“Siempre hasta la victoria!...”
Sempre, rima realmente com tempo. Sempre rima também com infinito. Mas o tempo, enquanto, espaço temporal, e como todos, sabemos, é sem duvida um bom, um ótimo conselheiro, e para tudo na vida existe um tempo certo, embora de forma alguma a vida seja um dom infinito, enquanto estado humanizado.
Esta semana foi o tempo certo de acabar com um; certo tempo, iniciado em 1 de Janeiro de 1959, nada mais do que 49 anos de poder nas mãos de um homem que iniciou a sua histórica vida lutando para terminar com um determinado tempo, uma determinada ditadura, e acabou por viver muito mais tempo como ditador, do que aquela a que galhardamente combateu.
Fidel Castro, como qualquer futebolista teimoso, só agora, que não consegue levantar as botas, chutar a bola e caminhar no relvado, decidiu, pendurar as chuteiras da política, e passar a ser um mero treinador de bancada.
Para muitos é um alivio, eu não diria tanto, pois a sua atuação fora dos relvados, simplesmente sentado na bancada, é muito mais perigosa do que dentro do próprio relvado como interveniente direto do jogo da política.
Agora, quer dure muito, ou dure pouco a sua agonia física, vai sem duvida tentar, até ao fim dos seus dias, continuar; a tentar impor as suas vontades as suas idéias. Vontades de um demagogo senil, aos 81 anos de idade. Se antes, com menos idade e com um pouco de juízo, já tecia largas aberrações, muitas vezes explanadas em discursos megalômanos, o que vai ser agora, que está num estado de demência, que nem lhe permite falar ou sequer aparecer publicamente vai já para mais de um ano.
Mas apesar de tudo isto, é ele próprio quem anuncia que vai continuar o seu combate, ao afirmar que:
“... conto com a autoridade e a experiência para garantir plenamente a minha substituição”.
Vive hoje, diria eu; vegeta, de cartas, artigos para a comunicação social que religiosamente pública tudo quanto escreve, tenha sentido algum, ou não diga religiosamente nada. Fala para o exterior em filmagens pré-montadas com os amigos que quais “dinossauros” defendem a mesma doutrina, e de que são exemplos, entre outros o Hugo Chaves da Venezuela e o Lula da Silva do Brasil, e de relatos de quem afirma o ter visitado, e compartilhado algum do seu intimo espaço.
Desde á cerca de um ano que se dedica exclusivamente a escrever artigos para a imprensa, pois a sua imagem física não permite outras lides em termos de aparição publica.
O sentimento de que pouco ou nada vai mudar em Cuba, até que a justiça da morte, entregue ao destino do tempo chegue, pode ser confirmada por inúmeros comentários, sobretudo, de Cubanos exilados nos EUA, como, por exemplo, entre muitos outros, o que Juan Costa, um exilado que vive nos EUA desde 1980, e que em Miami, na Calle Ocho, a principal rua do bairro de Little Havana, onde moram a maioria dos Cubanos, produziu para uma cadeia de TV internacional:
“É muito bom que Fidel renuncie, mas será muito melhor ainda quando ele morrer”
A esperança de que algo mude após quase meio século de ditadura, está também bem patente nas opiniões políticas, como a do Ministro Sueco dos Negócios Estrangeiros, Carl Bildt:
“A renuncia de Fidel é o fim de uma era que começou com liberdade e terminou com opressão”.
Obviamente que o fim de uma era é já irreversível e real, mas a normal transição da ditadura para a democracia vai ser muito lenta, uma vez que Cuba não tem, acho mesmo que nunca teve ao longo da sua historia, uma tradição democrática.
UM POUCO DE HISTORIA
Fidel Castro tomou o poder em Cuba no dia 1 de Janeiro de 1959, depois de ter liderado, nas montanhas de Sierra Maestra, uma guerrilha que, nos seus momentos mais críticos chegou a ter apenas o apoio de 20 homens. Ele teve como aliados guerrilheiros que se tornariam mitos da esquerda do século XX, como Camilo Cienfuegos e o Argentino Ernesto Guevara, além do seu irmão Raúl Castro.
Com muito menor poder de fogo que o exercito do ditador Fulgêncio Batista, Fidel apostou no conceito de “guerra irregular”, usando o que ele próprio chamou de: “os ardis do segredo e da surpresa” contra o inimigo.
Segundo o próprio Fidel relata, o romance “Por quem os sinos dobram”, de Ernest Hemingway, baseado na guerra civil espanhola, teria sido a sua fonte de inspiração para criar e aplicar táticas guerrilheiras.
Dizia ele:
“Desenvolvemos uma guerra de movimento, como já disse, de atacar e retirar-se. Surpreendê-los. Atacar vê atacar. Desenvolvemos a arte de confundir as forças adversárias, para obrigá-las a fazer o que queríamos. E muita arma psicológica...”
Na realidade o inicio da chamada campanha da Sierra Maestra remontam a 1953, em 26 de Julho desse ano, Fidel, que já tinha militância política, lidera um grupo de jovens revolucionários, numa tentativa de levantamento contra o General Fulgêncio Batista, que se encontrava no poder à apenas um ano, através de um Golpe de Estado.
Nessa época, Fulgêncio Batista, contava com o apoio direto dos EUA, e os ataques aos quartéis de Moncada, na Cidade de Santiago de Cuba, fracassam. Fidel é julgado e condenado a 15 anos de prisão. Só que num ato de generosidade acaba por ser anistiado e libertado em 1955, e desde logo, de forma clandestina, monta o movimento “26 de Julho”.
Em 7 de Julho de 1955, ele parte para o exílio no México, aonde vêm então a conhecer o Argentino Ernesto Guevara, mais conhecido por Che Guevara, e com quem organiza então; o embrião da guerrilha.
Logo em 2 de Dezembro de 1956, e depois de uma gloriosa viagem de 7 dias, ele e mais 82 homens voltam a Cuba, no barco “Granma”, dispostos a tomar o poder. Saliente-se que o nome do barco acabou por virar manchete do principal jornal oficial do país, e do novo regime.
Acabaram por desembarcar na costa leste do país, muito próximo da cidade de Manzanillo, e três dias depois são atacados por meios aéreos e sofrem pesadas baixas. É depois dessa derrota que Fidel, o seu irmão Raúl, Che e alguns, poucos homens que restaram, fogem para a Sierra Maestra, que é a maior cadeia de montanhas da ilha, e era, portanto local de muito difícil acesso.
Lá, segundo relataram posteriormente; com apenas dois fuzis, instalam-se e começam a reorganizar a guerrilha, com a ajuda dos camponeses e de alguns revolucionários que já atuam na ilha.
O primeiro grande embate dessa força revolucionária, acontece efetivamente em; 17 de Janeiro de 1957, contra uma patrulha mista, e acaba com a tomada da chamada Comandância de La Plata, que é desde logo transformada em quartel general, tipo base, dos rebeldes. Esta muito pequena vitória, que, no entanto, é considerada como “simbólica” pelo próprio Fidel, é muito importante, pois foi devido a essa “pequena” vitória, que o mundo passa a olhar para eles, de uma outra forma, e a ter consciência de que algo estava realmente a mudar em Cuba. Em Fevereiro, desse mesmo ano de 1957, recebem a visita do jornalista Herbert Matthews, do New York Times, que tem o credito até hoje de ter apresentado Fidel Castro e os seus companheiros ao Mundo.
Fidel Castro embandeira em arco, e decide dividir as suas forças guerrilheiras; em três grupos, liderados por Cienfuegos, Che e pelo seu irmão Raúl.
Ao mesmo tempo os civis, na grande maioria por sua livre iniciativa, levam a efeito ações de guerrilha urbana, nas principais cidades do País, apoiados pelas inúmeras denúncias de corrupção que iam retirando dia após dia, apoios populares a Fulgêncio Batista.
A situação militar e civil torna-se deveras incontrolável para Batista que acaba por sofrer um atentado em Havana, no entanto falhado, em 13 de Março de 1957. Em Maio desse mesmo ano a guerrilha captura o quartel de “El Nuevo”, numa batalha que é considerada por Fidel como o atingir da maioridade militar pelas suas forças guerrilheiras.
No final desse ano de 1957, as forças de Batista, lançam uma grande ofensiva, e tentam tomar a Sierra Maestra, mas fracassam. Em Abril de 1958, é convocada uma greve geral contra Fulgêncio Batista, que acaba por fracassar, por falta de apoio da guerrilha, considerado na época como uma falha por parte de Fidel para com os sindicalistas.
No entanto, e ao mesmo tempo, Fidel declara a guerra total contra o regime de Batista, e ao mesmo tempo o regime lança uma nova ofensiva com o apoio de cerca de 10.000 homens contra La Plata, e é derrotado após 74 dias de batalhas, como as que ficaram para a historia com os nomes de Jigue, Santo Domingo e Lãs Mercedes.
As forças guerrilheiras vitoriosas foram lideradas pelo próprio Fidel Castro, e essa vitória muda realmente o curso da guerra, uma vez que as outras duas colunas, a de Che e a de Cienfuegos tomam ao mesmo tempo as províncias centrais da ilha.
A batalha de Guisa, que ocorreu em Novembro de 1958, marca historicamente o inicio da última ofensiva revolucionaria e abre caminho assim o para Santiago. Nessa época os revolucionários seriam somente cerca de 3.000 homens, número que subirá até aos 40.000 homens á data da tomada de Havana.
As colunas fecham o cerco sobre Santiago de Cuba, e em 1 de Janeiro de 1959, Fulgêncio Batista deixa Cuba rumo á Republica Dominicana, de onde viria posteriormente a partir rumo a Espanha, então sob o domínio do nosso tão conhecido Caudilho Francisco Franco, onde se exila.
Uma semana mais tarde, Fidel entra triunfantemente em Havana e assume o cargo de primeiro ministro do governo revolucionário. A guerrilha de Sierra Mestra tinha finalmente vencido, mais por abandono do adversário Batista do que por vitória militar, no entanto essa entrada em Havana dura á mais de 49 anos...
O TEMPO...
Ao longo destas quase cinco décadas de poder, a historia de Cuba poucas voltas deu, e manteve-se sempre no mesmo rumo do chamado “Socialismo” mais conhecido por “Comunismo”, no entanto registram-se alguns acontecimentos interessantes, desde que naquele famoso dia 1 de Janeiro de 1959, o outro, ditador, Fulgêncio Batista deixou Cuba praticamente nas mãos de Fidel.
Assim, e depois da total reviravolta política, em Outubro de 1960, os EUA proíbem exportações para Cuba. Em 16 de Abril de 1961, Fidel Castro declara que Cuba é um Estado Socialista.
A verdade deve ser dita, e se hoje muitos batem no peito e gritam que Fidel é um Comunista que defende o Socialismo, deveriam também saber que na realidade Fidel Castro era; naqueles primeiros momentos da vitória revolucionária, um cidadão com um caráter ideologicamente confuso, e sem orientação política definida. Era alguém que dirigia uma revolução com um fundo de patriotismo nacionalista e anti-corrupção, e que só mesmo a passividade cúmplice dos EUA, para com o regime de Fulgêncio Batista, possibilitou que se tornassem em pouco tempo Socialistas, uma vez que a grande maioria dos que o acompanhavam eram naquela época tudo, menos Socialistas.
Em 17 de Abril de 1961, um dia depois da declaração de que Cuba era um Estado Socialista; 1.297 exilados cubanos apoiados pelos EUA, através da CIA (Agencia Internacional dos EUA) invadem a Baía dos Porcos, num ataque que teve que ser abortado dois dias depois, e que ficou conhecido como uma das maiores pedras no sapato da política externa dos EUA até hoje.
Em 22 de Janeiro de 1962, Cuba é suspensa da OEA, e no dia 7 de Fevereiro desse mesmo ano, os EUA proíbem todas as importações cubanas.
Os anos passam, muitos tentam fugir da ilha e conseguem, outros morrem no meio do oceano no afundamento das balsas, ou são fuzilados contra as paredes de Havana, Santiago e outras cidades, outros ainda apodrecem nas cadeias, e outros morrem á fome e na miséria pelas ruas e ruelas de Cuba.
Em Abril de 1980, o governo cubano, numa estranha declaração publica, afirma que os cubanos podem deixar livremente o país, e começa então a crise dos refugiados. Cerca de; 125 mil pessoas conseguem abandonar Cuba até Setembro desse mesmo ano de 1980.
Depois a porta volta a ser fechada! E todo volta a ser como era antes, ou pior ainda, com o aumento da repressão e da tirania.
Em Agosto de 1994, Fidel, numa nova intervenção algo estranha, declara que não impede que os cubanos saiam livremente do país, e cerca de 40 mil pessoas dirigem-se para os EUA, por mar, muitas delas sem o mínimo de condições de segurança ou sequer esperança de vida, sendo que é dessa data o acordo firmado entre Cuba e os EUA sobre migração.
Em Outubro de 1997, Fidel reafirma publicamente o seu irmão mais novo, Raúl Castro como seu sucessor. Em 6 de Março de 2003, o Parlamento Cubano elege Fidel Castro para o seu sexto mandato consecutivo, como presidente do Conselho de Estado, considerado o órgão supremo do governo cubano.
Numa tentativa diplomática de ganhar alguma simpatia e apoio da Comunidade Européia, em Novembro de 2004, Cuba liberta seis dissidentes políticos, incluindo o famoso escritor Raul Rivero.
Mas logo em seguida, a chamada loucura regressa, com a declaração em 2 de Fevereiro de 2005, em que Castro chama ao presidente dos EUA, George W. Bush de “perturbador”, em resposta à declaração dos EUA de que Cuba seria um berço da tirania.
As mudanças começam a adivinhar-se, e em 15 de Junho de 2006, Raúl Castro diz que o Partido Comunista de Cuba, permanecerá no controle de Cuba em caso de alguma mudança de líder. Adivinhava já o que iria acontecer em 31 de Julho desse ano, somente cerca de um mês e meio depois, quando Fidel Castro, cede temporariamente o poder ao seu irmão, para ser submetido a uma operação gastrointestinal.
O poder esta assim na mesa de operações, e as coisa não correm lá muito bem com os intestinos do ditador, que em vez de ficar ok e retornar ao poder efetivo, não tem essa sorte, nem fica com diarréia, mas vê as comemorações do seu 80º aniversário, serem adiadas de 13 de Agosto, quando faz realmente anos, para Dezembro, na tentativa de que possa recuperar para voltar a surgir em público.
A chamada “múmia” esta já numa fase só de reflexões, e em 28 de Março de 2007, publica “Reflexões de um Comandante-Chefe”, em que apresenta a sua posição sobre a política internacional.
Continua sem surgir publicamente, nem mesmo na inauguração de importantes monumentos, ou no funeral da sua cunhada, e mulher do irmão Raúl, a combatente Vila Espin, em 18 de Junho de 2007, e nem a 13 de Agosto, quando completa 81 anos, comparece ás comemorações.
No entanto, e tal qual uma “múmia” em 20 de Janeiro deste ano de 2008, é reeleito para o parlamento cubano, e deixa no ar e em aberto a possibilidade de se manter como presidente. Agora, passado um mês, vem anunciar publicamente, por via de mais uma das suas famosas cartas, que não voltará a assumir o cargo de presidente de Cuba, uma vez que assume que ‘as pernas já não podem com as botas’.
O FUTURO PROXIMO
Raúl Castro de 76 anos, irmão mais novo de Fidel, e que ocupa a presidência e Cuba de um modo provisório, desde 31 de Julho de 2006, deve ser escolhido pelo parlamento, como o novo Presidente do Conselho de Estado de Cuba, eu diria que já está mesmo escolhido. Sendo que foi o próprio Fidel a indicar essa como única solução, e que apenas vão fazer figura de corpo presente no momento da nomeação oficial, no parlamento nacional.
Essa decisão, aliás, já está realmente tomada á muito tempo, pois logo em 1959, após a fuga de Fulgêncio Batista, e a tomada do poder; Fidel Castro anunciou que ele, Raúl Castro, seria o seu sucessor, e numero dois no comando de todas as frentes políticas e institucionais.
Por outro lado Fidel era ao mesmo tempo; Presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros, primeiro Secretário do Partido Comunista de Cuba, chefe supremo das Forças Armadas e comandante em chefe da revolução, fazendo até lembrar o saudoso e lendário líder Chinês, da famosa revolução cultural.
Raúl é, digo; muito mais do que provavelmente, era até agora, Primeiro Vice Presidente de ambos os Concelhos, Segundo Secretario do Partido Comunista de Cuba, Ministro das Forças Armadas e o único em Cuba com a categoria de General do exercito.
Este será o perpetuar dos Castro, tipo monarquia familiar, com um poder que só a cabeça de uma autentica “múmia”, como é hoje Fidel, para ainda consegue imaginar como o futuro eterno de Cuba.
O FUTURO A MEDIO PRAZO
A médio prazo, Raúl Castro não vai conseguir a manutenção do poder, pois ele próprio não tem capacidade pessoal para essa empreitada. cPor um lado os seus já 76 anos, começam a pesar, e opiniões tão diversas, até já publicamente manifestadas, como a que proferiu em 2006: “Estamos concluindo o cumprimento do nosso dever. É preciso dar passagem a novas gerações ou continuar abrindo o caminho a novas gerações gradativamente”.
Deixam transparecer que Cuba com Raúl dono de todos os poderes será muito diferente.
Por outro lado o relacionamento entre os dois irmãos, não é assim tão amigável como alguns tentam fazer crer, observe-se o que os biógrafos do quinto e do oitavo filhos que o Espanhol Angel Castro teve com duas cubanas, após imigrar sem dinheiro e acabar virando fazendeiro, escrevem sobre Fidel e Raúl.
“Eles tiveram sempre grandes brigas, mas que em publico nunca evidenciam as desavenças pessoais, políticas e sociais. Raúl dirige a maior parte dos assuntos diários do Governo de Cuba, enquanto Fidel dedica o seu tempo aos assuntos globais e ideológicos”
São palavras do biógrafo americano Tad Szulc.
Que ainda afirma mais:
“Raúl com o seu bigode cortado e o seu rosto redondo, parece um merceeiro satisfeito consigo mesmo, mas é muito respeitado pela firmeza e capacidade como administrador”.
Mas as influencias externas, aliadas ás mudanças que de forma rápida se vão operar no próprio interior de Cuba, vão levar a mudanças profundas que ninguém vai conseguir controlar.
FRASES QUE MARCAM ÉPOCAS
Condenem-me, não me importa. A história me absolverá!”
‘Fidel Castro, durante o seu julgamento, em 16 de Outubro de 1953, por liderar a tentativa de tomada do quartel de Moncada’
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“É preciso saber usar as armas que se tem e é preciso criar distancia total sobre todos os livros e todas as fórmulas acadêmicas”
‘Fidel Castro, revelando o que julga ser o segredo do sucesso militar’
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“Se você chama de liberdade de imprensa o direito dos inimigos de Cuba de escreverem contra a Revolução, eu diria que não estamos a favor dessa liberdade”
‘Fidel Castro, argumentando contra as criticas ás restrições à liberdade de expressão em Cuba’
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“O meu desejo sempre foi cumprir as minhas tarefas até ao meu último suspiro”
‘Fidel Castro, na carta de renuncia á Presidencia’’
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“Trairia a minha consciência ocupar uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total quando não estou em condições físicas de oferecer isso”.
