Graças a Deus que o KAOS acordou para Sarah Palin. Sarah Palin tem tudo o que eu adoro numa mulher, embora só a tenha visto uma vez, mas aquele ar iluminado de vidente disse-me logo, "esta tipa vai-se sentar na Casa Branca já para o ano..."
Enganei-me, era na Casa Negra, e lá irá, aliás, vamos todos com ela.
Gostei muito do Vídeo do Exorcismo, e acho que era uma coisa que nós, Portugueses, um dos povos mais avançados da Europa, devíamos aplicar a cada um dos Políticos, antes de os deixar ir às urnas. Adorava ver o Paulo Pedroso e o Ferro Rodrigues serem exorcismados, o Paulo Portas a fugir defronte do Crucifixo, o Louçã a deixar sair a freira que tem lá dentro, a Odete Santos a despejar íncubos e súcubos, e a Ferreira Leite, sim, sobretudo essa, a pesar cada demónio antes de o deixar sair do corpo, com medo de que estivesse a defraudar o Fisco. Quanto ao Constâncio, eram uns simples sapatos de betão, e, a seguir, as bordas frias do Poço de Boliqueime.
Foi então Frei Bartolomeu das Dores, e o Morgado Afonso de Vasconcellos, pela parte secular, acompanhado do Capelão-Mor de Lamego, D. Antão de Pevidém e Araújo, mais dois frades recém-tonsurados, e uma mulher que era sabido provocar milagres, em curas de abortos, e que havia muita fama em todos os lugares das Beiras e Badajoz. Trouxe-se a endemoninhada já imobilizada em tiras de serapilheira benzidas com água trazida das fontes santas de Vimeiro, e um pouco de água-benta da Sé do Porto, e deitou-se em um banco, como cama, a ré. Estavam ainda presentes as custódias da Capela da Senhora dos Navegantes e um fragmento do Santo Lanho, guardado, na Igreja Grande dos Frades Jerónimos, e conhecido por obrar múltiplos milagres na Capital.
Virou-se então Frei Bartolomeu para Maria de Lurdes, e lhe disse "Em nome do Senhor Santo Pai, Patris omnipotentis, te conjuro, Lurdes Rodrigues, a que confesses por tua própria boca estar possuída por todas as formas do Demo, e que de ti saiam os nomes todos dele, mais aqueles com que disfarçado nos queiras, em ti, enganar!..."
E havendo a mulher ficado calada, se avançou D. Antão, e a pronunciou, mais alto, em Latim: "Exorcizo te, omnis spiritus immunde, in nomine Dei!!!"
E nesse mesmo momento, a mulher chamada Maria, que havia estado numa calma como que morta, começou a agitar-se e o seu corpo a serpentear, embora, como nos autos depois ficou registado, só sua cabeça permanecesse imóvel.
E disseram então, em coro, os dois Padres Exorcistas: "Exorcizo te, omnis spiritus immunde, in nomine Directonis Regionalis Educatione Septentrionalis!!!..."
E foi então que se viram coisas nunca vistas, porque a cabeça se lhe revirou toda para trás, e espumejando, soltava impropérios e outras palavras de que não houvémos registo, enquanto seus membros de cima e de baixo tentavam soltar-se de suas prisões, e então avançaram os frades novos, para que beijasse a Santa Cruz, ao que ela se recusou dez vezes, batendo com a cabeça para trás e soltando pela boca umas babas pestilentas.
"Em nome do Pai Santo, Nosso Criador, nós te exconjuramos, para que libertes pelo nome de cada um, todos os Demónios que se alojaram na tua Matriz!...", e tendo-a todos agarrado naquele corpo que se revolvia como o de uma Besta, Frei Bartolomeu a segurou pela nuca, e forçou-lhe os lábios a beijar o Santo Lenho, enquanto dizia, em voz alta, "Exorcizo te, in nomine Portatibilis Magallanis!!!".
Houve então um sopro pela cela, e aquele corpo, como se ainda mais fosse possível, se retorceu, e as coxas se abriram, como as de uma mulher prenha, que ali fosse prestes parturir, e uma coisa revoltante se lhe soltou do vaso, rastejando pela cama, e pelo chão, com o maior terror das gentes presentes, e se foi encolher num canto, soltando bafos, e roncos como os de sapos em plenilúnio, e Frei Antão levantou a a voz, e disse, "qual o teu nome, IMUNDO!!!... Per eumdem Christum Dominum nostrum, qui venturus est judicare vivos et mortuos, et saeculum per ignem?..."
E a Coisa imunda se revolvia no canto, soltando cheiros pestilentos e grandes gargalhadas, e de cada vez que se movia, era como se a luz desaparecesse, e as suas casquinadas eram uma afronta a toda a Criação.
"Responde, Mulher!!!...", dizia Frei Bartolomeu, e, pela vez dele, aproximava o Santo Lanho, Dom Antão, da Coisa Repugnante, escondida em seu canto: e ambos os demos, a coisa possuída e a enteléquia possuidora, soltavam grunhidos e risadas de mulher perdida, e soltou-se-lhe então uma voz, que era mais de animal do que de cousa humana:
"EGO SUM VALTER LEMINUS!!!..."
E todos caíram de joelhos, em profundas orações, enquanto Frei Bartolomeu beijava a Santíssima Cruz, e lhe dizia pausadamente, como manda o Rito Antigo, "Exorcizo te, Valter Leminus, et omnis spiritus immunde, in nomine Dei", e soltando uma luz de trovoada, a criatura infame ali mesmo se dissolveu, no canto em que se escondera, e os frades novos rezaram o serviço de acção de graças à Virgem de Macao pelo regresso daquele temor ao Limbo do Mal e das faltas injustificadas, enquanto Dom Antão se virava para a mulher possuída, e lançando-lhe sobre a pele respingos de água benta, toda a gente pode ver que, em cada ponto que a água lhe tocava a pele, ficavam manchas verdes, como nas maleitas dos sapos, e outros animais repugnantes do maior desagrado de Deus.
"Exorcizo te, omnis spiritus immunde, in nomine Dei, libera nos nomine, in nomine Patris omnipotentis, et in nomine Jesu Christi Filii ejus, Domini et Judicis nostri, et in virtute Spiritus Sancti, ut descendas ab hoc plasmate Dei Maria de Lurdes Rodrigues", e ao Morgado de Vasconcellos lhe foi feito sinal de que lhe chegasse aos lábios um pouco da água santa da Sé do Porto, para que fizesse com ela que outra vez com tal água tivesse contacto, mas, ao tocar o santificado pingo, naquela boca imunda, a língua se lhe revirou para dentro, começando a soltar sons guturais, e o corpo tremia, em riscos de rasgar os abençoados panos que a seguravam, para que se fez sinal aos frades novos, para que lhe prendessem mãos e pés com grilhetas de calabouço, mas nem assim ela se repousava, e, quando o segundo pingo de água benta do Porto a alcançou, de novo a matriz se lançou em espasmos de mulher que ia dar à luz, e, no meio das maiores trevas se soltaram dois aleijões, que ficaram, no meio de líquidos pestilentos, a simular coisas que todos os presentes concordaram serem actos contra a Natureza.
E disse então Frei Bartolomeu, "Exorcizo te, omnis spiritus immunde, in nomine Dei!!!...", e ambas as criaturas simularam coitos e proferiram palavras imundas, ferindo, nos seus termos, a Santa Mãe do Senhor e a divindade do Senhor Santo Cristo. "... ad templum sanctum suum vocare dignatus est, ut fiat templum Dei vivi, et Spiritus Sanctus habitet in eo", e ao invocar do Santíssimo Espírito, se virou a parteira para ambos, e lhes perguntou: "Sois filhos da Besta, mas eu também sou parteira dos homens, e em nome dos santos sacerdotes que aqui vedes, vos ordeno que digais os nomes da Serpente que habita em vós!!!..."
