sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A REPUBLICA DAS BANANAS


Uma das mais conhecidas empresas do mundo, a norte-americana United Fruit, ficou na história por dois motivos: doou ao mundo não apenas bananas uniformizadas como também as saborosas "repúblicas das bananas". A United Fruit dominou durante décadas a política e a economia de muitos países latino-americanos, criando e destronando ditadores fantoches que actuavam como seus capatazes.
Uma das mais conhecidas empresas do mundo, a norte-americana United Fruit, ficou na história por dois motivos: doou ao mundo não apenas bananas uniformizadas como também as saborosas "repúblicas das bananas". A United Fruit dominou durante décadas a política e a economia de muitos países latino-americanos, criando e destronando ditadores fantoches que actuavam como seus capatazes.

Tudo em nome da produção de bananas. Portugal nunca produziu bananas sobre a batuta da United Fruit, mas o Estado comporta-se como uma república das bananas quando se trata de fazer as célebres reformas que tantos aplaudem.

O Governo de Sócrates nos últimos tempos tem sido fértil no corte aos sectores onde pensa que há excesso de consumo de bananas: a saúde e a educação, desde logo.

As reformas reduzem-se a cortar nas despesas possíveis e a ir ao baú em busca dos impostos incobráveis. O combate ao défice tem sido outra das bandeiras do executivo, que está farto de comemorar o caso com cálices de champanhe.

É caso para se ficar enternecido com o esforço reformista: o investimento levou um corte brutal (e com os aumentos das taxas de juro que estão a asfixiar as famílias portuguesas, o melhor ainda está para vir...) e a recolha de impostos disparou. Como reforma do Estado é exemplar. Até porque as despesas com pessoal continuaram a crescer.

A república pode dormir descansada ao som da sua versão da "chiquita banana". A receita é segura: o Governo come a banana e continua a engordar e o contribuinte escorrega na casca.

Fernando Sobral

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