MERCADO MUNICIPAL DO BARREIRO – RECUPERAR O MERCADO 1º DE MAIO É HOJE UMA NOVIDADE JÁ MUITO ANTIGA
Fala-se muito hoje sobre o Mercado Municipal do Barreiro, e sobre o seu projeto de recuperação, o que não é nenhuma novidade, pois já em 1993 e 1994 eu proprio falava sobre isso mesmo, enquanto Deputado da Assembleia Municipal do Brreiro, e muito mais recentemente, em Outubro de 2006 enviei uma carta aberta ao Senhor Diretor do Jornal do Barreiro, que por razões de clara politiquice e personalite aguda, não fui devidamente publicada, e da qual faço hoje nova divulgação, atendendo á sua actualidade.
Exmº Senhor
Dr. Miguel de Sousa
Dignissimo Director do Jornal do Barreiro
Recebo no Brasil, alguns orgãos de comunicação escrita, incluindo o vosso jornal, e graças á inegualável maquina da comunicação que é a net, acompanho desta forma á distancia de um simples clik, o dia-a-dia da vivencia do Barreiro.
Sou filho adoptivo do Barreiro, pois ai residi 30 anos.
Fui Deputado Municipal, e pugnei para que muito daquilo que deve ser melhorado no Barreiro o fosse realmente, como é exemplo o Mercado Municipal, á data com estremos problemas, desde iluminação, higiene e segurança.
O tempo passa, e tudo tem que ter a sua evolução logica.
Li com agrado na vossa edição do passado dia 06 de Outubro, um artigo/reportagem sobre as já famosas reuniões da chamada "Opção Participada", que o meu antigo adversário politico de A.M., mas bom Amigo Carlos Humberto, ilustre Presidente da Edilidade Barreirense, resolveu levar a efeito, em boa hora, não fora o facto de realmente, no final de todas essas reuniões não existir sequer uma sumula, para se ter a real consciencia presente e futura, da participação efectiva da população nessas realizações, ou se simplesmente se trata de uma nova formula de fazer propaganda da actividade camarária, levando uns quantos interessados de local em local.
Vem isto a proposito da afirmação de que o Mercado 1º de Maio se deve manter no mesmo local, pela simples razão de que dessa forma se evita a desertificação do centro da cidade.
Nada mais errado este conceito de centralidade e combate á desertificação, ser combatido com a manutenção de um espaço comercial que está já a envergonhar a qualidade de vida do Barreiro á alguns anos.
Não tem a qualidade minima exigida para servir condignamente a população em geral, com instalações á muito desadequadas e desqualificadas para o efeito, não possui espaços minimos para estacionamento tanto para os vendedores como para os potenciais clientes, para já não falar nos enormes prejuizos que o espaço causa em termos de normal fluencia do trafego automovel nas zonas limitrofes.
Fala-se de "Centralidade!"
Será que o conceito de centralidade para o Sr. Presidente da Camara é sinonimo de confusão durante umas quantas horas do dia?
É que o mercado funciona em termos de grande afluencia no periodo matinal. E o resto do dia?
Durante o resto do dia, é um espaço muribundo, com meia duzia de lojas a tentar funcionar, e um WC publico de fazer inveja a qualquer bom mictório do 3º mundo.
Fala-se de "Desertificação!"
Pelas mesmas razões, o chamado combate á desertificção só se verifica no periodo da manhã. E o resto do dia?
Não seria já a altura para que o Barreiro possa dar um salto em frente, e criar realmente uma verddeira centralidade naquele mesmo local, aproveitando as instalações existentes, e recuperando o que nelas falta, refiro-me ás cores originais e as chamadas ameias que abrilhantavam o velho mercado em tempos idos, e com umas obras de adaptação fosse criado naquele mesmo local, com pouco desperdicio financeiro para o erário publico, diga-se, um espaço tipo museu da cidade, que tenha sim na sua envolvente uns bons cafés, e umas boas esplanadas, bem como uns espaços condignos de lazer e entretenimento, que ocupem o local durante todo o dia, criando dessa forma uma real centralidade e um eficaz combate á desertificação, contribuindo ainda para apoiar de forma efectiva o comercio de toda a zona envolvente.
Não é dificil vêr exemplos identicos em Portugal, basta uma simples visita ao velho mercado municipal de Tavira, e podem-se tirar muitas ideias positivas a aproveitar para o exemplo do Mercado 1º de Maio do Barreiro.
Entendo que á 12 ou 13 anos atrás, quando disto falei na A.M., constituia uma ideia muito avançada, para o Barreiro da epoca, e para as condições economicas e sociais existentes, mas agora, talvez seja chegada a hora de se pensar o Barreiro de outra forma, já que os antigos metedos utilizados ao longo do tempo, provaram que se conduziu o chamado "Barreiro Velho" á triste realidade dos dias de hoje, com perda efectiva de centralidade, com degradação, abandono, marginalidade, falta de segurança, e fuga maciça de habitantes daquela zona para novas áreas, contribuindo isso sim para uma total desertificação, e lamentavelmente para a construção de um Barreiro em que os seus filhos e enteados não se reconhecem de forma alguma.
Sempre esperando o crescimento ordenado e tendo como objectivo o bem estar dos "Camarros" deixo, passados mais de dez anos, mais uma vez, uma porta aberta para o debate necessário para a construção de um Barreiro de qualidade, neste caso concreto um Barreiro com verdadeiras centralidades!
Com amizade e consideração pessoal
Atentamente
João Massapina
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