Vou romper com as mais finas tradições lusitanas e atrever-me a fazer prognósticos antes do jogo no PSD.
A Dra Manuela Ferreira Leite continuará a divertir-se dando corda aos que lhe telefonam, para depois repetir em público que estão todos doidos se acham que ela se mete nestas alhadas, isso é que era bom.
Aquele senhor importante lá de Londres voltará a mandar uns mails para os dois jornalistas que ainda lhe ligam, reafirmando pela centésima décima nona vez que ainda não perdeu a esperança de um dia alguém se lembrar dele no partido (desculpem, nunca fixei o nome).
Vozes de vários quadrantes virão dizer que Pedro Passos Coelho avança para ganhar e que Pedro Passos Coelho avança para perder 2009 porque é a garantia de poder ganhar 2013. O facto de Passos Coelho ser dos políticos mais antigos e quadradões da política nacional, onde leva 30 anos de glorioso currículo, não evitará que se tente passar a mensagem da “ruptura geracional”. O facto de Passos Coelho não ter, sequer, ficha na Wikipedia (ou no site da Juventude Social Democrata, o que é quase a mesma coisa), quanto mais obra que possa mostrar ou cargos por onde tenha passado, também não será impedimento, bem pelo contrário, o marketing falará do “jovem” “impoluto”, da “renovação” e outras xaropadas (você acha normal que se subscreva para líder um candidato “que não esteja condicionado pela vida interna do PSD nos últimos anos“, como fez Miguel Relvas? Eu não acho normal nem pode vir nada de bom de uma candidatura assim). Já li algures que ele seria o “Barack Obama” do PSD — que coisa infeliz para lhe chamarem, coitado, tem mesmo azar com o marketing.
(Aliás, é mesmo isto que penso de Passos Coelho: tem azar com os apoiantes, os momentos, o marketing, seja o que for, ele tem azar com a coisa; mas acho-o simpático.)
O Dr Pacheco Pereira dirá muitas coisas no Abrupto, um desafio que logo dará entrada nos entusiasmados gabinetes de análise criptográfica, onde irá ocupar os melhores cérebros durante os próximos 20 anos, embora sem qualquer compromisso de desvendarem os seus inúmeros segredos para a vida política mundial (e para qualquer outro problema da Humanidade e dos Marcianos, estou confiante!) — o que em termos práticos é igual ao litro porque já ninguém no partido lhe liga hoje, quanto mais daqui por 20 anos, na hipótese de o terem conseguido decifrar.
O Dr Miguel Cadilhe responderá, educadamente, ter a certeza que o PSD ultrapassará esta crise — revelando uma curiosa e divertida paciência para com os jornalistas minimais repetitivos que farão sempre a mesma pergunta estúpida de cada vez que o encontrarem, nem que seja no supermercado (curiosa porque nos seus tempos de ministro não era tão paciente.)
O Dr Santana Lopes vai ficar calado durante as próximas 48 horas; devo confessar que é o meu prognóstico mais arriscado.
O Dr José Pedro Aguiar Branco desistirá a favor de Manuela Ferreira Leite.
O Dr José Pedro Aguiar Branco desistirá a favor de Rui Rio.
O Dr José Pedro Aguiar Branco desistirá a favor de Marcelo Rebelo de Sousa.
(Continuarei a tentar encontrar um candidato a favor do qual Aguiar Branco não desista, tenha o leitor esperança!)
Na Conversas de Marcelo mais televistas de sempre, esta noite, Marcelo Rebelo de Sousa anunciará com voz grave que não é candidato. Hoje. Não. Esclarecerá, Se. Será. Candidato. Para. A. Semana. “Facto” que será ampla e repetidamente aproveitado a partir do dia seguinte nos jornais e na blogosfera — mas vão por mim, que tenho fontes seguríssimas, porque afastadas do Professor, que não será de todo em todo candidato antes do PSD levar no toutiço à grande e à francesa em 2009. E depois também é pouco provável. Vamos ver.
Dentro de 15 dias Luís Filipe Menezes “reconsiderará” e aceitará regressar, para bem dos exaustos jornalistas que nessa altura já terão corrido todos os militantes activos do PSD como possíveis candidatos e nas Redacções pondera-se o que será melhor para vender papel, recomeçar a lista do princípio ou inovar um pouco, indo aos militantes não-activos (Francisco Pinto Balsemão invocará a idade e, mais esperto, Dias Loureiro mudou de telemóvel mal soube que Menezes se demitiu).
In: Tubarão Esquilo
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