tag:blogger.com,1999:blog-2284718311450713729.post1372045347565780550..comments2023-03-20T10:35:26.935+00:00Comments on MNEMÔNICO MASSAPINA: O REFERENDO NECESSÁRIOJoão Massapina - Blog'shttp://www.blogger.com/profile/10994516821567193308noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-2284718311450713729.post-20384780729830208302008-05-27T21:04:00.000+01:002008-05-27T21:04:00.000+01:00Podem dar voltas à Estátua mas não dão a volta à h...Podem dar voltas à Estátua mas não dão a volta à história!<BR/>Por Nuno Banza<BR/>É fácil perceber que Alfredo da Silva é de facto muito incómodo para muitos ortodoxos, que preferem ter os patrões no papel de vilões. <BR/><BR/>O Barreiro beneficiou muito desta visão reformista e liberal, e viu muitos dos filhos destes trabalhadores, que recebiam ordenados muito acima até dos próprios funcionários públicos, terem a oportunidade de continuar os seus estudos e serem hoje homens e mulheres de sucesso... <BR/>Eu começo por dizer que na minha opinião, Alfredo da Silva foi sem dúvida o primeiro Reformista Liberal que o Barreiro conheceu, e a quem reconheceu justamente o seu mérito. É preciso enquadrar todo o seu trabalho no contexto da época e da Sociedade em que Portugal vivia. É fácil dizer hoje que na fábrica haviam informadores da PIDE e que se trabalhava em condições muitas vezes sub-humanas, quando olhamos para o passado com os olhos de hoje. Mas esta é só uma parte da história, e neste caso até, uma pequena parte. Porque se perguntarmos aos mais idosos, que passaram pela fábrica, como caracterizavam a sua relação laboral comparativamente aos trabalhadores de outras indústrias ou outros sectores, rapidamente perceberão que as diferenças eram abismais. <BR/><BR/>Numa época em que não haviam direitos laborais, em que no Alentejo se trabalhava “de sol a sol”, ou que no norte se vindimava nos socalcos muitas vezes até cair de exaustão, Alfredo da Silva implementava um sistema de apoio social aos trabalhadores da fábrica. Criava um plano de saúde, com a abertura do posto médico e do hospital da CUF, a par da medicação gratuita. Criava um plano de educação com a abertura da escola primária. Criava um plano de habitação, com a construção dos bairros, vários e com características distintas em função dos seus destinatários, é verdade, mas todos com condições muito acima do que era a típica habitação dos portugueses na altura. Abria uma dispensa e várias cantinas – enfim – construiu um império empresarial com uma estratégia económica liberal, mas em que os trabalhadores tinham efectivamente um papel valorizado. E imagine-se o que não pensavam na altura os restantes empresários, desta estratégia que podia até parecer para alguns ter inspirações “comunistas” por defender tanto os trabalhadores, mas que de facto mais não era do que uma visão reformista onde, num contexto nacional em que o trabalhador era apenas mais um dos factores produtivos como a terra ou a matéria prima, no Barreiro era visto como uma peça de valor. <BR/><BR/>Com todo este passado, é fácil perceber que Alfredo da Silva é de facto muito incómodo para muitos ortodoxos, que preferem ter os patrões no papel de vilões. O Barreiro beneficiou muito desta visão reformista e liberal, e viu muitos dos filhos destes trabalhadores, que recebiam ordenados muito acima até dos próprios funcionários públicos, terem a oportunidade de continuar os seus estudos e serem hoje homens e mulheres de sucesso, alguns com grandes responsabilidades dentro e fora de Portugal. E por isto, tudo, confesso que não estou muito preocupado, porque por muitas voltas que se dêem à estátua, o que não vão conseguir fazer é dar a volta à história. <BR/><BR/>Nuno Banza<BR/>Com o devido respeito e vênia a “Rostos”, e sobretudo ao Sr. Nuno Banza, autor do mesmo, pincei este magnífico artigo, bem como, também com o devido respeito á publicação e aos seus autores, alguns comentários que não podia deixar de anexar.<BR/>Paulo Calhau <BR/>Texto sintético mas muito interessante de Nuno Banza. Não era preciso sair do Barreiro, no final da década de 60, para testemunhar realidades operárias bem distintas. Por essa altura - antes de emigrarem para a Europa Democrática - ouvi relatos dos meus tios maternos que me fizeram acordar para uma realidade outra. Na corticeira onde laboravam tudo era diferente: mais desumano, cruel e brutal. <BR/><BR/><BR/>FSPina <BR/>Caro Nuno Banza, Subscrevo a Sua certeza de que não será fácil dar a volta à História do Barreiro, que no século XX se interliga também com a do Industrial Alfredo da Silva. Considero contudo que é necessário encontrar um local digno, logo nobre, para homenagear essa mesma História. Não me parece que a zona degradada do largo das obras seja esse local. Talvez a rotunda a construir no final da Av. Alfredo da Silva, junto ao novo Fórum seja uma boa solução. Zona requalificada, nova centralidade e no final da Av. Alfredo da Silva. <BR/><BR/>Barreirense <BR/>EXCELENTES PALAVRAS!!!!!!!!!!!!!!!!! Pena que muitos "Barreirenses" tenham a memoria curta! Cresci com os meus avós no Largo das Obras(Lg. Alexandre Herculano), no tempo em que os trabalhadores da CUF enchiam o largo ás 18 hrs e á meia noite, era para mim e para o meu irmão o melhor divertimento ver tanta gente, e era mesmo muita gente!!! Tudo isso acabou, mas ficam as memórias, das enchentes de pessoas, e de carros, das compras na Dispensa, das consultas do Posto Médico. Enfim....hoje tenho quase 41 anos e gosto de contar ás minhas filhas como era o Barreiro, os passeios e piqueniques na Av. da Praia, os bolos da Boleira do Parque, os Bailes nos Franceses, os jogos de Futebol do FC Barreirense na 1ª divisão, as pessoas sentadas ás portas nas noites de Verão, as conversas as brincadeiras na rua que duravam de manhã á noite sem medos e sem insegurança. Habituei-me a ver e a respeitar a estatua do Sr. Alfredo da Silva, á entrada do n/parque. Sou a favor das mudanças se estas forem para melhor, claro, por isso gostava que a restaurassem e a enquadrassem na nova praça, penso que essa era a melhor homenagem a prestar-lhe, manterem a estatua onde sempre esteve, para nunca nos esquecer-mos de alguém que tanto fez pelo Barreiro.Anonymousnoreply@blogger.com