segunda-feira, 17 de setembro de 2007

FALTA CONSCIÊNCIA ÉTICA PARA CENSURA A CORRUPÇÃO


O Procurador-Geral da República (PGR), Pinto Monteiro, afirmou este sábado que “não há ainda em Portugal uma consciência ética forte que censure a corrupção”, referindo-se a um estudo segundo o qual “os portugueses são permissivos”.

As conclusões preliminares da investigação “Corrupção e Ética em Democracia: o caso de Portugal”, realizado pelo Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), foram divulgadas hoje pelo jornal Público.Dos 1009 indivíduos inquiridos, entre 10 e 26 de Fevereiro de 2006, “a maioria considera ineficaz o combate à corrupção” atribuindo ao Governo a responsabilidade pela ineficácia no combate à sua prática e só depois à Justiça.“Não há uma consciência ética forte que censure a corrupção em Portugal, esse é o grande problema. A maior parte dos portugueses durante muito tempo encaravam a corrupção como uma coisa que naturalmente acontecia e que todos faziam”, disse Pinto Monteiro que hoje discursou numa conferência na Universidade de Coimbra, intitulada 'A Comunicação Social e Processo Penal’.O PGR salientou que durante anos, a “corrupção não foi censurada pela consciência moral do povo”, dizendo que a sua prática “começa agora a ser censurável graças à comunicação social que trouxe o tema para a praça pública”. Pinto Monteiro destacou a sua importância na sociedade para assegurar uma melhor transparência da administração pública, mas alertou para o conflito entre o direito de informar e os direitos individuais, defendendo a diminuição do número de processos abrangidos pelo segredo de justiça, para evitar que continue a ser “violado de forma impune”.

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