Dava a última camisa por um poema. Domingo ao fim da tarde só restam cinzas. Todos. Tudo inteiramente consumido. Tudo, o quê? Segunda, sobrava alguma palavra intacta na lareira? Terça tão comprida como um ano Quarta, outra vez a esperança Não, sem poema não se pode viver! Quinta a memória entra em pânico A pouca claridade que restava anoiteceu também na Sexta as vagonetas com o meu minério perdem-se no túnel. Sábado: trabalho em vão! Domingo tudo recomeça e voltava a dar a última camisa por um poema
Jan Kostra, trad. de Ernesto Sampaio
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