quinta-feira, 29 de abril de 2010

Faleceu João Morais, um dos "!Magriços"

A informação foi avançada pelo site oficial do Sporting. Faleceu João Morais, antigo jogador do Sporting, autor do golo de canto directo que deu aos leões a Taça dos Vencedores das Taças. A final de 1964 onde Morais se destacou foi disputada frente aos húngaros do MTK que os leões venceram por 1-0. João Morais tinha 75 anos e esteve em Alvalade entre 1954 e 1969. Nesse periodo conquistou também 3 Campeonatos Nacionais e uma Taça de Portugal.

Mais um grande leão que entra na galeria da eternidade, onde só os grandes como ele podem ter lugar!

A saber:

O herói Morais que nem estava convocado

João Pedro Morais, que morreu ontem, vítima de doença prolongada, nasceu em Cascais a 6 de Março de 1935.
Defesa e médio, jogou 11 épocas no Sporting (entre 1954 e 1969), entrando na história como autor do lendário golo de canto directo que valeu a Taça das Taças ao clube de Alvalade (1964) na finalíssima jogada em Antuérpia com o MTK Budapeste. Além do troféu europeu, Morais foi duas vezes campeão nacional, ganhou uma Taça de Portugal e, na selecção nacional, realizou 10 jogos, participando na campanha dos Magriços no Mundial de 1966 com a melhor classificação de sempre (3º lugar). Neste caso, como defesa-direito, ficou associado pelos brasileiros à lesão de Pelé no jogo que Portugal venceu por 3-1.
No culminar da campanha da Taça das Taças, Morais nem estava convocado para a viagem rumo à final no Heysel, em Bruxelas. Contudo, Hilário, o defesa-esquerdo titular, sofreu fractura de tíbia e perónio com o V. Setúbal no jogo anterior e o defesa/médio foi chamado à última hora pelo responsável pela equipa, Anselmo Fernandez. No primeiro jogo registou-se empate (3-3) e só a finalíssima levou o troféu para Alvalade com o tal golo no que ficou conhecido por "cantinho do Morais". Também neste caso houve história em redor do jogador que, na véspera, foi informado da decisão técnica de colocá-lo a extremo. "Só pedi que me deixassem marcar cantos, porque costumava treiná-los directos, combinando com Figueiredo para que este ficasse perto do guarda-redes e me servisse de referência", contou em 1995. Figueiredo, que jogou com Morais "durante sete ou oito anos", relembra como era: "Tínhamos uma amizade forte como sucede tantas vezes entre os pontas-de-lança e os companheiros que marcam os cantos. Ele pedia-me sempre que ficasse à frente do guarda-redes e, dessa vez, resultou em cheio."
Depois do Sporting, Morais viveu vários anos na África do Sul e, no regresso, ainda jogou pelo Rio Ave, passou mais tarde pelo cargo de director-técnico e ficou a viver em Vila do Conde.
Ontem, na sessão de treino, o plantel do Sporting homenageou o Magriço, tendo já apresentado condolências, tal como o fez a Federação. O funeral realiza-se hoje, em Vila do Conde, a partir das 16h30, saindo da igreja de São Francisco.

“Paulo Jorge Pereira”

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