sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O NEGOCIADOR

PORTUGAL TEM DESTAS COISAS... E ELAS NÃO PARAM DE, DESCARADAMENTE, ACONTECER PERANTE A COMPLETA PACIVIDADE GERAL DOS "PORTUGAS"...

Eduardo Catroga, o chefe das negociações do OE pelo PSD, reformou-se

em 2007 com pensão de 9.693 euros mensais. Destacado quadro do grupo
Mello, foi ministro de Cavaco Silva e ainda é administrador de
diversas empresas.

"Tenho uma carreira de vinte anos como funcionário público e de
quarenta como funcionário privado" e acrescentou "fiz em paralelo as
duas carreiras e agora, por questões de simplicidade e por ser mais
prático, as duas pensões são unificadas numa única prestação" (jornal
Correio da Manhã-20Março2007), ou seja, digo eu, 60 anos de trabalho
e... ainda "trabalha"-um exemplo de longevidade!.

Eduardo Catroga, apesar de reformado, continua a ser presidente da
empresa Sapec, administrador não-executivo da Nutrinveste e do Banco
Finantia e membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP. (A
INEVITÁVEL EDP)
Catroga, que se tornou conhecido como quadro relevante do grupo Mello,
foi ministro das Finanças do terceiro Governo de Cavaco Silva, entre
Dezembro de 1993 e Outubro de 1995. Destacou-se então como um dos
maiores privatizadores dos governos de Cavaco Silva: foi nesse período
que o BPA (Banco Português do Atlântico) foi entregue ao BCP.
Como ministro teve como chefe de gabinete Assunção Dias, que
desempenhou um papel decisivo na reconstituição do grupo Champalimaud.

Sobre esta reconstituição citamos a seguinte passagem do livro "Os
Donos de Portugal" (História Económica da República)

"A indemnização a António Champalimaud pelas nacionalizações começa
por ser objecto de uma comissão arbitral. O Ministério das Finanças
designa um grupo de acompanhamento integrado pelo subinspector-geral
de Finanças, Assunção Dias, na altura também presidente do conselho
fiscal da Mundial Confiança estatal. De um valor inicial de 200 mil
contos, o grupo de acompanhamento chega à proposta de 1,6 milhões.
Assunção Dias apresenta depois uma avaliação particular, da qual
exclui os outros dois membros do grupo de acompanhamento, em que
propõe 5,5 milhões. Por fim, usando o parecer de Assunção Dias, o
Secretário de Estado das Finanças, Elias da Costa (mais tarde
administrador do Santander), propõe ao ministro Braga de Macedo uma
indemnização de 10 milhões, a pagar pelo BPSM e pela Cimpor estatais.
Além disso, a Cimpor renunciava a uma dívida de 7 milhões e o BPSM
desistia de três processos judiciais em que exigia 8,6 milhões (DN,
18.03.1995).

Onze dias depois de receber este dinheiro, Champalimaud compra 51% da
Mundial Confiança, mantendo Assunção Dias no conselho fiscal da
seguradora agora privada. Assunção Dias acumulará esse cargo com o de
chefe de gabinete do novo ministro das finanças, Eduardo Catroga, e
depois com o de inspector-geral de Finanças. A seguradora é vendida a
um preço de favor, equivalente ao volume anual dos prémios que realiza
(o valor de uma seguradora era então calculado, em média, no dobro do
valor anual dos seus prémios).

O ex-chefe de gabinete de Catroga, Assunção Dias é hoje presidente do
Conselho fiscal dos Seguros Santander."

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