terça-feira, 18 de setembro de 2007

PJ investiga novas pistas de corrupção desportiva


A Polícia Judiciária está já a investigar novos casos de corrupção desportiva, tendo o trabalho da PJ do Porto levado a uma reunião do seu director com a magistrada Maria José Morgado, na Directoria da capital do Norte.


A reunião na PJ incluiu além do director, Vítor Guimarães, Edite Dias, coordenadora da investigação, assim como António Gomes, chefe da brigada que há quatro anos anda a investigar a corrupção no futebol e as relações entre diversos autarcas e empreiteiros, quer de obras públicas quer também da construção civil. As investigações em curso, uma espécie de ‘Apito Dourado II’, nasceram das certidões enviadas há quase um ano pelo magistrado Carlos Teixeira, que no Ministério Público de Gondomar tem acompanhado as novas frentes da investigação criminal, não só nos meandros do futebol como também em diversas autarquias do Norte.Há processos que serão avaliados, como o do jogo Nacional-Benfica, em que um dos suspeitos é o árbitro Augusto Duarte, de Braga.REUNIÃO NO DIAP DO PORTOA coordenação dos processos do ‘Apito Dourado’ levou entretanto a uma reunião de Maria José Morgado com os procuradores da República da área do Porto que têm a seu cargo certidões do caso.“Foi uma reunião de coordenação. Trata-se de definir prioridades e uniformizar procedimentos, dando tratamento igual a casos iguais”, disse Maria José Morgado ao CM.A reunião, que demorou cerca de três horas, contou com a participação de mais de uma dezena de magistrados, entre os quais Carlos Teixeira. Além do ‘pai’ deste processo, esteve ainda na reunião o seu chefe, Eleutério da Silva, João Rato, da Maia, e Remígio Melhorado, de Penafiel.No encontro de ontem à tarde, na sala de reuniões do DIAP do Porto, a coordenadora do ‘Apito Dourado’ ficou com uma ideia do andamento das certidões, porque o objectivo de Maria José Morgado é dar toda a atenção a processos que tenham solidez de prova para poder acusar.É possível que venha a haver nova reunião com procuradores do MP no Minho, porque em Braga e em Guimarães há certidões que Morgado também quer analisar. DEBATE INSTRUTÓRIO JÁ NO DIA 30O debate instrutório do processo ‘Apito Dourado’, em fase de instrução no Tribunal Criminal de Gondomar, está marcado já para 30 de Janeiro, reunindo então 60 pessoas, de magistrados, até advogados e arguidos do caso da alegada corrupção na arbitragem relacionado com o clube de Gondomar e que na temporada de 2003/04 subiu à Liga de Honra. O debate instrutório é a fase intermédia da instrução e cuja recolha de prova testemunhal e documental terminou esta semana em Gondomar. Segue-se depois do debate a terceira e última fase, a decisão instrutória, visando confirmar a acusação, no todo ou em parte. A partir do dia 30 de Janeiro estarão no Tribunal de Gondomar, à porta fechada, o juiz de instrução criminal Pedro Miguel Vieira, o procurador adjunto Carlos Teixeira, todos os arguidos e os respectivos advogados de defesa, além do causídico Francisco Coelho dos Santos, em nome do Dragões Sandinenses, assistente no processo e que solicitou aos principais arguidos do caso a indemnização de três milhões de euros. NOS BASTIDORESSEGURANÇAS DA PJNesta deslocação de Maria José Morgado ao Porto houve de novo segurança a cargo da Polícia Judiciária. A escolta foi dirigida por Alberto Silva (Directoria do Porto da PJ) e foi visível à entrada e saída das instalações do DIAP, acompanhando todos os passos da magistrada.CARROS DE APOIOA segurança a Maria José Morgado incluiu carros de apoio da PJ que estavam prontos para enfrentar qualquer contratempo.VÁRIOS PERCURSOSAs deslocações entre a PJ do Porto e o DIAP fizeram-se ontem à tarde com percursos alternativos devido a “razões de segurança”, apurou o CM.


Juiz ouve dirigente da AF Porto


O secretário-geral da AF Porto, Domingos Santos, será hoje inquirido pelo juiz de instrução criminal do caso ‘Apito Dourado’, no Tribunal de Gondomar, por solicitação da defesa do arguido Francisco Costa, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF.


Domingos Santos será ouvido hoje de tarde, na fase de instrução, em substituição de Adriano Pinto, já que o presidente da AF Porto sofreu um AVC recentemente.Francisco Fernando Tavares Costa, 52 anos, casado, industrial, natural e residente em Gaia, tinha o pelouro das nomeações de árbitros, na época de 2003/2004, aquando das investigações criminais da PJ. Francisco Costa já viu arquivados todos os outros processos, à excepção do que se relaciona com alegadas falsificações de classificações dos árbitros, um caso ainda sob a apreciação da equipa de Maria José Morgado, em Lisboa


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