Portugal doa material militar ao País de Nino Vieira
“Gesto simbólico” custou aos cofres do Estado 1,3 milhões de Euros
Por Isabel Guerreiro
Fernando Paula Vicente, Major-General da Força Aérea (na reforma)
“Se não cuida dos legítimos interesses do nosso País e dos seus militares, demita-se senhor ministro!”
Manuel Amaro Bernardo, Coronel do Exército (na reforma)
“O Ministro da Defesa devia ter outro género de atitudes e de preocupações.”
(Depois das declarações do Major-General Paula Vicente …)
Por outro lado, Manuel Amaro Bernardo, Coronel do Exército na reforma considera que a política europeia de apoio a África “deve ser razoável, de modo a diminuir as grandes fragilidades africanas no campo da Segurança e Defesa.”
Recorda, no entanto que “convém no entanto não esquecer que Portugal ainda mantém contenciosos resultantes do processo de descolonização, que o Presidente Nino Vieira bem conhece, nomeadamente ao longo do período em que esteve Luís Cabral à frente do país (até 1980).
Trata-se de apoiar e ter em consideração os militares que serviram juntamente com as forças militares portuguesas na Guiné e que têm sistematicamente sido abandonados à sua sorte, por todos os governos de Portugal. E antes, a seguir à independência, quando não foram fuzilados pelo PAIGC (muitas centenas) e conseguiram fugir para o Senegal, acabaram por vegetar em Portugal sem o mínimo de dignidade, como aliás acontece com a generalidade dos ex-combatentes portugueses mais humildes e com maiores mazelas físicas.”
O autor do livro “Guerra e Paz e Fuzilamentos dos Guerreiros; Guiné 1970-1980” deixa, indignado, a seguinte interrogação: “Pode compreender-se que os filhos ou netos dos oficiais do PAIGC, responsáveis por aqueles crimes contra a humanidade, ao abrigo de um qualquer protocolo entre Portugal e a Guiné-Bissau, venham frequentar o Colégio Militar ou os Pupilos do Exército, e a mesma facilidade não seja atribuída aos filhos de sargentos (de oficiais não devem existir por terem sido todos fuzilados, ainda jovens) que combateram ao nosso lado?
O General Pinto Ramalho (Oficial "Comando"), que acompanhou o Ministro da Defesa nesta visita, poderá esclarecê-lo sobre o sucedido com os "Comandos" africanos na Guiné. E também lhe poderá perguntar porque é que o seu Secretário de Estado da Defesa, que dizem ser também dos Combatentes, e o seu staff, não quiseram saber dos problemas constantes do memorando referente aos ex-combatentes guineenses exilados em Portugal, que lhe entreguei pessoalmente no início deste ano de 2008”
E o Coronel Amaro Bernardo remata: “O Senhor Ministro da Defesa Nacional pode agora dizer que está encantado por ter nascido em Bissau e aqui ter passado os primeiros seis anos da sua infância. No entanto face ao sucedido, com os guineenses que combateram ao nosso lado, devia ter outro género de atitudes e de preocupações. Assim, talvez não lhe ficasse mal que, antes de atribuir 1,3 milhões de euros em equipamento militar ao PAIGC, tivesse disponibilizado algum dinheiro para ajudar aqueles combatentes que serviram Portugal.
O Diábo
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
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