quarta-feira, 12 de março de 2008

DOSSIER - MULHERES…

PORQUE AMO TODAS AS MULHERES...

Gostaria de desde já vos dizer que recolhi, e passo desde já a divulgar, uma serie variada de textos, de homens, e mulheres, sobre o dia 8 de Março.
Repito sobre o dia 8 de Março!
Mais quero que saibam que como homem sou profundamente contrario á comemoração deste dia, 8 de Março, enquanto simplesmente “Dia Internacional da Mulher”, nos termos em que o mesmo é desde sempre feito, porquanto:
Considero a mulher um “Ser” com iguais direitos e deveres, perante o homem, e só mesmo o fato de elas próprias, as mulheres, se considerarem “Seres” menores, leva a que tenham que ter um dia especial no decorrer do ano, só para si.
Ser lembrado nestas condições é; sinônimo de exclusão, de quem necessita de ser lembrado um dia que seja, nos 365 dias do ano, e na verdade as Mulheres têm; para mim 365 dias no ano, não um único dia.
Perguntaram vocês: Mas então porque carga de paciência este gajo, este homem, hoje, dia 8 de Março, vai mesmo assim, publicar uma serie de textos, relativos á mulher, e á sua importância no Mundo, neste dia?
Por uma única razão!
Porque quero que cada vez mais as Mulheres e os Homens tenham a consciência de que; enquanto “Seres Humanos” são iguais, dentro das suas diferenças e mutações físicas, e que podemos sim homenagear as mulheres, sem as rebaixar á condição de “Seres” especiais, e excluídas da sociedade.
É por isso que eu Amo tanto vocês, mulheres, e não escolho o dia e a hora para lhes dar uma flor, fazer um carinho, sair para jantar, ou aproveitar para fazer amor...
Um beijo carinhoso, para todas as mulheres do Mundo, e aproveitem bem este dia, pois que amanhã será um; outro dia, e depois outro, e depois outro..., e que todos os dias do ano, de todos os anos das nossas vidas, devem ser os dias da Mulher e do Homem!

“Mulheres são; rosas vivas, que perfumam e embelezam as nossas vidas nos diversos caminhos, mesmo que essas lindas flores estejam crivadas de espinhos, são milagrosamente curadas, se tiverem fé, amor e carinho” – ‘Autor desconhecido’

‘João Massapina’

A MULHER EM ALTA

A evolução da mulher através dos tempos vem acontecendo de forma muito rápida e significativa, o que pode ser observado através da ascensão das representantes do sexo feminino a cargos de comando e de sua evidente participação política, econômica, cultural e intelectual. Mulheres jornalistas, escritoras, professoras, médicas, cientistas, todas dão o seu recado e mostram a sua garra. As mulheres brasileiras são tão empreendedoras que no ranking mundial já contabilizamos seis milhões e 300 mil mulheres empresárias, de forma que só perdemos para os EUA e para a China.
O mais interessante é que a mulher, nos dias atuais, cresce através do seu próprio valor, com estudo, trabalho e luta, sem precisar subir nas costas de senhor algum, como acontecia nas civilizações antigas. Havia casos em que ela saía do anonimato mesmo assim pela influencia sobre os soberanos, como conseqüência direta da beleza e da astúcia, nunca pelo heroísmo ou pelo trabalho. Assim, mulheres como Esther, Susana, Ruth e Judith, além da ambiciosa Rainha de Sabá tornaram-se mitos do Antigo Testamento. Cleópatra no Egipto, e Messalina, em Roma, deixaram as suas marcas.
Não fosse a lição de alguns vultos iluminados, a humanidade continuaria infinitamente a escravizar a mulher, num esquecimento de exploração já de âmbito histórico, iniciado a partir do abominável gineceu.
Mas eis que a participação das mulheres, na vida política dos seus países, vem acontecendo gradativamente. O voto foi o primeiro grande passo para essa conquista. Foi a Nova Zelândia país-arquipélago do Pacifico Sul, de legislação avançada, a nação que primeiro concedeu direito de voto à mulher, no principio do século passado. No Brasil, o direito de voto para a mulher foi outorgado pela Constituição de 1934, no governo Getúlio Vargas.
Depois de tantas conquistas e da forma como as nossas mulheres vêm brilhando, hoje, a valorização da mulher, na sociedade, tornou-se uma realidade. Na verdade, está provado que elas são tão capazes quanto os homens, sendo necessário apenas que se lhes dêem oportunidades. Por outro lado, as verdadeiras mulheres possuem uma maior sensibilidade para lidar com as dificuldades, solucionar os problemas e apaziguar os ânimos, quando necessário por isso a sua ascensão pode ser também um caminho para se tentar combater a violência que infelicita a nossa vida, hoje, e está em toda a parte.

‘ Fátima Araújo’
PARA ELES PENSAREM

Parte do Mundo comemora no dia 8 de Março o Dia Internacional da Mulher. Como acontece; todos os anos, milhares serão cumprimentadas pelo “seu dia”. Constrangidas, como eu, apenas agradecem sem entender o porquê.
A mulher é mesmo considerada menor. Tem que ter um dia. Isso só acontece com excluídos, que precisam de uma data para que se lembrem deles.
A sensação de que as coisas não são bem assim se aguça neste dia 8, que dizem, foi marcado quando em 1857, mais de cem mulheres morreram queimadas numa fábrica em Nova Iorque, lutando pela redução da jornada de trabalho. Há quem diga que o fato nunca existiu.
O fato, é que as mulheres; sem duvida, vem conquistando direitos à base de muito sacrifício. Com a ampliação do mercado de trabalho durante a Revolução Industrial entramos nas fábricas ganhando menos e continuando com a responsabilidade de todas as atividades da casa e dos filhos. Como ainda é até hoje em diversos países, para não citar aqueles onde as mulheres não têm absolutamente direito nenhum sobre as suas próprias vidas: não escolhem o que vestem nem com quem casam. Nem Benazir Bhuto escapou de um casamento arranjado.
A mulher na nossa realidade trabalha dois expedientes fora e á noite quando chega a casa dá expediente lá mesmo também. Sem condições de pagar a empregados, lava, passa, varre, orienta e cuida dos filhos e muitas ainda; tem que cuidar da roupa do marido, do almoço do marido... A cada vez que concluem uma etapa do trabalho, terá que se ver rapidamente com o que está ainda por fazer.
Com tantas atribuições e a função de cuidar dos interesses de todos os membros da família e a cobrança deles, a mulher vai aprendendo a conviver com aquela sensação de “estar em falta”, devendo algo ao seu desempenho multipapel em alguma área da sua vida. Não existe mulher que “tire de letra” tantas obrigações. As mulheres estão cansadas, dizem as pesquisas.
E o que queremos, afinal? Perguntaria algum leitor homem, com certeza. Queremos continuar mas o preço esta alto demais. Tenho a certeza de que a maioria trocaria as rosas, os jantares e os parabéns no Dia da Mulher por uma maior participação dos homens na formação dos filhos, nas atividades cotidianas da casa, no apoio e na compreensão. Talvez os homens estejam precisando de um dia para pensar sobre isso.

‘Rosa Aguiar’

ROSAS VIVAS

Oito de Março é o dia da mulher, ou seja, é o dia para a celebração dos feitos políticos, econômicos e sociais alcançados pelas mulheres ao longo dos séculos, sobretudo, nas últimas décadas. Tal concepção do Dia Internacional da Mulher foi inicialmente proposta na passagem do século XX, durante o célebre processo de industrialização e expansão econômica sobre as condições de trabalho das mulheres.
Registra a historia que no dia 8 de Março de 1857, em Nova Iorque as mulheres empregadas em fabricas de vestuários e industria têxtil foram protagonistas de uma grande manifestação pública, cuja mesma, reclamava sobre as más condições de trabalho e baixos salários. Entretanto, oportuno é esclarecermos em síntese, pois que, “Este fato levou a uma versão distorcida dos fatos, misturando este evento com o incêndio na fabrica da Triangle Shirtwaist, que também aconteceu em Nova Iorque, em 25 de Março de 1911, onde morreram 146 trabalhadoras. Segundo esta versão, 129 trabalhadoras durante um protesto teriam sido trancadas e queimadas vivas. Este evento, porém nunca aconteceu e o incêndio da Triangle Shirtwaist continua como o pior incêndio da historia de Nova Iorque, dados recolhidos na Wikipédia.
Todavia muitos outros protestos se seguiram nos anos seguintes ao episodio de 8 de Março, porém, destaca-se um outro em 1908, onde 15.000 mulheres marcharam sobre a cidade de Nova Iorque exigindo a redução de horário, melhores salários, e o direito ao voto. Assim, o primeiro Dia Internacional da Mulher observou-se a 28 de Fevereiro de 1909 nos Estados Unidos da América após uma declaração do Partido Socialista da América. Em 1910, a primeira conferencia internacional sobre a mulher ocorreu em Copenhague, dirigida pela Internacional Socialista, e o Dia Internacional da Mulher foi estabelecido.
Mas afinal, qual é o dia que não é o da mulher? Creio que a mulher, principalmente, aquela que edifica um lar e tem dignos propósitos de vida, mas que, também sabe ser mulher feminina, como uma rosa de Saron, não precisa de um dia especifico, de uma data pré-estabelecida. Creio Sim! Que o dia da mulher, são todos os dias...
Certamente diria um poeta:
Mulheres, são rosas vivas, que perfumam e embelezam as nossas vidas nos diversos caminhos, mesmo que essas lindas flores, estejam crivadas de espinhos, são milagrosamente curadas, se tiverem fé, amor e carinho.
Este texto, obviamente é dedicado a todas as mulheres... Mas, é para uma em especial, uma digna mulher, que trouxe novo sabor, como o sal da terra, à vida do nosso genitor.


‘Felizardo de Moura Jansen’


FEMINISMO: A RECUPERAÇAO DA IDENTIDADE

O dia internacional da mulher, comemorado a 8 de Março, tem um significado inavaliável por sintetizar um processo de conscientização e construção da identidade feminina na contemporaneidade. É o somatório das lutas desencadeadas pelo movimento feminista para superar intolerâncias, preconceitos e maniqueísmos conseqüentes de uma sociedade autoritária e machista.
Particularmente acredito que o feminismo é o maior movimento revolucionário de todos os tempos. Crenças, costumes, valores e atitudes foram modificados sem o desfecho de um único tiro ou qualquer manifestação de violência. Na prática, as mulheres redefiniram o conceito de revolução que outrora era associado à ferocidade sanguinária.
Adquirindo uma identidade autônoma, a mulher passou a se perceber com os seus próprios olhos, foi á luta e começou a participar ativamente no processo produtivo e na construção da realidade histórica, social, econômica e política.
Nos embates ideológicos, a ação do feminismo foi decisiva na construção de uma cultura de valorização das nossas especificidades e contra as investidas colonizadoras de alienígenas e alienantes. No momento em que a representação política tradicional se rende, de maneira subserviente e vergonhosa, ao capital especulativo internacional, as mulheres assumiram posições vanguardistas.
Desta vanguarda emerge uma concepção de sindicalismo crítico que posterga a baixa-estima incutida pelo reforço negativo das classes detentoras dos meios de produção, na vã tentativa da desqualificação profissional, com o solerte objetivo de explorar, mais e mais, o trabalhador.
Da mesma forma contribuiu para que o negro não se veja mais pelos olhos do branco colonizador/explorador. Todos os movimentos sociais contemporâneos são conseqüência da práxis revolucionaria feminista. Pode-se no concordar com o feminismo, mas é imperioso respeitá-lo. É por isso que afirmo os meus parabéns ás mulheres de todo o mundo.

‘Josinaldo Malaquias’

ESCRITAS, UM DIARIO EXPLICITO

“Somente no último quartel do século XIX é que as mulheres começaram a escrever com relativa liberdade, enriquecendo a literatura universal com a sua produção e verem assim; reconhecido o seu direito á educação”

