terça-feira, 9 de outubro de 2007

O FIM DE DECADAS DE DITADURA



Cuba rende homenagens aos 40 anos da morte de Che Guevara

O governo cubano prestou suas homenagens, nesta segunda-feira, ao guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara na passagem dos 40 anos de seu assassinato pelas forças armadas da Bolívia. O premiê cubano, Fidel Castro, que participou com Che da revolução que instalou o comunismo na Ilha, não pôde participar da cerimônia no mausoléu onde foram depositados os restos mortais de Che Guevara, retirados de uma cova anônima na Bolívia, em 1997. Seu estado de saúde ainda inspira cuidados, segundo informe médico.

Fidel, porém, celebrou a data com uma coluna escrita para o jornal oficial do Partido Cumunista de Cuba, o Granma, no qual afirma que o médico, nascido na Argentina, havia plantado as sementes da consciência social na América Latina e no mundo. O líder cubano descreveu-o como uma flor arrancada prematuramente de seu talo.

"Eu faço uma pausa na luta do dia-a-dia para curvar minha cabeça, em sinal de respeito e gratidão, diante do excepcional combatente que caiu 40 anos atrás, no dia 8 de outubro," escreveu Fidel.

Che Guevara foi capturado por soldados bolivianos apoiados pela Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) em 1967 e executado, aos 39 anos de idade, a tiros no dia seguinte, em uma escola. O corpo dele, cravado de balas e cujos olhos estavam abertos, ficou em exposição na lavanderia de um hospital e foi mais tarde enterrado em uma cova sem marcação.

Na manhã desta segunda-feira, cerca de 10 mil trabalhadores e estudantes cubanos reuniram-se diante do mausoléu na pequena localidade de Santa Clara, onde há uma estátua do guerrilheiro carregando um fuzil. A cidade da região central de Cuba foi o marco da libertação de Cuba, onde Che Guevara, em 1958, liderou a batalha mais importante da revolução cubana.

"Che era amado, apesar de ser teimoso e exigente. Daríamos nossas vidas por ele", afirmou Tomás Alba, 80, que lutou sob o comando de Che Guevara. Uma faixa exaltava-o como um "verdadeiro exemplo das virtudes revolucionárias". Che Guevara é cultuado como herói nacional, em Cuba, onde é lembrado por promover o trabalho voluntário trabalhando ele próprio sem camisa em canteiros de obras ou carregando sacos de açúcar. Até hoje, circula uma nota de peso cubano mostrando-o cortando cana-de-açúcar com um facão.

O guerrilheiro dirigiu o banco central de Cuba e comandou o Ministério da Indústria durante os primeiros anos do governo Fidel. Defendeu a nacionalização das empresas privadas e sonhou com uma sociedade sem classes na qual o dinheiro seria abolido e os salários se tornariam desnecessários.

Revolução global

Em final de 1966, Che Guevara deixou Cuba a fim de iniciar uma nova guerrilha anti-EUA nas selvas da região leste da Bolívia, com o objetivo de criar "dos, tres... muchos Vietnam" na América Latina. Pôsteres de Che Guevara cabeludo, com uma boina na cabeça na qual aparece uma única estrela, transformaram o revolucionário em um herói popular no mundo todo e em um símbolo da revolução.

A imagem, feita com base em uma foto batida pelo fotógrafo cubano Alberto Korda, tem sido reproduzida em grandes números, constando de camisetas, canecas, bonés, relógios suíços, biquínis e outros produtos da sociedade capitalista de consumo contra a qual Che Guevara lutou.

A sangue frio

O cubano Félix Rodríguez, integrante da CIA, concedeu entrevista ao repórter da BBC José Baig, neste fim de semana, na Flórida, na qual relatou os últimos momentos da vida de Che. Anticomunista, Rodríguez também participou da invasão da Baía de Cochinos, a Baía dos Porcos.

- Ele entendeu perfeitamente o que eu estava dizendo. Nunca vi uma pessoa perder a expressão do rosto como ele perdeu. Mas ele me disse: "É melhor assim, eu nunca deveria ter sido capturado vivo". Eu falei que poderia entregar uma mensagem para sua família, se ele quisesse mandar alguma mensagem. Ele disse, de forma sarcástica: "Bom, se você puder, diga a Fidel Castro que logo verá uma revolução triunfante na América". Logo depois ele mudou de expressão e me disse: "E, se puder, diga a minha mulher que se case outra vez e que trate de ser feliz". Foram suas últimas palavras. Me deu a mão, me abraçou, e parou, atento, pensando que fosse eu que iria atirar. Eu saí do local, que estava cheio de soldados. Lá estava o sargento Mario Terán.

A resposta de Rodrígues foi: "Sargento, há ordens do seu governo para eliminar o prisioneiro. Não atire daqui para cima, atire para baixo, para que se pense que foram ferimentos de combate. Morreu dos ferimentos de combate". Terán respondeu: "Sim, capitão".

- Eu saí de lá às 13h. Entre 13h10 e 13h20, ouviu-se a rajada de tiros - contou.

Comentario:
O fim da Ditadura de Fidel Castro e seus apaniguados está a dar os últimos suspiros, a comemoração dos 40 anos da morte de Che, é disso um exemplo, pois a "Mumia" Fidel já nem se consegue deslocar fisicamente aos locais de comemoração pública.
Continuam a viver de Mitos!...

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