afirma: "Se existe um verdadeiro responsável pela desvergonha corrente, ele dá pelo nome de povo português...... Depois de Santana viria o milagre, e Sócrates só podia mesmo tirar 150 Mil empregos da cartola, pôr a economia portuguesa a crescer sem freio e, em gesto de intocável brio nacional, faer peito aos seus pares europeus e referendar a "constituição".......Mas os portugueses acreditavam no que queriam acreditar e, três anos depois, a julgar pelas sondagens da praxe, continual a acreditar, o que sem dúvida define a sanidade da espécie. Sobra a questão, nunca devidamente apreciada, de saber se em 2009 devemos mudar de governo ou, então MUDAR de POVO".

Diz um velho aforismo: "Cada povo tem o governo que merece", e, analisando profundamente tal afirmativa, não podemos deixar de concordar que - pelo menos no que aos governos eleitos concerne - ela parece estar correcta, uma vez que se devem a uma decisão da maioria. E temos muitos exemplos para apontar, ao longo da história do Homem e dos homens, quando a maioria esmagadora das populações acompanhou seus "líderes" nas mais condenáveis proezas, nos mais hediondos crimes, nas mais torpes decisões. O exemplo da Alemanha Hitleriana é concludente: anestesiada por um discurso hipnótico de seu paranóico chanceler, a quase totalidade das forças armadas e da nação alemã apoiou entusiasticamente o louco sonho de conquista do Fuhrer, colaborou no esforço de guerra e no HOLOCAUSTO, como se tudo fosse a coisa mais natural do mundo, prova provada de que O HOMEM é o LOBO do HOMEM!!!

Olhando agora para o nosso "umbigo", todos concordaremos que - logo após a 2ª Guerra Mundial - as potências colonias à antiga estavam condenadas à extinção. Entretanto, quando Salazar teimou em permanecer de olhos fechados e ouvidos moucos, recusou dialogar com os movimentos autonomistas, e depois proferiu a célebre frase "Para Angola, apidamente e em força" ou algo parecido, ninguêm apoiou o ministro Botelho Moniz, todos embarcaram sem sequer pensar, e seguiram-se TREZE ANOS de graves perdas e maiores danos, que - se mal começaram, pior terminaram - exactamente SEM PENSAR, pois em 25 de Abril, a Nação, em uníssono, apoiou os revoltosos. Em ambas as situações o POVO, portanto, a NAÇÃO, aplaudiu, apoiou, participou, colaborou, aprovou!!!

Dizia Fernando Pessoa ("Sobre portugal", Atica, 1978, pag. 120): "A primeira verdade da sociologia - ciência aliás conjectural e imperfeita - é que a HUMANIDADE NÃO existe. Existe, sim, a espécie humana, mas num sentido ZOOLÓGICO: há a espécie humana como há a espécie canina." Ora, acompanhar, aprovar, colaborar, apoiar, participar, SEM UMA ANÁLISE CRÍTICA, isto é, S E M P E N S A R, é agir e em bando, exceptuando, logicamente, aquela minoria que faz tudo isso - e muito mais - para chegar ao POLEIRO, onde corre o leito e o mel, o emprego é certo mesmo sem trabalho, o salário elevado, as mordomias mais que muitas, os direitos exorbitantes e as aposentadorias extravagantes. EXEMPLOS de DIGNIDADE como o do GENERAL RAMALHO EANES - se acaso existirem - são raríssimos. ONDE ESTÁ O POVO????????

Falava há dias Gabriel Cipriano (homem de ideal e rectidão exemplar) dos TOSTÕES da imigrantada, contestando os MILHÕES que outro imigrante discutia; aqui, é lógico que "AMBOS TINHAM RAZÃO", uma vez que há, na diáspora, tostões e milhões; e cito este exemplo, para comprovar o INDIVIDUALISMO IDIOSSICRÁSICO da nossa gente, e dar razão a Pessoa, quando afirma A HUMANIDADE NÃO EXISTE; e, direi eu, nem enquanto grupo humano humanista, nem enquanto grupo humano pensante no colectivo. Temos por verdade universal que, LÁ, como CÁ, cada um puxa a brasa à sua sardinha. E, quem discordar, faça-me o favor de provar. As excepções confirmam a regra.

De volta, Cordialmente, JVerdasca
Do Portugalclub:
Benvindo seja pois, amigo Verdasca, Nosso nobre Comendador, Ilustre Escritor e Poeta, Dignissimo Comandante. O PORTUGALCLUB é Seu. Casimiro

Marinheiros espanhóis roubaram bandeira de Portugal

NÃO FOI EM 1903 FOI A 27 DE SETEMBRO DE 2008

PSP actuou a tempo e recuperou o símbolo nacional português
Marinheiros espanhóis roubaram bandeira da nau

Marinheiros espanhóis roubaram durante a madrugada de sexta para sábado a Bandeira Portuguesa da nau Santa Maria. A PSP conseguiu, entretanto, recuperar a Bandeira Nacional que, por sua vez, a entregou à Polícia Marítima para devolução ao proprietário.
Para além da bandeira, os marinheiros, que prestam serviço num dos navios da armada espanhola que, entretanto, no sábado de manhã deixaram o porto do Funchal, terão também retirado outros objectos da nau, confore relatou à RDP-M, o comandante da Zona Marítima da Madeira, Coelho Cândido.
«Um grupo de marinheiros dos navios espanhóis que estavam atracados no porto regressavam a bordo quando decidiram entrar a bordo da nau Santa Maria, retirando, para além de outros objectos, uma bandeira nacional que estava na nau. Foram interceptados por agentes da PSP e o problema fo resolvido na hora, tendo a bandeira sido entregue à Polícia Marítima e posteriormente ao proprietário da nau”.
Segundo o comandante, os referidos marinheiros estariam alcoolizados e foram identificados pelos agentes da PSP que se encontravam muito perto do local. Os marinheiros foram conduzidos às suas embarcações, onde foi comunicado o incidente.
Tratando-se de uma embarcação privada, Coelho Cândido diz que os trâmites legais vão ficar a depender de uma queixa formal por parte do proprietário. Para já, sabe-se que a PSP tomou conta da ocorrência.
Entretanto, ouvido pela Antena 1 Madeira, o advogado Ricardo Vieira não teve qualquer dúvida em afirmar que o roubo é um crime de ultraje aos símbolos nacionais. Como tal, entende que a PSP deve comunicar o sucedido ao Ministério Público, podendo a pena chegar aos dois anos de prisão.
Ricardo Vieira explicou que, segundo o direito marítimo, as embarcações de recreio são obrigadas a ter hasteada, no mastro principal, a Bandeira Nacional. Salientou também que há um outro decreto de 1987 que determina qual a forma e o respeito que é devido aos símbolos nacionais, entre os quais, a Bandeira Nacional que se aplica, quer a edifícios públicos, quer no domínio militar ou marítimo, como é o caso das embarcações náuticas de recreio. «O que significa que uma pessoa que se introduza num barco e furte a bandeira está a ultrajar o símbolo nacional».

Xuxialismo Soteropolitano!...

Desde os primeiros instantes em que começámos a escrever, e mandar publicar aqui no portal do Ti Casimiro - O Home de Cardigos - algumas ideias e opiniões oriundas da nossa massa encefálica, nós tomámos por base uma atitude mais ou menos radical de apenas utilizar o nosso nome próprio e,... nunca jamais escondermos as nossas origens porque, ao que sabemos, não haveria motivo, e continua a não haver, razão alguma para o anonimato ou a discussão do quem é quem, porque não temos tempo para isso!

Já desde então, a nossa maior zaragata - entre nós e o editor destes escritos - sempre foi a procedência de quem nos contesta. - De quem nos tenta imitar, de quem nos manda elogios, e acima de tudo de quem nos critica pela simples crítica, que não leva a nada!...

Elas por elas, reafirmamos aqui que não somos dados a buscar nas enciclopédias, wikipédias, estórias telúricas... ou outras comédias de almanaque virtual, que se prestam à glosagem gratuita, à cópia barata, nem ao exercíco da pantumina amanuense de quem se coloca na ponta dos pés, no meio da multidão para gritar;
...Ó pá!... hei!!!!!!... ê cá ,tou aki, carago!... olhem p'ra mim!!!!!... porque quem não sabe ler, não sabe escrever e/ou melhor dizendo: quem não sabe latin... fica assim!... parece um boi a olhar p'ró palácio da Pena...

- Pena é que, esses escribas, cada um com as suas razões pessoais, tenha que se esconder no anonimato. - Na prosopopeia das suas palavras homónimas, escritas em lingua morta e já vencida!... e no labirinto dos fonemas, que na sua maioria, nos levam a agravar a crise da falta de crase na nossa conversa em família lusófona.

Segundo o departamento de estado do nosso órgão ASAE (Auditoria Superior dos Assuntos da Emigração) somos levados a pensar que tem muita gente que nos lê... e depois começa a escrever em ritmo de fantazia "xuxial"... e não raras vezes, até de uma forma mais ou menos enxerida no campo da "fique são", para ver se algum leitor desavisado acredita nestas coisas.
- Pode ser que de repente o dito cujo "arrebenta a boca do balão" e aí é que serão elas!...

Recentemente nós perguntávamos ao nosso Home de Curiapéba, o escritor Ti Aristides Theodoro, por quem temos muita admiração, como se chamam os naturais de Salvador, e ele nos contestava de imediato que... são Bahianos,... óxente!...
- o que nós replicámos que não!
- Quem nasce em Salvador é "sotero politano" de raça pura!...
- Isto vem do Grego "Soteropólis", que é igual a "Salvador da Pátria"!,... E esta é a única razão que conhecemos dos nossos governantes há mais de 34 anos,mais seis meses, com 3 dias e algumas horas...
- E aatão purquê?...
Porque a origem está na formação da palavra, no seu gene natural onde ninguém nasce do nada a não ser o Big Bang causado pelo MFA = Movimento Faíscante Antonino do Bar La´ Vento, isso eles teem demais!....
- Daí que ao fazermos a investigação, encomendada pelo nosso Primo Mané (PM) com vistas a uma próxima campanha eleitoreira a favor da malta que está de fora e... só serve para rachar lenha (depois que foi abandonada pelos "Cavacos da Silva") ... e aatão lá bai!!!

- Com um "sem cerimónia" que já lhe é peculiar, o dono do portal resolveu publicar uma parte da nossa ficha do Registro no Campo de Concentração Algarvio, situado a poucos quilómetros do Comando Geral da WER MATCH Lusitana, lá no hotel do Alvor, que ficou conhecido por IARN (Isto Ainda é Realmente Negativo...) e da nossa Entrada pessoal no mundo da Luso Fonia.
Ali se diz quem somos, e também um pouco do quem não somos ou jamais seremos, todavia se levantam aqui algumas controvérsias; uma delas é a nossa origem pessoal.

Antes porém de continuarmos com a nossa explanação do saber quem é quem aqui, e porquê?... é necessário dizer que não fazemos parte de nenhuma organização nem temos a minima intenção de o vir a ser!
Frisamos isto desde logo porque, tem alguns leitores deste jornal os quais certamente vão relacionar o nosso "tiro cinado" em férias forçadas no Algarve... como sendo talvez algum remanescente da operação "Valkiria" (*) infelizmente fracassada na época, e por isso o lider moral - o governo Português - continua impune independentemente da sua liderança no processo de passar aos vindouros toda esta cultura ou falta dela.

- Burrices à parte, mostre-se pelo menos a dignidade de honrar os mortos com atitudes, e factos concretos!... e não com discursos indirectos à laia de "Soteropolitanismos" de ocasião, tão em abundância nas feiras da ladra "xuxiais" actuais, que infelizmente se espalharam mundo afora, nos bolsos e nas malas de cartão dos mais de dois milhões e meio de cidadãos "retornados" ao recto ângulo em boa fé... e rejeitados em boa intenção de quem de direito!
De boas intenções está o inferno cheio!... E isto nos remete ao Livro de São Cipriano, o proibído maledetto!... um dia destes voltaremos, se a tanto nos ajudar o engenho, porque a arte é naturalmente só nossa.

(*) 1944: Atentado de Stauffenberg contra Hitler.
Em 20 de julho de 1944, o conde Claus Schenk von Stauffenberg perpetrou um atentado contra Hitler, em nome do movimento de resistência, do qual faziam parte vários oficiais. Hitler saiu apenas levemente ferido da explosão de uma bomba em seu quartel-general na Prússia Oriental. A represália não se fez esperar: mais de quatro mil pessoas, membros e simpatizantes da resistência, foram executadas nos meses seguintes.
O conde Claus Philip Maria Schenk von Stauffenberg é um dos principais personagens da conspiração que culminou com o fracassado atentado contra Hilter em 20 de julho de 1944. --- etc e tal e coisa.

