segunda-feira, 31 de março de 2008

A DEMOCRACIA CHINESA

Acerca de democracia e liberdade, importa saber que o regime político chinês, também conhecido por “Comunismo” é algo a ter-se em conta no que diz respeito ao respeito pelo próximo, e pelas mais elementares, liberdades e direitos do ser humano.

Bem entendido que tudo isto está de acordo com o que é bem conhecido de regimes similares ainda existentes no Mundo, e que pautam a sua atuação por uma amplitude de liberdades tão vasta que um simples espirro pode significar um ataque ao regime.

O jornalista, Rui Boaventura, da Agencia Lusa, em Pequim, após a difusão desta noticia, anexa, no mínimo vai ser excomungado pelo regime comunista de Pequim, e quem sabe; mandado para as “masmorras” democráticas lá do sitio, digo eu talvez expulso, porque se recusa a colocar os óculos com lentes de cortiça que este tipo de regimes gosta de impor nas suas consultas oftalmológicas.

João Massapina

Leiam meus Caros, e retirem as vossas livres conclusões:


China critica mídia internacional por cobetura sobre Tibete
Por Rui Boavida, da Agência Lusa

Pequim, 24 mar (Lusa) - Depois de expulsar os jornalistas estrangeiros do Tibete e de impedir a entrada nas províncias ocidentais da China, Pequim passou a atacar a forma como a imprensa ocidental noticia as manifestações contra o domínio chinês na região.

A China, que até os protestos das últimas semanas argumentava que tudo o que se passava no Tibete era uma questão doméstica, passou agora a acusar a imprensa ocidental de "hipocrisia", "manipulação" e "distorção" na cobertura das manifestações da semana passada.

Ao enfrentar os maiores protestos desde 1989 contra sua administração no Tibete, que pela primeira vez se espalharam por outras províncias, Pequim usa a imprensa chinesa, toda estatal, para dizer que as manifestações no Tibete são uma criação do "grupo do Dalai Lama" e da manipulação midiática ocidental.

Essa é, pelo menos, a visão que o Departamento de Propaganda do Partido Comunista da China - que tem a palavra final sobre o conteúdo dos meios de comunicação chineses - deseja passar.

A agência de notícias oficial Nova China publica nesta segunda-feira uma entrevista com "peritos chineses em jornalismo" que "condenam as notícias parciais dos motins em Lhasa, publicadas na imprensa ocidental".

"As notícias violaram as regras éticas da imprensa de todo o mundo", disse Guan Shijie, professor de jornalismo na Universidade de Pequim, que acusou também a imprensa ocidental de "querer aproveitar os motins para sujar a imagem da China e servir seus próprios interesses políticos", que Guan, no entanto, não chegou a especificar.

Em crítica à falta de independência dos jornalistas ocidentais, o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, acusa a imprensa do Ocidente de "hipocrisia" por não mostrar a violência por parte dos tibetanos e por chamar de "repressão" os "esforços do governo para restaurar a ordem".

"Como pesquisadora de comunicação, fiquei em fúria ao ver as reportagens", disse Zhang Kai, professora da Universidade de Comunicações da China, à agência de notícias, relatando o que sentiu ao ver nos meios de comunicação estrangeiros aquilo que a Nova China chama de "notícias fabricadas e distorcidas", em especial as provenientes da cadeia britânica BBC.

No entanto, a Nova China não explica como Zhang teve acesso às notícias ocidentais, uma vez que o governo chinês bloqueou, desde o início dos protestos no Tibete, o acesso a jornais estrangeiros na internet. Foram censurados quase todos os meios de comunicação estrangeiros, incluindo a BBC, que tem site fora do ar e transmissão televisiva - tal como a americana CNN - sujeita a telas negras durante reportagens específicas sobre o tema.

Em conseqüência esperada ou não pelo governo chinês, a onda de ódio contra a imprensa estrangeira já passou para as páginas de discussão da internet e, daí, para a sociedade.

Depois que os contatos de um grande grupo norte-americano de jornalismo foram publicados na internet, a redação foi invadida por ameaças telefônicas e por fax. A empresa precisou fechar por algumas horas, até reforçar a segurança para proteger os repórteres.

O Clube de Correspondentes Estrangeiros alertou, nesta segunda-feira, para a possibilidade de ataques contra os jornalistas nas ruas das principais cidades do país, a menos de cinco meses dos Jogos Olímpicos de Pequim, quando a capital chinesa espera receber mais de 20 mil repórteres.

Os ataques à imprensa estrangeira acontecem também por via eletrônica. Disfarçados de mensagens que, supostamente, divulgavam números de telefone de familiares das vítimas mortais da repressão chinesa contra os tibetanos, a caixa de entrada da Agência Lusa em Pequim recebeu vários e-mails com vírus.

Em contraste com o espaço dedicado à imprensa ocidental, a imprensa chinesa não divulgou em nenhum momento as razões de queixa dos manifestantes tibetanos, nem disse que o governo chinês isolou o Tibete e as regiões ocidentais da China a todos os estrangeiros, especialmente aos jornalistas.

A edição do fim de semana do jornal oficial China Daily, maior jornal estatal de língua inglesa da China, clamava na manchete: "Distúrbios em Lhasa mostram manipulação da imprensa ocidental".

Ilustravam a reportagem fotografias das páginas da CNN, do jornal norte-americano The Washington Post e do alemão Berliner Morgenpost que, de acordo com o China Daily, provam a "manipulação de fatos".

Na semana passada, na mesma entrevista coletiva em que exigiu "ver notícias justas e objetivas, que sigam a ética jornalista", o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores não conseguiu mais do que prometer em termos vagos o acesso dos jornalistas estrangeiros ao Tibete, dizendo que "está sendo conduzido o trabalho relevante para uma visita a Lhasa, sobre a qual serão dadas mais informações".

Em apoio à visão chinesa dos acontecimentos no Tibete, a Nova China recorreu nesta segunda-feira ao apoio do jornal oficial do regime stalinista da Coréia do Norte, Rodong Sinmun, que afirma que as "forças repugnantes internacionais que tentam politizar e destruir os Jogos Olímpicos de Pequim estão condenadas ao fracasso" e que as manifestações no Tibete foram, "obviamente, organizadas por separatistas tibetanos, com a intenção de destruir os Jogos Olímpicos".

A Nova China não diz que não existe liberdade de expressão na Coréia do Norte, nem que Pequim é um dos poucos aliados do regime norte-coreano.

Na sexta-feira, a Nova China publicou a versão de Pequim quanto ao balanço dos protestos contra a administração chinesa no Tibete, afirmando que morreram 18 civis "inocentes" e um policial.

O governo tibetano exilado no norte da Índia contesta este número e afirma que a repressão chinesa sobre os manifestantes já fez pelo menos 130 mortos no Tibete e nas províncias vizinhas que abrigam minorias tibetanas.

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