Ser virgem não significa nada, segundo uma pesquisa feita pelas universidades de Columbia e Yale e publicada no Journal of Adolescent Health, nos Estados Unidos, 88% dos que prometem guardar a virgindade têm uma vida sexual ativa embora sem a penetração vaginal. E homens e mulheres têm seis vezes mais chances de fazer sexo oral do que os não-virgens.
A pesquisa, também descobriu que o uso de camisinha entre os “virgens” durante o sexo anal é muito baixo. E para o sexo oral é quase inexistente. E, ainda, os virgens tendem a não usar camisinha na primeira vez em que fazem sexo. Esse comportamento de risco dos virgens explica as taxas mais altas de doenças sexualmente transmissíveis (DST) do que o esperado para este grupo.
Além disso, os virgens demoram a buscar socorro médico quando ficam doentes, permanecendo infectados por DST mais tempo que os outros.
E, para agravar, outra pesquisa da Universidade da Califórnia em Los Angeles publicada no American Journal of Human Behaviour mostrou que adolescentes contaminados com o vírus da AIDS, o HIV, em 1999 e 2000, tiveram duas vezes mais propensão a fazer sexo sem preservativos nos últimos três meses quando comparados com um estudo feito entre 1994 e 1996 com contaminados com HIV. E, em média, estes jovens tiveram quase o dobro de parceiros sexuais que os do outro grupo além de estarem mais sujeitos a terem feito sexo com alguém que usava drogas injetáveis.
A primeira pesquisa estudou 349 adolescentes contaminados com HIV e foi feita entre 1994 e 1996. A segunda, contou com 175 jovens durante os anos de 1999 e 2000. Os voluntários, em ambos os casos, vieram de Los Angeles, São Francisco, Nova York e Miami e traziam características étnicas e sócio-econômicas similares.
A pesquisa também sugere que as vidas de muitos adolescentes contaminados com o HIV não melhoraram com a disponibilidade do novo tratamento. Ou seja, o “coquetel” criou uma ilusão de cura e isso contribui para se contaminar pessoas sadias.
Um estudo feito pelo Public Health Laboratory Service do governo britânico sugere que o sexo oral pode ter causado até 8% dos casos de contaminação por HIV, além de outras como a sífilis e a gonorréia.
Outra pesquisa, da Universidade Johns Hopkins e publicada na revista New Scientist, encontrou HPV (vírus do papiloma humana) em pacientes com tumores bucais que afeta uma em cada 10 mil pessoas. O HPV é uma doença sexual que causa a maior parte dos tipos cervicais de câncer e pode ser o responsável pelos tumores bucais.
O HPV, mais conhecido como condiloma ou crista de galo, não tem cura, aparece como verrugas. Causam câncer no colo do útero (em 98% dos casos) e no pênis (40%). E tem um detalhe: a camisinha não protege sempre porque o HPV ataca os testículos também.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até um quinto das mulheres entre 18 e 22 anos na Grã-Bretanha tenham algum tipo de HPV.
Em cerca de 80% dos casos, a doença é assintomática, ou seja, os homens não apresentam verrugas ou qualquer outro sinal. O vírus pode ficar incubado por até duas décadas, sem apresentar manifestação clínica.
Assim, urge que pais e professores tomem ciência do problema e eduquem as crianças sob sua responsabilidade dos perigos do sexo sem responsabilidade. E que toda a população cobre dos governantes uma política mais responsável.
Mario Eugenio Saturno é Pesquisador Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Professor do Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva e congregado mariano.
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