Abraço a todos,


- Silvino Potêncio - Emigrante Transmontano - Ex Residente em Angola

Ex Combatente - Retornado² ... Luz & Tano

O Home de Caravelas - Mirandela - Portugal www.portugalclub.org

terça-feira, 16 de setembro de 2008

QUEM TEM MEDO DA INTELIGENCIA?

Nas nações democráticas, organizações de Inteligência de Estado são um dos pilares para a afirmação e consolidação do status de país livre e emancipado, ao propiciar a coleta e análise de informações estratégicas destinadas a subsidiar o processo decisório de seus altos mandatários, assim como rastrear e deter as incursões de espionagem hostis aos interesses nacionais. Infelizmente, é menos por estas características formais e suas potencialidades e mais pela profusão de imagens e representações distorcidas que a população em geral concebe as atividades de Inteligência. Isso se dá particularmente pela massiva descarga de produções cinematográficas hollywoodianas nas salas de exibição de todo o mundo, nas quais, grosso modo, as Organizações de Inteligência são ora o aparato de sustentação para as ações heróicas de um agente bonito, ágil e brilhante que, sozinho, consegue desbaratar as conspirações mais maléficas de organizações internacionais, ora uma sombria e fria instituição que, intrusivamente, constrange a liberdade individual. Nos dois casos está permeado o mesmo fulcro ideológico - a do voluntarismo individualista que luta contra coletivos opressivos e assustadores -, sendo muito raras as vezes em que as Organizações democráticas de Inteligência de Estado são representadas conforme aquilo a que se propõem ser: instituições compostas não por super-homens, mas por funcionários de proporções extremamente humanas que buscam em sua ação concertada a defesa da população.

No caso do Brasil a antipatia à atividade de Inteligência conta com outro fator, este relevante e fundamentado: o passado funesto da mesma em nosso período ditatorial. O Serviço Nacional de Informações (SNI), como era chamado, atuou efetivamente no sentido de conter as liberdades civis e políticas dos cidadãos, recorrendo para tanto a expedientes execráveis em contextos civilizados, entre os quais o mais conhecido foi, a pretexto de extração de informações sobre conspirações contra o Brasil, a tortura. Ao fim deste período, um vácuo institucional se impôs, dada a inadequação da SNI e seus instrumentos para os tempos democráticos, de forma que a mesma foi extinta, cedendo lugar a uma estrutura de pouca operacionalidade institucional. Destaca-se nesta etapa o famoso "caso Raytheon", em que esta empresa norte-americana foi a vencedora de processo licitatório bilionário para a aquisição de equipamentos de alta tecnologia necessários à implantação do Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). Não se tratou de processo que primou pela correção, sendo que a Raytheon contou ostensivamente com o amparo do aparato de Inteligência de Estado de seu país para explorar todas as rugosidades do processo (tais como falta de transparência e corrupção de agentes do Estado brasileiro) para, ao final, ser a vencedora. A ausência de uma Organização de Inteligência consolidada e ativa no Brasil sem dúvida tornou esta incursão estrangeira possível, e os meandros dos fatos só puderam ser revelados na medida em que, pelas contingências legais norte-americanas, os autos que os relatavam foram desclassificados e tornados acessíveis ao público vários anos depois.

Foi assim que, ao final da década de 1990 o governo federal criou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), normativamente fundamentada para aparelhar o Estado democrático de soluções estratégicas no âmbito de coleta, análise e proteção de informações sensíveis. Todavia, a herança ainda importante da débil orientação técnica e forte enviesamento ideológico do SNI, assim como os baixos salários e péssimas condições de trabalho àqueles que nela ingressavam por meio de concursos públicos, tornaram a sua funcionalidade limitada. Apenas ao final do ano de 2007, quando foi nomeado como seu diretor-geral o delegado da Polícia Federal Paulo Lacerda (conhecido por, no período em que dirigiu o seu órgão de origem, intensificar as operações policiais e pelos expressivos resultados das mesmas no combate a práticas do Crime Organizado), a Abin passou por sucessivas mudanças destinadas a consolidar a sua vocação institucional a serviço da democracia. Em uma organização que preza a discrição e o silêncio, uma das mais ruidosas mudanças foi a criação do cargo de Oficial de Inteligência, com expressivo soldo, para o qual foram remanejados os funcionários que ingressaram na instituição por meio de concurso público (porém não aqueles indicados no período da SNI ainda em atividade). Mais foi apenas nos últimos dias que a Abin foi projetada às manchetes dos principais jornais brasileiros em decorrência de acusação de que teria procedido a interceptação telefônica do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes. A prática de interceptação telefônica é legalmente vedada à Abin (ao contrário da maioria de suas homólogas em outros países), sendo no Brasil um recurso acessível à Polícia Federal contanto que seja obtida autorização do poder judiciário. Foi com este expediente que a Polícia Federal conseguiu coletar importantes provas contra o que talvez seja o mais expressivo nome do Crime Organizado brasileiro, Daniel Dantas, na chamada "Operação Satiagraha".

