sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

CARNAVAL NO BRASIL

Não fosse a violência e o desamor reinante nos dias de hoje, a época carnavalesca seria um período de descontração para enriquecer o imaginário social de historias, lendas, fábulas, brincadeiras e figurinos hilariantes que só nesse tempo tem o seu uso permitido.
Festa de alegria e expansão popular, o Carnaval foi introduzido no Brasil pelo governador Correia de Sá e Benevides, em 1641, para comemorar a ascensão de Dom João IV ao trono de Portugal. A duração da festa foi de uma semana, com combates simulados e blocos de pessoas fantasiadas e mascaradas, dançando e pulando pelas ruas.
No inicio do século XIX, os portugueses introduziram no Brasil, o “entrudo” que se desenrolava em meio a verdadeiras batalhas nas quais as armas eram goma, pó, farinha e muita água, ensopando e sujando todos os que saiam às ruas. Na mesma época surgiram as mascaras, simulando caras de cachorro, gato ou porco, no estilo Carnaval de Veneza. Foi ai que apareceram os primeiros bailes carnavalescos do Rio de Janeiro, com o charme dos confetes, das serpentinas e da lança perfume, como também as sociedades carnavalescas que começaram com cordões de negros fantasiados e tocando instrumentos primitivos. Em seguida apareceram outros grupos, consolidando-se o costume de fantasiar-se de pierrô, colombina, militar, padre, diabo, odalisca, entre outros trajes permitidos pela criatividade popular. Foram exatamente esses cordões que deram origem às escolas de samba, surgindo depois o frevo, em Pernambuco, que já é centenário e dá ao Carnaval Brasileiro um charme extraordinário.
Graças à sensibilidade de artistas e mantenedores da Cultura Popular Brasileira, o Carnaval sobreviveu e hoje voltou a introduzir os blocos dos sujos, a folia de rua, como aqui no Estado da Paraíba. O entrudo e as brincadeiras que alegram as cidades durante mais de uma semana, isto porque em Estados como a Bahia e Pernambuco a efervescência já chegou e está pegando fogo. E, aqui entre nós, também já estamos celebrando o momo para espantar os fantasmas e aquecer o coração.

‘Fátima Araujo’

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