terça-feira, 18 de setembro de 2007

Armando Seixas Ferreira um Barreirense


Armando Seixas Ferreira, é um nome sonante das lides do jornalismo hoje em dia. Repórter na RTP 1, actualmente, foi no Jornal do Barreiro que deu os primeiros passos, entre 1993 e 1996, e pelo qual continua a nutrir um “amor especial”. Aos 33 anos e depois de muitas reportagens que o marcaram, venceu o Prémio Paridade Mulheres Homens na Comunicação Social, promovido pela Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres. O JB entrevistou o jornalista e ficou a saber que memórias ainda conserva do seu percurso no Jornal.


Nascido no Barreiro a 16 de Maio de 1973, na maternidade da sua mãe, Laura Seixas, Armando Seixas Ferreira completou o curso de Ciências da Comunicação na Universidade Autónoma de Lisboa.
Em jeito de “prenda de natal”, o agora jornalista da RTP, Armando Seixas Ferreira venceu o “Prémio Paridade Mulheres Homens na Comunicação Social”, promovido pela “Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres”, com o objectivo de “favorecer um ambiente propício à igualdade, através de uma imagem equilibrada e não estereotipada das mulheres e dos homens nos média, dando visibilidade e expressão às mulheres e aos temas da igualdade de género.” A reportagem “Mulheres à Prova de Bala”, emitida pela RTP1, foi considerada pelo júri o melhor trabalho entre os apresentados a concurso.


Seguem-se alguns excertos da entrevista que pode encontrar na edição imprensa do JB.
Jornal do Barreiro (JB) – O que achaste da experiência de trabalhar no JB?
Armando Ferreira (AF) - Gostei muito de trabalhar no Jornal do Barreiro. A redacção era pequena, mas o ambiente era bastante familiar. Funcionava num pequeno anexo da igreja de Nossa Senhora do Rosário. Tinha máquinas de escrever e apenas um computador. Ainda posso dizer que sou do tempo da máquina de escrever. Tinha sempre feedback das coisas que ia fazendo no jornal. Era sinal de que o JB estava a chegar aos barreirenses e isso era óptimo.
JB – Que opinião tens sobre o Jornal actualmente e sobre o Barreiro?
AF - Recebo o JB todas as semanas na minha secretária na RTP. Continuo a seguir as notícias da minha terra com muito interesse através do vosso jornal e da Internet. Actualmente vivo em Lisboa, mas vou regularmente ao Barreiro onde ainda tenho casa, familiares e amigos. Sempre que aí vou dou conta de algumas alterações. Há mais prédios e o trânsito já não se faz pelas mesmas ruas. Tenho muita pena que a antiga escola Mendonça Furtado (construída pelo meu avô professor Rita Seixas) esteja abandonada. Estudei ali, assim como várias gerações de barreirenses e custa-me que as coisas tenham chegado a esse ponto. Gostava de ver o edifício restaurado e com utilidade pública.
JB - Em que é que o JB te serviu para a integração na RTP?
AF - O JB foi muito importante. Foi graças ao JB que consegui arranjar trabalho no jornal PÚBLICO no final de 1995. O meu chefe do PÙBLICO queria uma pessoa com trabalhos já publicados e com fontes na margem sul. Quando lhe contei que escrevia no JB contratou-me logo. Mais tarde quando fui admitido na RTP apercebi-me que eles davam bastante importância à experiência anterior dos candidatos. O facto de já escrever na imprensa há cinco anos ajudou muito na minha integração na RTP.
JB – Fala-nos um pouco da reportagem que te fez ganhar o prémio …
AF - Eu sabia que Portugal era um dos países da NATO com mais mulheres nas Forças Armadas. Pensei que seria um óptimo tema de reportagem. Em vez de filmar num quartel em Portugal, optei por fazê-lo no Kosovo. Tinha lá ido no Natal passado em reportagem e conheci os soldados do batalhão português, incluindo as 11 mulheres com quem fiz o trabalho. Mas não foi fácil. Pelo caminho, eu e o meu repórter de imagem, Carlos Pinota, ficámos sem o nosso material. Só tínhamos a câmara e uma cassete. É o que dá voar na Air Albania. Felizmente as malas apareceram três dias mais tarde. Depois de realizada, a reportagem ganhou importância porque penso que tocou na realidade. Os soldados falaram abertamente sobre as suas experiências, revelando as desigualdades que ainda existem nas Forças Armadas entre homens e mulheres.
Fotos: Armando Seixas Ferreira

Sem comentários: