quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Kosovo

Sobre o Kosovo temos que dar a mão á palmatória, e estudar também a opinião de Pacheco Pereira, que realmente nos deixa muito para pensar, e se ele não terá alguma razão na sua opinião em termos geográficos, sociais e políticos, face ao exemplo que pode ser extrapolado para a Espanha.
E como nuestros hermanos ficam aqui ao lado, quem sabe, se a Madeira, Algarve, etc...
Embora cada caso, seja um caso, mas...

«A maioria da opinião pública e de muita da comunicação social (aqui o PÚBLICO é excepção) permanece indiferente à política externa portuguesa quanto ao Kosovo. O mesmo se poderá dizer da indiferença com que o PS e o PSD tratam esta questão, ainda por cima numa zona onde há tropas portuguesas que foram para lá baseadas num mandato que afirmava que o Kosovo era parte da Sérvia… Quem é que quer saber disso para alguma coisa? Agora o que eu queria saber é que pressão está a fazer o directório europeu, França, Alemanha, Reino Unido, para que países como Portugal reconheçam o Kosovo? Porque estão de certeza a fazê-la e eu estou longe de considerar que o reconhecimento do Kosovo corresponda aos nossos interesses nacionais. Por muito que isso pareça contra-intuitivo em relação à nossa história, não é do interesse nacional qualquer coisa que ajude à fragmentação da Espanha.»
E releio:
Por muito que isso pareça contra-intuitivo em relação à nossa história, não é do interesse nacional qualquer coisa que ajude à fragmentação da Espanha.
In: Publico

ISALTINO O FORJÃOO sr Isaltino de Morais, é já uma personagem típica da zona de Oeiras, melhor dizendo, ele nem é nado e criado em Oeiras, mas acabou

O sr Isaltino de Morais, é já uma personagem típica da zona de Oeiras, melhor dizendo, ele nem é nado e criado em Oeiras, mas acabou por ali pegar de ‘estaca’ á alguns anos.
Enquanto autarca funciona assim no tipo e estilo da imagem criada por Alberto João Jardim na Madeira. Ou seja, vai a tudo o que é batizado, boda e funeral, saída dominical de missa e, inauguração de fontanário, lâmpada de iluminação publica e botica e apadrinha tudo e todos, para obviamente retirar daí os seus benefícios pessoais e políticos diretos e indiretos.
É política dirão vocês?!
Realmente é uma foram de fazer política!
Mas um tipo de política baseada no caciquismo mais abjeto e primário de que existe memória.
Ainda é de todos, lembrada, por certo, a interessante e engenhosa, forma que encontrou para fazer lavagem de algum dinheiro. Dinheiro de que não consegue explicar a proveniência, contando para isso com a ajuda direta de um primo, muito seu primo... com a profissão de taxista, e muito “abastado???” que vive na Suíça, que tinha tanto dinheiro que; nem sabia que o tinha em seu nome, depositado em contas bancarias suíças, e que vive, não diria miseravelmente, mas de forma nada de acordo com os valores $$$ depositados em seu nome pessoal.
Talvez que este primo do Isaltino seja o clone do chamado Zé do Lixo, que andava sempre andrajosamente vestido, a catar lixo, mas tinha dinheiro escondido por tudo quanto era canto, que acabou por morrer sem nem saber ou sequer imaginar que era milionário...
Os construtores civis, (alguns) digo na sua maioria; os “patos bravos” da zona, e que tem transformado o Concelho de Oeiras numa nuvem de betão armado, estes são os seus maiores amigos e aliados $$$... e que ajudaram a transformar Oeiras; primeiro num Concelho com alguma qualidade de vida, que até mereceu rasgados elogios, e depois numa segunda fase num dormitório de caixotes empilhados em altura, igual a tantos outros subúrbios de grandes cidades.
O autarca modelo passou assim a ser mais conhecido pelo autarca dos modelos $$$.
Agora, com uma boa montanha de processos crime a correrem contra si, pelos motivos mais dispares, o Autarca modelo $$$, descobriu uma suspeição no Juiz que o está a julgar num dos processos. Precisamente um processo por corrupção.
Sim corrupção, e não uma multa de transito por um estacionamento automóvel fora de zona autorizada... ou por ser apanhado a conduzir alcoolizado após uma noite de balada nas Docas...
Diz, ou melhor insinua, o Autarca modelo que; o Juiz Carlos Alexandre não o quer julgar com isenção, mas somente se quer vingar pessoalmente dele, por que a Câmara de Oeiras lhe embargou em tempos umas obras em casa.
Muito interessante esta posição, e veja-se: se cada Réu num processo se lembra de dizer que o Juiz que o está a julgar, não vai com a cara dele, por exemplo, então a justiça em Portugal simplesmente fica ainda mais atravancada em recursos, e mais recurso, só por uma questão de beleza pessoal.
O que o Sr. Isaltino está a tentar fazer, não é mais nem menos do que uma operação de beleza pessoal, tentando ganhar algum tempo processual, rompendo prazos de recursos, e outras manhosas jogadas jurídicas, e etc, para dessa forma; tentar ir em busca da absolvição direta na secretaria, o que obviamente lhe vai ser muito difícil de obter se legalmente julgado, sentado no “mocho” como hoje está, e com as mais variadas provas em presença.
Mas esse é o trabalho do Juiz, provar que ele é culpado ou inocente, não nos cabe a nós julgar, muito embora nos caiba, e tenhamos todo o direito, numa sociedade livre, de ter opinião e poder pensar, pela nossa própria cabeça.
Este “peditório”, do rompimento de prazos na justiça, é já muito conhecido, e já todos até demos alguns $$$, diretamente, ou indiretamente via impostos, umas moedinhas para ele.
É uma “maningancia” que serviu para lavar a alma e a honra de, por exemplo, Leonor Beleza no chamado processo dos hemofílicos. E existem outros exemplos, como o já eterno e infindável Processo Casa Pia, em que a Justiça Portuguesa nos tem presenteado ao longo dos tempos, provas irrefutáveis de que muitas vezes não é assim tão cega e isenta, e que tem realmente dois pesos e duas medidas.
Talvez que seja de se pensar em julgar o Sr. Isaltino, dentro dos prazos legais, contando para isso com um Juiz vindo diretamente da “Pantagonia” ou das ilhas Berlengas ou Selvagens, pois ai não deve ter havido nenhuma coincidência de situações com o Autarca modelo...
Já era tempo de existir mais decência e vergonha em Portugal, sobretudo na Justiça e na Política!

‘João Massapina’

IMAGENS DE CUBA

Por Cuba expulso, persigo, torturo, reprimo, extradito e até mato…

‘Fidel Castro’
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… eu so Castro!!

‘Raul Castro’
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Na equipa de beisebol de Cuba, nenhuma surpresa depois das decisões tomadas pela Assembléia Nacional no passado Domingo, ou seja no lugar do numero 6, entrou o meia duzia…
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Assim vai continuando Cuba!

Até quando?

A TOPICÁLIA

Tese mostra que o criador do termo “Tropicália” fundamentou nos seus escritos as idéias que ajudaram a revolucionar a cultura brasileira na década de 1960.
E isso é arte? Certamente um questionamento assim passou pela cabeça de parte de quem visitou, em 1965, a exposição que o artista plástico carioca Hélio Oiticica (1937-1980) chamou de Manifestações ambientais, que incluía capas, tendas e estandartes. Nos dois anos seguintes intensificou o conceito do que chamou de “programa ambiental: montou uma sala de sinuca (1966) e a mostra Tropicália (1967), formada por um jardim com pássaros e plantas vivos, além de poemas-objetos – e que deu nome ao movimento liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil. Em 1968 foi a vez de Apocalipopótese, que somou manifestações de outros artistas. Essas experiências, que seriam consideradas revolucionárias, foram reunidas numa importante exposição na Whitechapel Gallery, de Londres, em 1969.
Certa vez, resumiu tudo o que faziam como “uma experiência ambiental (sensorial) limite” ou “antiarte por excelência” – como descrevia o parangolé. Não foi possível perceber na época, ao que parece, que todas essas idéias estavam rigorosamente apresentadas nos escritos de Oiticica, que as fundamentou enquanto citava suas influências – filósofos, músicos e outros artistas. É o que faz agora a historiadora da arte Paula Priscila Braga em seu doutorado “A trama da terra que treme: multiplicidade em Hélio Oiticica”, defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, em outubro passado, com orientação de Celso Fernando Favaretto.
Há em Oiticica o que Paula chama de multiplicidade de artistas. As estratégias construtivistas em sua obra, explica ela, estão compreendidas na noção definida por ele como “mundo erigindo mundo”. Esse sentido é identificável tanto nos aspectos éticos e estéticos das proposições quanto na maneira como seu próprio pensamento é construído. Sem deixar de lado a importância do mito e da Mangueira no inventor da Tropicália, a pesquisadora enfatiza que a “síntese” feita por ele não se deixa fixar em um estereótipo cultural, já que escapa dos espaços delimitados e do tempo cronológico, estabelecendo-se em um “mundo-abrigo” virtual, onde Oiticica acha fragmentos das produções de inventores de vários lugares e épocas para compor seu programa além da Invenção - Assim, ela aponta a importância das obras de Friedrich Nietzsche, Henri Bergson, John Cage, Ezra Pound, os irmãos Haroldo e Augusto de Campos, Yoko Ono, entre outros, na estrutura de pensamento do artista. “A invenção, palavra recorrente nos textos de Oiticica, é exatamente essa mistura de outras invenções. Ou seja, lidamos aqui com uma constatação trivial: há inúmeras referências a outros teóricos e artistas conduzindo a produção e autocrítica de arte feita por Oiticica.” No entanto, prossegue ela, nos seus textos essas referências são mais do que afinidades. “Constituem parte fundamental do programa in progress, que culmina no conceito de ‘inventor’, aquele cuja obra gera conseqüências, isto é, propicia a continuidade da invenção.”
Graduada em pintura e com mestrado em história da arte, ambos pela Universidade de Illinois, Urbana-Champaign, Estados Unidos, Paula diz que pouco conhecia da arte brasileira até se formar, porque não havia cursos específicos sobre o tema naquela universidade – nem mesmo relacionados à América Latina. Até que em 1999, durante o mestrado, teve contato com Hélio Oiticica por meio de textos de Guy Brett e Celso Favaretto. Em seguida, conheceu textos do próprio Oiticica e, finalmente, dois anos depois, viu sua obra pessoalmente, quando voltou para o Brasil. Num seminário sobre arte contemporânea, cujo tema era arte e política, coordenado pelos professores Jonathan Fineberg e Buzz Spector, aproveitou a oportunidade para estudar o que foi feito durante a ditadura brasileira. “Os aspectos éticos da obra de Oiticica, que incluem as proposições centradas no comportamento para explicitar a possibilidade de se construir, cada um, uma existência criadora, impressionaram-me como forma de atuação política afirmativa.”
O interesse aumentou quando, ao estudar um livro sobre o expressionismo alemão, German expressionist painting, de Peter Selz, encontrou uma menção ao super-homem de Nietzsche. “As fotografias de parangolés que eu vira nos artigos de Brett e no livro do professor Favaretto aderiram ao que eu lia sobre Nietzsche, mas eu não considerava academicamente válido correr atrás de uma primeira intuição. Tampouco usar a obra de um artista para justificar uma livre associação (capa parangolé/ capa do super-homem).” Ela, então, guardou essa primeira intuição e passou alguns meses lendo obras de Nietzsche e aquilo que tinha disponível nos Estados Unidos sobre Oiticica. Por fim, achou uma menção a Nietzsche no livro de Waly Salomão Hélio Oiticica: Qual é o parangolé. “Lá estava Oiticica dizendo a Salomão que se considerava ‘filho de Nietzsche e enteado de Artaud.”
Identidade - Nessa época, Paula lia também textos sobre arte latino-americana escritos por autores norte-americanos e ingleses e a incomodava a tese de que a arte latino-americana orientava-se por uma search for identity (busca de identidade), como se o que fosse feito no continente estivesse fadado a uma adolescência perpétua, de busca por sua verdadeira identidade no folclore, nas manifestações populares e na herança cultural do colonizador. “Nietzsche e Artaud, aliados a escolas de samba em uma obra de rigor construtivista como a de Oiticica, solapavam essa tese, colocavam a arte brasileira em uma vertente de pensamento universal. Escrevi, então, uma proposta de pesquisa para a tese de mestrado: rastrear as aparições de Nietzsche na obra e textos de Oiticica.”
No Brasil, a pesquisadora encontrou mais material a respeito de Oiticica, principalmente manuscritos não publicados nos catálogos que até então conhecia. “Percebi que, assim como Nietzsche e Artaud, vários outros pensadores eram recorrentemente citados por Oiticica. Seus manuscritos, aliás, têm um formato de hipertexto, muito antes do advento da internet.” Ele escrevia em letras maiúsculas os nomes próprios de artistas e pensadores que lhe eram relevantes. “Nos textos da década de 1970 isso se torna um padrão. Está tudo lá, o próprio Oiticica vai indicando as portas, os caminhos a serem seguidos no labirinto. Você lê o manuscrito e sabe que MALIÉVITCH não é apenas o nome do artista mas uma sugestão de percurso.”
É importante observar, segundo Paula, que, quando o artista cita um livro ou um texto de um desses “inventores”, ele fornece a referência completa, com edição, numeração de páginas. Assim, o pesquisador pode então ler a mesma obra, na mesma edição que Oiticica leu, e descobrir outras passagens que, se não aparecem citadas por extenso num texto do artista, estão no tom de um outro parágrafo do manuscrito, ou na escolha de uma determinada palavra, na diagramação peculiar de uma página ou em um neologismo que Oiticica inventa. “Ler os manuscritos, com os rabiscos, os grifos e as letras em caixa-alta, foi fundamental para a pesquisa do doutorado.”
A digitalização dos manuscritos conduzida pelo Projeto HO facilitou muito seu trabalho. Paula conta que antes desse processo o pesquisador tinha os documentos em mãos apenas por alguns dias e tomava notas enquanto vasculhava as caixas do arquivo Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro. Ela iniciou o doutorado já tendo parte desses manuscritos digitalizados e disponíveis na web, um trabalho feito em parceria com o Projeto HO e o Itaú Cultural. No final da pesquisa, contou com quatro CDs que reuniam 8 mil páginas digitalizadas e indexadas por palavras-chave.
Com isso, acredita que a pesquisa sobre o artista entra numa nova fase. Os pesquisadores poderão partir “de novo” da obra, porque houve uma primeira geração de pesquisadores que conheceu a arte de Oiticica enquanto ela estava sendo construída, conheceu o próprio artista ou amigos dele e acompanhou as publicações e as poucas exposições quando elas estavam acontecendo. Depois seu legado ficou um bom tempo sem a atenção de pesquisadores que lidassem com fontes primárias. “Agora temos os manuscritos facilmente acessíveis, voltamos à possibilidade de uma pesquisa bem fundamentada.”
Paula lembra que alguns textos de Hélio Oiticica foram publicados na imprensa nos anos 1960 e 1970 em jornais e revistas como O Pasquim, Presença e GAM e na coluna de Torquato Neto, “Geléia Geral”, do jornal Última Hora. Há ainda uma série de entrevistas que concedeu a publicações sobre arte e muitas cartas enviadas a amigos. Alguns textos teóricos escritos por ele saíram postumamente em catálogos de exposições e na compilação Aspiro ao grande labirinto. Mas a maior parte dos escritos teóricos é inédita e está digitalizada em fac-símiles. “Vale a pena usar os fac-símiles dos manuscritos mesmo no caso dos textos já publicados, não só porque há pequenas alterações que mudam muito o sentido de um parágrafo, e que tentei sinalizar em notas de rodapé na minha tese (por exemplo, mítico/ místico) mas também porque os grifos e rabiscos são significativos.”
Antiarte - Oiticica se preocupava mais, observa a pesquisadora, em desenvolver estruturas de pensamento do que “obras de arte”. Assim, preferia falar em antiarte, pois “arte” estava já muito relacionada à obra-evento, à produção de obras para consumo do mercado de arte. No texto “Experimentar o experimental”, de 1972, exemplifica ela, Oiticica cita Décio Pignatari para deixar isso bem claro: “A visão de estrutura conduz à antiarte e à vida; a visão de eventos conduz à arte e ao distanciamento da vida”. O evento é passageiro, dilui-se. A estrutura impacta a vida. “Ao invés de percorrer obras para contar uma história linear da trajetória do artista, busquei essas estruturas de pensamento, testando minhas conclusões ao confrontá-las com as proposições-obras”, explica.
A idéia de arquitetura, explica a pesquisadora, ajuda a entender esse ponto. “Não tentei descrever o estilo de uma casa ou uma lista cronológica das obras do arquiteto e sim o tipo de vida que aquela casa propõe, as razões para as escolhas dos materiais de construção, a estrutura que sustenta a casa, as técnicas da construção, a inteligência ecológica do projeto. Isso é importantíssimo para compreender Oiticica.”
Outro ponto de sua pesquisa que tentou se aproximar das estratégias mais caras a Oiticica foi estabelecer uma trama de interlocutores. “Mantive contato com vários pesquisadores de sua obra e cada um tem sua linha de pesquisa peculiar, mas há um fluxo de idéias e entusiasmo que flui entre esses nós da trama e que foi imprescindível para a minha pesquisa.” Dentre eles, Celso Favaretto, Beatriz Scigliano Carneiro, Michael Asbury, Suzana Vaz e Gonzalo Aguilar, que Paula reuniu no livro Fios soltos: a arte de Hélio Oiticica, a ser lançado no primeiro semestre deste ano pela Editora Perspectiva.
‘Gonçalo Junior’

