segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O CAMPEÃO DO CO2


Apenas por respirar, o presidente da Comissão Europeia emite 310 Kg de dióxido de carbono por ano. Mas pelo cargo que ocupa, entre "chaufage", iluminação e deslocações de automóvel e avião, emite além de 50 toneladas por ano. O que faz de Durão Barroso um dos homens mais inimigos do planeta. Mas que quer ser o seu salvador.
O assunto do aquecimento global do planeta, ou efeito de estufa, é cientificamente demasiado complexo para caber numa definição política. As pequenas oscilações da radiação solar acrescentadas por ínfimas alterações na inclinação da Terra são mais do que suficientes para provocar o aquecimento que estamos a viver.
Verdadeiramente, o responsável por 98% do efeito de estufa é o vapor de água. E ainda bem que há retenção do calor na atmosfera porque sem ele a temperatura média da Terra seria de 6º negativos.
Além disso, o CO2 não é aquele fumo preto que sai das chaminés como Al Gore nos quer fazer crer. O CO2 é tão invisível como o ar que expiramos. O CO2 é semente da vida. Quanto mais não fosse, os registos fósseis estão aí para mostrar que a aumentos de CO2 correspondem fases de explosão da vida.
E depois, contra aquilo que se anda a dizer, as florestas contribuem fracamente para a absorção de CO2 e libertação do oxigénio que respiramos. Essa tarefa cabe quase exclusivamente ao fitoplâncton. O mesmo fitoplâncton que se renova a cada 24 horas e se deposita nos fundos oceânicos para formar petróleo.
Portanto, o ciclo do carbono e o ciclo da água, ou seja o mecanismo da vida e do aquecimento do planeta, está fundamentalmente no mar.
É pois muito difícil resumir a questão científica a uma fórmula simples que a política possa utilizar sem criar falsos culpados ou quimeras impossíveis de alcançar.
Porém, além de qualquer discussão científica, três coisas são completamente evidentes.
A primeira é que o crescimento e desenvolvimento económico só são possíveis através do aumento continuado da população humana e do consumo crescente de energia.
A segunda é que a forma mais barata de obter energia continua a ser a queima de hidrogénio retido em moléculas com carbono.
A terceira é que os depósitos de carvão, petróleo e gás foram acumulados ao longo de milhões de anos e estão a ser consumidos a uma velocidade milhares de vezes superior ao da sua constituição. Rompendo assim o equilíbrio do ciclo do carbono. Saturando de CO2 muitos mecanismos da vida. Envenenando o planeta e, ainda que pouco, sobreaquecendo-o.
E daqui decorre que a única coisa que a humanidade pode fazer é mudar de paradigma e passar para um modelo energético menos emissor de CO2, de metano, de óxido nitroso. Ou seja, mudar de uma economia energeticamente barata para uma economia energeticamente muito mais cara baseada na energia solar e na gravítica, enquanto não chega a fusão nuclear. Pagando o preço do ar que respiramos.
É isto que Durão Barroso propõe à Europa e ao Mundo. E para alcançar o seu objectivo tem de conseguir que a União Europeia se comprometa com a redução das emissões para níveis pré-estabelecidos. No caso, para os níveis de 1990. Este é o seu desafio. E é um excelente desígnio para a Europa. Que lhe devolve uma ambição colectiva mobilizadora.
Importa também que as instituições passem a seleccionar a energia que consomem. Que, por exemplo, os automóveis de Al Gore, Durão Barroso e de José Sócrates não sejam precisamente os mais inimigos do ambiente. Porque é nas pequenas coisas que se fazem as grandes mudanças.


- "Eduardo Moura" - Publicado 26 Fevereiro 2007

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