Não é tarefa fácil descobrir quando as mulheres começaram a escrever, já que elas foram silenciosas e silenciadas em todos os sentidos por muito tempo e assim as primeiras escritas femininas não deixaram vestígios.
Mesmo sendo condenadas e criticadas, a história universal registra que, a principio, a mulher na condição de submissa encontrou espaço para se expressar, usando o imaginário. Confinadas no espaço domestico fiava e tecia cantando suas historias e historias da sua gente; mais tarde algumas delas se aventuram a se expressar através da poesia, da musica, do teatro ou da religião.
Com o olhar mais remoto vamos encontrando alguns exemplos na historia da humanidade de mulheres que mesmo sendo ridicularizadas, criticadas e marginalizadas, não só pela sociedade, mas também pelos iluministas da época conseguiram com a sua produção romper o silencio em que estavam recolhidas, abrindo as portas perigosas “do imaginário” num acesso tardio à escrita e muitas pagaram caro pelo feito.
Safo, grega e de origem aristocrática, segundo os historiadores foi a maior poetisa do século VII, escrevia e recitava para o público as suas poesias. Viveu na ilha de Lesbos. Perseguida pelo ditador Pitaco foi exilada na cidade de Pirra; seis séculos depois a Igreja mandou queimar as suas obras contidas em nove volumes e mais tarde no século XIX, dois arqueólogos ingleses descobriram por acaso, em Oxorinco, sarcófagos com seiscentos versos de Safo. A religiosa Hildegarde de Bingen, no século XII compunha cantos gregorianos.
Marguerite Porete, mística, culta e teóloga francesa por ter escrito teses místicas e divulgar que o amor de Deus não passava necessariamente pelos sacerdotes foi perseguida e queimada viva com toda a sua obra pela inquisição numa praça de Paris no século XII.
Chistine de Pisan, poetisa e filosofa francesa no final da Idade Média foi muito perseguida, mas legou para a historia um manual de comportamento para as mulheres da sociedade.
Tereza D’ Ávila, religiosa na reclusão dos conventos escreveu obras espirituais que se tornaram clássicos da literatura espiritual.
Os pesquisadores interessados em aprofundar os estudos sobre a mulher na escrita afirmam que o diário intimo foi uma pratica quase universal e muito difundida, utilizado pelas mulheres no silencio da sua alcova desde as épocas mais remotas quase sempre a partir de sua adolescência, ocupando um momento limitado, mais intenso da vida das mulheres.
Diferentes das outras produções, as igrejas católica e evangélica apoiaram esta pratica e até recomendaram a escrita do diário como instrumento de direção da consciência e de controle pessoal da mulher.
Sendo como foi uma escrita intima, ligada aos assuntos familiares, no entanto muitos diários traziam à tona o contexto social em que vivia a autora e daí a importância dos relatos, e graças a eles se conhece o “eu” das mulheres, numa época que as mulheres não tinham voz e nem vez.
A mulher geralmente interrompia esses relatos pelo casamento e ás vezes elas próprias o destruíam com medo da divulgação dos seus segredos; ou com a morte da autora os seus descendentes destruíam ou vendiam como papeis velhos e imprestáveis. Parte daí a dificuldade de resgatar estes escritos.
O diário íntimo já mereceu um inventário do historiador francês Philippe Lejeune num trabalho a ser completado. A historiadora e pesquisadora Cristine Bard desenvolveu importante pesquisa e no final ela organizou na cidade francesa de Angers, em convenio com a Biblioteca Universitária local, os “Arquivos femininos”, que já contêm um acervo considerável não só de diários íntimos, como de outras produções literárias de algumas mulheres do século XIII até aos nossos dias.
A carta foi outro instrumento de produção feminina dos séculos passados. Escrever e responder às cartas das amigas, do namorado, do marido ou dos filhos, na qual a autora revelava o contexto em que vivia, além dos sentimentos e expectativas.
Catarina de Siena, religiosa analfabeta que viveu na Idade Média, mística, mas laica ditou mais de 300 cartas endereçadas a diversas pessoas como rei, papas, lideres políticos, e com isso desempenhou um papel público e político importante.
A escritora francesa George Sand pseudônimo de Amandine Lucie Aurore Dupin (1804-1876) mulher de paixões e convicções, ficou celebre pelos romances que escreveu e pela correspondência vultosa de que resultaram 25 volumes publicados decorrentes das suas ligações amorosas com Alfred Musset e Fredéric Chopin e com os amigos famosos como Flaubert, Balzac, Zola, Baudelaire, Fraz Liszt, Dostoievski e Eugène Delacroix.
Simone de Beauvoir (1908-1986), filósofa, feminista e escritora, foi professora em Marseille e enfrentou o radicalismo e o reacionarismo da sociedade burguesa francesa por suas idéias e produção literária.
Outro gênero também utilizado pelas mulheres foi a autobiografia, na qual as mulheres relatavam o seu cotidiano e a sua historia de vida – uma escrita privada e íntima, ligada à família e ao contexto em que viviam.
Somente no último quartel do século XIX é que as mulheres começaram a escrever com relativa liberdade, enriquecendo a literatura universal com a sua produção e ver ser reconhecido o seu direito à educação. Com o passar dos séculos a mulher teve o direito de ingressar na universidade, pois até ao século XVII, não só as escritoras, mas também as poetisas, artistas e cantoras eram mal vistas e malditas. Nestas condições muitas chegaram às neuroses e ao suicídio e segundo a escritora Michelle Perrot, ainda se discutia no século XVII se as mulheres eram seres humanos como os homens ou se estavam mais próximo dos animais irracionais. Pasmem!

‘Maria José Teixeira Lopes Gomes’

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