80ª EDIÇAO DOS OSCARES

Eu, tal como referi no post, anterior sobre este mesmo assunto; também fiz, as minhas apostas. Faço sempre. Umas vezes acerto, outras não como qualquer jogador. Só que o cinema é muito mais do que um jogo, é uma sedução e dessa forma, e do muito ou pouco que pode ver, as minhas apostas vencedoras foram:
MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO
- Javier Bardem em “Onde os Fracos Não tem vez”
MELHOR DIRETOR
- Ethan e Joel Coen em “Onde os Fracos Não Tem Vez”
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
- Onde os Fracos Não Tem Vez
MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
- Ratatouille de Brad Bird
MELHOR DIRECÇAO DE ARTE
- Sweeney Todd em “O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”
MELHOR DOCUMENTÁRIO
- Táxi To The Dark Side
MELHOR MAQUILHAGEM
- Piaf – Um Hino ao Amor
MELHORES EFEITOS ESPECIAIS
- A bússola de Ouro
As outras, as apostas que eu não fiz, mas que acabaram por sair vencedoras foram:
MELHOR FILME:
- Os Fracos Não Tem Vez - Ethan e Joel Coen
MELHOR ACTOR
- Daniel Day-Lewis George Clooney em “Conduta de Risco”
MELHOR ACTRIZ
- Marion Cotillard
MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA
- Tilda Swinton
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
- Juno
MELHOR FOTOGRAFIA
- Robert Elswit
MELHOR FIGURINO
- Alexandra Byrne
MELHOR DOCUMENTÁRIO DE CURTA METRAGEM
- Freeheld
MELHOR EDIÇÃO
- Christopher Rouse
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
- Os Falsificadores
MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
- Dario Marianelli
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
- Falling Slowly
MELHOR CURTA-METRAGEM
- At Night
MELHOR ANIMAÇÃO DE CURTA METRAGEM
- Peter & the Wolf
MELHOR EDIÇÃO DE SOM
- Karen Baker Landers e Per Hallberg
MELHOR MISTURA DE SOM
- Scott Millan, David Parker e Kirk Francis
Conseguir acertar em 8 Oscares num universo de 24 é um ótimo resultado final, comprova que 173 das minhas opiniões, são iguais ás dos milhares de membros da academia. É um orgulho para mim, pois realmente é a media anual de acertos, desde há muitos anos!
Eu, como se lembram, ou podem consultar, tinha apostado em ¼ de acertos, mas mais uma vez consegui superar esse numero. Eu gosto de arriscar, e algumas apostas, foram nesse sentido, pois considero que cinema, é também inovação. No entanto, e face aos filmes em presença, e a todos os competidores, reconheço que os prêmios foram na sua maioria muito bem atribuidos.
Para o ano temos mais, temos a 81ª edição, e se a saúde e o destino deixarem, pois cá estaremos para mais uma listagem de bons filmes, esperemos então!...
Agora, vamos encher as salas, e durante 365 dias, apreciar as maravilhas da 7ª arte, esperando por mais uma noite mágica!
João Massapina

QUASE TUDO SOBRE A 80ª NOITE DOS OSCARES

O cinema, não o posso negar; é uma das minhas grandes paixões. Foi com o cinema que dei inicio ás minhas lides jornalísticas, nos saudosos tempos do “Grande Écran”, em publicações regionais semanais, na região onde então habitava nos idos anos 70 do século passado.
Depois, a evolução fez com que esse mesmo “Grande Écran” fosse transferido para a Rádio, e em estações locais, dediquei muitas horas a desenvolver o culto pela sétima arte, o que até me valeu honrosos convites para assistir a festivais de cinema.
A minha vida, o meu destino, no entanto não seria a comunicçao social, no entanto, o bicho cá ficou dentro de mim.
A proximidade a Lisboa, fez de mim um grande viciado na sétima arte, e perdia horas, gastava rios de dinheiro, e enchia os meus olhos de cinema sem parar. Foram muitos anos de longas maratonas em salas escuras, visionando muito do que já existia, e as novidades. Foi assim que me tornei apreciador do cinema Sueco, Francês, Japonês, Alemão, enfim um pouco de tudo quanto de bom, de muito bom se fazia por esse mundo fora.
Confesso que considero os EUA como um grande aproveitador, diria mesmo um autentico “prostituto” de tudo quanto de muito bom surge a nível mundial, e tudo isso graças á sua economia, e ás grandes possibilidades que potencia junto de todos quantos querem fazer da sétima arte a sua vida.
Ainda hoje admiro muito homens como Manuel de Oliveira que “Centenário” resistiu aos namoros e continua a dar cartas por esse mundo fora, sem necessitar de se albergar nos EUA.
Reconheço, no entanto, que os EUA ao longo do tempo possibilitaram á 7ª arte, grande meios, para que o cinema seja hoje aquilo que realmente é no mundo dos espetáculos. A verdade tem que ser dita.
Com tudo isto, podem todos vocês pensar que eu sou um adversário dos Oscares, ou coisa parecida. Pois estão profundamente enganados. É nesse momento que anualmente fica, mal ou bem, cimentado o tira teimas sobre a qualidade dessa arte.
Dentro de poucas horas mais uma grande noite se aproxima, e com ela, por sinal a 80ª, surgem os sonhos, os anseios de muitos. Eu desde há muitos anos que nunca consigo dormir nessa noite mágica, e este ano, mais uma vez cá estarei a velar, como se de uma espera por um qualquer “Pai Natal” se trata-se para ver que ganha cada uma das famosas estatuetas.
Com apenas 35 centímetros de altura, com quatro quilos, folheado a ouro 14 quilates e custando US$ 200, o Oscar, o maior prêmio do cinema, completa este ano realmente os seus 80 anos.
O Oscar já foi gay, com Capote e Brokeback Mountain. O Oscar já foi negro também, quando Halle Barry foi a primeira negra premiada como Melhor Atriz e Denzel Washington foi o Melhor Ator.
O Oscar passou décadas mudando de cor e estilo. Ao longo desse tempo, ele também flertou várias vezes com a política. E agora, aos 80 anos, ficou sanguinário. Resolveu gostar de filmes violentos. E já não faz questão de final feliz.
A primeira cerimônia foi em maio de 1929, no salão principal do Hotel Roosevelt, em Los Angeles. Há 80 anos, a grande festa para o cinema americano ocorreu num espaço com uma arquitetura suntuosa e com muito glamour.
Mas, na verdade, não foi com tanto glamour. Os 13 prêmios foram entregues em apenas cinco minutos e foi a cerimônia mais rápida da história. Só depois, começou o jantar de gala.
O Oscar número um já foi um luxo, mas na época ele não tinha nome. Pela história oficial, o nome veio da suposta semelhança da estatueta com o parente de uma funcionária da Academia.
Com o passar do tempo, a cerimônia foi ficando cada vez mais luxuosa e virou o sonho dos paparazzi e dos apaixonados por cinema. Mas, ao longo de tantas décadas, podemos dizer que o Oscar já errou. “King Kong”, por exemplo, não foi indicado, e muitos bons actores viram as suas brilhantes carreiras não ser premiadas no que de melhor fizeram, e sim em filmes inferiores, recordo, por exemplo, Henry Fonda, que veio a ganhar o premio num filme, diria assim, normal. Outros até nunca conseguiram uma estatueta, para colocar na sua sala, e no entanto, tiveram carreiras mais do que brilhantes.
Mas o prêmio representa a opinião dos 5,8 mil integrantes da Academia. Na maioria, profissionais do cinema, moradores da região de Hollywood. E, aos 80 anos, aquele que já foi branco, negro, gay, sombrio e ativista político não tem nada de velho. Aliás, está cada vez mais especializado em magia.
Assim, e mais uma vez, com ou sem polemica, eles ai estão, e tal como, com pompa e circunstancia, diz a apresentação:
Os indicados ao Oscar (...) 2008 são:
Você, eu já sei que fez as suas apostas? Confira, no entanto, agora os indicados aos Oscares de 2008, nas suas diversas categorias.
Se certar parabéns, se não para o ano teremos com toda a certeza a 81ª oportunidade de apostar em:
MELHOR FILME

