quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Primeiro europeu é encontrado


Um grupo de cientistas de diversos países acaba de descrever o mais antigo registro do gênero Homo fora da África. Com idade estimada em 1,77 milhão de anos, os fósseis foram encontrados no sítio de Dmanisi, na Geórgia, país localizado na fronteira entre a Europa e a Ásia.

Segundo os pesquisadores, o material encontrado está muito bem preservado e mostra uma mistura de características primitivas e avançadas. A descoberta foi publicada na edição de 20 de setembro da revista Nature.

Os pesquisadores, liderados por David Lordkipanidze, do Museu Nacional da Geórgia, analisaram um esqueleto parcial de um indivíduo adolescente, incluindo o crânio, e ossos de três adultos.

Os hominídeos tinham pequena capacidade craniana e membros superiores semelhantes aos do australopiteco. Entretanto, segundo os cientistas, as colunas vertebrais e os membros inferiores são essencialmente modernos, o que indica a capacidade de se deslocar por longas distâncias.

A conclusão estaria em conformidade com estudos anteriores, que apontam o surgimento do Homo erectus há aproximadamente 1,9 milhão de anos, na África, e sua saída do continente cerca de 100 mil anos depois. A transição de gêneros do Australopithecus para o Homo foi extremamente complexa e importante na evolução humana.

Diferente dos indivíduos com cérebros reduzidos e diversas características semelhantes aos dos chimpanzés, o Homo erectus era mais alto, tinha pernas longas, apresentava um cérebro maior, face vertical e muitas outras características que o aproximam mais do homem moderno do que de seu antecessor imediato.

Segundo os autores do estudo agora publicado, os hominídeos de Dmanisi, que passa a ser a mais antiga espécie humana fora da África, não apresenta características avançadas similares às do Homo erectus e de espécies posteriores.

Ou seja, os fósseis se encontram exatamente em uma importante lacuna no conhecimento de um período fundamental na evolução humana. O resultado é que o homem de Dmanisi deverá se tornar peça fundamental para futuros estudos antropológicos.

O artigo Postcranial evidence from early Homo from Dmanisi, Georgia, de David Lordkipanidze e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

20/09/2007 - Agência FAPESP

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