Para fins de síntese e pelo fato de os meandros inerentes a este caso terem sido abundantemente divulgados não nos debruçaremos sobre o caso. Cabe apenas lembrar que, tendo a Polícia Federal procedido ao encarceramento preventivo de Dantas e seus cúmplices, Mendes procedeu com celeridade inabitual à concessão de habeas corpus à maioria deles. A partir de então se inicia o inferno astral de Protógenes Queiroz, delegado que coordenava a "Operação Satiagraha" (forçado a abandonar o caso), e também o de Lacerda, na medida em que a mídia trouxe à tona suspeitas de contribuições da Abin na investigação do caso, chegando-se ao seu ápice agora, em que uma gravação contendo uma conversa telefônica do senador oposicionista Demóstenes Torres e Mendes foi entregue à revista Veja por um funcionário da Abin. Acrescentando-se esta prova da existência de interceptações telefônicas ilegais à acusação de que não se tratou de um fato pontual, e sim apenas um dos muitos registros realizados que tiveram por escopo outros integrantes dos poderes judiciário e legislativo e também do poder executivo, chegou-se a um quadro de exaltação de forte perigo para o ambiente investigativo brasileiro que pouco contribui para o adequado encaminhamento do assunto. Representantes da oposição ao governo no Congresso já proferem discursos alarmados, exigindo ora a demissão da cúpula da Abin, sob ameaça de início de processo de impeachment, ora protocolando uma redução ainda maior do instrumental de atuação do órgão, ao propor impeditivos para que o mesmo acesse dados classificados das forças armadas, da receita federal e quaisquer outros órgãos detentores e/ou produtores de informações estratégicas. Este último fato é definitivamente preocupante, pois tal prerrogativa é o produto do processo ainda em curso de consolidação do chamado Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), o qual busca integrar os diferentes órgãos do poder público que atuam com a coleta e análise de informações estratégicas, e do qual a Abin é legalmente o órgão central. Somadas esta amputação de sua capacidade de interlocução institucional às limitações investigativas que já lhe são inerentes, a Abin corre o risco de ser tornar uma Organização de Inteligência de Estado inócua, com escopo mas sem os meios de atingi-lo. Trabalha-se com o medo por meio da caricaturização da Abin como ente intrusivo e bisbilhoteiro. Quem tem a ganhar com isso? Quem tem medo da Inteligência?

Desde o início da Operação Satiagraha já se escuta ruídos contrários ao encaminhamento de processos investigativos. Na mídia foi surpreendentemente ampla divulgação do debate sobre a adequação ou não do emprego de algemas pela Polícia Federal na detenção de suspeitos se comparado à análise dos pormenores do enorme esquema de corrupção presidido por Daniel Dantas. Não se trata aqui de escamotear debates pontuais sobre procedimentos, os quais são pertinentes, mas de não permitir que a existência necessária dos mesmos desvie o foco do objetivo da investigação. No caso da Abin o debate sobre procedimentos assume uma pertinência ainda maior, visto que se tratou de subterfúgio ilegal e que, acrescido do fato de ter sido utilizado sem o conhecimento do diretor-geral do órgão, deve resultar em punições enérgicas contra os funcionários responsáveis (mas conduzidas em inquéritos inseridos nos mais estritos marcos legais administrativos). Mas o debate não se pauta nestes detalhes, apenas em uma sanha por castigar cegamente que faria Torquemada corar. A atenção ao histórico da Abin, aos difíceis entraves que a atual gestão vem se esforçando para derrubar são pouco considerados. Caso um alto mandatário de um dos poderes públicos de fato esteja sob suspeita de envolvimento com um dos maiores criminosos do país, a investigação se mostra mais peremptória que no caso do suspeito ser um cidadão comum, recorrendo-se para tanto a todo instrumento que potencialize a melhor averiguação de sua inocência ou culpa. O debate no entanto segue, sorrateiramente, lógica inversa: porque o suspeito é ocupante de alto posto de Estado, o mesmo não pode ser investigado. Naturalmente o enfoque nos procedimentos é relevante, devendo ser pautado na melhor condução da investigação para a preservação da intimidade. No caso da interceptação telefônica, trata-se de recurso que, utilizado com cautela, pode de fato propiciar ganhos investigativos excepcionais. Neste caso, por que não, ao invés de manter a proibição, não permitir o procedimento sob um marco legal ostensivo de encaminhamentos e controle? Tal marco poderia impor já na etapa da coleta a tarefa de filtrar quaisquer trechos que não indiquem envolvimento com o assunto investigado. Os circuitos de divulgação das informações já filtradas poderiam ser delimitados com precisão, facilitando o controle e supervisão do seu fluxo, e o vazamento das mesmas punidas como crimes de Estado. São estes apenas alguns exemplos propositivos que poderiam ser elencados, entre muitos outros, caso se instaurasse um debate sério e técnico sobre o assunto.

Os fatos demonstram que a Abin, enquanto Organização de Inteligência de Estado, ainda tem um longo caminho na continuidade de seu aperfeiçoamento técnico e administrativo como instituição de defesa do Estado democrático. Por outro lado, o medo ostentado e difundido por representantes do poder público e da sociedade civil organizada (neste último caso, especialmente a OAB) à investigação de fatos que indiquem condutas criminosas é especialmente preocupante, pois supõe uma classe de intocáveis. A legislação já prevê foro privilegiado em processos judiciais para políticos de alto nível. Seria razoável estender este expediente para os procedimentos investigativos?


Illimani de Moura é sociólogo e servidor público federal.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

COMO SE CONSTROI UM BLUFF


No Euro, Portugal ganhou dois jogos (Turquia e Republica Checa) e perdeu outros tantos (Suíça e Alemanha). A primeira derrota não teve conseqüências desportivas; no jogo a eliminar, a Seleção evidenciou as suas principais debilidades.
Quais são elas?
- Um guarda-redes (Ricardo) que vive do seu grande momento no Euro 2004 (desempate por pênaltis, frente á Inglaterra) e da estreita relação que estabeleceu com Scolari.
- Deficiente capacidade de resposta no jogo defensivo (aéreo).
- Fraca preparação do ponto de vista das marcações.
- Pouca velocidade na construção ofensiva.
- Ausência de um esquerdino de qualidade.
- Falta de alternativas tácticas devidamente trabalhadas.
- Criação de uma clara barreira entre uma ‘equipa titular’ e uma equipa secundária.
- Pouca vocação do selecionador para alterar o rumo dos acontecimentos quando as coisas começam a correr mal.
Portugal acaba por realizar uma fase de qualificação triste e cinzenta e volta a falhar nos momentos decisivos.
Em cinco anos à frente da Seleção Nacional, com as melhores condições financeiras e beneficiando das melhorias infra-estruturais que foram introduzidas no parque desportivo português,o tão exaltado selecionador ficou sempre à beira de qualquer coisa.
Scolari teve à sua disposição os jogadores disponibilizados pelos clubes e, como se sabe, os nossos ‘emigrantes de luxo’ representam uma nova era do futebol nacional.
Com abundancia e qualidade (o que não aconteceu no passado, com as Seleções reduzidas a 7-11 atletas de indiscutíveis méritos), Scolari tinha a obrigação de fazer melhor.
Scolari teve o mérito de se transformar num ‘produto de marketing’ (muito bem pago) mas não teve um gesto (não tinha de ter) para melhorar o futebol português.
Scolari confirmou que é um treinador fraco, tacticamente. Um bluff autêntico. Construído à volta de um discurso arrogante. Procurou sempre o unanimismo e reagiu mal perante a critica. E teve consigo uma critica alinhada, subserviente, sempre disposta a criticar os seus críticos.
Os selecionadores podem mudar (de acordo com maior ou menor carisma; maior ou menor personalidade), mas os diretores não mudam.
Os jogadores são melhores, os treinadores evoluíram, mas o presidente da FPF é mau e os seus parceiros não existem.
Amândio de Carvalho estava em 1986 em Saltilho, ao serviço da FPF. Ainda é uma imagem de referencia. Com todo o respeito, faz sentido?
Madaíl prefere escolher o novo selecionador e deixar a ‘batata quente’ para um eventual novo elenco diretivo. A tudo isto, o Governo aplaude. É o País que somos. É o País de que nos orgulhamos. Triste, muito triste!