Conduta de Risco
Desejo e Reparação
Juno
Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro
MELHOR ATOR
Daniel Day-Lewis (Sangue Negro)
George Clooney (Conduta de Risco)
Johnny Depp (Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet)
Tommy Lee Jones (No Vale das Sombras)
Viggo Mortensen (Senhores do Crime)
MELHOR ATRIZ
Cate Blanchet (Elizabeth: A Era de Ouro)
Ellen Page (Juno)
Julie Christie (Longe Dela)
Laura Linney (The Savages)
Marion Cotillard (Piaf - Um Hino ao Amor)
MELHOR ATOR SECUNDÁRIO
Casey Affleck (O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford)
Hal Holbrook (Na Natureza Selvagem)
Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez)
Philip Seymour Hoffman (Jogos do Poder)
Tom Wilkinson (Conduta de Risco)
MELHOR ATRIZ SECUNDARIA
Amy Ryan (Medo da Verdade)
Cate Blanchett (Não Estou Lá)
Ruby Dee (O Gângster)
Saoirse Ronan (Desejo e Reparação)
Tilda Swinton (Conduta de Risco)
MELHOR DIRETOR
Ethan e Joel Coen (Onde os Fracos Não Têm Vez)
Jason Reitman (Juno)
Julian Schnabel (O Escafandro e a Borboleta)
Paul Thomas Anderson (Sangue Negro)
Tony Gilroy (Conduta de Risco)
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Desejo e Reparação
Longe Dela
O Escafandro e a Borboleta
Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Conduta de Risco
Juno
Lars and the Real Girl
Ratatouille
The Savages
MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
Persépolis (Marjane Satrapi and Vincent Paronnaud)
Ratatouille (Brad Bird)
Tá Dando Onda (Ash Brannon and Chris Buck)

MELHOR DIRECÇÃO DE ARTE
A Bússola de Ouro
Desejo e Reparação
O Gângster
Sangue Negro
Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet
MELHOR FOTOGRAFIA
Desejo e Reparação
O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford
O Escafandro e a Borboleta
Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro
MELHOR FIGURINO

Across the Universe
Desejo e Reparação
Elizabeth: A Era de Ouro
Piaf - um hino ao amor
Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet
MELHOR DOCUMENTÁRIO
No End in Sight
Operation Homecoming: Writing the Wartime Experience
Sicko
Taxi to the Dark Side
War/dance
MELHOR DOCUMENTÁRIO DE CURTA-METRAGEM
Freeheld
La Corona
Salim Baba
Sari's Mother
MELHOR EDIÇÃO
Na Natureza Selvagem
O Escafandro e a Borboleta
O Ultimato Bourne
Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Beaufort (Joseph Cedar - Israel)
Katyn (Andrzej Wajda - Polônia)
Mongol (Sergei Bodrov - Cazaquistão)
The Counterfeiters (Stefan Ruzowitzky - Áustria)
12 (Nikita Mikhalkov - Rússia)
MELHOR MAQUIAGEM
Norbit
Piaf - Um Hino ao Amor
Piratas do Caribe - No Fim do Mundo
MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
Desejo e Reparação (Dario Marianeli)
O Caçador de Pipas (Alberto Iglesias)
Conduta de Risco (James Newton Howard)
Ratatouille (Michael Giacchino)
3:10 to Yuma (Marco Beltrami)
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
Falling Slowly (Glen Hansard e Marketa Irglova - Once)
Happy Working Song (Alen Menken e Stephen Schwartz - Encantada)
Raise It Up (Autor a ser determinado - August Rush)
So Close (Alan Menken e Stephen Schwartz - Encantada)
That's How You Know (Alan Menken e Stephen Schwartz - Encantada)
MELHOR CURTA-METRAGEM
At Night
Il Supplente
Le Mozart des Pickpockets
Tanghi Argentini
The Tonto Woman
MELHOR ANIMAÇÃO DE CURTA-METRAGEM
I Met the Walrus
Madame Tutli-Putli
Meme Lês Pigeons Vont au Paradis
My Love
Peter and the Wolf
MELHOR EDIÇÃO DE SOM
O Ultimato Bourne
Onde os Fracos Não Têm Vez
Ratatouille
Sangue Negro
Transformers
MELHOR MIXAGEM DE SOM
O Ultimato Bourne
Onde os Fracos Não Têm Vez
Ratatouille
Transformers
3:10 to Yuma
MELHORES EFEITOS ESPECIAIS
A Bússola de Ouro
Piratas do Caribe - No Fim do Mundo
Transformers
Eu fiz também, as minhas apostas. Faço sempre. Umas vezes acerto, outras não como qualquer jogador. Só que o cinema é muito mais do que um jogo, é uma sedução e dessa forma, e do muito ou pouco que pode ver, as minhas apostas são:
MELHOR FILME:
- Conduta de Risco
MELHOR ACTOR
- George Clooney em “Conduta de Risco”
MELHOR ACTRIZ
- Ellen Page em “Juno”
MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO
- Javier Bardem em “Onde os Fracos Não tem vez”
MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA
- Cate Blanchett em “Não Estou Lá”
MELHOR DIRETOR
- Ethan e Joel Coen em “Onde os Fracos Não Tem Vez”
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
- Onde os Fracos Não Tem Vez
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
- Conduta de Risco
MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
- Ratatouille de Brad Bird
MELHOR DIRECÇAO DE ARTE
- Sweeney Todd em “O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”
MELHOR FOTOGRAFIA
- Onde os Fracos Não Tem Voz
MELHOR FIGURINO
- Sweeney Todd em “O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”
MELHOR DOCUMENTÁRIO
- Táxi To The Dark Side
MELHOR DOCUMENTÁRIO DE CURTA METRAGEM
- La Carona
MELHOR EDIÇÃO
- Sangue Negro
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
- Mongol de Sergei Bodrov do Cazaquistão
MELHOR MAQUILHAGEM
- Piaf – Um Hino ao Amor
MELHOR BANDA SONORA ORIGINAL
- So Close – Alan Menken e Stephen Schwartz - Encantada
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
- O Caçador de Pipas de Alberto Iglesias
MELHOR CURTA-METRAGEM
- At Night
MELHOR ANIMAÇÃO DE CURTA METRAGEM
- My Love
MELHOR EDIÇÃO DE SOM
- Onde Os Fracos Não Tem Vez
MELHOR MISTURA DE SOM
- Onde os Fracos Não Tem Vez
MELHORES EFEITOS ESPECIAIS
- A bússola de Ouro
Desejo:
Uma ótima noite de realizações é o que eu espero encontrar, e se conseguir acertar no gosto de ¼ dos votantes da Grande Academia, então ficarei certo de que vale ainda a pena gostar de cinema, pois os meus gostos não estão estragados em relação á maioria.
João Massapina

AS PATENTES E O CRESCIMENTO ECONOMICO

Os EUA continuam a liderar o ranking mundial no registro ee patentes, um índice fundamental para a evolução e o conhecimento.
O Japão surge em segundo lugar e a Alemanha em terceiro, de Portugal não existe rasto o que comprova aquilo que todos já sabemos:
Portugal não tem já quase nada de seu, tirando o nome, e tudo quando surge no mercado é inventado, fabricado, e vendido pelos outros.
Portugal limita-se, por enquanto a comprar...
Até quando?

O TEMPO DA GUERRA COMEÇOU...

O fim do acordo entre o PSD e o PS sobre a nova lei eleitoral autárquica é a prova mais do que material de que; o mais importante neste momento na política da oposição é o confronto político direto.
Este é sem duvida um bom tema para se dár inicio ás pré-eleitorais guerras, que já se adivinhavam.
Com Pedro Santana Lopes armado em D. João I, outras “aljubarrotas” se vão seguir...

A MADEIRA FICA NO MAR E O KOSOVO É JÁ ALI...

É muito interessante de observar as posições verdadeiramente colonialistas assumidas por toda a legião comunista e ex-comunista, sobre a independência do Kosovo.
Os mesmos que antes defendiam com unhas e dentes a independência das ex-colónias portuguesas, e de outras sob o domínio ocidental, são agora defensores doentios da manutenção do domínio pró-Moscovo.
Entendo que por exemplo a Espanha tenha reservas, pensando nos seus problemas, chamados; Pais Basco e Catalunha, agora a posição de Portugal, só se for devida a reservas por causa da Madeira, dos Açores e do Reino dos Algarves...
Pensava eu que o ilustre Vital Moreira já tinha evoluído, e afinal, ainda anda perto do pensamento do José Milhazes!

A LEI QUE NINGUEM CONHECE

«Parece afinal que há uma lei (que ninguém conhece) que visa proteger os consumidores dos pequenos vigaristas, e que nunca é aplicada. Para os nossos grandes liberais, claro, só a “liberdade individual”, esse valor supremo, dos pequenos vigaristas, é que deve ser protegida e salvaguardada. O direito do consumidor a não ser vigarizado é responsabilidade dele próprio. É sempre assim – liberdade para o empresário, responsabilidade para os outros. Mesmo que a liberdade do empresário seja fazer vigarice. Gostaria de ver se algum liberal português defende isto no estrangeiro, ou se algum liberal estrangeiro gostou de ser vigarizado em Portugal»
O Filipe Moura quando escreveu esta peça tinha, e tem, toda a razão do mundo. Essa tal lei onde está? Será que existe? Mas afinal quem realmente a conhece?
Acho que ninguém!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

NÃO TER FÉ NÃO É CRIME!

Apelo em defesa de uma minoria ameaçada.
Em Fátima o secretário de Estado do Vaticano apelou à rebelião dos cristãos contra os laicos, essa cambada de perigosos facínoras. Por todo o mundo prossegue a cruzada à bomba dos islâmicos contra todos os outros (e mesmo eles). Mais diplomáticos, os budistas distribuem sorrisos na esperança de cativar os gentios.
Eu, por meu turno, venho aqui fazer um Grande Apelo. Apelo a todos vós para que defendam uma das minorias mais desprezadas, vilipendiadas, ignoradas, ofendidas, negligenciadas, rebaixadas que ainda restam neste mundo de simpatia por causas minoritárias.
Defendam os ateus! Os ateus são uma minoria inofensiva. Não se metem com ninguém, não ameaçam, não provocam, não lincham, não bombardeiam, não matam. É inadmissível que a sociedade trate estes cidadãos como criminosos ordinários, só porque são incapazes de vislumbrar motivos para acreditar em divindades.
Não ter fé não é um crime!
Diga não à discriminação!
Defenda os ateus! Os ateus nunca quererão matar os seus filhos em nome de algum deus! Os ateus não deixam de ser boas pessoas só porque nunca quererão matar os seus filhos em nome de algum deus!! Defenda os ateus! Os ateus são uma minoria simpática e inofensiva que está a perder o seu lugar no habitat em que os exércitos das diferentes religiões se preparam para mais uma guerra “santa”, defenda os ateus!
Diga não à discriminação! Não ter fé não é um crime!
IN: Certamente

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

GERAÇÃO BROCHE

Homenagem ao prof. Machado Pais
À saída de um liceu lisboeta, um grupo anárquico de adolescentes atravessa anarquicamente a rua com o semáforo vermelho. Duas indignadas meninas (não muito mais velhas) comentam indignadamente e de imediato: «são mesmo a geração broche».

(Pausa para meditação).

O que é (e notem que cito) a «geração broche»?

Eu pentenço à «geração rasca», termo seminal da sociologia contemporânea, digna de um Georg Simmel. Mas «geração broche» nunca tinha ouvido. Será uma segunda vaga da «geração X»? Em vez de X um XXX? Espero uma monografia do prof. Machado Pais sobre o assunto.

Enquanto a monografia não chega, sempre digo que não creio que os adolescentes de agora pratiquem mais o acto latinista do que, digamos, a minha geração. Parece óbvio que eles têm mais sexo do que nós tínhamos (eis um plural fraudulento), mas não macredito que sejam mais sulistas e liberais. Como todas as pessoas que não tinham muito sexo V (e ainda menos sexo A), já éramos cidadãos dados ao sexo O (parecem tipos de sangue, e julgo que são). Mas talvez agora as pessoas se felacionem e se cunilinguem com uma facilidade inusitada, com a mesma naturalidade que tinha um «linguado» nos anos oitenta.

Talvez seja isso a «geração broche» cunhada pelas duas futuras assistentes no ISCTE.

Que isto tenha surgido com uns miúdos que atravessam no vermelho é que me parece algo nebuloso. Estes sociólogos são muito metafóricos.

