domingo, 16 de setembro de 2007

CONCELHIA DO PS, CONTRA O PS


Concelhia do PS de Valença demite-se contra política do Governo para a saúde


Concelho excluído da rede nacional de urgências


A Comissão Política Concelhia do PS de Valença demitiu-se em bloco em protesto contra a decisão do Governo de excluir o concelho da rede nacional de urgências, disse hoje o presidente demissionário, Fernando Rodrigues.
Com este gesto, a concelhia expressa "total solidariedade" para com o presidente da Câmara de Valença, José Luís Serra, que também já se demitiu de todos os órgãos que integrava no PS, por não concordar com a actual política de saúde do Governo, explicou Fernando Rodrigues.A Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências apresentou recentemente a sua proposta, que, no caso do distrito de Viana do Castelo, aponta para um Serviço de Urgência Médico-Cirúrgico no Centro Hospitalar do Alto Minho, e dois Serviços de Urgência Básica (SUB), um em Ponte de Lima e outro em Monção. A única mudança em relação à proposta inicial, que esteve em inquérito público até finais de Novembro, é a transferência para Monção da Urgência Básica que estava prevista para Valença.O presidente da Câmara de Valença reuniu-se anteontem com o ministro da Saúde, para tentar convencer Correia de Campos a incluir o concelho na rede de urgências, mas o responsável da tutela manifestou-se "irredutível e inflexível". Por isso, o autarca já se demitiu da Comissão Política Nacional e a Comissão Política Distrital de Viana do Castelo do PS, não descartando também a hipótese de entregar o cartão de militante."O ministro teimou em manter uma decisão completamente disparatada, que é injusta para Valença e também lesiva dos interesses dos habitantes nos concelhos vizinhos de Vila Nova de Cerveira e Paredes de Coura", criticou o autarca.José Luís Serra acusou mesmo Correia de Campos de fazer política "ao estilo quero, posso e mando" e avisou-o que "vai ter muitos problemas" por causa das urgências. "O ministro da Saúde tem uma forma de fazer política que já não é admissível em pleno século XXI. Não deu qualquer justificação para esta alteração, pura e simplesmente porque não há justificação para o injustificável. Com esta forma de fazer política, vai ter muitos problemas, quer em Valença quer em todo o país. E acredito mesmo que acabará por ter de se demitir", criticou José Luís Serra.O autarca de Valença garantiu que, a partir de agora, está disponível para participar em todas as manifestações de indignação e de protesto que a população do concelho venha a promover, desde que sejam "ordeiras, correctas e civilizadas, como se impõe num Estado de Direito".Para amanhã está já marcada uma marcha lenta de protesto, em caravana automóvel, que promete congestionar completamente o trânsito na ponte internacional que liga Valença a Tui, em Espanha.


17.02.2007 - 21h15 Lusa

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