terça-feira, 18 de setembro de 2007

Bento XVI pode aprovar camisinha se casado tiver HIV


Historicamente, a Santa Sé proíbe aos fiéis qualquer método contraceptivo, incluindo a proteção contra o HIV. A exceção poderá ser o uso da camisinha no caso de um dos parceiros casados estar contaminado com o vírus da Aids. Um estudo sobre o tema foi encaminhado no Vaticano


O papa Bento XVI parece estar prestes a romper um tabu histórico da Igreja Católica. Vaticanólogos italianos acreditam que em breve ele deve aprovar o uso de preservativos pelo menos dentro do casamento, caso um dos parceiros esteja contaminado com o vírus da Aids. De acordo com a agência BBC Brasil, o cardeal Javier Lozano Barragán, presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde e responsável por um levantamento sobre os aspectos morais e científicos do uso dos preservativos, além de analisar o impacto da doença no mundo, já entregou o documento na Cidade do Vaticano. A pesquisa foi encomendada em abril de 2006 pelo papa. Historicamente, a Santa Sé proíbe que os católicos usem qualquer método contraceptivo e a regra se estende à proteção contra o HIV. A Igreja defende a chamada "paternidade responsável", abstenção das relações conjugais durante os períodos férteis, para o controle de natalidade. Para combater a Aids, recomenda fidelidade e abstinência sexual. Ainda de acordo com a BBC, citando a revista italiana L'Espresso, o conteúdo do estudo é uma "verdadeira bomba". De tão polêmico, especula-se que provavelmente nunca será publicado ou discutido na sua totalidade. O vaticanólogo Sandro Magister explica na revista que a eventual decisão da Igreja não derrubará sua doutrina atual. "O consentimento será apenas para o caso concreto no casamento, com a intenção de proteger o parceiro saudável. Não tem nenhum sentido o Vaticano autorizar o uso de preservativos em sexo fora do casamento porque ele não é consentido", disse. No final do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu pressa para que o papa desse seu aval sobre o uso de camisinha. (das agências de notícias)

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