JÁ DIZIA O JOSÉ PEREIRA: É MELHOR PAGAR-LHE OS 100 ESCUDOS DO QUE NAO

The only truly passive blogging I can think of would be a group blog that is wholly maintained by paid writers, lead by a paid editor. They would have to be paid because volunteers would have little to force them to keep writing. The only work for the owner would be paying up and the occasional interaction with the editor (Chris Garrett, em Is Blogging a Passive Income?)
Em tempos, na Gazeta dos Desportos e no meu início de carreira, encontrei um camarada (mais tarde entrou comigo para o Expresso) com quem aprendi uma das primeiras lições sobre o trabalho nos jornais. O José Pereira pagava 100 escudos aos colaboradores da província pelas fichas dos jogos da terceira divisão — o que um dos administradores achava uma completa parvoice. Afinal, eles já iam de borla à bola, graças ao cartão da Federação que a Gazeta lhes proporcionava. No entender do “capitão barquinho” (nick afectuoso que dispensávamos ao administrador em causa) era um desperdício.
Mas o Zé Pereira era mais sábio. E experiente. “Se não lhes pagar nada”, dizia, “não tenho autoridade para exigir a ficha do jogo no domigo em que os gajos vão ao casamento da filha ou da prima”, o que na província acontecia amiúde por esses tempos. “Mas se lhes pagar, nem que seja 100 escudos, os gajos têm uma obrigação contratual e até podem ir ao casamento, mas saem mais cedo para ir ao jogo ou arranjam forma de a obter, em vez de a responsabilidade passar para nós”.
No blogging é um bocado a mesma coisa. Mais vale termos uma forma de nos auto-responsabilizarmos pela frequência do que fazer dos nossos blogues publicações intermitentes. Uns buscam nas estratégias de fundo (políticas nomeadamente) essa auto-responsabilização. Outros (é o meu caso) preferem trabalhar a dinheiro — por pouco que seja, é um estímulo. Sem estímulo de algum tipo, a maioria dos blogues acaba por morrer ou — pior — arrastar a negligência.
Dinheiro, estratégia política, ambição profissional — não importa: arranje um estímulo para escrever com regularidade e consistência o seu blogue e mantê-lo a par da evolução da concorrência. Verá como aumenta o seu prazer por ter um.

IN: CERTAMENTE

Estudo tenta localizar o berço das epidemias do futuro

NOVA YORK - Novas doenças infecciosas estão aparecendo com maior freqüência, de acordo com um estudo que identifica os "hot spots" ("locais quentes") onde a próxima geração de germes deverá surgir.

"Temos de estar lá nas regiões 'hot spot' para procurar o próximo HIV", disse um dos co-autores do trabalho, Peter Daszak, que é diretor-executivo do Consortium for Conservation Medicine at Wildlife Trust. Ele e outros cientistas apresentam seus resultados na edição desta semana da revista Nature.

Especialistas referiram-se ao trabalho como o relatório mais minucioso a mostrar o aumento do número de novas infecções no passado e a prever onde elas deverão aparecer no futuro.

Para determinar os "hot spots", pesquisadores encontraram 335 surgimentos de novas doenças entre 1940 e 2004 e analisaram os aspectos sociais e ambientais que pareciam tê-los estimulado. A maioria dos eventos envolvia germes novos para os seres humanos, mas os pesquisadores também levaram em conta doenças causadas por micróbios conhecidos que se tornaram resistentes a medicamentos, invadiram uma nova região ou se tornaram muito mais comuns.

Década a década, esses incidentes se tornaram cada vez mais comuns, indo de 25 nos anos 40 a 98 na década de 90, com um pico anômalo de 103 nos anos 80.

Alguns dos "hot spots" futuros propostos no trabalho relacionam-se a doenças que migram de animais para o homem, como o HIV, que era inicialmente de chimpanzés.

Os pesquisadores afirmam que as principais áreas de risco estão no leste da Ásia, Américas Central e do Sul, o subcontinente indiano, África, Europa Ocidental e alguns centros populacionais da América do Norte. segundo os autores do estudo, a análise histórica mostra que o risco de doenças emergentes aumenta com a densidade populacional e a diversidade da vida silvestre.

O cientista Peter Cowen, da Universidade Estadual da Carolina do Norte, que não tomou parte no trabalho, referiu-se à análise de "hot spots" como "uma boa mistura de palpite com estimativa".

SIEMPRE HASTA LA...

“Siempre hasta la victoria!...”
Sempre, rima realmente com tempo. Sempre rima também com infinito. Mas o tempo, enquanto, espaço temporal, e como todos, sabemos, é sem duvida um bom, um ótimo conselheiro, e para tudo na vida existe um tempo certo, embora de forma alguma a vida seja um dom infinito, enquanto estado humanizado.
Esta semana foi o tempo certo de acabar com um; certo tempo, iniciado em 1 de Janeiro de 1959, nada mais do que 49 anos de poder nas mãos de um homem que iniciou a sua histórica vida lutando para terminar com um determinado tempo, uma determinada ditadura, e acabou por viver muito mais tempo como ditador, do que aquela a que galhardamente combateu.
Fidel Castro, como qualquer futebolista teimoso, só agora, que não consegue levantar as botas, chutar a bola e caminhar no relvado, decidiu, pendurar as chuteiras da política, e passar a ser um mero treinador de bancada.
Para muitos é um alivio, eu não diria tanto, pois a sua atuação fora dos relvados, simplesmente sentado na bancada, é muito mais perigosa do que dentro do próprio relvado como interveniente direto do jogo da política.
Agora, quer dure muito, ou dure pouco a sua agonia física, vai sem duvida tentar, até ao fim dos seus dias, continuar; a tentar impor as suas vontades as suas idéias. Vontades de um demagogo senil, aos 81 anos de idade. Se antes, com menos idade e com um pouco de juízo, já tecia largas aberrações, muitas vezes explanadas em discursos megalômanos, o que vai ser agora, que está num estado de demência, que nem lhe permite falar ou sequer aparecer publicamente vai já para mais de um ano.
Mas apesar de tudo isto, é ele próprio quem anuncia que vai continuar o seu combate, ao afirmar que:
“... conto com a autoridade e a experiência para garantir plenamente a minha substituição”.
Vive hoje, diria eu; vegeta, de cartas, artigos para a comunicação social que religiosamente pública tudo quanto escreve, tenha sentido algum, ou não diga religiosamente nada. Fala para o exterior em filmagens pré-montadas com os amigos que quais “dinossauros” defendem a mesma doutrina, e de que são exemplos, entre outros o Hugo Chaves da Venezuela e o Lula da Silva do Brasil, e de relatos de quem afirma o ter visitado, e compartilhado algum do seu intimo espaço.
Desde á cerca de um ano que se dedica exclusivamente a escrever artigos para a imprensa, pois a sua imagem física não permite outras lides em termos de aparição publica.
O sentimento de que pouco ou nada vai mudar em Cuba, até que a justiça da morte, entregue ao destino do tempo chegue, pode ser confirmada por inúmeros comentários, sobretudo, de Cubanos exilados nos EUA, como, por exemplo, entre muitos outros, o que Juan Costa, um exilado que vive nos EUA desde 1980, e que em Miami, na Calle Ocho, a principal rua do bairro de Little Havana, onde moram a maioria dos Cubanos, produziu para uma cadeia de TV internacional:
“É muito bom que Fidel renuncie, mas será muito melhor ainda quando ele morrer”
A esperança de que algo mude após quase meio século de ditadura, está também bem patente nas opiniões políticas, como a do Ministro Sueco dos Negócios Estrangeiros, Carl Bildt:
“A renuncia de Fidel é o fim de uma era que começou com liberdade e terminou com opressão”.
Obviamente que o fim de uma era é já irreversível e real, mas a normal transição da ditadura para a democracia vai ser muito lenta, uma vez que Cuba não tem, acho mesmo que nunca teve ao longo da sua historia, uma tradição democrática.

UM POUCO DE HISTORIA

Fidel Castro tomou o poder em Cuba no dia 1 de Janeiro de 1959, depois de ter liderado, nas montanhas de Sierra Maestra, uma guerrilha que, nos seus momentos mais críticos chegou a ter apenas o apoio de 20 homens. Ele teve como aliados guerrilheiros que se tornariam mitos da esquerda do século XX, como Camilo Cienfuegos e o Argentino Ernesto Guevara, além do seu irmão Raúl Castro.
Com muito menor poder de fogo que o exercito do ditador Fulgêncio Batista, Fidel apostou no conceito de “guerra irregular”, usando o que ele próprio chamou de: “os ardis do segredo e da surpresa” contra o inimigo.
Segundo o próprio Fidel relata, o romance “Por quem os sinos dobram”, de Ernest Hemingway, baseado na guerra civil espanhola, teria sido a sua fonte de inspiração para criar e aplicar táticas guerrilheiras.
Dizia ele:
“Desenvolvemos uma guerra de movimento, como já disse, de atacar e retirar-se. Surpreendê-los. Atacar vê atacar. Desenvolvemos a arte de confundir as forças adversárias, para obrigá-las a fazer o que queríamos. E muita arma psicológica...”
Na realidade o inicio da chamada campanha da Sierra Maestra remontam a 1953, em 26 de Julho desse ano, Fidel, que já tinha militância política, lidera um grupo de jovens revolucionários, numa tentativa de levantamento contra o General Fulgêncio Batista, que se encontrava no poder à apenas um ano, através de um Golpe de Estado.
Nessa época, Fulgêncio Batista, contava com o apoio direto dos EUA, e os ataques aos quartéis de Moncada, na Cidade de Santiago de Cuba, fracassam. Fidel é julgado e condenado a 15 anos de prisão. Só que num ato de generosidade acaba por ser anistiado e libertado em 1955, e desde logo, de forma clandestina, monta o movimento “26 de Julho”.
Em 7 de Julho de 1955, ele parte para o exílio no México, aonde vêm então a conhecer o Argentino Ernesto Guevara, mais conhecido por Che Guevara, e com quem organiza então; o embrião da guerrilha.
Logo em 2 de Dezembro de 1956, e depois de uma gloriosa viagem de 7 dias, ele e mais 82 homens voltam a Cuba, no barco “Granma”, dispostos a tomar o poder. Saliente-se que o nome do barco acabou por virar manchete do principal jornal oficial do país, e do novo regime.
Acabaram por desembarcar na costa leste do país, muito próximo da cidade de Manzanillo, e três dias depois são atacados por meios aéreos e sofrem pesadas baixas. É depois dessa derrota que Fidel, o seu irmão Raúl, Che e alguns, poucos homens que restaram, fogem para a Sierra Maestra, que é a maior cadeia de montanhas da ilha, e era, portanto local de muito difícil acesso.
Lá, segundo relataram posteriormente; com apenas dois fuzis, instalam-se e começam a reorganizar a guerrilha, com a ajuda dos camponeses e de alguns revolucionários que já atuam na ilha.
O primeiro grande embate dessa força revolucionária, acontece efetivamente em; 17 de Janeiro de 1957, contra uma patrulha mista, e acaba com a tomada da chamada Comandância de La Plata, que é desde logo transformada em quartel general, tipo base, dos rebeldes. Esta muito pequena vitória, que, no entanto, é considerada como “simbólica” pelo próprio Fidel, é muito importante, pois foi devido a essa “pequena” vitória, que o mundo passa a olhar para eles, de uma outra forma, e a ter consciência de que algo estava realmente a mudar em Cuba. Em Fevereiro, desse mesmo ano de 1957, recebem a visita do jornalista Herbert Matthews, do New York Times, que tem o credito até hoje de ter apresentado Fidel Castro e os seus companheiros ao Mundo.
Fidel Castro embandeira em arco, e decide dividir as suas forças guerrilheiras; em três grupos, liderados por Cienfuegos, Che e pelo seu irmão Raúl.
Ao mesmo tempo os civis, na grande maioria por sua livre iniciativa, levam a efeito ações de guerrilha urbana, nas principais cidades do País, apoiados pelas inúmeras denúncias de corrupção que iam retirando dia após dia, apoios populares a Fulgêncio Batista.
A situação militar e civil torna-se deveras incontrolável para Batista que acaba por sofrer um atentado em Havana, no entanto falhado, em 13 de Março de 1957. Em Maio desse mesmo ano a guerrilha captura o quartel de “El Nuevo”, numa batalha que é considerada por Fidel como o atingir da maioridade militar pelas suas forças guerrilheiras.
No final desse ano de 1957, as forças de Batista, lançam uma grande ofensiva, e tentam tomar a Sierra Maestra, mas fracassam. Em Abril de 1958, é convocada uma greve geral contra Fulgêncio Batista, que acaba por fracassar, por falta de apoio da guerrilha, considerado na época como uma falha por parte de Fidel para com os sindicalistas.
No entanto, e ao mesmo tempo, Fidel declara a guerra total contra o regime de Batista, e ao mesmo tempo o regime lança uma nova ofensiva com o apoio de cerca de 10.000 homens contra La Plata, e é derrotado após 74 dias de batalhas, como as que ficaram para a historia com os nomes de Jigue, Santo Domingo e Lãs Mercedes.
As forças guerrilheiras vitoriosas foram lideradas pelo próprio Fidel Castro, e essa vitória muda realmente o curso da guerra, uma vez que as outras duas colunas, a de Che e a de Cienfuegos tomam ao mesmo tempo as províncias centrais da ilha.
A batalha de Guisa, que ocorreu em Novembro de 1958, marca historicamente o inicio da última ofensiva revolucionaria e abre caminho assim o para Santiago. Nessa época os revolucionários seriam somente cerca de 3.000 homens, número que subirá até aos 40.000 homens á data da tomada de Havana.
As colunas fecham o cerco sobre Santiago de Cuba, e em 1 de Janeiro de 1959, Fulgêncio Batista deixa Cuba rumo á Republica Dominicana, de onde viria posteriormente a partir rumo a Espanha, então sob o domínio do nosso tão conhecido Caudilho Francisco Franco, onde se exila.
Uma semana mais tarde, Fidel entra triunfantemente em Havana e assume o cargo de primeiro ministro do governo revolucionário. A guerrilha de Sierra Mestra tinha finalmente vencido, mais por abandono do adversário Batista do que por vitória militar, no entanto essa entrada em Havana dura á mais de 49 anos...

