quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Nossos “bravos” rapazes e raparigas esquerdistas

Reles cobardes refractários à nossa última Epopeia africana.

A Revolução Francesa (conjunto de acontecimentos políticos entre 5 de Maio de 1789 e 9 de Novembro de 1799) não foi um acto que possamos considerar do momento político. A Revolução Francesa foi paulatinamente preparada ao longo de um século. Estiveram nessa primeira linha de acção os chamados enciclopedistas, ou sejam, homens como D’Alembert, Diderot e Montesquieu. Foi uma autêntica e magistral obra de toupeiras, se assim podemos dizer. Foi assim que os também designados “iluminados” prepararam, metodicamente, o seu caminho para o poder cultural, isso como um prévio e fundamental passo para o consequente assalto ao poder político, o que foi conseguido, como todos sabemos, pelo triunfo da Revolução Francesa. E foi este acontecimento político que veio dar plena emancipação às ideias demo-liberais (jacobinas) e ao fortalecimento da ideologia utópica de Jean Jacques Rousseau (autor da frase Liberté, Egalité, Fraternité).
No texto que acima edito e que intitulo “Uma das causas para o crescendo exponencial da criminalidade violenta em Portugal”, tenho ocasião de aludir, de forma enfática, ao facto de uma das razões (importantes) de hoje, em Portugal, assistirmos a um crescendo exponencial da criminalidade violenta, residir nos motivos do poder político e cultural ainda se encontrarem, praticamente, nas mãos dos marxistas (veja-se o avanço do BE - Bloco de Esquerda) e dos demo-liberais (jacobinos). E assim é realmente. Foquei, igualmente, serem os actuais seguidores de Rousseau, Marx, Engels, Freud e Levy Strauss, estes como sendo os “Founding Fathers” do “oitocentismo”, de serem os responsáveis directos pela desordem social que decorre presentemente em Portugal, tal ao fomentarem ideias desagregadoras da sociedade, muitas das quais baseadas nos princípios filosóficos do determinismo cego de Rousseau. Sobre estas o professor Doutor António Marques Bessa disse:
A tabula rasa está posta de parte. O homem não nasce como uma tabula em branco onde tudo é escrito ao sabor dos condicionalismos sociais, económicos, familiares e sexuais. O homem nasce com um património, um reportório de capacidades e um guia para a acção. É só a extensão desta herança de saber inato que está em discussão.
Já no ano de 1955, Alfred Kroeber, um dos grandes gurus do chamado establishment foi forçado a dizer «que era impossível ignorar a parte genética base», isso no que diz respeito à natureza do próprio homem. Até o antropólogo Ashley Montagu, contrário aos Etologistas Konrad Lorenz e Robert Ardrey, afirmou em 1979 que «já não havia justificação racional para a crença na tabula rasa».
Perguntar-se-á se os marxistas e demo-liberais (jacobinos) portugueses continuam a ignorar os avanços científicos entretanto realizados, por exemplo, pela Sociobiologia, iniciada por Edward Wilson em 1975, e também da Etologia? Mas isso para eles pouco importa ou é de facto algo que possa ser relevante. É que o reconhecimento (por eles) das ditas ciências, implicavam (necessariamente) o desabar da ideologia rousseauneana em que, como se esta fosse uma poderosa crença religiosa (na verdade para eles tal ideologia constitui um verdadeiro dogma da fé), querem acreditar. Aliás eles sabem perfeitamente que se renunciassem à sua ortodoxia se viam privados, logo de imediato, do seu poder político e também do autêntico terrorismo cultural e intelectual que exercem em Portugal e sobre os portugueses. Fazerem, por isso, um qualquer processo “revisionista” da história das ideias políticas, que colocaria em xeque as suas vacas sagradas, está, obviamente, fora de qualquer cogitação que possam realizar. Por isso, entre outros erros, continuam a querer acreditar no “bom selvagem”. Por isso a criminalidade violenta em Portugal cresce e as prisões cada vez ficam mais desertas de criminosos. E são os marxistas e os demo-liberais que são disso responsáveis.
Dizem, alguns (Comissão Independente de Juízes, por exemplo), que são medidas meramente economicistas. É uma análise que também podemos ter em conta, mas que não explica inteiramente o comportamento geral dos referidos (políticos marxistas e demo-liberais) em relação ao relaxe das penas aplicadas aos criminosos. A reforçar tudo quanto aqui se diz, é imperioso que não esqueçamos que em Portugal quem está no poder político e quem tutela a cultura, são os restos de pessoas que ainda fazem parte da geração do Maio de 68, muitas das quais ouviram, extasiadas, em Paris, as conversas palermas do escritor e filósofo existencialista Jean Paul Sartre e as arengas absolutamente cretinas de líderes estudantis, como Henri Webber, Daniel Cohn-Bendit (ou Dany le Rouge), Jacques Sauvageot, Geismar, Rudi Dutschke e outros idiotas militantes. Como foi entusiasmante os nossos “bravos” rapazes e raparigas esquerdistas (muitos dos quais têm ou tiveram cargos políticos ou culturais em Portugal do pós 25A74) andarem (lá, ou em espírito) misturados com os manifestantes da revolta estudantil, a atirar pedras aos polícias das CRS’s e a incendiar carros no Boulevard Saint-Germain ou Saint-Michel e a ajudarem a construir barricadas no Quartier-Latin e na Sorbone, isso quando outros jovens portugueses, lá longe, lutavam, armas na mão, no além-mar, em África, por uma África Lusa. Ainda por cima, muitos deles (e disso se ufanam, os miseráveis), foram reles cobardes refractários à nossa última Epopeia africana.
Então como é que esta gente pode e está disposta a apoiar a Lei e a Ordem Pública e também a combater a criminalidade violenta que existe neste momento em Portugal? Então também não é verdade que, tantas delas, andaram, no dito Maio de 68, pelas ruas de Paris a pintar graffitis nas paredes que diziam: «É proibido, proibir!»?


António José dos Santos Silva

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