E o cheiro era muito mau, como aquando do tempo da Peste de El-Rei João, mas quando a mulher sábia lhes lançou uns sais que só eram de sua sapiência e segredo, ambos se quedaram mudos e impávidos.
Disse então Dom Antão: "Fides, quid tibi præstat?"
E como eles se quedavam mudos, todos rezavam: "Caput mortum, imperet tibi dominus per vivum et devotum serpentem! Cherub, imperet tibi dominus per Adam Jotchavah! Aquila errans, imperet tibi dominus per alas tauri. Serpens, imperet tibi dominus tetragramaton per Angelum et leonem. Michael, Gabriel, Rafael, Anael, fluat udor per spiritum Elohim. Maneat terra per Adam Jotchavah. Fiat firmamentum per iahuvehu-Sabaoth. Fiat judicium per ignem in virtute Michael."
E voltou a perguntar-lhes os nomes, e eles se revolviam, de cada vez que o nome dos Arcanjos Miguel e Gabriel e Rafael eram pronunciados, e só com Anael e Elohim se agitaram, espumejando, e, quando lhes aproximaram as cruzes das peles peçonhentas, soltaram, à vez, com voz de almas agonizantes:
"EGO SUM MARIANUM GAGGUM!!!...", e o outro, "DAVID JUSTINUM SUM!!!...", e naquele mesmo instante se tornaram num bafo de campa recente, e não mais foram vistos.
Virou-se então Frei Antão para os homens e a mulher presentes, e lhes perguntou, "creis o Demo afastado deste corpo?...", mas todas as gargalhadas e palavras infames que o corpo exorcismado libertava mais vinham contrariar a ideia de que Satã já o tivesse abandonado. E esgotados todos os meios para que os íncubos e súcubos libertassem aquele pobre despojo carnal, despiu Frei Bartolomeu suas vestes de sacerdote, e de tronco nu, crucifico ao pescoço, molhou o dedo em sua própria boca, e se aproximou da pestilenta, preparando-se para lhe desenhar, com salivas, o Sinal da Cruz, na testa exangue, e lhe dizendo: "Accipe signum Crucis tam in fronte..."
Houve então um horrível trovão, e com a língua toda lançada para fora, e os olhos revirados para trás, a mostrar o branco, que fazia o maior horror dos presentes, o corpo de Maria de Lurdes Rodrigues se cobriu de negros, como os da Peste, e soltando um fedor de todas as podridões da Terra, uma COISA se lhe soltou da boca, tornada numa fossa de cadáver, e se escondeu debaixo da cama, sem que os homens de Deus a pudessem ver. E foi então que a mulher de partos se dotou de um vasculho e espantou a coisa repugnante de debaixo do leito, enquanto ambos os frades menores rezavam "CRUX SACRA SIT MIHI LUX NON DRACO SIT MIHI DUX VADE RETRO SATANA NUMQUAM SUADE MIHI VANA SUNT MALA QUAE LIBAS IPSE VENENA B I B A S", e a coisa se veio, rastejante, e com as mãos todas suadas, teve um ataque como o de uma serpe, agarrada à janela de uma marquise, com seus lábios primeiros se retraindo, como a cloaca de uma galinha antes de poer ovo, e logo se abrindo num O, e voltando a fechar-se, num U virado para baixo e, antes de que dissesse seu nome, quer Dom Antão, quer Frei Bartolomeu reconheceram Pazuzu, na forma do íncubo ANÍBAL, que há muito atormentava as mulheres castas de Boliqueime, e era tema de muitas lendas de assombro de Lúcifer, pelas terras aldeãs da raia.
E ao ser pronunciado seu nome, cobardemente desapareceu da cela, para trás deixando a exorcismada morta, e quem dela se abeirasse, ao ver uns olhos fechados tão calmos e uma pele branca numa face tão serena, só pensaria na infortunada Desdémona, do grande bardo Shakespeare, da longínqua Albion, qual pequena Maddie, enfim levada em serenidade para seu repouso final, nos próprios braços de quem a progenitara.
Arrebenta
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário