segunda-feira, 15 de setembro de 2008
COMO SE CONSTROI UM BLUFF
No Euro, Portugal ganhou dois jogos (Turquia e Republica Checa) e perdeu outros tantos (Suíça e Alemanha). A primeira derrota não teve conseqüências desportivas; no jogo a eliminar, a Seleção evidenciou as suas principais debilidades.
Quais são elas?
- Um guarda-redes (Ricardo) que vive do seu grande momento no Euro 2004 (desempate por pênaltis, frente á Inglaterra) e da estreita relação que estabeleceu com Scolari.
- Deficiente capacidade de resposta no jogo defensivo (aéreo).
- Fraca preparação do ponto de vista das marcações.
- Pouca velocidade na construção ofensiva.
- Ausência de um esquerdino de qualidade.
- Falta de alternativas tácticas devidamente trabalhadas.
- Criação de uma clara barreira entre uma ‘equipa titular’ e uma equipa secundária.
- Pouca vocação do selecionador para alterar o rumo dos acontecimentos quando as coisas começam a correr mal.
Portugal acaba por realizar uma fase de qualificação triste e cinzenta e volta a falhar nos momentos decisivos.
Em cinco anos à frente da Seleção Nacional, com as melhores condições financeiras e beneficiando das melhorias infra-estruturais que foram introduzidas no parque desportivo português,o tão exaltado selecionador ficou sempre à beira de qualquer coisa.
Scolari teve à sua disposição os jogadores disponibilizados pelos clubes e, como se sabe, os nossos ‘emigrantes de luxo’ representam uma nova era do futebol nacional.
Com abundancia e qualidade (o que não aconteceu no passado, com as Seleções reduzidas a 7-11 atletas de indiscutíveis méritos), Scolari tinha a obrigação de fazer melhor.
Scolari teve o mérito de se transformar num ‘produto de marketing’ (muito bem pago) mas não teve um gesto (não tinha de ter) para melhorar o futebol português.
Scolari confirmou que é um treinador fraco, tacticamente. Um bluff autêntico. Construído à volta de um discurso arrogante. Procurou sempre o unanimismo e reagiu mal perante a critica. E teve consigo uma critica alinhada, subserviente, sempre disposta a criticar os seus críticos.
Os selecionadores podem mudar (de acordo com maior ou menor carisma; maior ou menor personalidade), mas os diretores não mudam.
Os jogadores são melhores, os treinadores evoluíram, mas o presidente da FPF é mau e os seus parceiros não existem.
Amândio de Carvalho estava em 1986 em Saltilho, ao serviço da FPF. Ainda é uma imagem de referencia. Com todo o respeito, faz sentido?
Madaíl prefere escolher o novo selecionador e deixar a ‘batata quente’ para um eventual novo elenco diretivo. A tudo isto, o Governo aplaude. É o País que somos. É o País de que nos orgulhamos. Triste, muito triste!
‘Rui Santos – In CM de 21 de Junho de 2008’
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