‘Fidel Castro, na carta de renuncia á Presidencia’
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O QUE OS OUTROS PENSAM
“É uma decisão corajosa e estou convencido de que ao tomá-la, Fidel Castro foi guiado pelos interesses do seu País e do seu povo”
‘Guennadi Ziuganov, Líder do Partido Comunista Russo’
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“A França espera que a decisão de Fidel Castro de renunciar à presidência de Cuba abra um novo caminho e que exista mais democracia neste país”
‘Jean-Pierre Jouyet, Secretário de Estado Francês para os Assuntos Europeus’
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“É o momento no qual Raúl Castro vai poder assumir com maior capacidade, solidez e confiança este projeto de reformas”
‘Trinidad Jiménez, Secretária de Estado de Espanha para Ibero-America’
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“Fidel Castro virou um ditador pior do que o seu principal inimigo Fulgêncio Batista”
‘José Garcia Hamilton, historiador argentino’
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“O presidente Castro é um líder revolucionário profundamente amado pelo seu povo cubano e também um velho amigo do povo chinês”
‘Ministro das Relações Exteriores da China’
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“Esta é uma oportunidade para avançar a transição pacífica para uma democracia”
‘Gordon Brown, Primeiro Ministro Britânico’
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“Isso (renuncia) bate com a impressão que tive quando o visitei pouco tempo atrás. Ele tinha um problema na perna. Voltei com a impressão que Fidel analisava a situação política e criava condições para isso acontecer”
‘Luis Inácio Lula da Silva, Presidente da Republica Federativa do Brasi’l
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“A comunidade internacional deveria trabalhar para começar a construir instituições para a democracia. Eventualmente, esta transição deveria acabar em eleições livres e justas”
‘George W. Bush, Presidente dos EUA’
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“... a posição comum européia tem como objetivos; encorajar um processo pacífico de transição a uma democracia plural, o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, além da recuperação sustentável e a melhoria do nível de vida da população cubana”
‘John Clancy, porta-voz da Comissão Europeia’
O QUE EU PENSO
A ilha de Fidel, já não é mais de Castro. A sua gloriosa epopéia chegou ao fim, porque como tudo na vida, tem um princípio, um meio e um fim.
Agora o futuro pertence sem duvida aos Cubanos que souberam aproveitar as boas condições criadas ao nível do Ensino e da Saúde, entre outras, e que são efetivamente referencias internacionais, sendo que nomeadamente na área do Ensino, ainda não se conseguiu entender muito bem o patamar de desenvolvimento que Fidel idealizou, tirando a muito bem conseguida alfabetização.
Por outro lado a maioria da população da ilha vive quase abaixo do limiar da pobreza, com racionamentos para quase tudo o que se possa imaginar; automóveis da década dos anos cinqüenta, do século passado, que circulam presos por arames, digo circulam; quando o racionamento do combustível o permite.
E que dizer de uma das grandes criticas de Fidel e dos seus apoiantes incondicionais, ao regime do homem que o antecedeu, Batista, de que tinha: “transformado Cuba num grande Bordel”. Hoje, e de á muitos anos a esta parte, Cuba é realmente um grande Bordel, de prostituição direta e indireta. As jovens Cubanas, não têm na sua maioria duvidas no momento de decidir entre poderem passar uma noite num hotel, onde podem tomar um banho com sabonete, pois que sabonete ou mesmo sabão, é um bem racionadíssimo, e ao mesmo tempo poderem ir ás compras com um qualquer “Gringo” que tenha a possibilidade de pagar algo para elas com dólares, ou viverem no meio da miséria sem conhecer o outro lado da vida.
