sexta-feira, 3 de outubro de 2008

COVEIROS

Extraordinário, este nosso pobre país, extraordinário povo, este nobre pobre povo português! Fizeram uma revolução, aparentemente por amor aos portugueses oprimidos por uma ditadura que não dava liberdade para se “exprimirem” e agora que têm essa liberdade, e o mesmo poder dos governantes de outrora, tratam de “espremer”, em liberdade, o mesmo pobre país e o mesmo nobre pobre povo!

A coisa vem narrada nos jornais e nos folhetins noticiaristas televisivos, mas não se conta tudo. Espremem-no na economia, com os ministros, os deputados e o presidente com direito a acumular os vencimentos das várias funções da sua vida pública, com os banqueiros, juízes e C.ª abancando somas astronómicas para não se deixarem cair na tentação de acederem aos subornos (peitas) do nobre pobre povo com prática de subornar (peitar) para merecer, e de se humilhar para obter, retiram-se os direitos dos funcionários – tais os professores, arranjando-se à pressa, para uns, uma titularidade grotesca, atropeladora dos direitos - quer em competências quer em finanças - de outros com mais direitos... Espremem-no nos escrúpulos morais, que deixaram de existir, na impunidade do crime (mesmo da pedofilia) que até merece ser ressarcido e tantas vezes agraciado... Espremem-no nos vários direitos, com a criação de novas leis ou a flexibilidade das antigas, segundo as conveniências próprias ou dos amigos, fornecendo-se casas camarárias em detrimento dos não amigos, num Estado cada vez mais endividado, mais desordenado, mais desprotegido, mais desempregado...

Só não o espremem nas promessas e no alarde sobre as coisas feitas e nos “magalhães” fornecidos, puros ossos descarnados e atirados... E o nobre pobre povo aplaude e elege, enquanto os que podem vão espremendo e aforrando, nas suas “covas” tão fundas...

Berta Brás
R. Dr. Joaquim Manso, 174 S. Pedro do Estoril

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