O TEMPO...

Ao longo destas quase cinco décadas de poder, a historia de Cuba poucas voltas deu, e manteve-se sempre no mesmo rumo do chamado “Socialismo” mais conhecido por “Comunismo”, no entanto registram-se alguns acontecimentos interessantes, desde que naquele famoso dia 1 de Janeiro de 1959, o outro, ditador, Fulgêncio Batista deixou Cuba praticamente nas mãos de Fidel.
Assim, e depois da total reviravolta política, em Outubro de 1960, os EUA proíbem exportações para Cuba. Em 16 de Abril de 1961, Fidel Castro declara que Cuba é um Estado Socialista.
A verdade deve ser dita, e se hoje muitos batem no peito e gritam que Fidel é um Comunista que defende o Socialismo, deveriam também saber que na realidade Fidel Castro era; naqueles primeiros momentos da vitória revolucionária, um cidadão com um caráter ideologicamente confuso, e sem orientação política definida. Era alguém que dirigia uma revolução com um fundo de patriotismo nacionalista e anti-corrupção, e que só mesmo a passividade cúmplice dos EUA, para com o regime de Fulgêncio Batista, possibilitou que se tornassem em pouco tempo Socialistas, uma vez que a grande maioria dos que o acompanhavam eram naquela época tudo, menos Socialistas.
Em 17 de Abril de 1961, um dia depois da declaração de que Cuba era um Estado Socialista; 1.297 exilados cubanos apoiados pelos EUA, através da CIA (Agencia Internacional dos EUA) invadem a Baía dos Porcos, num ataque que teve que ser abortado dois dias depois, e que ficou conhecido como uma das maiores pedras no sapato da política externa dos EUA até hoje.
Em 22 de Janeiro de 1962, Cuba é suspensa da OEA, e no dia 7 de Fevereiro desse mesmo ano, os EUA proíbem todas as importações cubanas.
Os anos passam, muitos tentam fugir da ilha e conseguem, outros morrem no meio do oceano no afundamento das balsas, ou são fuzilados contra as paredes de Havana, Santiago e outras cidades, outros ainda apodrecem nas cadeias, e outros morrem á fome e na miséria pelas ruas e ruelas de Cuba.
Em Abril de 1980, o governo cubano, numa estranha declaração publica, afirma que os cubanos podem deixar livremente o país, e começa então a crise dos refugiados. Cerca de; 125 mil pessoas conseguem abandonar Cuba até Setembro desse mesmo ano de 1980.
Depois a porta volta a ser fechada! E todo volta a ser como era antes, ou pior ainda, com o aumento da repressão e da tirania.
Em Agosto de 1994, Fidel, numa nova intervenção algo estranha, declara que não impede que os cubanos saiam livremente do país, e cerca de 40 mil pessoas dirigem-se para os EUA, por mar, muitas delas sem o mínimo de condições de segurança ou sequer esperança de vida, sendo que é dessa data o acordo firmado entre Cuba e os EUA sobre migração.
Em Outubro de 1997, Fidel reafirma publicamente o seu irmão mais novo, Raúl Castro como seu sucessor. Em 6 de Março de 2003, o Parlamento Cubano elege Fidel Castro para o seu sexto mandato consecutivo, como presidente do Conselho de Estado, considerado o órgão supremo do governo cubano.
Numa tentativa diplomática de ganhar alguma simpatia e apoio da Comunidade Européia, em Novembro de 2004, Cuba liberta seis dissidentes políticos, incluindo o famoso escritor Raul Rivero.
Mas logo em seguida, a chamada loucura regressa, com a declaração em 2 de Fevereiro de 2005, em que Castro chama ao presidente dos EUA, George W. Bush de “perturbador”, em resposta à declaração dos EUA de que Cuba seria um berço da tirania.
As mudanças começam a adivinhar-se, e em 15 de Junho de 2006, Raúl Castro diz que o Partido Comunista de Cuba, permanecerá no controle de Cuba em caso de alguma mudança de líder. Adivinhava já o que iria acontecer em 31 de Julho desse ano, somente cerca de um mês e meio depois, quando Fidel Castro, cede temporariamente o poder ao seu irmão, para ser submetido a uma operação gastrointestinal.
O poder esta assim na mesa de operações, e as coisa não correm lá muito bem com os intestinos do ditador, que em vez de ficar ok e retornar ao poder efetivo, não tem essa sorte, nem fica com diarréia, mas vê as comemorações do seu 80º aniversário, serem adiadas de 13 de Agosto, quando faz realmente anos, para Dezembro, na tentativa de que possa recuperar para voltar a surgir em público.
A chamada “múmia” esta já numa fase só de reflexões, e em 28 de Março de 2007, publica “Reflexões de um Comandante-Chefe”, em que apresenta a sua posição sobre a política internacional.
Continua sem surgir publicamente, nem mesmo na inauguração de importantes monumentos, ou no funeral da sua cunhada, e mulher do irmão Raúl, a combatente Vila Espin, em 18 de Junho de 2007, e nem a 13 de Agosto, quando completa 81 anos, comparece ás comemorações.
No entanto, e tal qual uma “múmia” em 20 de Janeiro deste ano de 2008, é reeleito para o parlamento cubano, e deixa no ar e em aberto a possibilidade de se manter como presidente. Agora, passado um mês, vem anunciar publicamente, por via de mais uma das suas famosas cartas, que não voltará a assumir o cargo de presidente de Cuba, uma vez que assume que ‘as pernas já não podem com as botas’.

O FUTURO PROXIMO

Raúl Castro de 76 anos, irmão mais novo de Fidel, e que ocupa a presidência e Cuba de um modo provisório, desde 31 de Julho de 2006, deve ser escolhido pelo parlamento, como o novo Presidente do Conselho de Estado de Cuba, eu diria que já está mesmo escolhido. Sendo que foi o próprio Fidel a indicar essa como única solução, e que apenas vão fazer figura de corpo presente no momento da nomeação oficial, no parlamento nacional.
Essa decisão, aliás, já está realmente tomada á muito tempo, pois logo em 1959, após a fuga de Fulgêncio Batista, e a tomada do poder; Fidel Castro anunciou que ele, Raúl Castro, seria o seu sucessor, e numero dois no comando de todas as frentes políticas e institucionais.
Por outro lado Fidel era ao mesmo tempo; Presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros, primeiro Secretário do Partido Comunista de Cuba, chefe supremo das Forças Armadas e comandante em chefe da revolução, fazendo até lembrar o saudoso e lendário líder Chinês, da famosa revolução cultural.
Raúl é, digo; muito mais do que provavelmente, era até agora, Primeiro Vice Presidente de ambos os Concelhos, Segundo Secretario do Partido Comunista de Cuba, Ministro das Forças Armadas e o único em Cuba com a categoria de General do exercito.
Este será o perpetuar dos Castro, tipo monarquia familiar, com um poder que só a cabeça de uma autentica “múmia”, como é hoje Fidel, para ainda consegue imaginar como o futuro eterno de Cuba.

O FUTURO A MEDIO PRAZO

A médio prazo, Raúl Castro não vai conseguir a manutenção do poder, pois ele próprio não tem capacidade pessoal para essa empreitada. cPor um lado os seus já 76 anos, começam a pesar, e opiniões tão diversas, até já publicamente manifestadas, como a que proferiu em 2006: “Estamos concluindo o cumprimento do nosso dever. É preciso dar passagem a novas gerações ou continuar abrindo o caminho a novas gerações gradativamente”.
Deixam transparecer que Cuba com Raúl dono de todos os poderes será muito diferente.
Por outro lado o relacionamento entre os dois irmãos, não é assim tão amigável como alguns tentam fazer crer, observe-se o que os biógrafos do quinto e do oitavo filhos que o Espanhol Angel Castro teve com duas cubanas, após imigrar sem dinheiro e acabar virando fazendeiro, escrevem sobre Fidel e Raúl.
“Eles tiveram sempre grandes brigas, mas que em publico nunca evidenciam as desavenças pessoais, políticas e sociais. Raúl dirige a maior parte dos assuntos diários do Governo de Cuba, enquanto Fidel dedica o seu tempo aos assuntos globais e ideológicos”
São palavras do biógrafo americano Tad Szulc.
Que ainda afirma mais:
“Raúl com o seu bigode cortado e o seu rosto redondo, parece um merceeiro satisfeito consigo mesmo, mas é muito respeitado pela firmeza e capacidade como administrador”.
Mas as influencias externas, aliadas ás mudanças que de forma rápida se vão operar no próprio interior de Cuba, vão levar a mudanças profundas que ninguém vai conseguir controlar.

FRASES QUE MARCAM ÉPOCAS

Condenem-me, não me importa. A história me absolverá!”
‘Fidel Castro, durante o seu julgamento, em 16 de Outubro de 1953, por liderar a tentativa de tomada do quartel de Moncada’
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“É preciso saber usar as armas que se tem e é preciso criar distancia total sobre todos os livros e todas as fórmulas acadêmicas”
‘Fidel Castro, revelando o que julga ser o segredo do sucesso militar’
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“Se você chama de liberdade de imprensa o direito dos inimigos de Cuba de escreverem contra a Revolução, eu diria que não estamos a favor dessa liberdade”
‘Fidel Castro, argumentando contra as criticas ás restrições à liberdade de expressão em Cuba’
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“O meu desejo sempre foi cumprir as minhas tarefas até ao meu último suspiro”
‘Fidel Castro, na carta de renuncia á Presidencia’’
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“Trairia a minha consciência ocupar uma responsabilidade que requer mobilidade e entrega total quando não estou em condições físicas de oferecer isso”.
‘Fidel Castro, na carta de renuncia á Presidencia’
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O QUE OS OUTROS PENSAM

“É uma decisão corajosa e estou convencido de que ao tomá-la, Fidel Castro foi guiado pelos interesses do seu País e do seu povo”
‘Guennadi Ziuganov, Líder do Partido Comunista Russo’
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“A França espera que a decisão de Fidel Castro de renunciar à presidência de Cuba abra um novo caminho e que exista mais democracia neste país”
‘Jean-Pierre Jouyet, Secretário de Estado Francês para os Assuntos Europeus’
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“É o momento no qual Raúl Castro vai poder assumir com maior capacidade, solidez e confiança este projeto de reformas”
‘Trinidad Jiménez, Secretária de Estado de Espanha para Ibero-America’
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“Fidel Castro virou um ditador pior do que o seu principal inimigo Fulgêncio Batista”
‘José Garcia Hamilton, historiador argentino’
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“O presidente Castro é um líder revolucionário profundamente amado pelo seu povo cubano e também um velho amigo do povo chinês”
‘Ministro das Relações Exteriores da China’
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“Esta é uma oportunidade para avançar a transição pacífica para uma democracia”
‘Gordon Brown, Primeiro Ministro Britânico’
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“Isso (renuncia) bate com a impressão que tive quando o visitei pouco tempo atrás. Ele tinha um problema na perna. Voltei com a impressão que Fidel analisava a situação política e criava condições para isso acontecer”
‘Luis Inácio Lula da Silva, Presidente da Republica Federativa do Brasi’l
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“A comunidade internacional deveria trabalhar para começar a construir instituições para a democracia. Eventualmente, esta transição deveria acabar em eleições livres e justas”
‘George W. Bush, Presidente dos EUA’
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“... a posição comum européia tem como objetivos; encorajar um processo pacífico de transição a uma democracia plural, o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, além da recuperação sustentável e a melhoria do nível de vida da população cubana”
‘John Clancy, porta-voz da Comissão Europeia’

