Num balanço de três anos após a vitória eleitoral, Sócrates foi à SIC com uma estratégia clara: transformar o país numa realidade virtual, coisa que tanto gosta.
A economia é um êxito, disse - sendo que de facto tem o grande mérito de ter posto as contas em ordem, embora à custa de um esforço inumano dos portugueses - onde até os 8 por cento de desemprego pareceram uma catástrofe aceitável, e os 150 mil empregos estão já ali na curva do ano.
Na Educação tudo é bem feito, o «state of the art» da governação, como se a realidade de algumas reformas, altamente contestadas, pura e simplesmente não existisse. O PM passou em branco os três anos da sua governação, os avanços e recuos, e enunciou a matéria em causa como se estivesse a apresentar um programa de Governo imaculado.
Na Saúde não fez quase nenhuma concessão - excepto a que percebeu que não se deve mexer sem alternativas (coisa de somenos importância) - e reafirmou tudo o que queria do Serviço Nacional de Saúde, mesmo que nada corresponda ao que foi sendo feito. Explicar o encerramento das maternidades com a queda da mortalidade infantil não passa de um argumento esotérico.
E quanto ao resto, BCP, Alcochete, nova ponte e eleições foi o faz de conta tão bem aprendido durante os Governos de Guterres. Em resumo, Sócrates foi à SIC falar de um país irreal, onde existe uma governação exemplar, e cujos extraordinários resultados só não vê quem não quer.
Afinal quem está politicamente esquizofrénico: ele ou os portugueses?
'Luis Delgado'
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
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