‘Rui Santos – In CM de 21 de Junho de 2008’

ÁGUA DO MAR PELA TORNEIRA DE CASA

Uma alternativa para suprir problemas de abastecimento de água que existam em cidades litorâneas do Brasil esta sendo desenvolvida a partir de uma máquina capaz de transformar a água do mar em água potável. O dessalinizador que estudantes paulistas, estão desenvolvendo é direcionado para casas, pousadas e hotéis que ficam próximos ao mar, o que trará uma grande redução nos custos com o abastecimento público convencional.
O projeto, denominado Sistema de Purificação da Água (SPA), já está na fase final dos estudos, e os coordenadores da pesquisa afirmam que foi comprovada a eficácia durante a dessalinização, ou seja, a água fica própria para consumo humano sem nenhum vestígio de sal presente ao ser retirada do mar. O coordenador da pesquisa – que pertence ao Centro Universitário da FEI – professor Arthur Tamasauskus, disse que este projeto faz parte de uma serie de estudos que buscam as alternativas para conter os problemas de saneamento básicos nas grandes cidades.
“Apesar de um dessalinizador não ser algo inédito, no nosso caso, a novidade é justamente por ser uma estrutura estudada para ser instalada em casas e pousadas. Com uma máquina com estas, os estabelecimentos e residenciais terão uma ótima alternativa para sanar o problema de custos e de falta de saneamento”, explicou.
Foi desenvolvido um equipamento que possui três metros de comprimento e é capaz de comportar até 20 metros cúbicos de água potável, a partir da água do mar. Os pesquisadores explicam que após todo processo, a água está apropriada para consumo, pois possui a concentração de sal recomendada pela ONU que é de 0,25 gramas de sal por litro.
“A equipe optou pelo processo de dessalinização pelo fato de 97% da água do planeta estar localizada no mar, o que se configura em um problema mundial a questão da escassez da água se nada for feito para evitar o desperdício”, disse o professor.

Economia de recurso natural

Dentro dos estudos feitos pelos pesquisadores, uma produção deste tipo de equipamento em um estágio inicial custaria ao comprador cerca de 55 mil reais, sendo que, embora ainda alto, poderá ser reembolsado em até dois anos e meio. O que para ele é um retorno financeiro rápido em relação a outros investimentos nesta área.
“A economia que este dessalinizador traz pode sim ‘devolver’ este dinheiro em até dois anos, segundo os nossos primeiros cálculos. Em alguns hotéis e residenciais próximos ao mar, o pagamento feito pela água é muito alto, e esta estrutura traria uma relação custo-beneficio sem precedentes”, explicou o coordenador.

Osmose reversa

O principio básico para a obtenção de água potável, explica o coordenador, é chamado de osmose reversa, ou seja, uma espécie de separação do sal e da água através de estruturas capazes de auxiliar neste processo. Após ser retirada do mar, a água passa por um processo de pré-filtração para a remoção de resíduos mais concentrados, e dentro do equipamento, ao ser inserida a água do mar, começa-se o processo de separação, e logo o sal presente na água fica separado em uma área do equipamento que não comprometa a qualidade da nova água.
“Na verdade ele é capaz de separar todos os tipos de sais minerais que estejam na água e que não são apropriados para o consumo humano”, lembrou. Ele disse que, além de equipamento de dessalinização, a única maneira de se retirar o sal da água do mar nestes processo, é a evaporação, o eu faz deste equipamento um fator facilitador para a obtenção de água potável.
Para se ter uma idéia da praticidade deste novo equipamento, os pesquisadores explicam que, além da evaporação, os outros processos de dessalinização representam apenas 12% da obtenção de água potável advinda do mar já feita em algumas partes do mundo, a osmose reversa, que é utilizada neste estudo e a destilação multiestágios representam 88% dos processos.
A osmose reversa ocorre quando se aplica uma pressão no lado da solução mais salina ou concentrada, revertendo-se a tendência natural, e esta estrutura desenvolvida na FEI existe estes dois espaços. Neste caso, a água da solução salina passa para o lado da água pura, ficando retidos os íons dos sais nela dissolvidos, através de uma grande pressão dentro da máquina.

‘Diovanne Filho’