É obvio que podem pensar que Cuba face ás condições econômicas, criadas, por um lado pela política interna e por outro pelo embargo, é mesmo um imenso Bordel, cheio de ‘Prostitutas’ á disposição do turista ocidental, mas nem é necessário ler Boudelaire, podemos servir-nos de Antonio Figueira, como li á poucos dias, e entender que ele tem razão neste aspecto pois:
“as putas quando chegam a casa e despem a máscara das ilusões em frente ao espelho também são gente capaz de amar”.
O turismo é uma das maiores fontes de rendimento, já que os tempos da exportação do açúcar já lá vão. Hoje o numero de turistas ocidentais que por ano passam em Havana cifra-se, segundo os números oficiais, em cerca de 2 milhões. Estes números se comparados, por exemplo, com Lisboa, que apresenta números muito próximos dos 5 milhões, é ainda uma gota de água no meio do oceano.
Mas Cuba, temos que o reconhecer tem um turismo muito próprio. A maioria dos que por ali aportam, não vem só para comprar uns ‘Puros’, ou para fazer inesquecíveis ‘luas de mel’, vem sobretudo na sua maioria para se dedicar a beber uns copos até cair, nos ‘Resorts’ que apresentam um menu de ‘tudo incluído’; apanhar uns banhos de sol do Caribe, e como também li á poucos dias, proferido por um especialista sobre a Ilha e as suas raras maravilhas: “colocar uns carimbos no passaporte sexual, com mais ou menos dólares e mais ou menos ‘mojitos’ e mais ou menos sabonete á mistura”
Ninguém de bom senso, pode de modo algum vir agora alegar que a ilha é somente um paraíso para a “prostituição”, e tão somente isso. Em qualquer lado do mundo se pode encontrar “prostituição”, e trata-se sem duvida de um problema social e econômico real a nível internacional, que movimenta muitos interesses e $$$. Um problema que é tão real lá como cá, a única diferença devem ser os preços, e ai Cuba leva vantagem, pois é considerado pelos próprios Cubanos como uma atividade ainda barata por ali, mas Portugal sem ser Cuba, dizem também os especialistas na matéria, que tem as “Prostitutas” mais baratas da Europa, e não tem Fidel nem sofre ou algum dia sofreu, algum embargo americano.
Fala-se também em direitos humanos, e realmente é visível que algo não funciona bem, diria corretamente, mas também não se pode considerar um ‘Gulac’ como alguns políticos, apressadamente, querem fazer crer.
Sem duvida o maior problema dos cubanos é o estomago, digo o pequeno almoço, almoço e jantar, pois temos mesmo que acreditar, que existe fome por aquelas bandas...
E perguntam vocês: e muito bem; “morre Fidel e tudo muda?”
Ninguém pode acreditar nisso. As mudanças que se vão operar em Cuba vão levar muitos anos, pois tudo obedece a situacionismos econômicos, e se hoje os EUA, digo os empresários dos EUA, já investem em Cuba, embora de modo imperceptível para as autoridades, esse investimento é feito á distancia, não no terreno, o que inviabiliza a colocação de industrias e ao mesmo tempo de lançamento direto de divisas nas economia, de modo a possibilitar o aquecimento desta, com o aumento do consumo de forma consolidada.
O fim da era Fidel Castro é sem duvida uma esperança na mudança necessária e urgente de Cuba, porque pessoalmente acredito, agora ser possível essa mudança no médio prazo, e reconheço que a importância do presente e do futuro está no bem estar dos cubanos, o fator mais importante de toda esta questão, e sobre isso, e nesse aspecto tenho que reconhecer que as palavras do presidente dos EUA, George W. Bush, sem alguma duvida são muito acertadas e realísticas.
“Os cubanos são os que sofreram sob o domínio do regime de Fidel Castro. Eles são os que foram presos pelas suas crenças, eles são os a quem ele negou o direito a viverem numa sociedade livre”
Chegou então o tempo de se pensar num outro futuro possível, e todos temos que acreditar que vai sem duvida ser possível ‘Siempre Hasta la..’.
‘João Massapina – 19-02-2008’
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
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