terça-feira, 27 de maio de 2008

Combustíveis

Paulo Portas diz que governo espanhol "enriquece" com diferença de preços

Elvas, 24 Mai (Lusa) - O líder do CDS-PP, Paulo Portas, criticou hoje a "teimosia" do primeiro-ministro quanto ao preço dos combustíveis, considerando que o governo espanhol, liderado por José Luis Rodríguez Zapatero, "enriquece" e "agradece".
Paulo Portas falava aos jornalistas na cidade espanhola de Badajoz, onde se deslocou para comparar os preços dos combustíveis praticados em Portugal e Espanha.
"A teimosia de Sócrates leva apenas a isto: Zapatero enriquece e agradece e perdemos todos nós", afirmou o presidente do CDS-PP, num dos vários postos de abastecimento de combustíveis em Badajoz, onde se encontravam dezenas de portugueses a abastecer as suas viaturas.
Paulo Portas foi saudado pelos clientes portugueses da gasolineira espanhola, que apelaram à baixa dos preços dos combustíveis em Portugal.
João Varela, da vila alentejana de Campo Maior, é uma das "presenças constantes" nas bombas de gasolina de Badajoz.
"A diferença dos preços é abismal e os portugueses estão aqui diariamente. Fico satisfeito ao ver aqui Paulo Portas e peço-lhe para que interceda junto do Governo para alterar a política dos combustíveis em Portugal", disse o cliente português.
De regresso a Portugal, a escassos quilómetros, Paulo Portas visitou um posto de abastecimento de combustíveis em Elvas, que não apresentava qualquer cliente. "Isto não pode ser", desabafou.
Na gasolineira portuguesa, o litro de gasolina sem chumbo 95 octanas custava hoje 1,494 euros, enquanto no posto de abastecimento espanhol estava a 1,211 euros.
O gasóleo em Badajoz estava a 1,270, mas na gasolineira de Elvas já atingia 1,369 euros.
Lamentando que "a política do governo português leve a que cada vez mais cidadãos se abasteçam em Espanha", Paulo Portas considerou que tal situação significa que os portugueses "vão deixar riqueza ao país vizinho, vão contribuir para a riqueza das empresas espanholas e vão pagar impostos sobre gasolina e IVA em Espanha".
O líder do CDS-PP justificou a deslocação a Badajoz para "provar como na economia real as coisas acontecem exactamente ao contrário do que o primeiro-ministro diz que acontecem".
"Em cada litro de gasolina, os espanhóis arrecadam em impostos cerca de quatro cêntimos. Os portugueses, Sócrates, arrecada mais de 83 cêntimos", disse.
Criticando os argumentos de José Sócrates quanto ao preço dos combustíveis, o dirigente do CDS-PP deu o exemplo das Scuts [auto-estradas sem custos para o utilizador].
"O primeiro-ministro diz que não pode colocar os portugueses que não tem automóvel a pagar pelos portugueses que têm. Isto é dito pelo primeiro-ministro que pôs uma grande parte do país a pagar Scuts que não usam", criticou.
Acusando José Sócrates de "não ter noção do que se está a passar na realidade económica", Paulo Portas considerou que a subida dos preços dos combustíveis em Portugal "é devastadora para as empresas e que muitas não vão conseguir suportar os custos".
"Se não conseguirem pagar os custos, vão obviamente repercutir nos preços e isso gera inflação", alertou, defendendo a redução da carga fiscal nos combustíveis e um mercado de concorrência.
HYT/MLM.
Lusa/Fim

COMENTARIO:

Num outro artigo, que coloquei neste mesmo Blog, não se entendia o que o Sr. Paulo Sacadura Cabral Portas propunha na questão dos combustíveis.
Agora já se entende, alguma coisa, do que ele quer realmente. Ele quer que os impostos baixem, para que com isso o consumo aumente, para que com isso a economia gire mais rápido, e a inflação ao não crescer de uma forma possa crescer por outra, uma vez que o Governo, com a economia desarticulada com a falta de recursos provenientes desses impostos diretos, vai desde logo apontar baterias, para os ir encontrar noutro imposto qualquer.
Esta proposta de redução dos impostos diretos sobre os combustíveis, é sem duvida popular e meritória, mas tem que ser acompanhada de outras medidas concertadas, pois caso contrario, ao invés de beneficiar os portugueses todos, apenas vai beneficiar diretamente os automobilistas, e por sua vez prejudicar diretamente todos os portugueses, incluindo, também, e obviamente os automobilistas, que embora vejam o preço dos combustíveis baixar e quando abastecem pagam ali, na bomba nacional, menos impostos, passam a ter uma nova tributação, em outros locais e em alguns outros produtos ou serviços.
A economia tem que ser sempre tratada com integração, no contexto geral, e se antes, quando passou pelo governo, este Sr. político, não apresentou propostas concretas, agora, passado este tempo fora do poder, o que tem para propor?
Só isto? Simplesmente baixar os impostos sobre os combustíveis? E o resto?
Baixar os impostos, em vários serviços e produtos, para assim aumentar o poder de compra, e movimentar a economia, de modo a que o cidadão consuma mais, e dessa forma ative as receitas dos produtores, distribuidores e comerciantes, mas conjuntamente desafogar os cidadãos com um baixa no IRS e IRC. Esta poderia ser uma idéia, desde que muito bem calculada, e idealizada de modo concertado, para que não surgisse um choque tributário negativo para o Estado.
Mas e o Estado? O tal “Monstro”?
Já se deixou de escutar a necessidade da diminuição de gastos, e melhor aproveitamento de recursos do Estado. Essa linda história é contada aos eleitores sempre que temos eleições, tal como se contam historinhas ás crianças antes de adormecerem. Mas depois tudo passa, a criança adormece, e o livro é fechado até á noite (eleição) seguinte...
Agora quem não adormece, nem se contenta com historinhas é o cidadão comum que paga impostos nos bens e serviços, e vê o seu vencimento penalizado no final de cada mês com um IRS fora do idealizável, e também os industriais e comerciantes que sentem as despesas a subir e as compensações a diminuir!

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