Também foi possível observar uma taxa mais rápida de depleção de células CD4 nas mulheres infectadas com o subtipo D, atingindo-se uma diferença média de 120 células/mm3 após seis anos de infecção.Não foi encontrada nenhuma explicação para a aparente diferença na patogenicidade, apesar do apresentador do estudo, Jared Baeten da Universidade de Washington, Seattle, ter referido a existência de alguns estudos indicadores de que o subtipo D alterava mais freqüentemente o seu tropismo para os co-receptores CXCR4 do que outros subtipos.O grupo de 1597 mulheres inicialmente soronegativas para o HIV foi acompanhada desde 1993 até 2004, quando se iniciaram as terapias com anti-retrovirais. Foram monitoradas mensalmente, antes da soroconversão, de forma a que pudesse ser totalmente definida a data da infecção. A idade média destas mulheres quando ingressaram no estudo era de 18 anos. Em relação à atividade profissional, foram classificadas como profissionais do sexo, uma vez que complementavam o seu rendimento no bar com uma média de um cliente por semana.Durante o estudo, 218 mulheres sofreram soroconversão e amostras de sangue de 147 delas foram genotipadas para determinação do subtipo do HIV. No grupo das 147 mulheres referidas, 114 (78%) tinham sido infectadas pelo subtipo A, predominante na África oriental; 21 (14%) apresentavam o subtipo D, encontrado freqüentemente em Uganda e em zonas do Quênia; e em 10 mulheres (7%) o vírus encontrado pertencia ao subtipo C, que é o mais comum na região sul do continente africano. Duas das mulheres foram excluídas do estudo pois estavam infectadas por vírus recombinantes.Todas as amostras genotipadas foram recolhidas dentro do período de um ano que se seguiu à infecção, sendo o intervalo médio de 76 dias após a data definida – uma medida importante para minimizar possíveis casos de super-infecção.Durante o estudo morreram 20 mulheres com o subtipo A, sete com o subtipo D e três com subtipo C. Os investigadores verificaram que (na ausência de tratamento) 55% das mulheres com subtipo A ainda estariam vivas 8,7 anos após a infecção e 50% das mulheres infectadas com o subtipo D estariam vivas 7,7 anos após a infecção.Sem controlar a variável carga viral, o risco de morte nas mulheres com o subtipo D era 2,3 vezes superior ao verificado para o subtipo A. Este resultado é quase estatisticamente significativo. Controlando a variável carga viral este resultado sai reforçado, com um aumento para 2,7 no risco de morte. Este resultado já apresenta significado estatístico (p=0.04).As mulheres infectadas pelo subtipo C também apresentavam uma probabilidade superior de morte; o seu risco relativo dependente do subtipo era de 1,8, controlando a variável carga viral. No entanto, dado o reduzido número de mulheres com o subtipo C, o resultado não tem validade estatística (p=0.3, ou seja, há uma hipótese em cada três deste resultado se dever a efeitos aleatórios).Não se verificaram diferenças significativas na carga viral nas mulheres infectadas por subtipos diferentes; quando este parâmetro foi determinado pela primeira vez após a infecção, as mulheres com o subtipo A apresentavam uma carga viral média de 4,75 log (55 000) e nas infectadas com o subtipo D o valor era de 4,9 log (80 000). Ao longo do tempo as cargas virais também não demonstraram diferenças para os vários subtipos.No entanto, o número de células CD4 declinou mais rapidamente nas mulheres infectadas com o subtipo D, a uma taxa superior em 3,44 células/mês. De acordo com os investigadores e decorridos seis anos da data de infecção, esta taxa conduziria a uma média de células CD4 de 249 nas mulheres com o subtipo D e de 371 nas mulheres com o subtipo A.Jared Baeten reconheceu limitações ao estudo pelo número de amostras recolhidas e pelo fato de apenas terem sido genotipadas regiões limitadas do vírus, o que impossibilita a exclusão de outros recombinantes.Afirmou ainda não terem sido encontradas quaisquer explicações para o fato da infecção nas mulheres com o subtipo D progredir mais rapidamente mas indicou um estudo anterior que verificou existir uma maior facilidade para o subtipo D usar o co-receptor celular CXCR4 em vez do CCR5.Fonte: AidsPortugal.com
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