O QUE EU PENSO
A ilha de Fidel, já não é mais de Castro. A sua gloriosa epopéia chegou ao fim, porque como tudo na vida, tem um princípio, um meio e um fim.
Agora o futuro pertence sem duvida aos Cubanos que souberam aproveitar as boas condições criadas ao nível do Ensino e da Saúde, entre outras, e que são efetivamente referencias internacionais, sendo que nomeadamente na área do Ensino, ainda não se conseguiu entender muito bem o patamar de desenvolvimento que Fidel idealizou, tirando a muito bem conseguida alfabetização.
Por outro lado a maioria da população da ilha vive quase abaixo do limiar da pobreza, com racionamentos para quase tudo o que se possa imaginar; automóveis da década dos anos cinqüenta, do século passado, que circulam presos por arames, digo circulam; quando o racionamento do combustível o permite.
E que dizer de uma das grandes criticas de Fidel e dos seus apoiantes incondicionais, ao regime do homem que o antecedeu, Batista, de que tinha: “transformado Cuba num grande Bordel”. Hoje, e de á muitos anos a esta parte, Cuba é realmente um grande Bordel, de prostituição direta e indireta. As jovens Cubanas, não têm na sua maioria duvidas no momento de decidir entre poderem passar uma noite num hotel, onde podem tomar um banho com sabonete, pois que sabonete ou mesmo sabão, é um bem racionadíssimo, e ao mesmo tempo poderem ir ás compras com um qualquer “Gringo” que tenha a possibilidade de pagar algo para elas com dólares, ou viverem no meio da miséria sem conhecer o outro lado da vida.
É obvio que podem pensar que Cuba face ás condições econômicas, criadas, por um lado pela política interna e por outro pelo embargo, é mesmo um imenso Bordel, cheio de ‘Prostitutas’ á disposição do turista ocidental, mas nem é necessário ler Boudelaire, podemos servir-nos de Antonio Figueira, como li á poucos dias, e entender que ele tem razão neste aspecto pois:
“as putas quando chegam a casa e despem a máscara das ilusões em frente ao espelho também são gente capaz de amar”.
O turismo é uma das maiores fontes de rendimento, já que os tempos da exportação do açúcar já lá vão. Hoje o numero de turistas ocidentais que por ano passam em Havana cifra-se, segundo os números oficiais, em cerca de 2 milhões. Estes números se comparados, por exemplo, com Lisboa, que apresenta números muito próximos dos 5 milhões, é ainda uma gota de água no meio do oceano.
Mas Cuba, temos que o reconhecer tem um turismo muito próprio. A maioria dos que por ali aportam, não vem só para comprar uns ‘Puros’, ou para fazer inesquecíveis ‘luas de mel’, vem sobretudo na sua maioria para se dedicar a beber uns copos até cair, nos ‘Resorts’ que apresentam um menu de ‘tudo incluído’; apanhar uns banhos de sol do Caribe, e como também li á poucos dias, proferido por um especialista sobre a Ilha e as suas raras maravilhas: “colocar uns carimbos no passaporte sexual, com mais ou menos dólares e mais ou menos ‘mojitos’ e mais ou menos sabonete á mistura”
Ninguém de bom senso, pode de modo algum vir agora alegar que a ilha é somente um paraíso para a “prostituição”, e tão somente isso. Em qualquer lado do mundo se pode encontrar “prostituição”, e trata-se sem duvida de um problema social e econômico real a nível internacional, que movimenta muitos interesses e $$$. Um problema que é tão real lá como cá, a única diferença devem ser os preços, e ai Cuba leva vantagem, pois é considerado pelos próprios Cubanos como uma atividade ainda barata por ali, mas Portugal sem ser Cuba, dizem também os especialistas na matéria, que tem as “Prostitutas” mais baratas da Europa, e não tem Fidel nem sofre ou algum dia sofreu, algum embargo americano.
Fala-se também em direitos humanos, e realmente é visível que algo não funciona bem, diria corretamente, mas também não se pode considerar um ‘Gulac’ como alguns políticos, apressadamente, querem fazer crer.
Sem duvida o maior problema dos cubanos é o estomago, digo o pequeno almoço, almoço e jantar, pois temos mesmo que acreditar, que existe fome por aquelas bandas...
E perguntam vocês: e muito bem; “morre Fidel e tudo muda?”
Ninguém pode acreditar nisso. As mudanças que se vão operar em Cuba vão levar muitos anos, pois tudo obedece a situacionismos econômicos, e se hoje os EUA, digo os empresários dos EUA, já investem em Cuba, embora de modo imperceptível para as autoridades, esse investimento é feito á distancia, não no terreno, o que inviabiliza a colocação de industrias e ao mesmo tempo de lançamento direto de divisas nas economia, de modo a possibilitar o aquecimento desta, com o aumento do consumo de forma consolidada.
O fim da era Fidel Castro é sem duvida uma esperança na mudança necessária e urgente de Cuba, porque pessoalmente acredito, agora ser possível essa mudança no médio prazo, e reconheço que a importância do presente e do futuro está no bem estar dos cubanos, o fator mais importante de toda esta questão, e sobre isso, e nesse aspecto tenho que reconhecer que as palavras do presidente dos EUA, George W. Bush, sem alguma duvida são muito acertadas e realísticas.
“Os cubanos são os que sofreram sob o domínio do regime de Fidel Castro. Eles são os que foram presos pelas suas crenças, eles são os a quem ele negou o direito a viverem numa sociedade livre”
Chegou então o tempo de se pensar num outro futuro possível, e todos temos que acreditar que vai sem duvida ser possível ‘Siempre Hasta la..’.


‘João Massapina – 19-02-2008’

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Sismo poderia provocar 3 mil mortos no Algarve

Um sismo com a mesma magnitude do registado em 1755 causaria hoje no Algarve cerca de 3.000 mortos e 27.000 desalojados, segundo resultados preliminares do Estudo do Risco Sísmico e de Tsunamis para o Algarve (ERSA).

Os progressos do estudo, que vai estar pronto no final de 2008 e permitir elaborar um plano de emergência detalhado para cada município algarvio, foram hoje apresentados em Faro numa cerimónia presidida pelo ministro da Administração Interna.

Se o sismo de 1755 - com epicentro no Banco de Gorringe e uma magnitude de 8,5 graus na Escala de Richter - se repetisse hoje, causaria danos sobretudo no Barlavento, mais próximo do epicentro. Este foi um dos cenários sísmicos apresentados hoje por Carlos Sousa Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico (IST) e consultor da Associação Nacional de Protecção Civil (ANPC), que frisou tratarem-se de "resultados preliminares".

Outro dos cenários avançados, tendo por base as características do sismo de 1722 - com epicentro em Tavira e magnitude de 7,8 graus na Escala de Richter -, aponta para uma estimativa de 12.000 mortos e 18.000 edifícios destruídos, com o Sotavento a ser mais afectado.

Contudo, segundo o professor do IST, o número de mortes imediatas só poderá ser diminuído quando se trabalhar na prevenção, sendo que o estudo que está a ser desenvolvido permitirá fomentar acções preventivas. "Temos que olhar para o problema sísmico de uma maneira preventiva, tal como na Medicina, em que apanhamos vacinas para não deixar entrar vírus ou bactérias", observou, dizendo que a principal preocupação são os equipamentos de saúde e escolas.

"Não podemos imaginar que há um sismo que vem destruir hospitais e escolas, esta será uma primeira linha de prevenção e de reforço", disse, acrescentando que já estão a ser feitos levantamentos.

Segundo disse aos jornalistas a directora nacional de Planeamento de Emergência, Susana Silva, o plano de emergência decorrente do estudo estará igualmente pronto no final do ano e será testado no terreno em 2009. De acordo com aquela responsável, o principal objectivo do plano é conseguir que as diferentes entidades se articulem para dar resposta nas primeiras 72 horas, sobretudo aos feridos mais graves.

Susana Silva realçou ainda que de acordo com as experiências que recolheu de outros países, nas primeiras horas "é muito difícil as pessoas organizarem-se na própria região", pelo que a ajuda tem que vir de distritos ou até países vizinhos. No que respeita às consequências de um tsunami (maremoto) no Algarve, o estudo está a incidir sobretudo nas zonas da costa identificadas como mais vulneráveis, nomeadamente Sagres, Lagos, Armação de Pêra e Quarteira.

Com uma população residente de 400 mil pessoas, o Algarve tem 60 mil edifícios e 277 mil alojamentos, dos quais 70 mil são em betão armado, 50 mil em alvenaria com pavimento em placa, 23 mil em alvenaria de pedra e 15 mil em alvenaria, precisa o estudo.

IN: Observatorio do Algarve'

O POBRE DIABO E A GRANDE VITORIA DA CLASSE OPERARIA

Um dia, quando tiver tempo, hei-de tentar perceber o que faz as pessoas darem espaço a Nuno Melo. É incapaz de dizer duas frases seguidas. E quando lhe fazem uma pergunta concreta sobre comportamentos concretos de pessoas concretas ligadas ao partido virtual, responde com insultos pessoais, acusações, desvios, tom de voz entre a virgem ofendida e a peixeira do Bolhão. Um dos maus exemplos dos políticos que este país tem.
A pergunta ficou no ar. Ficámos a saber que para o CDS, e para Nuno Melo, não interessa rigorosamente nada a situação dos desempregados (e dos despedidos por Pires de Lima, um “bom gestor” segundo se diz). Aliás, para o CDS os 8,3% de desemprego são uma Grande Vitória contra a Classe Operária.
À direita interessa muito mais malhar no currículo escolar de José Sócrates e debater o pagamento de quotas partidárias do que os efeitos da política do Governo na Economia do país. Só posso deduzir disto que esta política lhes é favorável.
É pena.
Que avance o Bloco de Esquerda, que avance o PCP, que avancem mesmo (uma vez sem exemplo) os “liberais” descamisados da blogosfera. O país precisa de oposição, o Governo precisa de oposição, e à direita é o que se vê, pobres diabos e quotas.

CDS, compre um cérebro!, desemprego, Nuno Melo

IN: Certamente

EXEMPLO DE GRANDE ACTO DE GESTÃO...

Pá, é uma empresa, topas, hã? Uma empresa grande, duh? Eu chego, aquela cena tá a dar lucros há bués. Fonix, é uma máquina de dar lucros muito bem oleada. Pudera, é oleada a cerveja, ahahah! Kékum gajo faz, para ganhar mais uns cobres e ficar bem no retrato? Pegas numa fábrica e fecha-a, pronto!
Foderam-se 70 ou 80 empregos? Bah, julgavam o quê, que o emprego é um direito de nascimento? É a economia, estúpido! Isto cada um gere o seu buraco, topas? O governo que gira o país, que é o buraco dele. Olha, que despeça os funcionários públicos e feche os ministérios! Tungas, a coluna das despesas diminui e o balanço do orçamento de Estado sobe logo, parece magia! É a magia do bom gestor! Diminui o défice em seis meses!
O quê? E depois? Ora, depois dão-me um cargo ainda melhor noutra cena qualquer porque eu sou um granda gestor de topo e geri esta aqui muita bem, criei mais riqueza para todos. Hã? Não foi para todos?! Mas estás a falar de quem? Ah, dos trabalhadores? Lá estás tu, pá, os trabalhadores, isso é um problema do Governo, carago, já te disse. Dêem-lhes subsídios e ponham-nos por aí quietos, isto sabe-se lá se o gajo que vier a seguir vai precisar de braços escravos, ahahah.
Que dizes? Ouço-te mal, pá. Hã? Não há arame na Segurança Social? Pá, vai perguntar isso ao Sócrates, que tenho eu a ver com isso? Olhameste! Isto é privado, pá! Privado! Aqui mandamos nós e se eu quero despedir, despeço. Os lucros? Que tens tu a ver com isso, ó meu PIIII, os lucros são dos accionistas, seu ladrão, queria o quê, que usássemos o aumento de 100% dos lucros no último ano a dividir com os trabalhadores que o fizeram, não?? Eu sou um grande gestor, pá, um Grande Gestor! Esse dinheirinho vai já para os accionistas e essa gente que vá para o fundo de desemprego, quando precisarmos de trabalho vamos lá buscá-los de novo!

compre um cérebro!

IN:Certamente

NÃO É PRECISO SER FUNDAMENTALISTA...

