É DA NATUREZA
A revista Época marcou um golaço esta semana ao abrir as suas páginas para a informação é o debate acerca de brechas da lei de que se locupletam corruptos poderosos e endinheirados para ficar longe das grades.
Fora da cadeia, eles continuam roubando o povo. E não importa se forem pilhados na rapinagem. Como subtraíram da Viúva além da conta, têm dinheiro suficiente para bancar a impunidade que lhes conseguem caríssimos advogados.
Os defensores dos corruptos, em geral pagos com grana surrupiada do erário, conhecem como ninguém os meios de arquivar ou, no mínimo, protelar ao máximo o desfecho de qualquer processo judicial que se instaure contra esses gatunos.
Enquanto a Justiça não lhes alcança, esses bandidos aproveitam para exercitar o dom natural que possuem para a corrupção, armando novas falcatruas, negociatas e maracutaias contra os interesses da sociedade.
Parece até que eles carregam o gene da canalhice no corpo e na mente. Talvez por isso não dão a mínima se denunciados e processados por desviarem dinheiro público que lavam por aqui mesmo ou depositam em paraísos fiscais no exterior.
Saibam que na intimidade muitos deles se vangloriam dos feitos. Julgam-se tão bons no oficio de enganar e roubar que chegam a mangar dos honestos e probos que lhes fazem oposição ou criticas, nas tribunas ou na imprensa.
O comportamento desses bandidos nada difere do macaco que é retirado do baile por estar dançando armado, mas retorna e é expulso do salão várias vezes, até ser castrado, pois só cortando o mal pela raiz o danado deixaria a festa em paz.
Pensam que o bicho se aquieta? Que nada! Só dá tempo para aliviar a dor. Pula o muro do clube e dali a pouco chega a noticia á portaria. O macaco está lá dentro de novo, só que agora esfregando outra coisa em todo o mundo.
CONFRARIA ENGAVETADA
A matéria especial de Época sobre corrupção traz como titulo “Privilégio e impunidade” e mostra no subtítulo “como as leis no Brasil criam atalhos que permitem aos corruptos escapar da Justiça”.
Lançada pelas Organizações Globo para competir com Veja e IstoÉ, a revista dos Marinhos vem mantendo razoável credibilidade e público, por conta de praticar um jornalismo mais centrado do que as concorrentes.
Mas, para desgosto dos paraibanos, a mesma edição da Época que cuida desse assunto e começou a circular no dia 14, expõe a nossa pequenina e lócus do que a revista considera um grande exemplo de privilegio e impunidade.
Quem ilustra tal exemplo é o senador Cícero Lucena (PSDB) preso em 2005 na Operação Confraria da Policia Federal sob acusação de chefiar gangue especializada em requentar licitações para distribuir obras com empreiteiros amigos.
O processo da Confraria, diz a revista, está engavetado em algum birô da Procuradoria Geral da Republica, aguardando parecer do procurador António Fernando para retornar às gavetas do Supremo Tribunal Federal (STF).
MELHORES MOMENTOS
Pincei do texto da matéria de Época:
- Em Outuro de 2006, (Cícero Lucena) ganhou um mandato de oito anos no Senado pelo PSDB e reconquistou o direito ao foro privilegiado.
- Seu processo subiu da Justiça da Paraíba para o STF, único tribunal em que senadores podem ser processados e julgados. Tudo voltou praticamente á estaca zero.
- Quase três anos depois da Operação Confraria, praticamente nada se avançou na Justiça no caso das fraudes das licitações em João Pessoa. Nem mesmo para provar a inocência dos supostos culpados.
- No Brasil, a punição obedece ao critério da capacidade financeira do réu, não da sua culpabilidade – diz o deputado Flávio Dino (PCdoB-MA), ex-presidente da Associação de Juizes Federais (Ajufe).
- Quantos mais recursos (financeiros) tiver o cliente, mais recursos (judiciais) haverá no processo – diz uma sentença corrente entre os advogados brasileiros.
- Nos Estados Unidos, a maioria dos julgamentos de crimes não dura mais de seis meses.
‘Rubens Nobrega’
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