O cinema, não o posso negar; é uma das minhas grandes paixões. Foi com o cinema que dei inicio ás minhas lides jornalísticas, nos saudosos tempos do “Grande Écran”, em publicações regionais semanais, na região onde então habitava nos idos anos 70 do século passado.
Depois, a evolução fez com que esse mesmo “Grande Écran” fosse transferido para a Rádio, e em estações locais, dediquei muitas horas a desenvolver o culto pela sétima arte, o que até me valeu honrosos convites para assistir a festivais de cinema.
A minha vida, o meu destino, no entanto não seria a comunicçao social, no entanto, o bicho cá ficou dentro de mim.
A proximidade a Lisboa, fez de mim um grande viciado na sétima arte, e perdia horas, gastava rios de dinheiro, e enchia os meus olhos de cinema sem parar. Foram muitos anos de longas maratonas em salas escuras, visionando muito do que já existia, e as novidades. Foi assim que me tornei apreciador do cinema Sueco, Francês, Japonês, Alemão, enfim um pouco de tudo quanto de bom, de muito bom se fazia por esse mundo fora.
Confesso que considero os EUA como um grande aproveitador, diria mesmo um autentico “prostituto” de tudo quanto de muito bom surge a nível mundial, e tudo isso graças á sua economia, e ás grandes possibilidades que potencia junto de todos quantos querem fazer da sétima arte a sua vida.
Ainda hoje admiro muito homens como Manuel de Oliveira que “Centenário” resistiu aos namoros e continua a dar cartas por esse mundo fora, sem necessitar de se albergar nos EUA.
Reconheço, no entanto, que os EUA ao longo do tempo possibilitaram á 7ª arte, grande meios, para que o cinema seja hoje aquilo que realmente é no mundo dos espetáculos. A verdade tem que ser dita.
Com tudo isto, podem todos vocês pensar que eu sou um adversário dos Oscares, ou coisa parecida. Pois estão profundamente enganados. É nesse momento que anualmente fica, mal ou bem, cimentado o tira teimas sobre a qualidade dessa arte.
Dentro de poucas horas mais uma grande noite se aproxima, e com ela, por sinal a 80ª, surgem os sonhos, os anseios de muitos. Eu desde há muitos anos que nunca consigo dormir nessa noite mágica, e este ano, mais uma vez cá estarei a velar, como se de uma espera por um qualquer “Pai Natal” se trata-se para ver que ganha cada uma das famosas estatuetas.
Com apenas 35 centímetros de altura, com quatro quilos, folheado a ouro 14 quilates e custando US$ 200, o Oscar, o maior prêmio do cinema, completa este ano realmente os seus 80 anos.
O Oscar já foi gay, com Capote e Brokeback Mountain. O Oscar já foi negro também, quando Halle Barry foi a primeira negra premiada como Melhor Atriz e Denzel Washington foi o Melhor Ator.
O Oscar passou décadas mudando de cor e estilo. Ao longo desse tempo, ele também flertou várias vezes com a política. E agora, aos 80 anos, ficou sanguinário. Resolveu gostar de filmes violentos. E já não faz questão de final feliz.
A primeira cerimônia foi em maio de 1929, no salão principal do Hotel Roosevelt, em Los Angeles. Há 80 anos, a grande festa para o cinema americano ocorreu num espaço com uma arquitetura suntuosa e com muito glamour.
Mas, na verdade, não foi com tanto glamour. Os 13 prêmios foram entregues em apenas cinco minutos e foi a cerimônia mais rápida da história. Só depois, começou o jantar de gala.
O Oscar número um já foi um luxo, mas na época ele não tinha nome. Pela história oficial, o nome veio da suposta semelhança da estatueta com o parente de uma funcionária da Academia.