Quando o assunto é código, duas situações se podem tipificar. Fato, gravata, saladinhas ao almoço e defensores do código proprietário, ou cerveja, t-shirts que não podem ser de marca mas custam mais compradas nas lojas online underground americanas (o grau de geekismo media-se na proporção do nível underground da loja) e fundamentalistas do código aberto, ou open source.
Não estou a exagerar. Quem quiser tentar pontes, ou quiçá conversas equilibradas e sensatas sobre o assunto, ou é marginalizado rapidamente no grupo, ou para sobreviver adopta um dos radicalismos. Não há meio termo.
Inicialmente, a posição do Alcides Fonseca baralhou-me. Fez-me pensar num amigo meu que vem da adolescência, o Fernando Caetano (ainda me lês, Caetano?), quando um dia — já éramos amigos há muitos anos — me revelou que era crente católico; eu sempre o julgara ateu, até pelo seu comportamento e pelo seu discurso, foi com ele que aprendi a frase que afasta os vendedores de religião porta a porta: “não uso intermediários, tenho linha directa para o vosso patrão”. Experimentem: melhor que divertido, é garantido e de efeito rápido.
Eu achava, “naturalmente”, que o Alcides era do lado do open source, portanto fiquei baralhado quando me disse que era defensor do código fechado. Foi um sururu comigo a armar em advogado do diabo, como é meu uso, gosto, timbre e apanágio (bom dia, amor!)
Ele prometeu-me que um dia escrevia sobre isso, já lhe andava na cabeça há um tempo. Hoje cumpriu: My view on proprietary vs opensource software. Leiam, vale BEM a pena.
Embora eu discorde do Alcides Fonseca nalguns pontos, ele defende muito bem o seu ponto de vista e reconheço razão nos exemplos que aponta.
Eu era o idiota que tentava a ponte. Sempre achei que um modelo não impede o outro. O aberto propicia o desenvolvimento e a criatividade (não haveria Internet como a conhecemos se só existisse código fechado, estaríamos talvez em 1996, com a CompuServe e acesso por RDIS). O fechado dá garantias em segmentos específicos (banca, exército).
O exemplo do ensino (código aberto) é indiscutível, já o dos jogos (código proprietário) me parece um bom campo para, bem, uma flame!

open source, tecnosfera

A PRETO E BRANCO

Caro amigo

Parece-me a mim que é óbvio, que não precisa de estar escrito em sítio nenhum, que há pessoas boas e más, inteligentes e burras, alegres e sorumbáticas, avarentas e mãos largas, pacíficas e conflituosas, no mundo inteiro. Tenho a sorte de já ter conhecido gente fantástica de muitas religiões, de muitos tons de pele. Indonésios, jordanos, haitianos, malaios, timorenses, argentinos, chilenos e peruanos, australianos, quenianos, marroquinos, sul-coreanos, guineenses, moçambicanos, tailandeses, chineses, sul-africanos, costa-riquenhos, angolanos, russos e, naturalmente, cabo-verdianos. Não me fixei no tom da cor das suas peles mas tenho-os no meu coração.
Não faz pois para mim, muito sentido, a discussão que por estes dias se teve aqui, a propósito daquilo a que chamaram uma frase racista dita no Parlamento de Cabo Verde. Um jornal chegou mesmo a puxar o assunto para primeira página, com o título “Sintomas de Racismo no Parlamento”, tudo porque durante o plenário um deputado do MpD, oposição, disse a um do PAICV, que sustenta o governo, que, com intervenções como a que acabara de fazer, a imagem dele ficaria “ainda mais negra do que aquela que tem”.
E então? Ahhh, que o deputado que disse isso tem um tom de pele mais claro e que o que ouviu é bastante mais escurinho… E então? Mas qual é o problema? Se um o disse de forma racista é uma parvoíce. Como tal devia ser ignorada. Se não foi o caso e o outro se sentiu ofendido também é uma parvoíce. Devia sentir-se bem na pele que tem e saber que “vozes de burro não chegam aos céus”.
Sou, como tu, alentejano, e nunca me senti ofendido com os milhares de anedotas que se contam sobre alentejanos. E tenho pena de não ser um bom contador de piadas, de me esquecer de todas, para poder contar algumas de pretos a alguns amigos de cá, que por certo se iriam rir. Porque convivem naturalmente com isso.
Lembro-me, aí de Lisboa, do Sebastião, pele escura como poucas e que adora contar anedotas de negros. Lembro-me de quando ele trabalhava num bar e que quando me abria a porta o meu cumprimento era sempre frases do género: “está aqui uma escuridão…”, ou “olha… a porta abriu-se sozinha”, ou “sai da frente preto”. Lembro-me da última vez que o vi, num restaurante aí perto de minha casa, e de como fiquei feliz de lhe dar um abraço. Grande contador de histórias, grande homem, grande amigo. Racismo? Mas qual racismo caramba?
É por isso que te digo, caro amigo, que me faz alguma confusão que se perca tempo com estas discussões, ainda por cima na praça pública. Ensinaram-me, ensinaram-nos a todos, que o que conta é que o que somos como seres humanos, não se somos homens ou mulheres, ricos ou pobres, feios ou bonitos, cristãos, muçulmanos ou coisa nenhuma, novos ou velhos, pretos ou brancos, vermelhos ou amarelos.
O racismo, como doutrina que afirma a superioridade de pessoas com uma cor de pele perante outras com outra cor, é um conceito absurdo. Não o consigo assimilar. Como também me faz confusão porque é que para uns chamar “preto” é ofensivo e para outros mau mesmo é chamar “negro”. Se calhar a coisa começa dentro de cada um. Se calhar, como me dizia há dias uma amiga aqui, porque há ainda quem tenha algum tipo de sentimento de inferioridade face à sua cor de pele. E se calhar porque há ainda quem tenha algum tipo de sentimento de superioridade face à sua cor de pele.
A uns e a outros só posso dar um conselho: vejam além disso, vejam mais fundo. Irão descobrir que, depois de passarem essa camada de pele, por dentro a coisa é igual. E que o que têm de trabalhar não é a pele, é a cabeça, o cérebro. E esse, para que ninguém se zangue nem se sinta superior ou inferior, não é preto nem é branco. É cinzento.

Um abraço

Fernando Peixeiro

Impulso mercadológico

As terapias com células-tronco não são apenas uma esperança para a cura de diversas doenças: elas são também uma promessa de desenvolvimento econômico. A opinião é de Paul Sanberg, diretor do Centro de Excelência para o Envelhecimento e Reparação Cerebral da Universidade do Sul da Flórida, Estados Unidos.

Sanberg, que também é editor-chefe da revista Cell Transplantation, apresentou nesta terça-feira (19/2), no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, a palestra “Terapia celular em problemas cardiovasculares e neurológicos: da bancada às aplicações clínicas”.

De acordo com o pesquisador, que é autor de cerca de 500 artigos e tem mais de 25 patentes de produtos voltados para tratamentos com células-tronco de medula óssea e de sangue de cordão umbilical, a pesquisa no setor está entrando em uma nova fase.

“Os avanços são muito promissores e há novos produtos em diversos graus de desenvolvimento. A interação entre academia e indústria tem sido importante. O desafio agora é conseguir recursos para passar para o estágio de testes clínicos de grande escala”, disse Sanberg à Agência FAPESP

Segundo ele, nos Estados Unidos e em diversos países asiáticos a comunidade científica e os governos perceberam o potencial econômico das novas terapias. “A Califórnia, sozinha, investe US$ 3 bilhões por ano em pesquisas sobre terapias celulares e células-tronco. A idéia é que a produção dessas tecnologias se torne economicamente tão importante quanto a do Vale do Silício”, disse.

Sanberg, que é diretor executivo da Sociedade Norte-Americana para o Reparo e Transplante Neural, diz que atualmente as pesquisas na Universidade do Sul da Flórida são focadas em modelos animais pré-clínicos.

“Tentamos responder a questões sobre como injetar as células-tronco, quais as doses ideais, quais são os tipos de células mais eficazes para determinadas doenças e quanto tempo depois da manifestação da doença se deve começar a terapia. Todo esforço é focado em trazer as terapias para perto do paciente”, destacou.

Segundo ele, já existem produtos em estágios diversos de desenvolvimento, mas, a partir de agora, a cooperação entre academia e indústria se tornará crucial. “É absolutamente importante ter uma visão do conjunto e poder trabalhar o processo desde a bancada até o produto. A pesquisa no laboratório é fundamental, mas precisamos também trabalhar com as empresas, porque elas nos levam ao próximo nível”, afirmou.

Para o cientista, nem governo, nem universidades têm capacidade para comercialização e realização de testes clínicos de longo alcance. “Isso não é feito nem mesmo pelas pequenas companhias. Elas fazem uma fase, com 200 ou 300 pacientes e licenciam para os grandes laboratórios, que vão colocar grandes investimentos nos testes clínicos finais”, disse.


Explosão de spin-offs

Sanberg lembra que há cerca de 15 anos houve, nos Estados Unidos, um acirramento da mentalidade empreendedora entre os cientistas. “Isso ocorreu, paradoxalmente, quando os investimentos do governo diminuíram. A escassez de recursos acabou transformando os cientistas em homens de negócios, que precisaram aprender a ter um olhar comercial e a diversificar a busca de fontes de financiamento.”

O quadro gerou uma política de estímulo ao trabalho conjunto entre pesquisadores e empresas, a construção de parques tecnológicos pelas universidades e uma explosão no número de empresas spin-off.

“Na Flórida fomos especialmente estimulados depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. A economia daquele estado vive do turismo e, como naquela época ficou muito difícil viajar, ela quase entrou em colapso. A universidade foi estimulada a assumir um novo papel no desenvolvimento econômico. Nesse contexto, nossa área se mostrou especialmente promissora”, apontou.

O grupo de Sanberg, que conta com 25 pesquisadores, trabalha atualmente na aplicação de células-tronco do sangue de cordão umbilical no tratamento de derrame e de esclerose lateral amiotrófica.

“Temos a primeira patente norte-americana mostrando que células-tronco da medula óssea podem ajudar na reparação de danos na coluna vertebral e a primeira para uma terapia com células do sangue de cordão umbilical para tratamento de doenças do cérebro”, afirmou.

'Fábio de Castro'

Portugal não é um país, mas três

A blogosfera política não vê um país: vê uma inextrincável teia de compromissos e de projectos de poder e descreve aquilo que pretende que seja visto como a realidade em cada momento e consoante a visão do respectivo projecto de poder.
A mediaesfera faz mais ou menos a mesma coisa, mas com a desvantagem de já estar previamente alinhada em duas barricadas. Os noticiários mostram a “realidade” do sangue, miséria e desgraça — com a omnipresente polícia que todas as semanas faz a maior apreensão de sempre.
Resta depois o país real, do qual quase nada sabemos. Crise económica? Mas os indicadores desmentem. A sociedade à beira de uma ruptura? Bem sei o quanto alguns desejam vingança sobre o buzinão da ponte, mas à parte a contestação profissional, que é paga para isso e ainda bem, não se vêem sinais de fumo. As duas questões deprimentes de Portugal têm décadas de existência, não decorrem deste governo — e não há quem não saiba disso.
Agora, não nos falta informação — nos media como nos blogues — sobre que país a classe em exercício dos cronistas políticos & similares gostava de ter. Como escreve Vital Moreira em Wishful thinking: “Por mais que os média ajudem, é impossível manter durante muito tempo a invenção de uma país à beiro do abismo. Quem está à beira de um ataque de nervos é quem procura à força tomar os desejos por realidades”.
‘Claro’

Santana e Menezes em rota de colisão

Lei autárquica: líder ameaça romper acordo, negociado por Santana

Depois de Luís Filipe Menezes ter ameaçado romper o acordo com o PS sobre a lei eleitoral autárquica, Santana Lopes, afirmou ao jornal Público estar «surpreendido» com estas declarações do presidente do PSD, proferidas no domingo, uma vez que a lei já foi aprovada na generalidade e o acordo com os socialistas foi negociado pelo próprio líder da bancada parlamentar.
As declarações de Santana Lopes, ao Público, mostram o desconforto sentido no PSD: o presidente da bancada laranja admitiu ter sido apanhado de «surpresa» e sublinhou que não fará mais comentários até ter a possibilidade de reunir-se com Luís Filipe Menezes.
«A minha obrigação é encontrar uma solução para garantir uma reforma assumida há anos e que continuo a considerar importante». «Se a reforma da lei autárquica for por água abaixo, perdem-se alterações importantes, nomeadamente o facto de o presidente da câmara poder escolher os seus vereadores», disse ainda Santana Lopes ao jornal Público.
Esta terça-feira, no Parlamento, o líder da bancada afirmou à agência Lusa que ainda não tinha falado com ninguém da direcção do partido sobre o desfecho do acordo com o PS. «Ainda não falei com ninguém», acrescentou Santana Lopes, negando «divergências seja com quem for» sobre a posição final do partido. Numa declaração à agência Lusa, o deputado sublinhou que o desfecho do processo negocial está por discutir internamente: «A direcção do partido vai reunir e apreciar a matéria».
Certo é que no domingo o presidente do PSD prometeu quebrar o acordo com o PS se o projecto de lei conjunto não for alterado para que os presidentes da junta possa votar os planos e orçamentos municipais.
‘P.D.’
NOTA:
NAO BATE A BOTA COM A PERDIGOTA!
ESTA OPOSIÇAO ESTA TERRIVEL, NEM DENTRO DOS PROPRIOS PARTIDOS SE CONSEGUEM UNIR E ENTENDER.
ASSIM VAI PORTUGAL... SEM ALTERNATIVAS
E O PS VAI FICAR LONGE, NO TEMPO!...
'João Massapina'

