terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

SÃO SÓ 34 ANOS DE ATRASO…

A prometida requalificação do Barreiro é algo que chega só com 34 anos de atraso, porquanto o 25 de Abril de 1974, para além da liberdade trouxe também a mudança de mentalidades e o fim do ciclo do setor produtivo, que fazia do Barreiro um dos maiores pólos industriais da Europa, e portanto um dos maiores locais de empregabilidade.
Hoje, passados mais de 30 anos dessa revolução nacional e econômica, fala-se na transformação da área industrial do Barreiro, no sentido de se criarem sinergias capazes de potenciar o desenvolvimento integrado, algo que foi desaparecendo, ou melhor dizendo, nunca existiu.
O espaço físico do atual Parque da Quimiparque, ex-Cuf, esta já integrado na chamada futura centralidade do Barreiro, um dos maiores trunfos tanto na margem sul como na área metropolitana de Lisboa.
Depois de falhadas as oportunidades da chamada tentativa de requalificação industrial, é agora a hora da tentativa da requalificação urbanística avançar, algo que já deveria ter sido tentado á muito tempo, mas que a teimosia de alguns aliada ás conveniências econômicas de outros; não foi permitindo tal desígnio.
Este plano/projeto que agora se pretende colocar em marcha, vai ser algo para durar mais de 30 anos de progressivas transformações.
Importa ainda pensar que o espaço físico da Quimiparque ocupa hoje cerca de 300 empresas e emprega aproximadamente 4 mil trabalhadores, o que implica a especial atenção que se deve ter, para com as pessoas singulares e coletivas, no momento de se procederem a alterações que possam de alguma forma afetar essa situação, por forma a evitar uma nova e dolorosa machada no sector produtivo e econômico da região, já de si tão debilitada.
Conseguir fixar na zona do Barreiro a maioria dos cidadãos que vivem pendularmente entre as duas margens, deve ser um dos maiores sonhos a tentar tornar realidade a curto e médio prazo. O fator ensino superior uma conquista já alcançada, é uma das alavancas de desenvolvimento e transformação já solidificada no Concelho do Barreiro, e que deve agora ser aprofundada de modo diversificado.
A requalificação do território do atual parque empresarial, criando os chamados corredores verdes, zonas de recreio e lazer, corredores viários de rápido acesso e transposição da cidade é algo que deve ser muito bem pensado e enquadrado, para que não mais o Barreiro pareça um beco com muitas entradas e poucas saídas.
O projeto já apresentado e em discussão publica, é algo de ambicioso, mas sem duvida, na minha modesta opinião, o mais adequado para retratar toda uma região, possibilitando o nascimento de um novo Barreiro, voltado já para o século XXII, e onde se pode observar transformações assentes em três vetores, nomeadamente o desenvolvimento e requalificação industrial de grande porte, antiquada e largamente poluente em industrias de pequeno porte e devidamente preparadas em termos de salvaguarda do ambiente, e novas perspectivas urbanísticas e de comunicação com a construção de uma nova estação fluvial e ferroviária.
Os bons exemplos devem sempre ser seguidos, e aquilo que se verificou na transformação da chamada zona da Expo em Lisboa, é um ótimo exemplo, que pode e deve vir a ser seguido no Barreiro.
Para terminar; é importante reter na nossa memória a opinião pessoal do Arquiteto Tomás Salgado, sobre este projeto, afirmando que é sem duvida muito ambicioso, mas; exeqüível, contemplando as duas novas infra-estruturas projetadas para o Barreiro, ou seja; a nova Ponte Chelas/Barreiro e o Metro Sul do Tejo, mas que este mesmo projeto é também exeqüível sem a nova ponte, deixa transparecer o mais do que provável êxito da iniciativa, e a necessidade de que exista larga união social, política e econômica regionais para não deixar que o sonho morra antes de se tornar uma verdadeira realidade.

‘João Massapina’

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