segunda-feira, 17 de setembro de 2007

ONU CONTRA «SALAS DE CHUTO»


Droga: Orgão Internacional da ONU contra «salas de chuto»


A criação de «salas de chuto» é desaconselhada no último relatório da Órgão Internacional de Controlo de Estupefacientes (OICE) , por violar as regras internacionais segundo as quais as drogas deverão apenas ser usadas para fins médicos e científicos.


A criação de espaços para consumir droga com assistência médica, realça ainda o documento referente a 2006, acarreta também o uso, com «toda a impunidade», nesses locais, de estupefacientes adquiridos no «mercado ilícito».
Alguns países da Europa, como a Suíça e a Holanda, já criaram «salas de chuto» e em Portugal a sua criação está na ordem do dia, havendo já municípios, como o de Lisboa, com projectos para avançar com a sua instalação.
O PS, no Governo de António Guterres, fez aprovar no Parlamento uma proposta de despenalização das drogas leves e que admitia a possibilidade de virem a ser criadas «salas de chuto», beneficiando dos votos de PCP, Bloco de Esquerda e Partido Ecologista «Os Verdes».
Os defensores da sua criação argumentam que são uma forma de garantir a poio médico e social aos toxicodependentes, diminuindo a proliferação de doenças associadas ao consumo de drogas e o acompanhamento dos drogados com o objectivo de conseguir a sua cura.
Os opositores consideram que se trata da legalizar e fomentar o consumo das chamadas drogas «duras», de que o principal exemplo é a heroína.
O OICE, uma estrutura das Nações Unidas, insurge-se contra as «salas de injecção de drogas» porque vai permitir o uso e consumo de estupefacientes obtidos de forma ilegal.
Portugal volta a ser citado no relatório como uma das duas principais portas de entrada de cocaína na Europa, juntamente com Espanha, registando um aumento de apreensões de 125 por cento entre 2004 e 2005.
Neste último ano, foram apreendidas no país 19 toneladas de cocaína, que a OICE quantifica como 20 por cento de toda a quantidade daquela droga apreendida nos Estados membros da União Europeia.
Portugal é também apontado, igualmente a par com Espanha, como um dos «principais pontos» de transbordo dos carregamentos de haxixe com destino à Europa produzidos em Marrocos.
O haxixe, de acordo com o Órgão, continua a ser a droga mais consumida na Europa e os países do topo da tabela são a Dinamarca, França, República Checa e Reino Unido.
Estimativas do Observatório Europeu das Drogas e das Toxicodependências citadas no relatório indicam que nos Estados da UE, Noruega, Islândia, Suíça e Liechtenstein seis por cento da população (20 milhões de pessoas) consumira haxixe pelo menos uma vez na vida.
Já quanto à cocaína, os maiores índices de consumo foram detectados em Espanha e Reino Unido, enquanto entre a taxa de toxicodependentes europeus em tratamento, os dependentes de cocaína representam dez por cento do total.
Quanto aos «novos problemas» detectados no universo das toxicodependências, o alerta vai para a falsificação ou imitação fraudulenta (contrafacção) de medicamentos, que citando dados da organização Mundial de Saúde, a OICE diz ser de entre 25 a 50 por cento dos fármacos consumidos nos países em desenvolvimento.
E acentua mesmo que o seu uso pode ser fatal, referindo que a administração de uma vacina de contrafacção no Níger, em 1995, causou 2.500 mortes.
Diário Digital / Lusa
01-03-2007

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