Com o passar do tempo, a cerimônia foi ficando cada vez mais luxuosa e virou o sonho dos paparazzi e dos apaixonados por cinema. Mas, ao longo de tantas décadas, podemos dizer que o Oscar já errou. “King Kong”, por exemplo, não foi indicado, e muitos bons actores viram as suas brilhantes carreiras não ser premiadas no que de melhor fizeram, e sim em filmes inferiores, recordo, por exemplo, Henry Fonda, que veio a ganhar o premio num filme, diria assim, normal. Outros até nunca conseguiram uma estatueta, para colocar na sua sala, e no entanto, tiveram carreiras mais do que brilhantes.
Mas o prêmio representa a opinião dos 5,8 mil integrantes da Academia. Na maioria, profissionais do cinema, moradores da região de Hollywood. E, aos 80 anos, aquele que já foi branco, negro, gay, sombrio e ativista político não tem nada de velho. Aliás, está cada vez mais especializado em magia.
Assim, e mais uma vez, com ou sem polemica, eles ai estão, e tal como, com pompa e circunstancia, diz a apresentação:
Os indicados ao Oscar (...) 2008 são:
Você, eu já sei que fez as suas apostas? Confira, no entanto, agora os indicados aos Oscares de 2008, nas suas diversas categorias.
Se certar parabéns, se não para o ano teremos com toda a certeza a 81ª oportunidade de apostar em:
MELHOR FILME
Conduta de Risco
Desejo e Reparação
Juno
Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro
MELHOR ATOR
Daniel Day-Lewis (Sangue Negro)
George Clooney (Conduta de Risco)
Johnny Depp (Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet)
Tommy Lee Jones (No Vale das Sombras)
Viggo Mortensen (Senhores do Crime)
MELHOR ATRIZ
Cate Blanchet (Elizabeth: A Era de Ouro)
Ellen Page (Juno)
Julie Christie (Longe Dela)
Laura Linney (The Savages)
Marion Cotillard (Piaf - Um Hino ao Amor)
MELHOR ATOR SECUNDÁRIO
Casey Affleck (O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford)
Hal Holbrook (Na Natureza Selvagem)
Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez)
Philip Seymour Hoffman (Jogos do Poder)
Tom Wilkinson (Conduta de Risco)
MELHOR ATRIZ SECUNDARIA
Amy Ryan (Medo da Verdade)
Cate Blanchett (Não Estou Lá)
Ruby Dee (O Gângster)
Saoirse Ronan (Desejo e Reparação)
Tilda Swinton (Conduta de Risco)
MELHOR DIRETOR
Ethan e Joel Coen (Onde os Fracos Não Têm Vez)
Jason Reitman (Juno)
Julian Schnabel (O Escafandro e a Borboleta)
Paul Thomas Anderson (Sangue Negro)
Tony Gilroy (Conduta de Risco)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Desejo e Reparação
Longe Dela
O Escafandro e a Borboleta
Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Conduta de Risco
Juno
Lars and the Real Girl
Ratatouille
The Savages
MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
Persépolis (Marjane Satrapi and Vincent Paronnaud)
Ratatouille (Brad Bird)
Tá Dando Onda (Ash Brannon and Chris Buck)
MELHOR DIRECÇÃO DE ARTE
A Bússola de Ouro
Desejo e Reparação
O Gângster
Sangue Negro
Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet
MELHOR FOTOGRAFIA
Desejo e Reparação
O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford
O Escafandro e a Borboleta
Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro
MELHOR FIGURINO
Across the Universe
Desejo e Reparação
Elizabeth: A Era de Ouro
Piaf - um hino ao amor
Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet
MELHOR DOCUMENTÁRIO
No End in Sight
Operation Homecoming: Writing the Wartime Experience
Sicko
Taxi to the Dark Side
War/dance
MELHOR DOCUMENTÁRIO DE CURTA-METRAGEM
Freeheld
La Corona
Salim Baba
Sari's Mother
MELHOR EDIÇÃO
Na Natureza Selvagem
O Escafandro e a Borboleta
O Ultimato Bourne
Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Beaufort (Joseph Cedar - Israel)
Katyn (Andrzej Wajda - Polônia)
Mongol (Sergei Bodrov - Cazaquistão)
The Counterfeiters (Stefan Ruzowitzky - Áustria)
12 (Nikita Mikhalkov - Rússia)
MELHOR MAQUIAGEM
Norbit
Piaf - Um Hino ao Amor
Piratas do Caribe - No Fim do Mundo
MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
Desejo e Reparação (Dario Marianeli)
O Caçador de Pipas (Alberto Iglesias)
Conduta de Risco (James Newton Howard)
Ratatouille (Michael Giacchino)
3:10 to Yuma (Marco Beltrami)
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Falling Slowly (Glen Hansard e Marketa Irglova - Once)
Happy Working Song (Alen Menken e Stephen Schwartz - Encantada)
Raise It Up (Autor a ser determinado - August Rush)
So Close (Alan Menken e Stephen Schwartz - Encantada)
That's How You Know (Alan Menken e Stephen Schwartz - Encantada)
MELHOR CURTA-METRAGEM
At Night
Il Supplente
Le Mozart des Pickpockets
Tanghi Argentini
The Tonto Woman
MELHOR ANIMAÇÃO DE CURTA-METRAGEM
I Met the Walrus
Madame Tutli-Putli
Meme Lês Pigeons Vont au Paradis
My Love
Peter and the Wolf
MELHOR EDIÇÃO DE SOM
O Ultimato Bourne
Onde os Fracos Não Têm Vez
Ratatouille
Sangue Negro
Transformers
MELHOR MIXAGEM DE SOM
O Ultimato Bourne
Onde os Fracos Não Têm Vez
Ratatouille
Transformers
3:10 to Yuma
MELHORES EFEITOS ESPECIAIS
A Bússola de Ouro
Piratas do Caribe - No Fim do Mundo
Transformers
Eu fiz também, as minhas apostas. Faço sempre. Umas vezes acerto, outras não como qualquer jogador. Só que o cinema é muito mais do que um jogo, é uma sedução e dessa forma, e do muito ou pouco que pode ver, as minhas apostas são:
MELHOR FILME:
- Conduta de Risco
MELHOR ACTOR
- George Clooney em “Conduta de Risco”
MELHOR ACTRIZ
- Ellen Page em “Juno”
MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO
- Javier Bardem em “Onde os Fracos Não tem vez”
MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA
- Cate Blanchett em “Não Estou Lá”
MELHOR DIRETOR
- Ethan e Joel Coen em “Onde os Fracos Não Tem Vez”
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
- Onde os Fracos Não Tem Vez
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
- Conduta de Risco
MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
- Ratatouille de Brad Bird
MELHOR DIRECÇAO DE ARTE
- Sweeney Todd em “O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”
MELHOR FOTOGRAFIA
- Onde os Fracos Não Tem Voz
MELHOR FIGURINO
- Sweeney Todd em “O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”
MELHOR DOCUMENTÁRIO
- Táxi To The Dark Side
MELHOR DOCUMENTÁRIO DE CURTA METRAGEM
- La Carona
MELHOR EDIÇÃO
- Sangue Negro
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
- Mongol de Sergei Bodrov do Cazaquistão
MELHOR MAQUILHAGEM
- Piaf – Um Hino ao Amor
MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
- So Close – Alan Menken e Stephen Schwartz - Encantada
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
- O Caçador de Pipas de Alberto Iglesias
MELHOR CURTA-METRAGEM
- At Night
MELHOR ANIMAÇÃO DE CURTA METRAGEM
- My Love
MELHOR EDIÇÃO DE SOM
- Onde Os Fracos Não Tem Vez
MELHOR MISTURA DE SOM
- Onde os Fracos Não Tem Vez
MELHORES EFEITOS ESPECIAIS
- A bússola de Ouro
Desejo:
Uma ótima noite de realizações é o que eu espero encontrar, e se conseguir acertar no gosto de ¼ dos votantes da Grande Academia, então ficarei certo de que vale ainda a pena gostar de cinema, pois os meus gostos não estão estragados em relação á maioria.
João Massapina
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