Cuba: Fidel Castro renuncia à Presidência

O histórico líder cubano Fidel Castro renunciou, esta madrugada de terça-feira, à Presidência do Conselho de Estado de Cuba.
O anúncio surge expresso na edição online do diário oficial cubano, Granma.
«Não aspiro, nem aceitarei - repito - não aspiro, nem aceitarei o cargo de Presidente do Conselho de Estado e de comandante-em-chefe», escreveu Fidel Castro, afastado oficialmente do poder há cerca de 19 meses, devido a doença.
Raul Castro, irmão de Fidel e actual Presidente interino, deverá ser o escolhido para presidir ao Conselho de Estado, segundo os observadores.
Diário Digital / Lusa

Comentário:
Fidel Castro a “múmia” só não admite nem aspira, morrer no poder, (diretamente) porque sabe que esta a bater as botas...
Tudo vai ficar quase na mesma, como a lesma, e as alterações só mesmo depois da sua partida..., (vai continuar no poder, mas agora de forma ainda mais virtual).
No próximo fim de semana vai oficializar a passagem do poder real , diria visual, para o mano Raul Castro, o que já acontece virtualmente á cerca de 2 anos.
A situação era já tão ridícula, que nem ele agüentava tanto tempo a fazer de “espantalho” de braços abertos.
A esperança de um futuro diferente está assim muito mais próxima para milhares de Cubanos.
É só uma questão de tempo, e paciência!
E pelo andar da carruagem, vai ser muito pouco tempo...
Quem já esperou 49 anos!...
'João Massapina'

Sócrates na SIC

Num balanço de três anos após a vitória eleitoral, Sócrates foi à SIC com uma estratégia clara: transformar o país numa realidade virtual, coisa que tanto gosta.

A economia é um êxito, disse - sendo que de facto tem o grande mérito de ter posto as contas em ordem, embora à custa de um esforço inumano dos portugueses - onde até os 8 por cento de desemprego pareceram uma catástrofe aceitável, e os 150 mil empregos estão já ali na curva do ano.

Na Educação tudo é bem feito, o «state of the art» da governação, como se a realidade de algumas reformas, altamente contestadas, pura e simplesmente não existisse. O PM passou em branco os três anos da sua governação, os avanços e recuos, e enunciou a matéria em causa como se estivesse a apresentar um programa de Governo imaculado.

Na Saúde não fez quase nenhuma concessão - excepto a que percebeu que não se deve mexer sem alternativas (coisa de somenos importância) - e reafirmou tudo o que queria do Serviço Nacional de Saúde, mesmo que nada corresponda ao que foi sendo feito. Explicar o encerramento das maternidades com a queda da mortalidade infantil não passa de um argumento esotérico.

E quanto ao resto, BCP, Alcochete, nova ponte e eleições foi o faz de conta tão bem aprendido durante os Governos de Guterres. Em resumo, Sócrates foi à SIC falar de um país irreal, onde existe uma governação exemplar, e cujos extraordinários resultados só não vê quem não quer.

Afinal quem está politicamente esquizofrénico: ele ou os portugueses?

'Luis Delgado'

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

VIEIRA, 400 ANOS

Um portal para um tempo de múltiplos, incessantes nascimentos e reconhecimentos do que podemos considerar nossa cultura luso-brasileira e também historia, arte, alma e espírito. Espaço de criação que transcende protocolos de temporalidade.
Tempo vário de múltiplas temperaturas existenciais. Templo para a contemplação eterna e beleza. Degrau para a fé. Um colóquio com a eternidade. Vinha, praia, galáxia, rio e oceano. Estas definições da obra do Padre Vieira, nascido há 400 anos em Lisboa, Portugal, estão longe de conquistar a totalidade dos significados que se despejam todos, asas, ritos, glórias, saberes, entre nós. Fernando Pessoa considerou-o o Imperador da Língua Portuguesa. Hernani Cidade, autor de biografia da qual obtivemos indicativos para este artigo, consagrou-o como o escritor definitivo.
Ao longo deste ano, Brasil e Portugal festejam vida e obra desse que é considerado por muitos o mais expressivo autor em prosa portuguesa. A este respeito, Gilberto Freyre tem opinião divergente. Considera Fernão Mendes Pinto, de “Peregrinação”, o maior do quarteto composto também pelo Padre António Vieira, mais Duarte Lopes e Garcia de Orta. Os países, com a programação deste ano, criam nova oportunidade para vivências múltiplas nos espaços de transmissão de conhecimento.
Conhecer, vivenciar, compreender a obra de Padre Vieira: conquista de novo ângulo de observação do que somos enquanto projeto de civilização.
TEMPO, UNIVERSO, TEMPORALIDADES
Ler Vieira é aprender mais sobre nós mesmos, nossas origens, fundamentos sociais que nos motivam ao agir, inclinações espirituais, matizes psicológicos. Vórtices de aspirações ascensionais quanto à virtude e à beleza e sinalizações humanistas preenchem os espaços de tempo que nos separam do mundo em que ele viveu.
A propósito da compreensão da obra, atentamos para a noção de tempo esquematizada pelo filosofo espanhol Leonardo Pólo, e que nos situa frente ao que o autor dos Sermões escreveu. Primeiro, devemos atentar para o tempo que ele classifica de “epocal”, referenciado por todos os aspectos físicos e também anímicos da época em que o Pai Grande; como os índios chamavam Vieira, viveu. Depois, atenção para a noção de tempo de um universo imóvel, fixo, sempre atual e a idéia de que há forças divergentes à imobilidade caracterizadas pela sucessão, variação e mudanças constantes de todas as coisas, conceitos presentes desde os gregos. E também a idéia do tempo da modernidade em que múltiplas dimensões temporais convivem. Extrairemos desta operação de interpretação temporal o vigor de uma obra que merece todas as nossas atenções.
ESTILISTA, APOLOGISTA, PROFETA, VISIONÁRIO
Ele foi o estilista mestre da apologética, da retórica e da oratória que deixou vastíssima obra literária: 700 cartas e 200 sermoes que encerram um fluxo de renovação da língua, além de textos sobre política, filosofia, teologia e até mesmo um conjunto de profecias. Também foi o visionário que acreditou ser Portugal a nação escolhida para ser o V Império depois dos caldeus, persas, gregos e romanos. Uma carta em que profetizou o renascimento de D. João IV deflagrou as acusações de heresia, o que faria o Santo Oficio persegui-lo por vários anos. Os textos à nossa disposição hoje foram produzidos para o ouvir das platéias e não para a leitura. Neles, emerge a cultura clássica do jesuíta, pregador da Capela Real de D. João IV de quem foi conselheiro por 11 anos, afeito à patrística, à escolástica e principalmente ao tomismo. Chegaram-nos textos em que a arte da retórica está a serviço da dialética, da clareza e da transparência das imagens. A referência à Bíblia como vetor do conhecimento traz, no entanto, a abrangência conceitual do aristotelismo. Suas pregações eram fenômenos de massa. Em Roma, os soldados impediam que as pessoas tomassem o lugar das autoridades para vê-lo e ouvi-lo.
DEFENSOR DO ABSOLUTISMO
Vieira projeta-se no tempo na condição de gênio inovador, aquele que encara os avanços propiciados pelo século XVII em quase tudo o que tem de moderno. As revoluções propostas por Galileu e Descartes. O surgimento do direito da natureza teorizado por Hugo Grócio. A geometrização do divino intentada por Spinoza.
A alma da modernidade está em Vieira. Modernidade, entretanto, esta do século XVII, em que o absolutismo afirmava-se no contexto da Contra-reforma.
Em que a autoridade do rei decorre de um direito divino, conjuntura em que tal autoridade impõe-se por força de um pacto estrito no âmbito da sociedade enquanto necessidade para a definição dos padrões de vida. Vieira foi enfático defensor desse direito.
DIREITOS HUMANOS, ÍNDIOS E NEGROS
Definitivamente, ele foi precursor dos direitos humanos. Os pesquisadores de hoje vinculam os milhares de quilômetros que percorreu cruzando oceanos e quase toda a Amazônia aos ciclos de globalização no âmbito do Ocidente Cristão.
Indignou-se frente à escravidão atraindo a ira dos mandões. Pregou contra a submissão dos índios, defendeu os judeus, afrontou a Inquisição o que lhe valeu dias e dias de prisão nos porões do Santo Ofício. Cinco anos de cárcere em Coimbra.
Vieira foi um dos mais arrojados diplomatas do século XVII. Peregrinou pela Europa em missões cruciais para o desenvolvimento do Império português. Negociou o resgate a ser pago por Pernambuco aos holandeses depois da expulsão que estes sofreram a Nordeste.
MÍSTICA
A sua presença estimulou mística que incluía o famoso “estalo” na cabeça, quando então ele compreendeu “todas as coisas” aos 16 anos, bem como a aparição de um anjo que o conduziu de volta da escola para casa quando certa vez se perdeu na Bahia. Há registros de que por volta de 1720, quando de escavações na área em que ele foi sepultado, revelaram-se pontos brilhantes como diamantes incrustrados no seu cráneo.
O certo é que a obra vive. Legado e monumento, arquipélago de um sber infinito.

‘Walter Galvão’

SALAZAR ESTAVA AVISADO DA INVASÃO INDIANA EM 61

AMERICANOS E INGLESES ATÉ DERAM A DATA EXACTA
Os três territórios do Estado Português da India - Goa. Damão e Diu - caíam há 46 anos em poder da União Indiana, após uma forte intervenção militar indiana para os "libertar". Foi na noite de 17 para 18 de Dezembro que a invasão aconteceu. Desde então pouco se estudou o que aconteceu. Compreende-se... O regime salazarento tinha nos territórios da India uma presença militar escassa, sem uma cadeia de comunicações, comando e controlo e nem fornecia as necessárias munições aos militares que lá estavam (há aliás a famosa estória dos "chouriços"...). Salazar exigiu a estes militares que se deixassem matar em caso de invasão, para ter um tema de propaganda. Como os militares se bateram enquanto puderam e tiveram armas e munições (com alguns casos de bravura absoluta) mas não aceitaram deixar-se matar estupidamente, foram achincalhados e maltratados pelo regime que procurou colocar uma pedra no assunto, depois dos protestos formais usuais. Além dos militares, Salazar procurou outros álibis. Uma outra vítima dessa estratégia de propaganda foi a Inglaterra (e também os Estados Unidos) acusada de não ter cumprido aquilo a que estava obrigada pela velha Aliança. Ora, os ingleses, é sabido, tinham avisado com meses de antecedência que no contexto e na legalidade da época não era possível à Inglaterra fazer coisa alguma em caso de invasão e que o articulado da Aliança não se aplicava no caso. Até os jornais ingleses discutiram o assunto com meses de antecedência... Nada disto, porém, chegou à opinião pública portuguesa, submetida a uma censura asfixiante. A "surpresa" foi também um dos temas da propaganda salazarenta. Como se pode ver pelos dois documentos oficiais, reproduzidos abaixo, não havia qualquer surpresa. Havia sim total incompetência técnica, política e estratégica. E muita, muita, mentira para ajustar a estúpida da realidade ao inteligente pensamento desse provinviano pretensioso que esmagava o País com as suas botas de elástico.
Em 10 de Dezembro já o ataque era considerado "iminente" e deviam "prever o pior" e "a hipótese de ficarem prisioneiros muitos portugueses"... Mas o comando militar em Goa de que foi realmente informado? Que medidas militares se prepararam? Como se sabe nenhumas! Ter os "súbditos da UI" debaixo de olho para os poder prender e controlar os respectivos interesses era a "grande estratégia salazarenta". Incapazes de soluções políticas, foram uns incompetentes absolutos quando chegou o momento fatal a que a sua patética política levava e, forçosamente, implicava.
No segundo documento, a estupidez confirma-se.
Depois de citar as informações recebidas dos Estados Unidos, concluem que "devem ser reforçadas todas as medidas de segurança (obviamente, em Portugal e nos restantes territórios e não nos de Goa, Damão e Diu...) não se perdendo ocasião de afirmar a autoridade e a determinação de continuar na linha traçada". Ou seja, o avançado autismo do regime levava a que ele já não fosse deste mundo...
“IN: CLARO”