Agência FAPESP – Existem atualmente apenas duas espécies do maior animal terrestre, fazendo com que a ordem dos proboscídeos seja representada pelo elefante africano (Loxodonta africana) e pelo elefante asiático (Elephas maximus). A ordem teve outros representantes no passado, como os extintos mamutes e mastodontes.
Os elefantes, entretanto, estão bastante próximos a alguns outros mamíferos, como os sirênios (dugongo e peixe-boi) e o pequeno hírax, encontrado na África e no sudoeste da Ásia. Isso tem levado cientistas a sugerir um possível ancestral comum a tais animais.
Em artigo que será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), cientistas dos Estados Unidos e do Reino Unido propõem um mesmo ancestral – e aquático.
O estudo foi baseado na análise de dentes encontrados no Egito. As amostras têm 37 milhões de anos e pertenceram aos gêneros Barytherium e Moeritherium, que viveram durante o período Eoceno (de cerca de 55,8 milhões a 33,9 milhões de anos atrás) e são “primos” dos atuais elefantes, dos sirênios e do hírax. Os animais do gênero Moeritherium lembravam mais a anta, enquanto os outros eram maiores.
A análise isotópica apontou que a alimentação era baseada em plantas aquáticas. Os dois gêneros teriam vivido provavelmente em áreas pantanosas ou ribeirinhas. Os animais seriam anfíbios, respirando fora da água, mas também retirando dela grande parte do oxigênio de que precisavam.
“Os resultados fornecem novas evidências que apóiam a hipótese de que os proboscídeos do Oligoceno em diante são derivados de ancestrais anfíbios”, destacaram os autores.
O artigo Stable isotope evidence for an amphibious phase in early proboscidean evolution, de Alexander Liu, Erik Seiffert e Elwyn Simons, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em: www.pnas.org.
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