Só um bocadinho de intervalo, por favor; na política reformista, e de aperto do cinto dos portugueses. Este é o lema de José Sócrates; uns meses de tréguas, para tentar que os portugueses entendam isso como um fim dos ataques ás suas liberdades e garantias. Um fim que na realidade não o é, mas sim um intervalo para assegurar a manutenção do eleitorado que permite sonhar com uma nova maioria, para mais 4 anos do mesmo que tivemos até hoje, com este governo socialista, mascarado de liberal.
A imagem disto mesmo, é; o constante anuncio de obras programadas; a paz negociada com a justiça, com os professores, com os médicos, com os enfermeiros, com as forças de segurança, e outros setores mais críticos e eleitoralmente determinantes da sociedade.
Assim; até as eleições de 2009, o Governo vai hibernar numa política de não agressão, de muita paz, concórdia e amor. A chamada política do cinismo temporizado, tão bem utilizada por Cavaco antes de 1991, e depois abandonada para a corrida de 1995, que deixou o país então entregue á “picareta falante” com os resultados pantanosos de todos muito bem conhecidos, e que até hoje ainda nos deixam as narinas cheias de intenso odor de acido sulfúrico.
O maior partido da oposição, o PPD/PSD, desde que perdeu Cavaco, como líder, nunca mais voltou a ter o carisma necessário para arrastar as multidões, e a vitória de Sócrates ficou a dever-se mais á derrota do folclórico Santana, que á verdadeira proposta credível de Sócrates para com os portugueses.
Mais de uma dúzia de anos se passaram, e aquilo a que assistimos no interior do maior partido da oposição, na era pós Cavaco, tem sido uma constante mutação de lideres, cada um com piores características governativas, que o anterior, mas vestindo todos eles a toga de líderes temporários.
Agora, projeta-se o surgimento desde já de uma líder; Manuela Ferreira Leite, e se bem que eu pessoalmente considere que as suas passagens tanto pela área da Educação como pelas Finanças foram assim como que; pouco mais que amorfas, sendo que a senhora, de realmente positivo tem o sentido da teimosia ns suas idéias fixas, isto pode trazer realmente algo de novo á política nacional, uma vez que as diferenças entre ela e Sócrates pouco mais são que o uso de calças por um e de saias por outro.
Esta similitude de oportunidades e teimosias pode refletir-se no eleitorado, na hora da decisão de escolher entre um, ou outro, independentemente das cores políticas, rosa e laranja de cada um.
Os portugueses; face á situação que atualmente vivem no dia a dia, cada vez menos olham para as cores do cartaz da propaganda, e sim para o conteúdo daquilo que pode representar votar na Maria ou no José.
Por outro lado; não nos podemos esquecer que: o eleitorado raramente gosta de tradicionalismos, e adora novidades, portanto, não seria de estranhar muito se com uma simples pré-campanha de lançamento de intenso charme e simpatia, aliada a companheiros de jornada que transmitam confiança ao eleitorado. A senhora Dona Manuela, pode mesmo não nos surpreenda a todos com um resultado bem acima das suas potencialidades e perspectivas atuais, tornando-se assim na primeira, primeira-ministra que chega ao governo por via de eleições, e não por simples nomeação do Presidente, como aconteceu com Maria de Lurdes Pintassilgo..
Quem sabe se; o apagar momentâneo, e estratégico da chama reformista de Sócrates, não pode assim trazer, mais intranqüilidade política ao Partido Socialista, do que a inicialmente esperada. E abrir espaço para o surgimento de um novo projeto de ruptura, capaz de galvanizar os muitos descontentes com as políticas atuais, que decidam arriscar numa mudança na continuidade descontinua de um PPD/PSD que se; arrisca ao não aproveitar esta oportunidade de; conseguir transmitir mais uma vez credibilidade e confiança, a dessa forma se ver montando cada vez mais no ‘alazão’ de partido simplesmente com vocação para não governar, mas para fazer eternamente de cabeça de oposição.
Veremos o que o futuro próximo nos reserva, mas; como observador isento e externo prevejo que se bem aconselhada e acompanhada, a Dona Manuela, pode vir a ser um osso muito duro de roer durante os momentos de intervalo governativo de Sócrates... chegando ao ponto de poder transformar esse bocadinho de espera numa eternidade...
‘João Massapina’
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