quinta-feira, 30 de julho de 2009

LISBOA E O FUTURO

O que é que divide António Costa e Pedro Santana Lopes? A acreditar no que se ouviu na terça-feira, na SIC, o muro que os separa chama-se défice. Ou seja, um fez obra e deixou dívidas, o outro pagou dívidas e não deixou obra. O que se discute sobre...


Lisboa, pode discutir-se sobre o País. Tudo se resume a dinheiro e todos falam porque ele não se reproduz como os Gremlins. Lisboa, pela sua grandeza e poder, é um "Ministério" autónomo do Governo. Mas os problemas são os mesmos. O debate entre Santana e Costa pareceu uma versão "karaoke" do Sr. Contente e do Sr. Feliz. Discutiram o passado, esqueceram-se de falar do futuro. Continua sem se perceber que Lisboa querem. Querem uma Lisboa onde se possa morar e trabalhar, algo que contínuas obras, prédios em ruínas, estacionamento anárquico e sujidade nas ruas tornam impossível? Ou querem uma cidade onde o turismo é a fonte principal de receitas mas que, para isso, precisa de criatividade e bem-estar? Não se percebeu. Fala-se de dívidas, de eléctricos rápidos, de piscinas artificiais e de Frank Gehry. Mas isso é exactamente a cultura "karaoke" pimba onde vive a política portuguesa, onde nada é real e tudo é uma imitação de "loja dos 300". Lisboa deveria ser uma cidade de liberdades de escolhas, de criatividade, onde fosse possível circular e viver, algo que agora se revela impossível. A dívida pode ser muito importante, mas o olhar de dois políticos inteligentes como Costa e Santana Lopes deveria ser para lá desta Lisboa que aliena os lisboetas.


"Fernando Sobral"

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