segunda-feira, 17 de setembro de 2007

DOIS MILHÕES DE PORTUGUESES ABAIXO DO LIMIAR DE POBREZA


Segundo dados da Eurostat divulgados na segunda-feira, Portugal continua a afundar-se para índices abaixo do limiar de pobreza. Com 20 por cento de habitantes incluídos neste patamar, o país é antepenúltimo na Europa dos 28.
Desde 1990 que o cenário de empobrecimento permanece entre a população portuguesa. Apenas 2003 foi excepção. Segundo dados da empresa europeia de estatística, eram cerca de 2 milhões os portugueses que em 2004 sobreviviam com menos de 60 por cento do rendimento médio nacional.
No cálculo são também incluídas as ajudas sociais. Nos restantes 27 países da União Europeia (EU), só a Polónia e a Lituânia se situaram atrás de Portugal, registando a marca de 21 por cento.
Entre os portugueses que trabalham a situação é igualmente crítica, uma vez que 14 por cento vive abaixo desse patamar. Ao contrário da população lusa, a média dos europeus que trabalham e vivem abaixo do limiar de pobreza não ultrapassa os 9 por cento. Dados que retratam os baixos salários portugueses.
“O risco de pobreza após transferências sociais, e as desigualdades na distribuição dos rendimentos (rácio de 8,2 em 2004) são das mais elevadas na UE", afirma a Comissão Europeia, citada pelo jornal Público, a propósito de Portugal.
Comissão Europeia apresenta soluções
Bruxelas enunciou os factores que têm agravado o risco de pobreza português. Por um lado, o aumento do desemprego, de 4 por cento em 2000 para 7,6 por cento em 2005.
Também a taxa de abandono escolar, que foi de 38,6 por cento em 2005. Por último, o baixo nível de escolaridade dos jovens (48,4 por cento em 2004). As crianças (24 por cento) e os idosos com mais de 65 anos (28 por cento) são a população mais frágil.
Para inverter este caminho, a Comissão aconselha o governo português a realizar “a efectiva inserção social dos grupos de risco", implementando medidas ligadas ao rendimento mínimo.
É também necessário melhorar os níveis de qualificação dos desempregados, sobretudo dos menos qualificados e dos jovens. Efectuar a reforma das pensões e aperfeiçoar o sistema de saúde são também medidas essenciais, no entender da Comissão Europeia.
- "José Luis Costa" -

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