A China, lendária e mística, em termos de raças, é uma verdadeira colcha de retalhos.
Historicamente, etnólogos asseguram que o mais famoso “tigre asiático”, buscou, em tempos pretéritos, congraçar as minorias étnicas que representam 10% do seu universo populacional.
Honestamente, não acredito nesta versão.
O DNA daquela nação não permite gestos de tamanha liberdade.
Assim, tibetanos, mongóis, uigures e remanescentes da tribo hui vivem acalentando o sonho da liberdade.
Destes povos, o Tibete é quem vive a mais longa agonia.
Quem viu, por exemplo, o filme – “Sete anos no Tibete” – fica impactado com o sofrimento daquele povo.
De fato, a saga tibetana é um rosário de atrocidades.
Assim, quando o Partido Comunista, nos idos de 1949, num instante de rara sensibilidade política, pensou em “libertar todos os territórios chineses, incluindo o Tibete”, Mao Tse-Tung, pai e guia espiritual da revolução chinesa, indagou colérico: “Libertar quem?”. Para responder raivoso: “Religião é veneno. Degenera a raça e retarda o progresso”.
Antes Karl Marx, o criador do socialismo cientifico, já vaticinara erradamente que “a religião é o ópio do povo”.
Mao Tse-Tung, em 1950, num gesto típico de iconoclasta de plantão, ordenou a invasão do Tibete pelo Exercito de Libertação, massacrando e dizimando aquela população de visível sensibilidade religiosa, promovendo a destruição de monastérios e conventos.
Esses templos de meditação, silêncio e reflexão chegavam a 6.000.
Na década de 70, restavam apenas oito.
Um ato de vândalos destruindo altares e sufocando crenças.
Agora, às vésperas das Olimpíadas de Pequim, a fé tibetana sonha com a liberdade, no seu conceito mais amplo, aí incluída a liberdade de cultos.
Uma nação, que se propõe unir o mundo no abraço dos jogos olímpicos, não pode, olimpicamente, fazer “ouvidos de mercador” à luta, ao sonho e à saga do heróico povo tibetano.
‘Paulo Gadelha’
terça-feira, 8 de abril de 2008
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